quinta-feira, 28 de abril de 2011

Simples assim 2

Para que serviria a influência concedida pelo povo ao me tornar deputada se minha voz não ficasse mais alta quando alguém tenta humilhar uma pessoa em minha frente?
Eu não defendo a tese. A tese existe para sistematizar coisas, sentimentos, causas reais. Apenas por isso eu defendo teses. Porque elas representam A vida real.
Ontem foi apenas isso que aconteceu na Comissão Direitos Humanos. Enquanto eu presidir a Comissão Bolsonaro não ofenderá Jean Willis ou qualquer outra pessoa.
Simples assim 2. 

domingo, 24 de abril de 2011

Inovação
texto escrito na Terça
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Aqui em Washington ouvi uma frase muito boa: pesquisa transforma dinheiro em conhecimento. Inovação transforma pesquisa em dinheiro. Pode ser dinheiro. Pode ser desenvolvimento. 
Pensar em mecanismos para garantir inovação tecnológica é o desafio atual do Brasil e de todos os países que buscam crescer de maneira sustentável.
Aqui é possível concluir que só há ciência básica com investimento público. Ou seja, a inexistencia de estado inexiste. E com centralidade no projeto nacional. 
É possível identificar limites em Nosso país. É gritante a Falta de  relação entre a pesquisa e empreendedorismo.   
Volto com duas reflexões: grande parte dos avanços científicos e
Tecnológicos aconteceram em nações em guerra ou com tradição bélica. Como garantir inovação numa cultura de paz? Ou como garantir tecnologia para a construção de paz e de uma vida melhor para todos?
A segunda diz respeito aos chamados copyrights. Aqui eles são motivados a pesquisar por isso. A cultura do "eu descubro, eu enriqueço". Mas nosso país, por exemplo, garante mais saúde para a população ao quebrar patentes e garantir genéricos. Somos até hoje lembrados pela campanha internacional que fizemos (quando FH presidia o país) em defesa da quebra das patentes. A publicidade dizia: " nenhum morto por uma patente". Uma revolução.
 É preciso pensar numa política brasileira de inovação, com a nossa cara.
Pesquisa para a paz. E para o desenvolvimento económico e social.    
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Texto escrito do celular. Desculpem erros!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A nossa auto-estima e a Copa de 2014

Um país é constituído por muitos aspectos. Sua economia, sua cultura, acesso a moradia, informação. Também poderíamos levar em consideração sua auto-estima para avaliar.
Estive na África do Sul no final do ano passado. A copa já havia acabado e todos sabemos que foi recheada de falhas. Aliás, andei pelo aeroporto, vi o overbooking da principal companhia do país, testemunhei a inexistência de transporte público naquele país.
Mas foi impossível me importar Com isso. O povo tem uma auto-estima tão elevada, uma versão tão positiva sobre a copa, sobre tudo. Eles sabem que não foram perfeitos. Mas sabem que fizeram o máximo! Sabem que o mundo viu a alegria da "bafana, bafana", sabem que o povo conheceu a superação do povo que venceu o aparthaid e levará para todos os cantos do mundo uma idéia de África do Sul desenvolvida, que não tem serviço de taxi mas não tem sujeira no chão. 
Essa é a visão que saí. Serviços médios. Povo maravilhoso. Superação. Trabalho. Unidade nacional.
Eu sou daquelas que acreditam que nossas obras ficarão prontas em tempo para 2014. Então, esse post não é uma defesa prévia. O que motiva
Esse post é que cada vez que eu entro em um avião e escuto alguém dizer: "e ainda querem ser sede da copa" recordo dos sul africanos.  Penso que mais que obras precisamos de mais auto-estima. A copa é para o mundo. Mas deve ser mais para nós mesmos.
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Escrevi esse texto voando para Whasington. Chegando aqui no seminário sobre inovação conformei minhas palavras. Eles descrevem que se há um aspecto decisivo para tanto empreendedorismo americano é a
Idéia de que o fracasso é apenas um
Passo da caminhada do sucesso. Ou seja, auto-estima. Todos sabem que não sou uma apavonada pelos EUA e nem pela forma como agem
Internacionalmente. Mas do ponto de vista da inovação são muito competentes.

Ausência

Hoje e Terça-feira estarei fora daqui. Participarei, a convite do woodrow wilson international center, de um seminário sobre Inovação tecnológica. Eles organizaram uma delegação com alguns parlamentares em Washington. Quando voltar, conto tudo.
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Em tempo: a câmara não custeará minhas despesas.
Escrevi o texto antes de lembrar que aqui tem internet gratuita! Já informo que a parte de
hoje pela manhã está sendo surpreendente. Pensar em
como transformar pesquisa em inovação, comparar modelos e potencialidades.  

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Bem-vinda Beatriz!

Tenho um orgulho alheio muito grande quando vejo a coragem ser plantada no espaço do medo ou se vejo ousadia no lugar do preconceito. Construir o sonho vale mais que reclamar da vida.
Hoje, na madrugada, nasceu minha segunda sobrinha. Beatriz, aquela que carrega a atriz no nome, a minha irmã atriz Mariana.
A distância desconfortável entre eu e todos os que mais amo me impediu de estar presente. Mas o meu orgulho da Mari, a minha felicidade em ver a coragem com que ela gerou e ama essa filha... Ah! Esses estão lá em Porto Alegre, ajudando a ninar a Bia.
Bem-vinda Bia! Foste sonhada por tantos anos, idealizada em tantas poesias, amada cada segundo por tua mãe. Bem-vinda!

terça-feira, 12 de abril de 2011

sábado, 9 de abril de 2011

A ilha da cidade

Ele era reconhecido por quase todos aqueles que freqüentavam ambientes políticos. Também o cumprimentavam os freqüentadores da Redenção. Fosse na feira ecológica aos sábados ou no brique aos domingos.
Alto, olhos azuis, cabelos e barba brancos e mapas carregados embaixo da axila. 
Uma história na ponta da língua: foi casado, vivia em Maquiné, tiveram um filho. O sogro, desgostoso, pediu a sua interdição. O mesmo sogro levou a amada do amigo do mapa para uma ilha, no Lago Rio Guaíba. Uma ilha fora do mapa. Uma ilha que não existe para nenhum de nós. Apenas para o amigo do mapa.
Nos seus mapas, marca tantas vezes quanto necessário, a localização da ilha. A amada já nem o interessa tanto. O que ele quer, de maneira desesperada, é que alguém o ajude a colocar a ilha no mapa. 
No mapa da cidade, diria Quintana. 

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Estrelas

É como se fosse a prova definitiva que a vida não está escrita. Crianças! Meu Deus! Eram crianças! Meninas - em sua maioria. Estavam na escola. Aquele que deve ser o mais sagrado dos templos porque guarda aquilo que mais nos liberta: o conhecimento. Ele era um jovem. Quem era? O que fez com que virasse um monstro? Como possuía uma arma? 
O dia de hoje matou um pouquinho de cada um. Um pouquinho do nosso brilho nos olhos sumiu.
De hoje muita dor e muitas reflexões. Armas foram alguma vez instrumento da vida quando nas mãos de quem não tem a responsabilidade de proteger? 
Porque tanta pressa em afirmar que ele era um fundamentalista religioso muçulmano se além de menções ao Islã havia também menções a Jesus? Não podemos promover a intolerância religiosa. Todos as religiões  podem ter, eventualmente,  seus fundamentalistas.
Quem era esse jovem? O que ele enfrentou? O que poderia ter sido feito?
Hoje é difícil ter respostas para tudo. Hoje é dia de buscar novas estrelas no céu. Acho que o brilho dos nossos olhos foi para lá junto com as doze crianças.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Outra vida

Tules de todas as cores.
Sapatilhas, grampos, maquiagem.
O mundo visitado pela ponta dos pés!  música, salões repletos de gente para assistir ao espetáculo!
O espetáculo? Sempre o mesmo, todos os dias. Sempre diferente.
Que bom ter outra vida em pensamentos.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Simples assim

Tem muita gente de boa fé que faz confusão. Mas tem um tanto de gente que confunde propositalmente conceitos para encobrir outras opiniões. Sou uma mulher que trabalha, paga impostos em dia. Logo, sou livre. Teria minha liberdade restrita apenas se cometesse algum crime certo? Certo. Agora imaginem se eu alegasse que fere a minha liberdade eu ter que andar vestida. Estaria certa? Em uma tese muito abstrata sim. Porque somos culturamente adaptados a usar roupas (tanto que várias tribos indígenas, por exemplo, não as usam). E eu poderia dizer que não aceito, que acho uma coisa opressora etc. Mas, cá entre nós, ninguém se sente menos livre por andar vestido.

Da mesmo forma funciona a liberdade de expressão. Valor mais caro da nossa democracia. Como militante comunista, como jornalista, como brasileira, jamais defenderia qualquer atentado ao direito que todos temos de nos expressar. É uma conquista dos que lutaram pela democracia (daí ser tão irônico ver os que apoiaram a ditadura a defendendo! mas... sejam bem-vindos!). Mas mesmo na nossa Constituição Cidadã a liberdade de expressão respeita conceitos. Lá está escrito: é livre a manifestação do pensar, sendo vedado anonimato. Quando vedamos o anonimato estamos proibindo alguém de se manifestar? Não!!! Estamos apenas pedindo que essa pessoa assuma a responsabiliade pelo que diz. Por que? Porque ele fala e é responsável pelo conteúdo de sua fala. Assim, se eu me sentir injuriada, por exemplo, posso agir em minha defesa.

Da mesma forma, se alguém cometer o crime de racismo deve ser responsabilizado por isso. Ninguém o proibiu de falar. Isso seria censura. Apenas queremos que responda pelo conteúdo do que falou.

Simples assim.

sábado, 2 de abril de 2011

Rímel

Sentia cada pingo borrar a face. Estava pronta. Pronta para sair, comemorar, pronta para fazer tudo o que aqueles dias corridos não lhe permitiam fazer. Os dias comuns eram dias da professora que saia de casa cedo, pegava duas conduções, corrigia provas no ônibus, comia o almoço jogado sobre o colo, tomava mais dois ônibus, chegava a outra escola, agüentava uma centena de jovens com hormônios alterados, voltava para casa, cozinhava, lavava roupa e dormia.
E, por isso, aquele rímel escorrendo era tão pesado. Pesavam sobre ele as expectativas de quem quase não vivia. De quem pouco respirava. Quanto mais alto é o sujeito, maior a queda. Eram assim também as expectativas. Grandiosamente construídas, violentas destruições.
E ela tinha o péssimo hábito de achar que podia pintar o mundo de colorido. Mas o rímel insistia em lhe mostrar a realidade. O rímel tingia seu mundo de preto.. 
 

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Água mole em pedra...

Conheci um homem apaixonado pelo conhecimento que produzia na universidade. Apaixonado pela idéia de que aquele conhecimento seria de todos, seria público. Apaixonado pelo Brasil que o havia permitido estudar na rede pública de ensino e que enriqueceria com suas descobertas de pesquisador. Um homem capaz de mudar tudo, tudo adequar para estar ali, sentado, orientando novos alunos e, portanto, novos professores. Alguém que cozinhava guizado com milho para servir aos que lotavam o apartamento tirando dúvidas nos finais de semana. Um homem que fez inimigos por não topar vender o conhecimento nem quando o salário pago, nos governos FHC, mal dava para tirar férias com os filhos. Era, digamos assim, a velhinha de Taubaté da educação em minha vida.
Deste homem ouvi uma frase que me deixou reflexiva. Disse ter muita vontade de se aposentar, disse que está cansado, que as mudanças na universidade são lentas demais. Fiquei apreensiva. Será que de tanto bater na pedra, a água também desiste e pode ficar dura? Ou quantos mares precisam bater em pedras para que elas mudem de lugar?
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Assim espero. Mesmo que a minha velhinha de Taubaté tenha, provisoriamente, desistido, espero que os netos dela sigam vivos e fortes mudando a cara da universidade pública e a fazendo a cara de nosso povo, com todas as cores, com toda a diversidade
E contribuindo para o Brasil se desenvolver.