Segunda-feira, a convite de meu ex-professor Juremir Machado, falei com cerca de cinqüenta estudantes de jornalismo da Famecos/PUCRS. Foi nessa faculdade em que me formei jornalista. Mas aquelas salas de aula, mais do que isso, significam, para mim, a louca dinâmica da vida. Lá ingressei com os sonhos da menina que catava as letras na máquina de escrever Olivetti -uma vermelha. Anos antes de ser presenteada com aquela vermelha, um doze de outubro me apresentou uma de plástico (lembras disso, mãe?). E ainda com a improvisada máquina plástica comecei a construir aquilo que queria para o meu futuro. Sonhos e planos eram sinônimos e significam ser jornalista.
Eram bem simples os Meus objetivos. Queria contar a verdade da vida e do mundo nas páginas dos jornais. Melhorar o mundo. Achava que a verdade bastava.
Talvez a equação montada por minha cabeça infantil fosse perfeita: se as pessoas tivessem acesso a verdade sobre as coisas teriam condições de promover mudanças. Não entendia eu, com meus felizes 17 anos, que a vida não era tão simples. E foi a falta de simplicidade que me fez militante política, na mesma Famecos em que vi olhos brilharem ontem.
Ali entendi que não bastava sabermos a verdade. Era necessário adquirirmos consciência. Ali entendi que as disputas políticas eram, na maior parte das vezes, sujas. Foi ali na Famecos que jurei para mim mesma jamais me tornar igual aos meus adversários. E também entendi o sentido da unidade de pessoas de diferentes partidos.
E ontem, na coletiva-aula, me deparei com a emoção de ter construído um caminho que não sonhei. Que não idealizei.
Um caminho que a vida me mostrou ser o meu para poder ser aquilo que eu julgava ser uma jornalista.
A diferença? A diferença é que optei por não ser uma contadora de histórias, apenas. Mas alguém que trabalha para mudar a essas histórias.
Formei na PUC GO esse ano e vi em suas palavras o mesmo sentimento que me envolveu quando me decidi ser jornalista.Manu temos muitas coisas em comum,que vai além do civismo político. Queremos mudar o mundo,mas o mundo nos transforma.
ResponderExcluirComo você disse, "a verdade não basta". É triste, porque a verdade por si só deveria ser o bastante. Siga em frente nessa caminhada!
ResponderExcluire ao futuro dê voltas! Boa Sorte aí na construção da prefeitura...
ResponderExcluirOi Manu!
ResponderExcluirCada vez mais o planeta precisa de bons exemplos, pessoas incorruptíveis que demonstrem para o mundo que é possível ser ético, correto e trabalhar pelo coletivo, sem se permitir escorregar pelos benefícios individuais através da coisa pública. Desejo que estes sonhos e planos se transformem cada vez mais num movimento em favor do que o nosso país precisa e pouco recebe daqueles que estão o conduzindo.
Força, Luz e Sabedoria na sua e na nossa luta!
Um forte abraço,
Saulo Maciel
www.saulomaciel.com.br
Salvador/BA
Querida Manu:
ResponderExcluirEntrei neste seu twiter hoje que estava a disposição no vermelho. Confesso que fiquei emocionado com as tuas palavras. Algumas poéticas e outras que demonstram a tua grande sencibilidade, que achava que tinhas perdido diante de tantas batalhas que a vida te trouxe. Fico feliz em ver que tu és a mesma pessoa que encontrei em 2006, depois de tantos anos.
Sergio Macedo