Alguém lembra de "O mágico de Oz"? Quando a Dorothy diz não haver lugar como nosso lar? Deus! É exatamente assim que me sinto hoje.
Não sei em que momento da vida passei a preferir casa à rua. Deve ter sido quando passei a gostar mais do dia do que da noite, de conversar com amigos, de pensar na vida. Aliás, o que eu mais gosto em casa é exatamente o não pensar, o não fazer. E não ter ninguém por perto para testumunhar essa sensação.
É engraçado. Lembro-me que, há muitos anos, mais de dez, a Letícia, uma grande amiga de escola, me perguntou o que eu fazia em casa. Eu respondi: nada. Não sabia ficar em casa. Não ficava em casa. Aquele era o espaço para dormir, apenas. Estudar, às vezes. Não fazia sentido ficar ali. Ouvir música ali. Lia no ônibus. Ouvia música no CD Player (alguém lembra desse aparelho??? Estou velha mesmo...). Talvez me aceitasse menos. Não devia saber conviver comigo.
Hoje rezo para chegar em meu apartamento. Dorothy estava certa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário