quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Sul
O cotidiano me surpreende sempre. Tenho a impressão que a vida permite a todos nós uma espécie de reencontro permanente com nossa história. Isso é exatamente o que acontece quando venho para a metade Sul do Rio Grande. Minha vida passa na cabeça como um álbum de fotografias: as casas em que vivi, as ferias na casa dos avós, minha família toda reunida. Tempos que se foram e que ainda estão aqui. Em tudo o que sou e me tornei.
domingo, 26 de setembro de 2010
Ela veio comigo
Linda. Enormes olhos negros. "Manuela, ô Manuela, deixa eu andar de mão contigo?", repetia a pequena, de dois anos e meio. Pai e mãe presos, rotina de quem vive numa das comunidades em que as drogas estão presentes.
Uma hora depois e ela seguia firme, agora agarrada no colo, pescoço. "agora deixa eu ir embora?", perguntei. "me leva contigo?".
Não dava. Não podia. Mas a trouxe. Nos olhos, na mente. Na reafirmação de minha luta para que meninas como ela vivam em um Brasil melhor.
Uma hora depois e ela seguia firme, agora agarrada no colo, pescoço. "agora deixa eu ir embora?", perguntei. "me leva contigo?".
Não dava. Não podia. Mas a trouxe. Nos olhos, na mente. Na reafirmação de minha luta para que meninas como ela vivam em um Brasil melhor.
sábado, 25 de setembro de 2010
...
Vagava no próprio passado em busca de respostas que jamais teria. Em qual momento escolheu os caminhos tão definitivos que o afastava de seus próprios sonhos?
A vida seguia. E em alguns dias ele realmente tentava andar de marcha ré.
A vida seguia. E em alguns dias ele realmente tentava andar de marcha ré.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Vazio
O vazio no blog não corresponde a realidade. Os dias têm sido cheios. Cheios de carinho da população, cheios de garra para vencer dificuldades. Cheios de esperança que a vida das pessoas pode ser melhor com luta cotidiana.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Amizade
Eram duas. Duas fêmeas de longo pescoço, amarelas com manchas marrons. Uma morreu. A segunda, deprimida, foi murchando, apática, sem saudar as centenas de visitantes. Morreu. Ficou doente. De depressão. De solidão. A girafa do zoológico de Sapucaia não reproduziu, viveu sem um namorado todo o tempo. Mas não conseguiu viver sem a amiga.
P.s. Não gosto de animais em zoológicos. Mas essa estória é ainda mais triste do que as dos demais.
P.s. Não gosto de animais em zoológicos. Mas essa estória é ainda mais triste do que as dos demais.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Música para o dia
Não canso de ouvir essa música. "Eu levo teu sorriso como bandeira (...) o que tiver que ser que seja", diz Drexler.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Eu te amo
Ela estava parada com a cabeça levemente inclinada para cima. Cabelos brancos e curtos, uns setenta anos judiados pela rotina que há de ser dura. Jeito e roupas simples. Pediu para falar comigo. "Pois não?", eu disse. "Eu te amo", ela respondeu e seguiu andando.
É o suficiente para que todas as dificuldades da construção desse sonho chamado Brasil sejam superadas.
Nosso povo é esse, capaz de amar, de se emocionar, de ir a luta e de mudar. Essa senhora certamente não ama a mim. Ama aos sonhos que sonhamos juntas. E isso é o que dá sentido a luta.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Falta pouco
ou quase nada para o dia das eleições. Confesso que a tarefa de dividir a energia de uma maneira que ela sobre até o final é bastante difícil. Mas já estamos quase lá. Certa vez, Alceu Colares me disse: "Eleição não é prova de velocidade, é de resistência". Resistência física (estou há cinco dias com uma virose insuportável), resistência emocional (vemos pouco as pessoas que amamos). Resistir as grandes máquinas e seguir acreditando na consciência das pessoas. Tudo isso faz parte de nossa rotina eleitoral.
O segredo de dividir a energia de maneira equilibrada é nos nutrirmos da energia dessa gente que segue acreditando, lutando, construindo um Brasil e um Rio Grande melhor.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
sábado, 4 de setembro de 2010
Juventude e eleições
O que a juventude precisa?
Há dias ando incomodada com o uso feito por algumas candidaturas da palavra "jovem". De forma vazia, apenas com a linguagem jovial, afirmam ser " tudo" o que essa faixa populacional precisa.
Estou terminando meu segundo mandato aos 29 anos (fui vereadora e deputada federal). Antes disso, desde os 16, militei em organizações de juventude. No movimento estudantil e na UJS. Meus dois mandatos foram dedicados de maneira intensa as pautas de segmentos da juventude. E foram conquistados com uma ampla votação entre pessoas de 16 a 29 anos (aquilo que a ONU e agora nossa constituição entendem como juventude). Mesmo assim jamais me outorguei o título de representante da juventude, ou melhor, como a única representante da
Juventude. Tenho claro que os mais de 35 milhões de brasileiros com essa idade tem visões diferentes de mundo, necessidades e opções distintas. Tratar do tema juventude é como tratar do tema das mulheres: existem temas que unem a todos nós, a exemplo da luta pela participação politica, do protagonismo. Mas temos também nossas diferenças. Queremos participação e direitos. Mas existem jovens que defendem a universidade publica e jovens que a consideram um gasto. Existem jovens que defendem a Livre orientação sexual e jovens que acham um absurdo o combate à homofobia.
Por que escrevo tudo isso? Porque quero a galera pense em que projeto cabem suas idéias e sonhos.
Num país em que a maior parte dos jovens vive a desigualdade de maneira muito intensa, será que o projeto que comporta os nossos sonhos é um qe prevê o estado mínimo? Será que o projeto que sucateou nossas universidades públicas e decretou o fim
Das escolas técnicas federais representa nosso sonho de qualificação profissional? Para mim, não!! Será que aqui no Rio Grande a juventude cabe no projeto que liquidou nossa universidade estadual? Que não valorizou nossas escolas de Ensino Medio? Para mim, não.
Para mim, o sonho de grande parte da juventude é estudar, se qualificar profissionalmente, garantir que seus filhos (Sim! Muitos jovens tem filhos!!!) tenham vagas em creches, ver que os amigos não morrem na guerra do crack nem no tráfico nem nos hospitais esperando internação. Queremos ser
Felizes! E ver aqueles que amamos felizes!
Por isso minha opção nessas eleições é por aqueles que significam um projeto de desenvolvimento nacional que garanta direitos para os trabalhadores e distribua renda. Um projeto que inclua a juventude com seus direitos garantidos. Um projeto em que a gente não seja objeto! Em que nós sejamos atores da nossa estória! Um sonho que não seja nosso só no período eleitoral. Um sonho que não seja lembrado só por quem precisa de votos, mas cotidianamente.
Cada um escolhe o seu. Essa é a autonomia e liberdade que também queremos. Meu sonho passa pela eleição de Paulo Paim e Abgail, de Tarso Genro e Dilma. Aqueles que lutaram e lutam por um Brasil de todos.
Há dias ando incomodada com o uso feito por algumas candidaturas da palavra "jovem". De forma vazia, apenas com a linguagem jovial, afirmam ser " tudo" o que essa faixa populacional precisa.
Estou terminando meu segundo mandato aos 29 anos (fui vereadora e deputada federal). Antes disso, desde os 16, militei em organizações de juventude. No movimento estudantil e na UJS. Meus dois mandatos foram dedicados de maneira intensa as pautas de segmentos da juventude. E foram conquistados com uma ampla votação entre pessoas de 16 a 29 anos (aquilo que a ONU e agora nossa constituição entendem como juventude). Mesmo assim jamais me outorguei o título de representante da juventude, ou melhor, como a única representante da
Juventude. Tenho claro que os mais de 35 milhões de brasileiros com essa idade tem visões diferentes de mundo, necessidades e opções distintas. Tratar do tema juventude é como tratar do tema das mulheres: existem temas que unem a todos nós, a exemplo da luta pela participação politica, do protagonismo. Mas temos também nossas diferenças. Queremos participação e direitos. Mas existem jovens que defendem a universidade publica e jovens que a consideram um gasto. Existem jovens que defendem a Livre orientação sexual e jovens que acham um absurdo o combate à homofobia.
Por que escrevo tudo isso? Porque quero a galera pense em que projeto cabem suas idéias e sonhos.
Num país em que a maior parte dos jovens vive a desigualdade de maneira muito intensa, será que o projeto que comporta os nossos sonhos é um qe prevê o estado mínimo? Será que o projeto que sucateou nossas universidades públicas e decretou o fim
Das escolas técnicas federais representa nosso sonho de qualificação profissional? Para mim, não!! Será que aqui no Rio Grande a juventude cabe no projeto que liquidou nossa universidade estadual? Que não valorizou nossas escolas de Ensino Medio? Para mim, não.
Para mim, o sonho de grande parte da juventude é estudar, se qualificar profissionalmente, garantir que seus filhos (Sim! Muitos jovens tem filhos!!!) tenham vagas em creches, ver que os amigos não morrem na guerra do crack nem no tráfico nem nos hospitais esperando internação. Queremos ser
Felizes! E ver aqueles que amamos felizes!
Por isso minha opção nessas eleições é por aqueles que significam um projeto de desenvolvimento nacional que garanta direitos para os trabalhadores e distribua renda. Um projeto que inclua a juventude com seus direitos garantidos. Um projeto em que a gente não seja objeto! Em que nós sejamos atores da nossa estória! Um sonho que não seja nosso só no período eleitoral. Um sonho que não seja lembrado só por quem precisa de votos, mas cotidianamente.
Cada um escolhe o seu. Essa é a autonomia e liberdade que também queremos. Meu sonho passa pela eleição de Paulo Paim e Abgail, de Tarso Genro e Dilma. Aqueles que lutaram e lutam por um Brasil de todos.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Tudo é único
Nunca mais será da mesmas cores.
A combinação perfeita dos sete tons, decorrente do encontro do sol e da chuva não acontece todos dias.
A combinação perfeita dos sete tons, decorrente do encontro do sol e da chuva não acontece todos dias.