Pela posse da terra, Grilos são colocados em gavetas com documentos falsos. Depois de um tempo, os papéis amanhecem amarelados, com aparência de uma antiguidade que não possuem.
Ele havia guardado a carta em uma gaveta. Naquela noite, algumas após a que marcara a ruptura definitiva, ela havia adrentado o apartamento e pedido para que ele lesse o amor que dizia sentir há poucas semanas.
Cansado, ele apenas a depositou em uma gaveta sem uso, para que não voltasse a se deparar com tudo o que lhe causava dor: promessas de uma felicidade que nunca fora plena e agora já nem era real.
Ele não possuía grilos para dar ao amor manifesto na carta a antiguidade que gostaria. Esperou o tempo passar. Quando sentiu-se forte para abrir a gaveta, percebeu o amarelo da folha. Já não causava dor.
O tempo é o grilo das cartas de amor.
Mas o tempo, por vezes, as torna ridículas: "todas as cartas de amor são ridículas; não seriam cartas de amor se não fossem ridículas" (Fernando Pessoa). [Gosto quando estás inspirada e começas a jogar tudo para fora! O quanto resta deste tudo? O que te inspiras à jogada?]
ResponderExcluirVoltou inspirada! Muito bom isso!
ResponderExcluirTo adorando essa onda de posts! :)
E achei legal também que aderiste ao #homofobianao. Digo no twitter né, pq sempre soubemos que tu é comprometida com a diversidade, independente de qual seja.
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ResponderExcluirGostei do seu perfil, Manu. Que vos fala é Samuel Morais, assessor executivo do prefeito Isaac Carvalho (PCdoB Juazeiro-BA). Li uma reportagem outro dia falando que você está cotada para o ministério dos esportes. Seja como for, torço para que seus ideais permaneçam firmes e que a política seja docemente afetada pela sua luz. Sucesso. Acompanharei o seu blog.
ResponderExcluirManuela,
ResponderExcluirEstou adorando teu blog, pois te admiro muito e te sigo há muitos anos.
Alguns de teus textos me fizeram lembrar os poemas de duas grandes poetisas uruguaias maravilhosas, a Idea Vilarino e a Delmira Augustini... se as conheces deves saber já quão profundos e sensíveis são suas obras, e se não, vale a pena que as conheças!
Abraços,
Angela