domingo, 30 de novembro de 2008

Reencontros

A vida nos afasta e, depois, reaproxima.
Sábado fui homenageada em São Lourenço do Sul. Foi nessa cidade que fui alfabetizada. Tenho um orgulho tão grande que exibo em meu gabinete meu diploma na Escola Nossa Senhora Estrela do Mar. Sei o papel disso na vida das pessoas. Sei o sentido de saber ler e escrever para a liberdade e para adquirirmos a capacidade de nos libertarmos. Ler, desbravar o mundo dos outros. Escrever, tentar desbravar o nosso mundo. As irmãs do ENSEM fizeram uma homenagem para mim dentro da festa da homenagem.
Outra ironia da vida: minha mãe recebeu a mesma homenagem. Duas décadas se passaram.
Obrigada São Lourenço. Obrigada ao Jornal O lourenciano.

sábado, 29 de novembro de 2008

Amor pra recomeçar

Eu te desejo não parar tão cedo
Pois toda idade tem prazer e medo...
E com os que erram feio e bastante
Que você consiga ser tolerante...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom
Mas que rir de tudo é desespero...

Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor prá recomeçar

Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um você possa confiar
E que tenha até inimigos
Prá você não deixar de duvidar...

Final de ano

Estou trabalhando nesse final de semana. Novidade...
Mas entrei num clima de final de ano. Planos, repensando coisas, metas, promessas. Todas essas coisas. Vou postar, acima, um trecho de uma música que acho bonita. Não gosto muito do Frejat, que a canta. Mas acho que a letra compensa. Que sirva de reflexão para todos nós. Eu, pelo menos, continuo acreditando que o amor liberta. E constrói. Só a luta, com amor, muda a vida.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Calor

Está insuportável. O calor é gigantesco. Jà tive dor de cabeça, pressão baixa etc. Mas o sol seca as águas. Espero que também em Santa Catarina.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Meu irmãozinho

Meu irmão lindo me ligou hoje. Fiquei tão feliz que resolvi compartilhar com vocês uma foto nossa. Assim, vocês o imaginarão como alguém pequeno. Ele tem mais de 1m80cm hoje!

Meu lugar

Perdão... Mas meu lugar no mundo é mesmo Porto Alegre. Estive dez dias sem pisar na terrinha. Voltei hoje para ir ao médico.
Posso trabalhar um dia em cada canto, viver em Brasília... mas a minha cidade... ah! É Porto Alegre.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Chivitos com as mãos


Ela queria comer em um lugar mais parecido com a Cidade Baixa, em Porto Alegre. Ou com a Lapa, no Rio. Vila Madalena, para os paulistas. Foi procurar. Haveria de existir algum bar mais cultural em Montevidéo. Era sexta-feira à noite, o dia tinha sido ensolarado. O comum é que os jovens e todas as pessoas felizes estejam na rua nesses dias. Andou, andou, andou. Nada. Resolveu comer um chivito, o X dos porto-alegrenses. Ou o cheese-burguer dos americanizados.
Era self-service. Ou seja, o cidadão chega e escolhe o quer que tenha dentro. Ela ficou obervando a carne, o pão, os molhos. Tenta observar a pimenta, o chilli. “Isso é pouco higiênico”, pensa. O homem, com duas mãos enormes, sem nenhuma luva, faz uma bolinha com as pimentas, as esmagando e coloca em cima do pão. Não sem antes esmagar o pão, acomodar os ingredientes. Pouco higiênico? Não é nada higiênico. É horrível, terrível!!!
O homem pergunta se ela quer mais alguma coisa. Não, já era o suficiente. Até porque ela havia esquecido o que era “panceta” e já tinha bacon junto a pimenta esmagada, sovada com as mãos. Para fechar o sanduíche um aperto firme, com as mãos segurando a parte superir e inferior do pão. Preferiu não olhar para as unhas. Ou não pensar nelas.
Comeu. Pensou nas mãos. Em todos os movimentos delas e locais pelos quais ela deveria ter passado.
Saiu. Olhou para a lanchonete. O nome é “Mauro”. Certamente, esse era o nome do homem das mãos. Chivitos com as mãos. Chivitos com as mãos de Mauro. Pouco higiênico, é verdade. Mas ela riu o bastante e foi para o hotel feliz.


P.S. Estive em Montevidéo recentemente. Depois da campanha foram meus dois únicos dias descanso. Dois excelentes dias. Meus comigo mesma. E adoro isso. Gostei até dos Chivitos com as mãos.

Apenas implicando... ou inticando, como uns diriam...


Ando escrevendo muito sobre política porque tenho dedicado ainda mais tempo para o trabalho. Cresci ouvindo que minha opção política e ideológica era velha, superada. Sou marxista. Tenho claro que temos que estudar e observar o Brasil. Mas tenho que inticar com aqueles que nos tratavam como lunáticos quando diziamos o que representava o neoliberalismo. Vejam uma parte do Capital, de Marx:



“Em um sistema de produção onde toda a continuidade do processo de reprodução depende do crédito, quando este acaba subitamente e somente transações com dinheiro passam a ser aceitas, é inevitável que ocorra uma crise, uma tremenda demanda por meios de pagamento. É por isso que, à primeira vista, a crise inteira parece ser somente uma crise de crédito e de moeda. E de fato trata-se apenas da conversibilidade de letras de câmbio em dinheiro. No entanto, a maioria destes papéis representam compras e vendas reais, cuja extensão – para muito além das necessidades da sociedade – é, afinal, a base de toda a crise. Ao mesmo tempo, há uma quantidade enorme destas letras de câmbio que representam mera especulação, que agora revela sua face e colapsa; especulação fracassada com o capital de outras pessoas, com o capital-mercadoria depreciado ou invendável, ou com ganhos que nunca mais poderão ser realizados. Todo esse sistema artificial de expansão forçada do processo de reprodução evidentemente não pode ser resolvido com um banco, por exemplo, o Banco da Inglaterra, entregando a todos esses especuladores o capital que lhes falta através de seus títulos, comprando mercadorias depreciadas a seus antigos valores nominais. Aliás, é nesse momento que tudo começa a parecer distorcido, já que nesse mundo de papel, o preço real e seus fatores reais desaparecem, deixando visível somente metais, moedas, cédulas, letras de câmbio e títulos.”

Karl Marx, O Capital, vol. 3, cap. XXX.

(roubei do blog terribili.blogspot.com, de minha grande e linda amiga Alê. Na foto, o jovem Karl Marx)

Renildo, meu líder

O meu maior amigo em Brasília, meu querido camarada Renildo foi eleito Prefeito de Olinda. Ele vai me abandonar para cuidar da cidade linda do povo pernambucano. Ontem, após uma sessão exaustiva, fizemos uma janta de despedida para ele. Lá pelas tantas... alguém ousou falar mal do Oswaldo Montenegro. O chamaram de homem de uma música só. Para mostrar quão desinformadas as pessoas podem ser, publico a mais linda poesia dele. Metade.

Tristes dias em Santa Catarina

É verdade. Me sinto um pouco culpada em não dar conta de falar em tudo o que acontece. Mas não posso deixar de registrar a minha solidariedade e tristeza com o que acontece em SC. São muitos mortos, muitas crianças sem pais, pais sem filhos. Uma tragédia.
Ontem estive com uns camaradas do Partido Comunista de Cuba. E os ouvia abordar o impactos dos três furacões que chegaram à pequena ilha socialista, na proximidade dos 50 anos da Revolução.
Sabe o que me causa mais espanto? Foram os mais violentos furacões da história. Um, dois, três. Qual o impacto econômico? 20 bilhões de dólares. Quantas casas foram atingidas? 4,5 milhões. E destruídas? Meio milhão. Mas o espanto surge desse número: sete pessoas morreram. Por que? Porque o governo privilegia o cuidado ao ser humano. As casas, os carros, os bens... são menos importantes. Como deveria ser para todos. Sempre. A melhor coisa desse mundo, afinal, é o ser humano.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Hahaha

Gente, Wagner Gomes é um sindicalista do PCdoB. Esse partido não sai da minha cabeça nem na hora de me lembrar de gente bonita! Perdão.

Que pena, pede para sair...

Peguei avião do Rio para Brasília com um ator que admiro profundamente: Wagner Moura. Sempre dá um show de interpretação. Para quem não lembra é o Capitão Nascimento, do Tropa de Elite. Devo admitir que, além de tudo, ainda o acho muito bonito. A torcida do Flamengo também.
Após participar de um Congresso de Turismo, sobre a Copa de 2014, fui ao Senado para acompanhar a discussão da Lei da meia-entrada. Chego lá e quem está na Comissão contra a proposta dos estudantes? Adivinharam! Wagner Moura. Juro, juro mesmo, tive que resistir muito para não ir brincar com ele, dizendo: "Pô, pede para sair". Que pena!

Estágios

Participei de um debate sobre Estágios ontem no Rio de Janeiro. Promovido pela OAB-RJ, tive a oportunidade de ouvir críticas, sugestões e eleogios ao nosso substitutivo. Muito bom. Adorei. Muito produtivo.
Além disso, mesmo com chuva, tive a oportunidade de rever a cidade maravilhosa. Gente, o Rio é um espetáculo. Não deixem de visitar pelas muitas notícias ruins divulgadas pela imprensa. Todo mundo tem direito de olhar de perto aquele cenário desenhado por alguém muito inspirado... Lembrei do Armandinho, cantor gaúcho, "quando Deus te desenhou, ele estava namorando..." Só pode. Deus estava apaixonado quando fez o Rio de Janeiro.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Ele



Y mariana


Não sei. Não entendo. Mas sempre é ele quem me conforta. Em todos os bons e nem tão bons momentos.
Sílvio Rodriguez, trovador cubano.

A sinceridade

Serão as pessoas mais sinceras através das máquinas? Será que a frieza dos teclados, a cegueira do monitor nos expõe mais? Estou descobrindo que, em muitos casos, sim. Não gostei dessa descoberta.
Não, não me refiro aos que perdem a timidez. Nem aqueles que adquirem força para declarar o amor através de um email, de uma mensagem no orkut ou no facebook.
É apenas uma constatação de quem navegou um bocado e viu o que não queria.

Rapaz... Como é bom ser comunista!


Estou em São Paulo, no 10º Encontro dos Partidos Comunistas. Somos 66 delegações de todos os continentes. Tenho que compartilhar com vocês: estou muito feliz e emocionada.

Há duas décadas o Muro de Berlim deixou de existir. E, para mim, que nem recordo dele em pé, bate fundo a sensação de estar com tantas pessoas que acreditam na humanidade, na força das idéias, nos direitos dos que produzem trabalhando.

Nesse momento de profunda crise do capitalismo no mundo, quando até os mais ferrenhos defensores do estado mínimo, da mão invisível do mercado fazem suas auto-críticas, é bom ver a atualidade de nossas idéias e de nossa luta pela liberdade e pela paz.
Queria apenas registrar algumas frases. Não são literais, mas nos levam a reflexão.

"A crise, para alguns, é uma surpresa. Para nós, comunistas, é a a consequência do sistema capitalista" PC Bulgária

"É preciso trabalhar mais e melhor com as novas gerações" PC Cuba

"O socialismo não é inevitável. Mas é necessário para um mundo de paz" PC EUA

"Esperamos o dia em que todas as nações americanas vivam em cooperação. Sem a dominação dos EUA" PC EUA

"A única batalha que se perde, é aquela que se abandona" PC Equador

"Os jovens iraquianos se inspiram nas vitórias da América Latina, isso dá força, ânimo" PC Iraque


Citei essas frases, fora de seus contextos (foram mais de 30 falas, cada um com dez minutos) para que a gente reflita sobre a crise, sobre o mundo em que queremos viver.

Eu, a cada dia tenho mais certeza: quero viver num mundo melhor. Quero andar na rua e ver que os jovens não precisam ser dividos entre aqueles que têm o tênis Nike e aqueles que carregam armas. Quero ver as crianças estudando, com saúde. Quero ver nossa gente trabalhando, produzindo. Quero viver num mundo com paz.

Diria Drummond: " O outro nome da paz é justiça social." Eu quero o socialismo!


P.S. Para aqueles que gostam de rir de mim... Eu sou mesa do Congresso, ou seja, sem sair, sem conversar, sem telefone...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Minha homenagem aos gols de ontem...



Conheci alguém que, certamente, está comemorando lá no céu. Dallegrave deve estar rindo junto com outros saudosos colorados...


Conosco na foto meu querido amigo tadeu, que me presenteou agora com a imagem.


EU NÃO ACREDITO!!!!


Gente... Juro que não acredito no que vivi agorinha! Após fazer um debate sobre a nova Lei dos Estágios (que também me faz muito feliz) vim ao plenário e... APROVAMOS A RESERVA DE VAGAS PARA ESTUDANTES DE ESCOLAS PÚBLICAS NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS.

São dez anos que luto, que lutamos por isso. Parece um sonho. A juventude, o povo brasileiro terá mais chance de estudar. O conhecimento será mais popular! Vejam bem: se apenas quem usa o sistema privado de saúde faz medicina, quem pensará em Programa de Saúde da Família (PSF)? Quem pensará o Sistema Único de Saúde (que comemora 20 anos agora)?

Vitória da UNE, da UBES, da juventude, dos movimentos sociais. E me permitam: mais um avanço do governo do Presidente Lula, aprovado pela Câmara dos Deputados.

Dependente

Concluí que tenho tendência ao vício. Quando era guria e gostava da noite, saía quase todos os dias. Na universidade, fazia 52 créditos por semestre, inúmeras cadeiras, dois cursos. Quando ingressei no movimento estudantil nunca me satisfiz apenas em disputar as eleições do Centro Acadêmico. Ajudava na área de Solidariedade Internacional à minha grande amiga Ana Maria Prestes.
Na minha vida pessoal, quando me dedico a ler não me interesso por um livro de determinado autor. Tenho que ler todos. Não sou de gostar pouco das pessoas. Ou amo, ou odeio. Quem é meu amigo, tem uma leoa na defesa. Quem não é leal, poucas vezes retoma minha amizade. Ou passo semanas dormindo nas casas de minhas irmãs ou semanas sem telefonar. Ou falo, falo, falo... ou me calo.
Quando fui eleita vereadora e deputada nunca me contentei em ser apenas parlamentar. Sempre lutei para prestar contas, fazer debates, estar na rua, conversar com as pessoas, aprender temas novos, me meter onde não era chamada...
Agora tento conversar mais com meus amigos. Fiz um perfil no facebook, ando com o smartphone... Criei o blog. Prometi que seria exclusivamente pessoal. Mas o que posso fazer? Eu sou todos os meus vícios! Eu sou os meus defeitos! Esse espaço também me gerou dependência...
Fico feliz ao ter notícias de amigos, triste se não há nada de novo no front...
Não me bastasse todos os meus antigos vícios criei mais um...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Trabalho

Estou feliz porque tenho trabalhado muito. E rendido bastante. Ontem, cheguei em Brasília, escrevi dois artigos, votei uma Medida Provisória importante, discuti a nova equipe do mandato e a nova comunicação. Fechei materiais de prestação de contas e ainda conheci a Secretária de Planejamento da cidade de Cândido Godoi (a capital dos gêmeos). É uma cidade que muitas vezes é atingida por diversas fatalidades. Me impressionou a emotividade dela falando da juventude da cidade, do caos da destruição, do tráfico de carros, drogas... É raro ver um gestor público emocionalmente tão envolvido com a vida das pessoas. Fiquei feliz.
Hoje, apenas na manhã, participei do lançamento da Frente Parlamentar em defesa do piso para professores. A governadora gaúcha acha muito pagar R$ 950 para quem disputa a nossa juventude para a educação. Ingressou com uma ação de inconstitucionalidade. Uma vergonha que fez com que nossos professores entrassem em greve.
Agorinha aprovamos na Comissão de Trabalho (que participo) meu substituto que combate a anorexia nas modelos. Vitória daqueles que combatem a padronização das mulheres na nossa sociedade!
Estou saindo correndo para reunir com o Ministro Zé Múcio para lutar por recursos para as nossas cidades gaúchas...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Não julguem

"Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes,
não me julgues
Não me tentes
(...)
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser"
Cássia Eller, 1º de julho


Cópia

Adoro o David Coimbra. Lendo o blog dele achei uma maravilhosa frase.
Vladimir Nabokov, em Lolita:
"Não trate como prioridade quem te trata como opção".

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Centenário mais triste


Escreveria sobre futebol hoje. Uma das minhas grandes paixões. Pensei em manifestar meu asco ao grupo de torcedores racistas e homofóbicos que brigaram ontem, após o jogo do Grêmio. Mas, justamente por futebol ser paixão, não ódio, escrevo sobre Dallegrave.
Meu colorado terá um centenário mais triste pois nosso persistente e apaixonado colorado nos deixou. Se, como dirigente, alguém poderia ter alguma crítica ao Dallegrave, ninguém, jamais, poderá dizer que ele não foi um dos maiores torcedores colorados de todos os nossos quase cem anos.
Pai da Bianca, minha colega espevitada de faculdade, ele deixa uma camisa 12 a menos no nosso Beira-rio. Somos milhares, é verdade. Mas sempre tem um que faz mais falta. Ele fará...

domingo, 16 de novembro de 2008

Descoberta

Descobri, muito feliz, essa banda argentina. Chama-se Los piojos, a música Bicho de ciudad. Achei a cara de nossa, cada vez mais amada, Porto Alegre.

Não tolero



A única coisa que não tolero e a intolerância. Não pude estar na parada livre por motivos pessoais. Vi, em meus dois dias de descanso, um belo adesivo de propaganda de camisinha colado em um coletor de lixo. Dizia: o mundo precisa de mais amor. É verdade.
"Qualquer maneira de amar vale, qualquer maneira valerá". Viva a luta pela livre orientação sexual! Viva o combate a todo e qualquer preconceito!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Velhinho

Velinho ou Velhinho? Quando se tem três maravilhosas irmãs com esse sobrenome (o primeiro) fica difícil acertar a outra... Histórias do casamento grego.

Amigos

Hoje reencontrei um grande amigo. Bah... Alívio, felicidade. Guga, eu te adoro guri.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Perfeição


Vejam se é possível estar vivo, ser humano e alcançar a perfeição.
Sarah Brightman - Think of me

Compartilhando tesouros




Isso é parte do que faz minha vida muito feliz.
Secret Garden - Poeme

Torcida

Há alguns poucos dias compartilhei com vocês a alegria de ver meu terceiro afilhado nascer. Téo está doente. Sei que vai dar tudo certo. Quero pedir a oração, o abraço, a força, a energia, a torcida... qualquer coisa boa na qual vocês acreditem é bem-vinda. Téo precisa sair dessa.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Maratona

Nunca fui do tipo de praticar exercícios e tenho relativa culpa por isso. Mas há alguns dias tenho corrido, corrido tanto que me senti uma maratonista. Resolvi enfrentar diversos desafios de uma só vez. No mandato, na vida, nas minhas casas (em Brasília e em Porto), em mim mesma. O que será que aqueles quenianos maravilhosos fazem depois de vencer os obstáculos das grandes distâncias?

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Seu Araújo


Nosso Velinho se foi. O caixão, poucas pessoas (pelo horário), a bandeira do Partido. Quem esteve com ele no hospital contou-me que, no dia das eleições, ele dizia: "Preciso ir votar na beleza". Esse era o Seu Araújo. Mal se foi e já deixa saudades.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Nada é pra já

Para dormir feliz. Simplesmente feliz. Os que amam, por amarem. Os que já amaram, por terem amado. Os outros porque certamente amarão. Sempre é tempo.

Última homenagem

Poucos aqui conheceram o Seu Araújo. Velho combatente, mais antigo militante do PCdoB em Porto Alegre. Homem humilde, Seu Araújo aprendeu com o povo e viveu feliz. Lutou até o fim. Seu Araújo não tombou no Araguaia, como muitos de seus contemporâneos. Seu Araújo sobreviveu à ditadura. Aos 85 anos morreu agora. De morte morrida, como dizem.
Diria o Aldo: na vida temos que ser fruto e semente. Ele foi fruto dos que vieram antes. Nos deixou como sementes.
Descansa em paz, meu querido camarada. Seguiremos a tua luta.

domingo, 9 de novembro de 2008

Aquarela ganha nova cor


Obama salta aos olhos. Que ele sintonize na frequência das esperanças do povo que o elegeu.

Huellas - Pegadas

Vejam, ouçam, sintam... Conheçam Pedro Guerra. Para viver com mais paz.






¿cuántas cosas dejan huella?
¿cuántas cosas se recuerdan?
¿cuántas brillan en el tiempo aunque no están?
¿cuántos rastros? ¿cuántas cosas?
¿cuánto al fin es lo que importa?
¿qué momento en la vejez te abrigará?
un parto
una sonrisa
una ilusión
aquel abrazo
una canción
la lluvia dibujada en el cristal
un beso
una caricia
la emoción de aquel encuentro
una razón
la tarde que desgasta la ciudad
¿cuántas cosas dejan huella?
¿cuántas cosas se recuerdan?
¿cuántas brillan en el tiempo aunque no están?
la plaza roja
un cuadro de van gogh
aquella extraña palidez
una ciudad torcida
un resplandor
un niño que dormita en un rincón
toda esa torpe dejadez
la prisa incontrolada del reloj
¿cuántos rastros?
¿cuántas cosas?
¿cuánto al fin es lo que importa?
¿qué momento en la vejez te abrigará?
la luna y esa dulce sensación
de amarlo todo de una vez
las brasas que aún incendian la pasión
la calle
la cornisa y el balcón
el mapa mudo de tu piel
el fruto merecido del amor
¿cuántas cosas dejan huella?
¿cuántas cosas se recuerdan?
¿cuántas brillan en el tiempo aunque no están?
¿cuántos rastros?
¿cuántas cosas?
¿cuánto al fin es lo que importa?
¿qué momento en la vejez te abrigará?

24 horas

Em 24 horas é possível mudar o mundo. Presidentes declaram guerras, o Conselho de Segurança da ONU condena o bloqueio à Cuba, as bolsas despencam. Em um dia crianças nascem aos montes. Jovens morrem com tiros. Em 24 horas recebemos flores, choramos, felizes, lendo o cartão. Depositamos flores nos túmulos de pessoas que amamos.
Em 24 horas é possível errar muito. Arrumar quase tudo. É possível limpar o cérebro das coisas ruins, apenas pensando em tudo de bonito que existe nesse mundão. Se não funcionou Chico, Nei, Cartola, escute Sílvio Rodriguez. Se Sílvio falhar busque Caetano. Leia Quintana, telefone para quem ama. Pense. E aja. Aja antes de falar. E depois fale com coerência sobre o que já fez. Não busque respostas. Conheça as perguntas, diria Confúcio.
Um dia? Um dia é tempo o suficiente para sermos felizes. Desde que tenhamos certeza de que "é melhor ser alegre que ser triste".
Lú, vai a luta. Para quem apertou parafusos, enfrentar a vida, a dor, o amor não pode ser tão complicado. Se as primeiras 48 não foram suficientes, tenta as próximas 24. Não desiste. As tuas 24 horas vão chegar. Elas sempre chegam.




P.S. Nem todos que visitam o blog conhecem a Lú, a Luluzete, que trabalha comigo. Ela é um misto de coisinha pequena e fofa com uma grande, forte e corajosa mulher. Bisbilhotando o blog dela (www.nemcanetanempapel.blogspot.com) li um texto perguntando se era possível arrumar a vida em 48 horas. Resolvi responder. Aqui. Assim como a Lú tenho mais facilidade em escrever do que falar.

Dorothy acertou


Alguém lembra de "O mágico de Oz"? Quando a Dorothy diz não haver lugar como nosso lar? Deus! É exatamente assim que me sinto hoje.
Não sei em que momento da vida passei a preferir casa à rua. Deve ter sido quando passei a gostar mais do dia do que da noite, de conversar com amigos, de pensar na vida. Aliás, o que eu mais gosto em casa é exatamente o não pensar, o não fazer. E não ter ninguém por perto para testumunhar essa sensação.
É engraçado. Lembro-me que, há muitos anos, mais de dez, a Letícia, uma grande amiga de escola, me perguntou o que eu fazia em casa. Eu respondi: nada. Não sabia ficar em casa. Não ficava em casa. Aquele era o espaço para dormir, apenas. Estudar, às vezes. Não fazia sentido ficar ali. Ouvir música ali. Lia no ônibus. Ouvia música no CD Player (alguém lembra desse aparelho??? Estou velha mesmo...). Talvez me aceitasse menos. Não devia saber conviver comigo.
Hoje rezo para chegar em meu apartamento. Dorothy estava certa.


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Atenção

Gosto de pessoas atentas. Mesmo que elas sejam dispersas, como eu.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Benditos

Não é que eu não queira escrever. É que eles escrevem muito melhor do que eu. Dizem o que sinto, o fazem de maneira tão bela e doce... Por que repetir o que já foi bem dito? Benditos...

DA FELICIDADE

Quantas vezes a gente,
em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão,
por toda parte,
os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!

Quintana

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Gioconda Belli

TEXTURA DE SUEÑO

No he visto el día
más que a través de tu ausencia
de tu ausencia redonda
que envuelve mi paso agitado,
mi respiración de mujer sola.

Hay días que están hechos para morirse
o para llorar,
días poblados de fantasmas y ecos
en los que ando sobresaltada,
pareciéndome que el pasado va a abrir la puerta
y que hoy será ayer,
tus manos, tus ojos, tu estar conmigo,
lo que hace tan poco era tan real
y ahora tiene la misma
textura del sueño.


P.S. Em tempos de Feira sempre sugiro que conheçam Gioconda. Ministra das Comunicações da Nicaragua sandinista, jornalista, poetisa... Comprem "A mulher habitada", em português.
A poesia acima é apenas a que considero mais bonita das que ela escreveu. Apenas isso, fiquem tranquilos... hehehe

"Só resta lamentar"

Hoje recebi um email que termina com essa frase. Quem se imagina lutando por algo com esse conformismo gigantesco?
Lamento não combina com luta.
Lamento não combina nem com choro, nem com riso.
Lamento não combina com amor, não combina com ódio.
Lamento não combina com querer.
Também não fecha com não desejar.
Lamentar... É coisa de quem não sabe o que sente, não sofre, não ri.
Eu não costumo lamentar.
Eu choro achando que vou morrer de tanta dor.
Eu morro de rir, adoro fazer com que outros riam (mesmo de mim mesma!!)
Eu quero que tantas coisas não aconteçam.
Quero que tantas outras se realizem.
Eu não me conformo, não lamento.
Eu vivo.

Esperança

Obama venceu as eleições norte-americanas. Quintana diria que a esperança é um urubu pintado de verde. Hoje a esperança é um homem, negro e jovem que presidirá a maior potência econômica do mundo. Mesmo que vivam uma grande crise.
Obama traz esperança de mais igualdade e, sobretudo, de mais paz.
Eu preciso parar, como disse no último post. Quando conseguir estarei mais feliz. E minha esperança e meus sonhos ainda mais vivos.

Preciso parar

Não escrevi ontem porque, sinceramente, não tenho absolutamente nada de novo para contar. Ou que eu queira ou possa escrever. Trabalhei muito nos últimos dias, debatemos o orçamento, o trensurb, esporte, infra-estrutura... Estive em Porto, estou em Brasília, vou à São Paulo. A única certeza que desenvolvi é que preciso parar. Uns cinco dias. Eu, eu mesma e meus pensamentos. Fazer comigo o que estou fazendo com minha casa e meu mandato: organizar. Acho que é justo. Ou apenas necessário.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Rabo de nuvem





Rabo de nube
Silvio Rodríguez

Si me dijeran pide un deseo,
preferiría un rabo de nube,
un torbellino en el suelo
y una gran ira que sube.

Un barredor de tristezas,
un aguacero en venganza
que cuando escampe parezca
nuestra esperanza.

Si me dijeran pide un deseo,
preferiría un rabo de nube,
que se llevara lo feo
y nos dejara el querube.

Un barredor de tristezas,
un aguacero en venganza
que cuando escampe parezca
nuestra esperanza.

Sonhos

As pessoas compram tanto, desejam tantas coisas... É até difícil imaginar alguém realizado quando se quer tanto e se acha que o dinheiro resolve tudo. E os sonhos? Que espaço existe para isso? Eu tenho apenas UM sonho. Não há dinheiro, ambição, decreto, nada material que possa torná-lo realidade. Ei de concretizá-lo.

domingo, 2 de novembro de 2008

Configurando

Entrei no mundo dos blogs agora. Aliás, trouxe parte de meu mundo para dentro da internet. Tentei configurar meu espaço e não consegui. Perdi materiais, mudei cores. Não gostei. Reajustei, tentei imitar o antigo. Não consegui. A impressão que me ficou é que isso aqui é quase tão complexo como a vida!
Às vezes, mudamos a aparência. Mas a essência permanece intacta. Fiz isso com o blog. Os textos, que são a parte importante, continuaram intactos. Outras vezes queremos voltar atrás e manter as situações como eram antes de mudarmos tudo. É impossível!!! Não temos o poder de voltar no tempo. Também não conseguimos voltar na configuração após termos gravado equivocadamente.
A vida é muito mais complexa do que os computadores, certamente. Entretanto, muitas vezes, seria bom poder visualizar antes de mudar. Como aprendi a fazer com o blog!

sábado, 1 de novembro de 2008

Ainda sobre humanos

Poema em linha reta

Fernando Pessoa

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras,
pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.