"Não há nada mais bonito do que ver várias pessoas dividindo o mesmo saco de pipoca", assim, com uma frase simples ela define a paixão que sente por aquilo que faz: vender pipocas na feira de artesanato em Porto Alegre. São 35 anos, família, vida, alegrias e trsitezas vendendo pipocas. Porque nunca aceitou sair dali apesar da insistência de tanta gente e de estar idosa e em condições de parar? Porque todo o domingo tem a alegria que ver as pessoas dividindo o mesmo saco de pipoca.
São essas pessoas que fazem da nossa cidade um lugar nosso e o melhor lugar do mundo para a gente viver. Mesmo com tantos problemas. Porque elas são vida. São cheias de vida. E nos ensinam a viver.
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Casualmente minha irmã chama a menina que está esperando de "Pipoca", enquanto escolhe o nome... Imagino que deva ser, de fato, duro escolher um nome pelo qual alguém será chamado durante a vida inteira. Hoje me convenci que o apelido Pipoca tem um sentido mais humano.
Essa senhora da feira nos mostra que podemos encontrar a felicidade nas pequenas coisas da vida. Para ela não existe satisfação maior que ver pessoas dividindo o mesmo saco de pipocas. O fabricante do carrinho, do saquinho, ou mesmo os atravessadores do milho que se transforma em pipoca nas mãos dessa idosa certamente não alcançam a mesma felicidade dela no simples fato de ver pessoas alegres comendo pipoca. Outra lição que este post traz nas entrelinhas é que os idosos merecem respeito e não devem ser colocados à margem da sociedade. Acredito eu, que essa senhora também sinta orgulho de saber que o trabalho dela proporciona alegria às pessoas que freqüentam esta feira há mais de 35 anos. Ou seja, o esforço dela vale à pena porque também faz as pessoas mais felizes. A tua irmã a chama de Pipoca. Isso me fez lembrar o tempo de escola. Todo mundo chamava o ambulante que ficava lá na porta de Kibon. Nunca soube o nome dele. Essa pessoal, os ambulantes, muitas vezes são discriminados ou pré-julgados (se é que existe alguma diferença entre discriminar e pré julgar) por muita gente. Não deveriam, pois da mesma forma que a senhora citada fez e faz parte da vida de muitos que vão à feira de Porto Alegre, o Kibon e outros que dedicam suas vidas a esse ofício também fizeram parte da minha vida e de meus colegas. Ele nos viu crescer, ano a ano, ali na porta da escola. Deputada, peço licença para lhe passar uma sugestão por aqui, apesar de saber que você tem o www.Manuela.org.br e também o blog do Mandato Manuela para questões exclusivamente ligadas ao seu trabalho na Câmara dos Deputados. Pense em algum projeto que ajude os vendedores ambulantes. A maioria dos políticos despreza esses trabalhadores, mas a gente que te acompanha sabe que você tem sensibilidade e luta por causas que muitas vezes os grandes partidos não dão a devida atenção. Peço-lhe isso porque sei que o seu partido, o PC do B, tem um carinho muito especial para com os idosos, tanto que não votou contra os aposentados. Caso essa questão não esteja no âmbito federal, repasse essa idéia para algum vereador ai de Porto Alegre. Farei o mesmo via e-mail para os vereadores da minha querida Belo Horizonte. Parabéns pelo texto, desculpe-me pelo comentário tão extenso e dê um grande beijo nessa senhora quando vê-la novamente. Ah, daqui uns 7 anos a sua primeira sobrinha estará dividindo um saquinho de pipoca com as amiguinhas, hein!
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