terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A distância entre nós

há dois anos li uma obra com esse título. Creio que tratava das castas na complexa sociedade indiana. A expressão surgiu naturalmente ao pensar no conteúdo desse texto: a distância gigantesca entre representantes e representados na sociedade brasileira.
Ontem participei da entrega do prêmio Anu, da CUFA. A entidade é hoje, em minha opinião, uma das maiores referências na batalha em dar voz aos jovens e visibilidade aos problemas (in)visíveis das periferias brasileiras. Evidente que não é perfeita. Mas trabalha muito bem. O ato foi muito impactante. Jovens da periferia no refinado teatro Municipal da antiga capital federal. Pouquíssimos eram os políticos ali presentes. Por que falo sobre isso? Porque por ali passam respostas para problemas graves da Nossa sociedade, por exemplo, o combate ao consumo de crack e Outras drogas; alerta sobre aumento de casos de HIV entre jovens. É óbvio que a ausência por si só não significa ignorar a CUFA e os temas importantes. Poderia falar de tantas outras pautas... Citar por exemplo os direitos dos homossexuais que avançam a passos largos no Poder Judiciário e que não avançam um milímetro no Congresso. Ou falar que somos apenas 8% de mulheres no parlamento e que essa desproporção não equivale ao que vivemos na sociedade brasileira.
A que se deve esse abismo? são muitos fatores, creio eu. mas o principal deles é nosso sistema eleitoral. É ele que permite que parlamentares sejam eleitos sem bandeiras, sem programa. partidos em que posições não são claras. Falta de mecanismos para controle público, falta transparência.
Falta entender que a democracia é representativa, ou seja, representamos ideais, propostas. E elas renovam-se no
Convívio permanente com quem representamos. No convívio com os problemas da sociedade, com as
Soluções criativas que nossa população constrói.
Assim, superamos a distancia existente
Entre as instituições políticas e a sociedade. E fortalecemos a democracia.

7 comentários:

  1. Falta gente como tu. De pessoas a sociedade está cheia, mas de gente... Ahhh, estamos carentes de gente!

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  2. Manuela,
    Concordo com o abismo, porém nós não temos um sistema eleitoral.
    O que possuímos é um concurso de múltipla escolha a cada período.

    O motivo disto foi uma constituinte fajuta no seu molde congressual.
    Todos ali; legislaram, de olho no próprio futuro e não dá população.

    O resultado
    (sou nomólogo, a mim não interessa a causa mas a conseqüência),
    foi a permanência do voto obrigatório e falência distrital, capitaneada
    por uma "justiça eleitoral" que não tem razão de existir. (1)

    A ausência do voto facultativo macula a o arbítrio do cidadão.
    Ao eleitor é imposto a seleção de elementos com a melhor e
    invariavelmente mais cara maquiagem da campanha publicitária.

    O pior é que quando alguém fora do "meio-político-elitista",
    aproveita-se deste mesmo mecanismo como o artista TiRiRiCa,
    urgem os "pseudo-defensores da liberdade" da validade do pleito, pretendendo assim desqualificar o eleito com as mais vis e nefandas
    manobras como foi o caso de Maurício Antonio Lopes de São Paulo.

    Criamos processos sem avaliar o desempenho.
    O Voto eletrônico não funciona com a obrigatoriedade do sufrágio.
    O eleitor sem poder manifestar-se livremente na cabine eleitoral
    (com qualquer frase que seja), vê-se obrigado a demonstrar todo
    seu desagrado elegendo seu "cacaréco". (2)
    Foi assim com Enéias e assim foi com TiTiRiCa.

    Também foi criado o hábito no Brasil de elaboramos leis redundantes como a tal da "ficha-limpa", atropelando a constituição com o único objetivo imediatista de criar uma mensagem com cunho promocional.
    Pois as leis já existiam e era somente revisá-las e adaptá-las.
    O efeito produzido por este insensato "atropelo" foram os tribunais
    não interpretando, mas legislando e perseguindo quem fosse.
    Enterrando o "Trânsito em Julgado" a "Presunção da Inocência".e principalmente atirando no lixo o dispositivo constitucional que dita:
    que não pode existir crime anterior que a lei não defina.
    Maluf e Erundina (3) são os casos mais ridículos e emblemáticos,
    no mesmo tribunal, pelo mesmo "crime" que foram condenados,
    um foi impedido e outro liberado.

    Outro bastião contra a participação popular é falta do voto distrital.
    As mais populosas localidades deste País não são representadas.
    O poder econômico impera, massacrando legítimos aspirantes.

    Eu só vejo uma saída. Uma Constituinte Livre, Exclusiva e Soberana.


    1) A sociedade é dinâmica.
    O que temos de ter é comissões eleitorais a cada pleito.

    2) Aristóteles já dizia que o punho é continuação do cérebro.
    Qualquer rabisco é muito mais expressivo do que apertar um botão.

    3) Aqui estou "à cavalheiro" não gosto de nenhum dos dois.

    CãRiùá - TaTaRaNa

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  3. Manu, quero te enviar uma coisa, mas não pelo e-mail funcional. Se puder, escreva para cloacanews@gmail.com

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  4. Então. Sem mais polêmicas. Sinto por não poder ajudar mais. Sinto por o que não vivi. Sinto por não ter a oportunidade de ter uma conversa com mais fôlego e conteúdo, que não seja pela world wiLdE web.

    Beijo.

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  5. Então. Sem mais polêmicas. Sinto por não poder ajudar mais. Sinto por o que não vivi. Sinto por não ter a oportunidade de ter uma conversa com mais fôlego e conteúdo, que não seja pela world wiLdE web.

    Beijo.

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  6. Boas Manu, sou o Rodolfo de Caraguatatuba, Litoral Norte do Estado de São Paulo, como é bom ver seu blog, um tanto contagiante, infantil e inocente, me remete aos meus bons tempos, sinto muita alegria em meu ser ao abrir sua página que lembro uma frase de uma amiga nos tempos de faculdade, "procuramos tanto pela felicidade eterna que nem percebemos o quanto já fomos felizes". Amo fazer política pelo bem comum e aqui em Caraguá também estamos na luta por uma cidade mais justa e solidária. Fico grato por você existir, Deus esteja com você para sempre. Saudações fraternas de um grande admirador

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