quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Duas pessoas amadas

Acabo de sair da reunião-almoço da bancada de meu partido. Todas as semanas trocamos impressões sobre os projetos que tramitam aqui. Hoje o tema foi os projetos dos aposentados, junto com nossos amigos da CTB.
Eu odeio dia disso, dia daquilo. Mas eu preciso e quero muito fazer uma homenagem a duas pessoas maravilhosas que trabalham comigo e salvam a minha vida diariamente. A Paulinha e a Vanessa. Hoje é o Dia da Secretaria. E eu apenas quero agradecer essas duas mulheres pequenas e brabas que organizam e trabalham demais para que a gente possa estar em todos os lugares ao mesmo tempo. E o melhor: as duas são tão competentes que brigam pela minha vida na agenda. São minhas parceiras para dizer pra galera: ela tem que dormir, vocês lembram disso? Ou: é aniversário do namorado dela hoje pela noite.
Gurias, obrigada por existirem todos dias e a cada quinze minutos do dia!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Faça o que eles dizem...

não faça o que eles fazem.
Escrevi isso para dizer que, infelizmente, muitos militantes e políticos agem exatamente assim. Não levam em consideração que mais do que ganhar ou perder, é fundamental a forma como ganhamos ou perdemos.
Não sou mais do movimento estudantil. Mas vou descrever um episódio para vocês refletirem sobre isso.
Sábado me deram a notícia que uma chapa de uma gurizada próxima a UJS numa universidade havia sido impugnada sem razão alguma. Teve briga, confusão etc. A turma da comissão eleitoral, ligada a um partido que se diz "o dono da moralidade e da ética" teve que recuar e aceitar a chapa. Resultado: no voto a chapa da gurizada ganhou. Ou seja, "os donos da ética no Brasil"devem ter previsto que iam perder e resolveram apelar. Como fazia a galera do DCE da PUC na época em que eu militava lá. Não tinham voto e roubavam. De mil maneiras maneiras. Anulavam chapas, exigiam documentos de última hora etc.
Ou seja, tão bons de discurso, tão ruins na prática como aqueles que condenam.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Eu adoro a Gol!

Evidente que é uma piada. É que palavras pesadas fazem mal para a gente. Estava embarcando para Brasília, em plena sala de embarque e fui comunicada que meu avião não estava em Porto Alegre, que havia sido cancelado e que eu receberia uma nova passagem. Nenhuma ligação, aviso, sinal de fumaça. Logo, só sairei amanhã de madrugada.
Hoje o dia foi legal. Bem cedo participei da inauguração da nova Emergência do Hospital Cristo Redentor. Mais leitos, mais espaço, mais privacidade. SUS mais humanizado. A Ju Cony estava bem feliz porque esse é um dos grandes êxitos da gestão dela lá no Grupo Hospitalar Conceição. Da Zona Norte fui para Canoas. Participei de um seminário do mandato do Senador Paulo Paim sobre protagonismo da mulher na construção de um novo poder. Auditório lotado de mulheres do movimento social de Canoas. Muitas experiências interessantes, todos com espaço para falar.
Depois, um programa de rádio e no início da tarde o nosso 5o Seminário do Envelhecimento Saudável. Grande dia! O tema era educação. O auditório do IPA estava lotado e além das professoras palestrantes tivemos a experiência de uma senhora que ingressou na universidade com 60 anos. Esse ciclo de debates é uma das grandes vitórias do mandato. Está se consolidando, cada vez mais parceiros, mais gente. Fico feliz demais. Isso compensou o meu amor pela Gol.

domingo, 27 de setembro de 2009

A moça dos anéis

Era início dos anos 2000 e ela vendia anéis nos bares da Cidade Baixa. A Cidade Baixa era diferente da de hoje em dia. Eram bares para conversar. Nos reuníamos militantes de todos os partidos, eram mesas de movimento estudantil, mesas de sindicalistas. Noutras ficavam artistas, falavam de teatro, cinema. Era outra Cidade Baixa. Ela vendia anéis. Voz estridente, cabelos negros, longos e crespos, opiniões sobre tudo, sobre o mundo, sobre nossos partidos, sobre nosso visual, sobre nossos namorados, sobre a noite, sobre a vida. Era alegre. Uma vez a vi chorar. Por algum homem que partiu seu coração e a agrediu fisicamente. Ela viu a todos nós chorar, certamente. Era dessas figuras constantes como o uruguaio dos incensos, a tia de cabelo roxo, o moço do amendoim.
Hoje, após sair da Conferência do PCdoB em Porto Alegre, após passar esse dia de chuva dentro da Assembléia Legislativa, após debater o desenvolvimento do Brasil, após ver a essa geração de militantes desta Cidade Baixa serem eleitos dirigentes do Partido, após me emocionar pelas palavras de alguns militantes, após ver o Fernandinho ser eleito presidente do partido, após apurar votos, fomos caminhando até a Casa de Cultura Mário Quintana tomar um café, comer, comemorar. Despertar o poeta, como diria a Ju Cony. No caminho, sentada num degrau, consumida pela vida, pela chuva, pela maldita pedra do crack, uma moça falava sozinha. Olhei. "Não conhece mais as pessoas?", perguntou uma voz estridente. "Meu Deus, como estás diferente!", respondi ainda conectando as informações. Sim, era a moça dos anéis, meu deus, era a moça dos anéis!!! "Tu notou que eu cortei os cabelos?", riu, tentando transformar toda a sua diferença em um corte de cabelo.
Seguimos caminhando. Tomamos nosso café. Não consigo tirar a imagem dela da cabeça. Que mundo é esse que transforma a alegria das pessoas em tanto abandono e dor? Que mundo é esse em que uma pedra derrota as pessoas? É por isso mesmo que lutamos não? Para não deixar que as coisas sejam mais importantes do que as pessoas, para não deixar a vida ser consumida por morte, para garantir que os sorrisos sigam sorrisos.

Bar do Nito

Há um bar em Porto Alegre que me faz feliz. Todos sabem que moro em Petrópolis e amo a Cidade Baixa. Mas vou ao Nito desde que entrei na faculdade. Fico sempre feliz. Mesmo cansada voltei a passar por lá. Hoje fiz isso. Comemorei o aniversário da Gisele. Em homenagem a nossa felicidade (apesar do final de semana de trabalho!!!):

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O último

Trabalhei o dia todo. Mas quero contar que ontem acabei o último romance de Benedetti. Há duas semanas anunciei que estava me preparando para ler. Interrompi com outro livro (que depois comento) e... bem... me agarrei às últimas páginas, segurei e acabei. Não tenho palavras para dizer. "Andamios" é lindo. É um reencontro de um homem com a sua estória após anos no exílio. Um reecontro de várias vidas. Sem palavras. Dom Benedetti vai me deixar mais saudades agora.

Chegando em casa

Acabo de chegar em Goiânia. Hoje dividi o dia entre a audiência pública do Estatuto da juventude no Distrito Federal e em Goiânia. Parece pouca coisa mas apenas para chegar de Goiânia em Porto Alegre levei seis horas!
Fiquei feliz de voltar aquela cidade. Ali fui eleita para a UNE. Hoje voltei com o Deputado Pedro Wilson, grande homem público. Fiquei feliz com o esforço da equipe da escola para fazer do Lyceu um grande ambiente escolar. Teatro, dança, rádio... Assim, é possível construir uma educação que melhore o mundo.
Vou dormir porque amanhã o dia é longoooo. Beijos

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sobre Honduras

Eu sempre me surpreendo aqui no Congresso. Hoje, no horário de almoço, fizemos uma bonita manifestação em frente a Embaixada de Honduras. Dois eixos centrais: respeito ao Brasil e a nossa Embaixada no país e, além disso, denuncia ao golpe de Estado. Por que digo que me impressiono? Porque para mim são duas questões obvias. E muitos, inclusive que foram militantes pela democracia, questionaram isso. Como? A Embaixada e território nacional. Ou seja, cortaram nossa água e nossa luz, ameaçaram ao Brasil. Golpe de estado em pleno 2009? Quem defende? Quem legitima?
Não ao golpe em Honduras! Viva a America Latina livre!

Diploma de jornalista

Hoje pela manhã participei de em encontro sobre diploma e regulamentação da profissão de jornalista. Foi interessante ouvir alguns relatos. Na Bahia, por exemplo, já estão tentando pagar menos que o piso da categoria (o que afirmávamos, precarizacao dos profissionais, interesse dos grandes grupos mídia...). Outro relato interessante tem relação com o Ministerio do trabalho e a fase de debate sobre o que será necessário para alguém ser jornalista. Bem, de nossa parte queremos que seja instalada a comissao para discutirmos o tema. Debate aberto, franco e tranqüilo.
Ps Estou no celular, com acentuação apenas automatica... Desculpem.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

"Tenho 25 anos de sonho"

Hoje a minha organização política completa 25 anos. Aquela que foi minha escola para o socialismo, para amar o Brasil, para lutar por um mundo melhor. Hoje a União da Juventude Socialista completa 1/4 de século. Muitas lutas, tantas conquistas. No aniversário da gloriosa UJS rendo aqui a minha homenagem: obrigada. Obrigada aos milhares de jovens que ao longo de todos esses anos acreditaram no Brasil. Obrigada por manterem a bandeira vermelha da esperança erguida. Por não acreditarem que a história havia acabado, por combater o neoliberalismo, por acreditar na juventude. Obrigada por mudaram a minha vida ao me formarem militante socialista! Parabéns aos nossos militantes!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Orgulho

Alguns momentos me dão muito orgulho de ser brasileira e de ter um governo que é soberano. O Presidente eleito pelo povo hondurenho e deposto pelos saudosistas das ditaduras, Zelaya, voltou ao seu país. E está na sede da Embaixada brasileira. O Itamaraty ajudando os povos a garantirem a democracia. Golpes na América Latina devem ficar no passado. Os do presente devem ser combatidos. Olhem mais no http://bit.ly/TrPGK

Boa segunda!

Hoje estamos realizando a audiência pública do Estatuto da Juventude aqui em Porto Alegre. Optamos por um formato mais participativo. Nesse momento estamos realizando os Grupos de Trabalho. É interessante ver como os gestores e a galera participa e tem acúmulo nos temas. A vida ensina mesmo.
Antes disso, fechei algumas questões sobre a audiência pública que faremos aqui em Porto sobre o vale-cultura. Sou relatora e quero ouvir os artistas e trabalhadores gaúchos. Será dia 5 de outubro e estamos fechando local, convidados etc. Divulgarei aqui e no site www.manuela.org.br
Pela noite vou debater na Semana Acadêmica da Medicina da antiga fundação de saúde de Porto Alegre (sempre esqueço o nome novo... é a idade) a Lei dos estágios e a necessidade de alterações para a área da saúde. Amanhã cedinho estarei em Brasília.
Uma ótima semana para todos.

domingo, 20 de setembro de 2009

Homenagem ao 20 de setembro



que a gente reflita sobre os desafios do nosso Rio Grande.

sábado, 19 de setembro de 2009

Dinâmica da vida

Tá, tudo bem... Às vezes, eu até reclamo. Mas eu adoro a minha vida. Movimentada, dinâmica, nada enjoativa. Até sinto falta de um pouco de rotina. Mas já me acostumei e organizei a loucura. Sou feliz assim.
Acabo de chegar em casa e estou cozinhando, um carreteiro básico e rápido para matar a fome de quem há dias só come pão. Tenho até a impressão de que o salguei mas... para quem vai almoçar agora qualquer coisa está de bom tamanho. Acabo de chegar de uma plenária de juventude do Congresso do Partido. Sempre saio animada dessas atividades. É bom ser de um partido que organiza a juventude e faz o debate político e não apenas eleitoral. Confesso que já cheguei lá estourada porque pela madrugada peguei um avião até São Paulo para gravar um programa de TV. Fui, cheguei, gravei e voltei. Um programa muito interessante com o Jornalista Kennedy Alencar, da Folha. Passa na Rede TV, amanhã, às 24 horas (famosa meia-noite). Pessoal e político ao mesmo tempo. Gostei. Ah! Pior... Paguei um mico por causa do blog... Quem assistir, verá.
Ontem pela noite fui ao aniversário do João Luis. Ele é um baita militante do partido (presidia quando eu ingressei em Porto Alegre). Além de tudo, ele é avô da Luiza, minha afilhada linda. Antes disso, havia participado com o Presidente Lula de uma ato de assinatura do ínicio das obras de duas obras muito importantes para o RS: as BRs 484 e 392. Uma pega a região metropolitana (trecho que passo muito, todos os finais de semana) e a outra liga Pelotas à Rio Grande (trecho perigoso, com muitos caminhões). Obra fundamental para o desenvolvimento do estado, para escoar a produção, para aliviar o peso do trânsito na vida dos cidadãos.
Um detalhe: cheguei em Porto Alegre na mesma hora em que o Lula chegou... Logo, foi uma correria. Ontem, eu acordei às 4 da manhã para pegar um avião de Buenos Aires para Porto Alegre.
Primeiro, devo confessar: minha vontade era andar por aquelas ruas lindas, encontrar amigos de muitos anos que vivem lá. Mas... me esforço para acertar e apenas fiz uma palestra lá e voltei. Fui à convite do PNUD e da FLACSO, como já havia contado aqui. Foi muito importante para mim. Um encontro muito sério, com muita gente legal, sobre "democracia e governabilidade na América Latina". Foi legal mesmo. Mas me esgotou. Porque saí de Brasília às 20 horas de quarta, cheguei em Bs.As. às 3 da manhã de quinta, participei o dia inteiro do seminário, deitei tarde e madruguei.
Tenho três coisas que quero comentar com mais tempo, depois de comer esse almoço que já está pronto e descansar um pouco (porque amanhã tem mais atividade, ainda bem!!!): a lei de imprensa argentina, a lei de eleições que aprovamos no Brasil e o seminário que participei. mas... Só terei condições depois que recompor as energias! Boa noite de sábado para todos!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

ZZZZZZZZZZZZZ

Estou dormindo em pé. Aconteceram muitas coisas legais de trabalho e eu dormi umas seis horas apenas nas duas últimas noites. Viajei, dei uma palestra num ciclo de debates fantástico em Buenos Aires, voltei para uma agenda muito importante com o Presidente Lula. Mas amanhã conto tudo em detalhes. Beijos

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Não temos nada para fazer em Porto Alegre?


Tenho orgulho de muitas responsabilidades que assumi em minha vida. Mas, sem dúvida, uma das maiores é o fato de ter representado ao povo de Porto Alegre e ao meu partido na Câmara de vereadores da capital de todos os gaúchos. Assumi com 23 anos recém feitos. Aprendi ali a respeitar as diferenças, a ouvir mais, minimizar diferenças superficiais e trabalhar duro para, mesmo com minoria, aprovar projetos relevantes de minha autoria. Ali fiz oposição ao Prefeito Fogaça e, mesmo assim, votei todos os projetos que considerava relevantes para a cidade.

Escrevo isso porque hoje cedinho li o Jornal Zero Hora e fui surpreendida pela notícia que um vereador da base governista quer exigir que as vereadoras mulheres usem roupa equivalente a dos homens, ou seja, terninho (ou vestido longo). Ah! Mais um detalhe: devem usar salto. Não acreditei. E mais, cita as vereadoras que não se vestem adequadamente: a vereadora Sofia Cavedon (do PT, foi vereadora comigo, me apresentou o poeta Fabrício Carpinejar) e a vereadora Fernanda Melchiona (PSOL). Fiquei pasma. Por diversos motivos.

O primeiro é o mais grave: será que a Câmara não tem nada mais relevante para tratar? Nossa cidade não tem problemas graves na saúde e educação, por exemplo? Como pode um vereador priorizar esse tipo de polêmica pequena ao invés de pensar a cidade que queremos ter em 4 anos? É para isso que elegemos vereadores. Fiscal de roupa não tem voto, tem?

O segundo motivo é a visão de mundo que um cidadão deve ter para julgar os outros pelas roupas. Acaso nossos políticos são melhores por usarem terno e gravata? Perdoe-me Sr. vereador. Muitos peões de chão de fábrica são mais honestos e trabalhadores do que muitos homens vestidos com terno e mulheres de terninho. Aliás, eu questiono até a brasilidade de uma roupa como o terno. Num país tropical é adequado enforcar nossos políticos com a gravata? Será porque ligam o ar-condicionado no máximo sem nenhuma preocupação ambiental? Com relação as roupas para mulheres, vale o bom senso. Eu nunca dei bola para isso. E sofri muuuuito preconceito por usar jeans e sapato baixo (eu cuido da minha coluna Sr. Vereador!!! E já tenho 1m74cm, ou seja, não necessito usar salto....).

Tenho a convicção que nenhuma das duas desrespeitou o plenário da Câmara. Por que isso se faz quando se desrespeita o povo, a população. E quero dizer que, guardadas todas as diferenças políticas e até ideológicas que tenho com ambas, sei que são duas lutadoras do povo porto-alegrense. Duas mulheres num ambiente tão masculinizado e machista. Ah! Agora apareceu a palavrinha mágica: machismo.

Talvez tudo isso se resuma ao velho conhecido de todas nós: machismo! Sofia e Fernanda: vocês já conhecem o machismo. Combatam-o. Como já fazem!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Um pouco de uma das maiores



Estou em casa estudando para um debate que farei em Buenos Aires, na quinta, sobre perspectivas da América Latina frente a crise. Fiquei muito feliz pois é um convite do PNUD (programa desenvolvimento da ONU) e da FLACSO (Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais). Vou e volto rapidinho mas para preparar a fala é bom ouvir uma das maiores da música latina. A argentina Mercedes Sosa. Essa música diz muito da vida de todos nós. Boa noite para todos.

P.S. Como já sugeri no twitter, amanhã lerei o texto aprovado no senado sobre reforma eleitoral e internet. Quero abrir um espaço para sugestões ao texto. O centro do nosso debate todos conhecem: liberdade para todos os cidadãos na internet e garatir que o grande poder econômico se mantenha o mais afstado possível de todas as ferramentas de campanha (não apenas para a rede). vamos discutindo...

Piada pronta


Da série piada pronta nos roteiros:

Estava eu num baile, na Forqueta, lá em Caxias do Sul. Comemorávamos o meu aniversário e o do nosso vereador Assis. Festa animada, gauchada e gringada junto. Faço minha fala. Ao voltar para o baile um cidadão me olha e diz: vou te dar um beijinho de galeto. E me tasca um beijo no rosto. Com aquela gordurinha básica de quem comeu galeto com a mão e se lambuzou todo. Não acreditei. Se o cidadão sabe que tá com a boca toda engordurada por que não passou um guardanapo?!?

Cara de paisagem


Saía do trabalho de braços dados com o namorado. Comentava que estava exausta fisicamente, ansiosa, louca para dormir. Ele perguntou se queria jantar. Não estava com fome, afirmou, cabisbaixa. Disse, ainda, que tinham comida em casa, que ele poderia comer um sanduíche vendo o jogo da Seleção brasileira. "Temos queijo?", ele questionou. "Não, queijo não, mas temos requeijão e manteiga. Isso já é o suficiente". Chegando em casa ela saiu para a academia. Era preciso correr, gastar aquela energia que, repentinamente, havia voltado. Ficou ótima. O humor nas alturas. Abriu a porta, gritou carinhosamente "amor" e viu uma bandeija de queijo vazia. "Compraste queijo?", perguntou. "Sim, enquanto estavas na academia", ele gritou do quarto. "E não deixaste uma fatia para mim???", gritou enlouquecida. "Mas tu não querias jantar, estavas enjoada". Pronto. Gritos. Brigas, insultos. Nunca imaginou que viveria com um homem que comprasse queijo apenas para si; nunca imaginou que pudesse comer tudo, não dividir o pão, o queijo. Tentou explicar para ele. Como não compreendia que o queijo simbolizava o amor naquele dia? Como não entendia o quão importante era aquela fatia de queijo para a relação conjugal?


Ele deveria ter feito cara de paisagem. Não foi o que fez. Saiu para comprar queijo. E a deixou sozinha. Sem queijo, sem homem. Com TPM.


Os homens tem sérias dificuldades para entender a alma feminina. Mas alma é um assunto complexo. Poderiam fazer um esforço maior para compreender os hormônios. Mas quando falamos em TPM estamos falando das duas coisas. E isso... é demais para eles.

Em Brasília

Estou em Brasília. A cidade está um forno, daquelas noites em que a gente não consegue dormir. Ontem foi um dia agitado e corrido em Porto Alegre. Como estamos na época da Conferência do Partido, passei a manhã discutindo os documentos de Porto Alegre. Pela tarde participei de um fórum legislativo sobre as cidades sede da Copa. Uma grande idéia do presidente da Comissão de Desporto e Turismo aqui da Câmara. A Copa, para acontecer, passa por todos os poderes. Para disputar orçamento para o metrô pela Câmara dos Deputados, para ampliar áreas de estádios pelas Câmaras de Vereadores etc. Foi bem legal. Pela noitinha, participei de um encontro dos profissionais de saúde do Partido. Foi muito bom. Além disso, sempre é fantástico ver a Jú (Jussara Cony). Uma grande mulher. Guerreira, poetisa, comunista. Vim para cá. Agorinha estou num debate da nossa bancada sobre o novo marco regulatório do pré-sal. vamos para a luta!

domingo, 13 de setembro de 2009

Estado de choque

Conheço muita gente, vivo muitas situações. Mas tem muita gente que ainda me deixa em estado de choque. Como se tudo ainda estivesse por ser descoberto. Hoje mais uma vez concluí: doarei mesmo as córneas. Para morrer e continuar vendo. Por que nessa vida eu não verei tudo.

sábado, 12 de setembro de 2009

Chegando em Caxias

Cheguei agora em Caxias, vindo de Lajeado. Foi muito legal o debate na Univates sobre estágios. O pessoal do diretório acadêmico foi muito legal conosco. Agora cheguei aqui em Caxias e vou dormir pois estou beeem cansada. Amanha tenho agenda aqui e em Carlos Barbosa. Domingo volto parando em Esteio, Novo Hamburgo e Estancia Velha. Pela noite apenas estarei em casa... E tenho tanta gente para ver e coisas para fazer... Bom final de semana gente!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Rio Grande

Sai de Brasilia e fui direto para a estrada. 4 horas depois cheguei na cidade de Rio Grande. Morei lá durante 4 anos muito felizes de minha vida. Só trago boas lembranças daquele tempo em que acompanhava da janela do quarto a pesca artesanal do camarão, o vento da lagoa... Lá no Rio Grande (como se diz por lá) estive na FURG e depois fiz um debate na Escola Getulio Vargas, vizinha do apartamento em que morei. Tivemos uma janta linda de relançamento da UJS e reencontrei pessoas queridas, de diferentes épocas da minha vida. Fiquei num hotel perto do Mercado Publico e, hoje cedo, tive a chance de caminhar novamente por ali. Depois, conversei com o Prefeito sobre os recursos que conquistamos para a cidade. Muito legal tudo. Saindo de lá peguei a estrada rumo a Lageado (isso mesmo, 7 horas, nesse momento estou na 5a, por isso está tudo não acentuado!!!). Tive outra grande felicidade: parei para almoçar com meu pai em Pelotas. Enfim, mesmo já tendo rodado 800km em 24horas estou bem contente!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Dias

Aqui tudo corrido. Participei de reuniões sobre vale-cultura, organizamos diversas agendas do Estatuto da Juventude, debate sobre as emendas do pré-sal... Enfrentamos a obstrução das oposicoes e agora estou no plenário. Desculpem os erros pois estou no celular. Boa noite!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sem nenhuma vontade

Estou desde a madrugada na rua. Vim para Brasília, almocei com os dirigentes da Organização Ibero-americana de juventude e com Secretário Nacional de Juventude, fechamos uma baita atividade... A oposição está aqui obstruindo, obstruindo... Corri feito louca e ainda nem começou o dia... mas confesso, liguei o automático. Minha cabeça está voando.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Janela sobre uma mulher

Esa mujer es una casa secreta.
En sus rincones, guarda voces y esconde fantasmas.
En las noches de invierno, humea.
Quien en ella entra, dicen, nunca más sale.
Yo atravieso el hondo foso que la rodea. En esa casa seré habitado. En ella me espera el vino que me beberá. Muy suavemente golpeo a la puerta, y espero.

Eduardo Galeano ou Dom Eduardo Galeano.

Jogando as coisas fora

Ela limpou a geladeira, o cinzeiro, as malas. Limpou a vida e tentará, novamente, recomeçar.

Sempre Lila

Nunca compartilhei com vocês as poesias de nossa camarada Lila Ripoll. Lila, mulher, comunista, jornalista e poetisa morreu em 1967. Ela é fantástica. Vive para sempre, como ela diria: não morre as sementes, os frutos virão.

Grito - Lila Ripoll

Não, não irei sem grito.
Minha voz nesse dia subirá.
E eu me erguerei também.
Solitária. Definida.

As portas adormecidas abrirão
passagem para o mundo

Meus sonhos, meus fantasmas,
meus exércitos derrotados,
sacudirão o silêncio de convenção
e as máscaras de piedade compungida.

Dispensarei as rosas, as violetas,
os absurdos véus sobre meu rosto.

Serei eu mesma. Estarei
inteira sobre a mesa.
As mãos vazias e crispadas,
os olhos acordados,
a boca vincada de amargor.

Não. Não irei sem grito.

Abram as portas adormecidas,
levantem as cortinas,
abaixem as vozes
e as máscaras —
que eu vou sair inteira.
Eu mesma. Solitária.
Definida.


Viagem - Lila Ripoll

“Andei viajando. Subi montanhas.
Sóis que eram brasa queimando o céu.

[...]

Estradas longas, estradas longas
abrem desejos na alma da gente.

Sonho aventuras.
Andar pra frente.
Nunca pensar no que pode vir.
Ter sempre pressa para chegar,
e sempre pressa para partir”

Manchas (I parte)

Foi sempre tristeza. Tristeza remota, vinda quem sabe
de onde. De que desesperados apelos. De que exilado
sonho.
De que grandeza mutilada,

E foi também solidão. Secreta solidão.
[...]
Na rua alegre e colorida, foi uma mancha
de inútil dissonância.
Ninguém sentiu sua tragédia.
A ausência de seu riso.
A forma quase definitiva de seu rosto.

Um dia, inclinei-me sobre ela
Como quem se procura num espelho.
[...]

domingo, 6 de setembro de 2009

7 de setembro: de que lado tu sambas?


Recebi alguns emails questionando o que teríamos para comemorar nesse 7 de setembro, independência do Brasil. Respondo sem medo de errar: muito. Temos muito o que comemorar e muitas lutas para tocar. Costumo brincar em Brasília que a única mais jovem que eu por aquelas bandas é a democracia. Nossa jovem democracia, entretanto, já deu provas de sua força e vitalidade. Nesses vinte anos de eleições diretas tivemos um Presidente que caiu, um vice que assumiu, um sociólogo neoliberal e um operário desenvolvimentista. Enfrentamos dezenas de crises políticas e não caímos em nenhuma tentação golpista (não que muitos não quisessem, o povo soube de que lado sambar). Estivesse eu escrevendo como estudante de Ciências Sociais diria que isso já é o bastante. Mas sou militante, agora deputada, comunista e tenho que dizer: isso é não é o suficiente. Temos outros motivos para comemorar.

Vivemos seis anos e meio de um novo ciclo em nosso país. Um ciclo de desenvolvimento nacional, com fortes investimentos sociais e retomada do papel do Estado. Um momento em que nossa soberania respira aliaviada: estamos integrados regionalmente, nosso comércio não depende apenas dos EUA, somos respeitados mundialmente por nossas decisões políticas. Onde está o FMI? Onde está a ALCA? Onde estão as bases militares dos EUA? Isso é independência.

Vivemos um momento em que a economia (mesmo com seus limites conservadores) não é vista (ao menos pelo Presidente) como números parados. Se enfrentamos a crise economica mundial de cabeça erguida é porque investimos muito em infra-estrutura e em políticas sociais. Digo mais: vinculamos as duas áreas. Ou o que são as casas populares que geram muitos empregos (que garantem o consumo)? O que são as obras de saneamento (só não dá valor quem nunca viu uma criança brincar dentro do esgoto)? O que é o poder da valorização do salário mínimo e a bolsa-família nesse momento de crise? Onde está o apagão? Na educação temos o dobro de vagas nas universidades federais, abrimos mais escolas técnicas do que em toda a história do país. Ou isso não é desenvolvimento? Não é isso que garante que a gente produza conhecimento, tecnologia e seja independende de fato?

Estamos na semana do lançamento do marco regulatório do Pré-sal. Refutarmos a tese do deus-mercado e abraçarmos a idéia de uma estatal não é valorizar o estado e a soberania dele? Ou o mundo não vive guerras pelo Petróleo? Certo, certo. A imprensa é contra. E não foi contra a criação da Petrobrás há mais de cinco décadas? Se o dinheiro do Pré-sal for usado para um fundo de desenvolvimento social, não pode ser um novo marco da independência nacional?

Eu não tenho a menor dúvida de que o povo brasileiro precisa de muito mais. Mas temos que começar.

Não ver motivos para comemorar é, em minha opinião, não saber de que lado se samba. Eu sei. Eu e o PCdoB sambamos do lado do Brasil e do povo brasileiro. E sabemos que tudo aquilo que comemoraremos amanhã é o que nos dá forças para lutar há 87 anos por um Brasil para todos.

Sobre a escolha de Protógenes

Na quarta-feira o Delegado Protógenes Queiroz filiou-se ao mesmo Partido que eu, o PCdoB. Amanhã será o ato de filiação, em São Paulo. Já escrevi aqui sobre o Protógenes, escrevi críticas e elogios políticos. Questionei, por exemplo, sua atuação em uma campanha eleitoral sendo delegado da Polícia Federal. Entretanto, pessoalmente, tenho uma relação amistosa com ele desde o dia em que conversamos.
Devo dizer que valorizo muito pessoas que, após terem uma trajetória pública reconhecida, escolhem o nosso partido para militar. Digo isso porque não é simples fazer uma opção por um partido comunista, um partido que defende idéias, que trabalha com um projeto discutido pelo conjunto da militância e com uma direção que dirige (não enfeita como em alguns outros...). Uma opção por um partido de um campo político: defendemos Lula, compreendemos a dimensão de seu projeto de desenvolvimento nacional. Mas não nos conformamos. Queremos mais. Um partido que não se esconde atrás de bandeiras fáceis. Por tudo isso admiro a decisão do Protógenes de ingressar num partido dessa tipo. De idéias e unidade de ação. Sei que vai nos auxiliar e também aprender muito com nossa organização de 87 anos.
Alguns gostam de deuses e diabos. Na política esse é um processo grave. Normalmente personaliza processos e, com isso, minimiza a chance de mudarmos o que, de fato, está errado. Digo isso porque alguns, com a esperança que Protógenes fizesse outra opção partidária, o endeusavam e, agora que ele optou pelo PCdoB, o criticam duramente. Ora, Protógenes segue sendo o mesmo. Apenas fez a opção por partido de verdade para tocar a sua luta. Não por um partido midíatico e de bandeiras curtas. Mas um PARTIDO, com um projeto político para o nosso país. Seja bem-vindo, Protógenes!

O último encontro

Não será a última vez que o encontro, certamente. Mas será a última vez com cara de primeira. A última vez em que tudo é inédito, em que as palavras são desconhecidas, que não busco a segunda ou terceira interpretação do que foi dito. Mais grave: a última vez que não conheço o final. É como despedir-se de alguém que, lá no fundo, não gostaríamos que partisse. Saber que é inevitável, que todos partem, cada um de um jeito, em uma hora. E que, mesmo se nos alegra ter a consciência de que aqueles são os últimos minutos para aproveitá-los da melhor forma possível, preferiríamos ignorar. Viverei cada segundo da despedida. Do inusitado fato de saber que o encontro mal está começando e que já terminará.


Mario Benedetti morreu há pouco com um legado de inúmeras obras poéticas e alguns romances (ou novelas, como ele as chamava). A última chama-se "Andamios". Trata de reencontros de um exilado que volta para casa em Montevideo. O desafio é sentir-se em casa. Aproveitarei o final de semana para, nas horas livres, ler. E sou sincera: dói saber que é a última obra, meu último primeiro encontro com ele.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Paixão Pagu

Um dia minha amiga Flávia entrou no escritório com um livro na mão. Chamava-se "Paixão Pagu - a autobiografia precoce". Dei tantas indiretas que ela me presenteou com ele em meu aniversário. E que presente... São cartas escritas pela própria para Geraldo Ferraz, seu terceiro marido. Ótimo livro para superarmos os mitos que giram em torno desta mulher, militante comunista, corajosa. Fiquei feliz e triste, se isto é possível. Feliz por ver que algumas coisas são comuns entre todas nós mulheres. Triste por ver que ela era grande demais para o tempo em que viveu. Leiam!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Música do dia

Papá cantó
Pedro Guerra

Papa cantó
"Tonada de un viejo amor"
y yo soñando con ser cantante.
El corazón
te enseña lo que será y el cuerpo avanza siempre adelante.

Papá cantó
"Tonada de un viejo amor"
y yo soñando en un escenario.
El corazón
te enseña por donde ir
y todo ocurre si estás cantando.

Ahora que he tocado un poco el cielo
quien pudiera preguntarte
los antídotos del miedo.

Papá cantó
un tango para vivir
"La última curda",
"El día que me quieras"
y yo canté
las cosas que ya viví,
y cantaré la vida que queda.

Ahora que ha llegado el optimismo
quién pudiera preguntarte
como ser siempre uno mismo.

Me dejaste solo
a la deriva
sin la brújula que marca el porvenir
y esas son las leyes de la vida
siempre fue y ha sido así.

Ahora que he tocado un poco el cielo
quien pudiera preguntarte
los antídotos del miedo.
Ahora que ha llegado el optimismo
quién pudiera preguntarte
como ser siempre uno mismo.

Me dejaste solo
a la deriva
sin la brújula que marca el porvenir
y esas son las leyes de la vida
siempre fue y ha sido así.

Ahora que ya vi pasar el río
cuánto de esto ha sido tuyo,
cuánto de esto ha sido mío.

http://www.youtube.com/watch?v=Se5UQHnfXd4

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Ainda o Senado

Vejam só as novas: o uso de ferramentas como TV e rádio na internet serão tratados como TV e rádio convencional. Fica minha pergunta: meus programas na internet terão o mesmo tempo minúsculo que na Tv? Debates na TV normal contarão apenas com candidatos com mais de dez deputados federais. Vejam o caso das eleições municipais em Porto Alegre. Luciana Genro foi minha adversária. Ela é do PSOL, que tem apenas 3 deputados. Não é justo que estivesse nos debates comigo? Muito pouco democrático.
Tenho que escrever sobre dois temas de hoje: a aprovação do plebiscito para o 3o mandato de Uribe, na Colômbia e a reação zero da imprensa ao fato (tão diferente da Venezuela... talvez por Uribe ser quase um fascista e Chavez de esquerda) e a filiação do Del. Protógenes no meu partido, o PCdoB. Amanhã escrevo. O dia foi PESADO.

Senador Azeredo quer fazer da internet Ato Secreto

O Senado vota nesse momento a reforma eleitoral que trata de internet. É um absurdo o que estão fazendo. Campanha? Só para presidente. Ou seja, campanha na internet vai virar ato secreto. Não me conformo com a relatoria ser entregue para o Senador Azeredo. Ele é tido como um especialista na área. E é. mas é especialista em restrições na internet. É o autor do AI5 digital. Vamos montar uma onda de emails para a Câmara para que, quando volte para a Câmara, a gente resgaste, pelo menos, os avanços que construímos por aqui. Tudo pode ficar pior. O Senado está me provando isso agora.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Benedetti, para fechar mais um dia

Pausa

De vez en cuando hay que hacer
una pausa
contemplarse a sí mismo
sin la fruición cotidiana
examinar el pasado
rubro por rubro
etapa por etapa
baldosa por baldosa
y no llorarse las mentiras
sino cantarse las verdades.

Ele, mais uma vez

"Vejo gente que se esforça para ficar alegre, eu tenho que me esforçar para ficar triste" Carpinejar

Palavras soltas são fortes

“tiveste que envelhecer rápido?”, perguntou sem nenhuma maldade, assim como quem comenta o tempo. Ela sentiu todos os últimos anos pesarem nas costas. Lembrou que ria demais, via graça demais, sentia demais. Lembrou da força para não ceder, não se deixar moldar, para continuar a mostrar mais a essência, menos a aparência. Sentiu os problemas da semana, do mês, da última década. Se problemas contassem quilômetros rodados ela seria um corcel 73.
“te sentes mais protegida em tua casa?” perguntou, respondendo a si próprio. A casa, o casulo, a boneca guardada, as fotos, a música, o palavrão, a piada sem graça. Todas coisas que a protegem de envelhecer (por dentro) rápido demais.

foto maravilhosa de um blog que não diz autor

Trabalhar...

Com música me faz mais feliz (escuto baixinho pois o deputado vizinho pode não ter o mesmo gosto musical). Segui a dica de um conhecido meu e tentei enfrentar os problemas com 2min38 de Caetano Veloso.

Pré-sal, qual a polêmica? (parte 1)

Li e reli jornais e artigos sobre o lançamento do Pré-sal, ontem, aqui em Brasília. Devo confessar que ainda fico perplexa. Tanto com a oposição quanto com alguns veículos de comunicação. Qual é ou quais são as verdadeiras polêmicas em torno da exploração e distribuição do pré-sal?
A oposição diz que é eleitoreiro. Aliás, a oposição entre no jogo de ganhar a vida fazendo política falando mal dos políticos. Eleições são disputas POLÍTICAS e é legítimo que lá frente apontemos o que nosso governo fez na área do petróleo. E que eles apontem o que fizeram nessa área (sobretudo, a tentativa de privatizar nossa estatal). Mas não podemos parar o país porque eles tem medo de não voltar a governar o Brasil. Se julgam eleitoreiro, em última instância, é porque acham que, de fato, é uma descoberta que pode mudar o Brasil. E que o povo percebe isto. Em síntese: é mais uma falsa polêmica da oposição, falta de discurso, a velha e superada visão do quanto pior o governo se sair, melhor.
Outra falsa polêmica da oposição: o pedido de urgência feito pelo Presidente Lula. Todos sabemos que diversos projetos tramitam com o pedido de urgência constitucional. Isso significa, na prática, 45 dias tramitando na Câmara e mais 45 no Senado até que tranquem a pauta. Poxa! São 3 meses! Para trancar a pauta, ou seja, uns 120 entre debate e votação. A sociedade já está discutindo há algum tempo o projeto e nós, parlamentares, temos condições de, em 45 dias, debatermos muito o tema. Trabalhando firme e forte.
Há um tema que, de fato, é relevante. O aspecto da distruibuição entre os estados. É verdade que o governo cedeu. E também é verdade que o Congresso pode alterar. Mas isso faz parte do papel de cada um dos Poderes. A oposição, sobretudo o Presidente carioca do DEM, Deputado Rodrigo Maia, vive dizendo que o legislativo é subordino ao executivo. Aí, ontem, quando o Ministro Lobão, das Minas e energia, afirmou que não pode garantir que o Congresso não alterará o projeto, ficou brabo! Ora, e pode? Não somos um poder independente? Ah! Só querem independência para tentar derrotar o governo. Aí vale. Quando é para fazer o bom debate, não pode.
Outro aspecto muito abordado pela imprensa é o número de barris extraídos abaixo do previsto. Esse tema merece atenção e seriedade. A extração do pré-sal é algo novo. E a tecnologia para tanto também é nova. É razoável, na minha avaliação, que ajustes sejam feitos.
Mas para mim, o mais importante de tudo não está aparecendo. isto é, se discute muito para encobrir a VERDADEIRA POLÊMICA em torno da extração do Pré-sal: a criação de uma nova estatal que acompanhe a exploração, a exclusividade da operação por parte da PETROBRAS, o uso dos recursos para desenvolvimento social de nosso país e não para pagamento de superávit, por exemplo. Portanto, a polêmica real, como sempre, não são as pequenas questões levantadas, são disputas ideológicas. o pré-sal encerra um ciclo em que só era permitido acreditar no deus mercado e em sua mão invisível. Agora a mãos invisíveis podem ser as milhares de mãos do povo brasileiro.
Eu sou brasileira e torço para que o Congresso aprove os projetos (e os melhore, se for necessário). Assim, podemos pensar num novo momento de desenvolvimento nacional.