Vivi em São Lourenço muitos anos. Lá fui alfabetizada. Brinquei em suas ruas, corri na sua praça. Fiz da Lagoa a praia minha e de meus irmãos. Custo acreditar que aquela doce água possa ter causado tantos danos aos seus filhos. Custo crer que os lourencianos estejam sofrendo tanto. O que aprendi com aquela gente? A ter coragem e força. Que todos tenham força e fé para reconstruirem suas vidas.
Deputada Manuela, faço de suas palavras as minhas, sou filha de São Lourenço e ver minha terra natal devastada pelas aguas, e alem de ter nascido nessa cidade, há pouco iniciei a atuar como medica na cidade trabalhando no hospital (santa casa) e me sinto tão humana e frágil por saber e ver que tudo é tão frivolo. Escuto a cada plantão uma nova historia,de uma nova familia afetada por essa tragedia, mas com coragem de recomecar e ir em frente,pois a cada novo dia é um desabafo diferente,de um povo que sonhava, tinham seus planos,lutavam anos de trabalho para conquistar seus bens, sua casa, e ate mesmo para manter tais momentos em fotos, recordacoes que lhes foi drasticamente tomado. Assim,afirmo que apesar de tudo posso me alegrar por poder passar esperanca e conforto para eles. Vou citar um verso que define oque quero transmitir a todos na nossa cidade.
ResponderExcluir" A felicidade não é um absoluto, é um processo, um movimento, um equilíbrio, só que instável (somos mais ou menos felizes), uma vitória, só que frágil, sempre a ser defendida, sempre a ser continuada ou recomeçada".
André Comte-Sponville, em A felicidade, desesperadamente.