Era capaz de contar as grossas e negras pestanas da expressiva face da mulher. Pequena mulher, com aquela serra desenhada entre o nariz e a boca. A boca... Os lábios carnudos da desconhecida mulher amada. A pele macia como se amaciada por todas as rosas do mundo. A maneira como pediu, sorrindo, para que ele esquecesse que ela o amava. E ela o amava! E ele a amava. Não poderia dar outro nome para aquela sensação de quebra-cabeça, de quebra-cabeça montado. Deitada em seu ombro, com as grossas pestanas cobrindo os negros olhos, ela dormia. E ele tinha certeza que o amor seguia acordado.
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