"o que está acontecendo? O mundo está ao contrário e ninguém reparou?" (Relicário, Nando Reis)
Carros incendiados na Inglaterra. As ruas de Israel tomadas pela juventude. Jovens, aos milhares, nas ruas do Chile. Mulheres com rostos cobertos questionando governos no mundo árabe. Uma marcha das vadias começa num continente e termina ocupando vários pontos do mundo. A marcha da maconha transforma-se na marcha das liberdades.
Alguns tem grandes Causas. Outros, bandeiras individuais. Alguns atuação organizada disputando poder político. Outros, carregam revolta não traduzida em ação coerente.
Apesar de todas as diferenças entre esses movimentos todos sentimos: há algo de diferente no ar.
A tecnologia e, mais precisamente, a internet está inserida nessas mudanças. Por ajudar no processo de mobilização com as tão divulgadas redes sociais? Também. Mas, fundamentalmente, porque a internet auxilia no processo de construção de um novo cidadão. Mais informado mas, sobretudo, com outra visão sobre sua participação e sobre o significado de liderança. Além dos hábitos do uso, a rede mundial de computadores construiu novos valores na sociedade. Existe um mundo analógico. Outro digital. E esses dois mundos são constituídos por cidadãos diferentes.
Se para o cidadão analógico o líder é aquele que concentra informação, para o cidadão digital a liderança é ocupada por quem compartilha informação. O analógico sabe tudo e constrói sua ação "encastelado"; o digital reconhece seus limites e atua de maneira colaborativa. O analógico é mecânico. O digital é Orgânico. Imaginem computadores pessoais fixos e tablets, orelhões ou pequenos celulares multifuncionais. Não trata-se, portanto, de questão geracional, como alguns afirmam. Seria ingênuo transformar a idade no fator central de mudanças tão profundas. Existem Jovens analógicos e senhores digitais!
O fato é que nossa sociedade e nossas instituições passam por transformações. Coexistem cidadãos analógicos e digitais. Uns questionam aos outros. E nosso dilema, de nós que optamos pela vida
Pública, é garantir que nossas instituições estejam atentas a essas transformações para manterem representatividade real. Para consolidarmos a democracia.
Talvez a grande crise econômica mundial, para além dos profundos dilemas do capitalismo, também carregue consigo um pouco disso: excesso de líderes analógicos representando aos cidadãos digitais.
Parabéns pela estrutura familiar que possui!
ResponderExcluirParabéns pela estrutura familiar que possui!
ResponderExcluirToda criação humana deveria ser utilizada em benefício da humanidade, mas o homem também criou meios de explorar em benefício próprio(enriquecimento)
ResponderExcluirA tecnologia deveria libertar a humanidade, porem ela é utilizada como meios de formação de opinião em massa, por aqueles que detém o domínio desses:radio, televisão e a agora a internet.
As mudanças sempre ocorreram,a diferença esta na rapidez de divulgar as informações, cada internauta segue a causa que lhe agrada, e a mobilização é mais dinâmica.É o ¨Efeito borboleta¨.
O perigo da internet esta nas informações unilaterais e fictícias, logo temo pela construção desse seu novo cidadão, e por conseguinte, não vejo novos valores, mas sim a perda dos verdadeiros valores humanos.
Com todo respeito, um abraço!
Protestos por mudanças em todo o mundo, menos na Pátria Brasilis onde o cidadão aceita tudo, inclusive roubo de dinheiro público IMPUNE...
ResponderExcluir