segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Voltando com tudo

Eu havia dito que em Janeiro teria uns dias fora de circulação. Fui viajar, tive alguns importantes dias sozinha. Dias de reflexão. Também fiquei muito com minhas irmãs e minha sobrinha linda, trabalhei em algumas coisas do mandato e Partido. 
Agora estou voltando a tudo. Inclusive ao blog. Manter esse espaço é bastante complexo. Por respirar política durante todos os dias, nem sempre tenho vontade de escrever sobre isso. Por fazer política intensamente, nem sempre tenho inspiração para escrever sobre outras coisas da vida. Também não consigo ler ou ir ao cinema tanto quanto gostaria, para dar dicas culturais.
Mesmo assim, resolvi manter esse Espaço. Junto com o twitter e outras ferramentas virtuais consigo me manter conectada com vocês.    
 

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Deixou que as crianças desembarcassem, ansiosas. Depois o marido, que jamais fora gentil. Era a parada certa do trem. Nem perceberam que ela sorria ao ver a porta fechar. Seguiu viagem. Viu pela ultima vez aqueles que sempre foram tão pouco seus.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Todos já foram abandonados no altar.
Ela escolhia a massa, o queijo, os tomates. Ainda estavam fazendo as compras.
Ele atendeu o telefone.  foi embora.
Pra que igrejas quando existem supermercados?
Quando eu morrer sentirás saudade, ela dizia.
Já estas morta há muito tempo, ele pensava.
Ainda podia ouvir aquela voz exigindo coragem.  Coragem. Coragem?!?
Ele havia abandonado a casa, a família, aos sonhos. Foi ridicularizado no trabalho. Ele! O funcionário mais dedicado! Todos riam daquela mulher, bem acima do peso, que o fizera perder a cabeça.    
Ela que riu, humilhou, traiu, pedia coragem. Ela. Aquela que sempre teve medo de amar. 

Do celular

Ando escrevendo tudo no celular. Por isso, tenho dificuldades em corrigir os textos.
Desculpas!

As mulheres e Dilma

Minha mãe não é militante. Não foi presa ou perseguida durante a ditadura militar, mesmo estando na faculdade de Direito da UFRGS.
minha Mãe foi uma mulher tradicional de sua geração: trancou a faculdade de direito com 18 anos para casar. Teve três filhas, cuidava da casa. Tudo mediano para o final da década de 60. Até ela se tornar uma "desquitada" e passar a dar aula de violão para criar minhas irmãs. 
Minha mãe é mais uma das mulheres que sofreu o preconceito de ser só, pois esse não era - e ainda não é - um direito das mulheres perante os conservadores. Depois, voltou para a faculdade (carregando as três filhas para conseguir assistir as aulas), ouviu alguns desaforos  e passou no concurso para juiz.  
Passou a ocupar um espaço relativamente "importante" e o preconceito cresceu. Mulher, cinco filhos, separada, ou seja, sozinha.
Por isso me emocionei tanto quando ela me contou, hoje pela manhã, que havia chorado durante toda a posse de Dilma. Disse que havia visto toda a vida e os momentos duros vividos passarem como um filme ao ver Dilma subir a rampa do Planalto. Disse que quando viu Dilma com a filha sentiu orgulho da coragem dela de se mostrar frágil e pedir a companhia da filha. Que quando a viu subir sozinha a rampa riu e chorou por lembrar-se de quando colocaram um pastor anglicano para fazer companhia porque uma juíza não poderia ficar sozinha no palco. Por fim me disse: senti orgulho por ela, por mim, por todas nós mulheres.
Por não ser militante ela não destacou a importância de Dilma na continuidade do projeto político de Lula.
Ela apenas descreveu um pouco do que todas nós mulheres sentimos ontem. 

Janeiro

Em Janeiro vou sair um pouco do ar. Serão alguns dias de descanso para voltar com muito gás para um novo ano de um novo mandato.
Aprendi, com os anos, que o descanso é necessário para que nosso cérebro produza. Para que a gente faça aquilo que tem que fazer. Mas mais feliz.