À Manuela
Querida filha, foi as sete e dezoito do dia dezoito de oito de oitenta e um que, entre aturdida e emocionada pelo milagre da Vida, vi saíres de dentro de mim.
Não sou diferente das outras mães, chorei , choravas, olhavas o mundo (que te recebia pela primeira vez) com os mesmos olhos vivos e espantados de sempre.
São passados trinta anos, hoje é o teu aniversário, leio teu BLOG e passeio por tuas reflexões de mulher-menina.
Não me importa o que a ONU classifique como jovem, para mim, para nós, as mães, os filhos serão sempre crianças, nossas crianças, e não será diferente contigo, és a menina Manu, que hoje fala de saudades e de memórias.
Naquela manhã fria de agosto, dia do teu nascimento, não tinhas, por certo, tantas memórias. Não, ao menos, a memória de hoje, quando trazes à tona e ao verbo coisas tuas e nossas, da nossa vida em família, dos nossos sonhos, das nossas brigas, dos teus irmãos, das nossas perdas.
Naquela fria manhã eu pensava nas palavras do parteiro – sim, do parteiro – e me perguntava por que tanto aturdimento ante os números da tua data.
“Sete e dezoito do dia dezoito de oito de oitenta e um”, ele expandiu-se, maravilhado.
Seriam códigos?
O relógio fez cair seu ponteiro no minuto preciso em que gritaste para a vida.
É milagrosa a existência, não canso de falar, sem medo de ser piegas.
Querida filha, falas em teu blog, que, se algo pudesse te ser devolvido do que já viveste (porque nada terias por excluir, senão incluir- que bonito isso!), querias ter de novo as tardes de ambrosia de quem já não mais está aqui para fazê-la.
Fizeste-me lembrar, não sei por que, e nem se teria razão para tal, de alguma poesia de Borges, esquecida, talvez, em uma das desorganizadas gavetas das minhas reminiscências.
Eu queria, se me fosse dada a chance, poder tomar de novo em meus braços a criança daquele dezoito de agosto, há trinta anos, para mais uma vez cobri-la de amor. E, para te prenunciar que terias um futuro único, exponencial, exuberante, que brigarias por muitas coisas e por muitas gentes, que desafiarias muitos preconceitos, que rasgarias muitas bandeiras e brandiriam outras tantas, que esposarias tantos credos quanto tantas as crenças, que farias muitas pessoas chorarem de alívio, que te pautarias como a Esperança de tantas coisas já tão esquecidas, que terias a garra necessária e o espírito combativo de uma guerreira, mas, também, os olhos doces de uma Iracema; que serias apontada na rua como vedete, que granjearias, ao mesmo tempo, invejas e aplausos... Mas que, sempre, quando preciso fosse, terias o referencial que nos une e uniu durante todos os dias desses trinta anos, e que te faz tão querida e amada por nós: sejas essa mulher assediada pelas crianças que te pedem autógrafos, - porque contigo se identificam -, seja porque és tão simplesmente a Manu, minha querida Manuela, que hoje abraço, nos seus 30 anos, apertada e ternamente, com orgulho por tudo o que sempre foste e és.
Feliz aniversário!
Tua mãe,
MMM
Manu, tua mãe é uma linda mesmo! Emocionante essa retrospectiva!!! Aconchegante esse colo que é oferecido a ti desde teu nascimento até os 30 anos, e sei, por toda a vida.
ResponderExcluirChorei com o que li, flor! Sou uma chorona seletiva. Choro quando sou tocada na alma e tua mãe fez isso hoje.
Ana Lucia querida,
ResponderExcluirA emoção da tua carta me fez recordar momentos de nossa vida em conjunto. Até vou enviar para a Manu a carta que eu escrevi e que não tinha coragem de fazê-lo. Parabéns pelos teus filhos, pelos "nossos filhos", se assim me permiste, porque como sabes o amor que nutro por todos eles é muito grande.
Confesso que estou escrevendo e chorando, lembrando de tudo que vivenciamos juntas.
Aceita, com todo o meu carinho, a emoção que partilho neste momento.
Um beijo grande,
Clarisse
Nosso orgulho e razão da existência em toda a vida nossa fortaleza são nossas mães,e todas estão certas.
ResponderExcluirLipe_Costa_
Nosso orgulho e razão da existência em toda a vida nossa fortaleza são nossas mães,e todas estão certas.
ResponderExcluirLipe_Costa_
Fico sem palavras pra dizer da emoção que essa manifestação de amor nos traz. Lendo as lembranças da Manu, lembrei dos cafés da manhã(pao, nata, schmier, mel) que tomávamos juntas qdo ela vinha a Ijui e pernoitava lá em casa. querida, tão amada por todos/as nós. bjo.
ResponderExcluirLindas palavras, parabens Manu. Faz poco que eu saiu do Brasil e ja tenho uma saudade monstruosa da minha mulher Fernanda e da mea amada POA.Abraços!
ResponderExcluirPrecisamos incentivar mais as demonstrações de amor e afeto... ao contrário das relações violentas que insistem em aparecer... Belo exemplo...
ResponderExcluirLindo, também-querida Manu!
ResponderExcluirParabéns,
Barroso
Que lindas as palavras da sua mãe, realmente emocionante. Muitas felicidades Manu, que continues sendo esta guerreira incansável que Deus te ilumine muito.
ResponderExcluirBeijos...
Manu, essa homenagem tão emocionante, em forma de uma retrospectiva da mãe para a filha, apenas reafirma o ditado popular: o fruto nunca cai longe do pé. Parabéns às duas grandes mulheres, que só nos enchem de orgulho. Beijos.
ResponderExcluirpara mim, para nós, as mães, os filhos serão sempre crianças, nossas crianças, e não será diferente contigo, és a menina Manu, que hoje fala de saudades e de memórias.
ResponderExcluirQue lindo isso. Dá vontade de chorar.
ResponderExcluirUAU!!! que coisa bem linda!!!! beijos às duas. Córa
ResponderExcluirOi Manu, a maternidade é transbordante... parabéns por ter chegado aos 3.0 com uma mente tão clara... fico feliz em saber que sua mãe tem muito a ver com isso... Grande abraço,
ResponderExcluirRita Polli Rebelo.