Então era assim, apenas um telefonema de distância. Tristezas e alegrias, derrotas e vitórias, a comida feita no dia, o resultado do time de futebol. Apenas um telefonema de distância, ela repetia.
Girava o globo com uma das mãos. Segurava o telefone encostando a cabeça ao ombro. As mãos que telefonavam, as mãos que limpavam as lágrimas, giravam o globo. Ao rodar podia ver a distância que a separava da própria casa. Sem cheiro, sem gosto, sem abraços apertados, sem o ombro que a acolhia. Girava o globo e sentia falta de tudo aquilo que o telefone não transmitia. Sentia falta de tudo de si mesma que havia deixado lá, do outro lado da linha.
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