Trabalho combatendo as violações de direitos humanos. Portanto, vejo e sei de coisas muito tristes, horríveis, monstruosidades que tenho dificuldade em crer serem verdadeiras.
Acabo de assistir "A informante", filme sobre o trafico de mulheres na Bósnia pós-guerra. O papel da ONU e das empresas contratas pelo departamento de estado americano como cúmplices. Uma história real. Das que tiram o sono.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Dica de filme 2
Assisti ao longa Argentino "O conto chinês". Grande filme. Sensível e doce. E com pinceladas de muita graça. Super indico.
"como pude ficarmos assim?"
Meu Deus! "como pude ficarmos assim"*, vozinha? Olhando para o perflex, limpando a cozinha depois que todos os convidados saíram, eu era tu. Era assim que fazias sempre, todas as noites em Jaguarão. Como pude ficarmos assim? Estranho vozinha. Estranho sentir saudade de alguém que existe tanto em mim.
*frase de poema de Quintana
*frase de poema de Quintana
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Dica de cinema
Acabo de assistir o filme iraniano "A separação". Belíssima fotografia e bonito filme. Cultura, valores, fé. Bom.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Mãe
Há algum tempo a escrevi um email. Falava de minhas angústias, dúvidas e cansaços. Ela me respondeu com parte de sua história. Naquela resposta percebi que ela continuava sendo a pessoa que mais sabia de mim (mesmo quando não falamos sobre os fatos) e que sua vida é toda cheia das respostas que busco. Naquele email ela me reafirmava a possibilidade da gente se reinventar sempre. Quanto conforto.
Minha mãe tem lá seus defeitos. Alguns - como o exagero - chegam a ser engraçados. Mas ela é cheia de coisas admiráveis. Adoro o fato dela não ser sofrenilda. A vida reserva muitas coisas boas para todos. E outras tantas ruins. Minha mãe supervaloriza as boas e menospreza as ruins. Adoro isso. Assim como adoro a coragem com que ela solenemente ignora a Opinião dos outros sobre ela e seus amores. Amores podem ser lenços e lápis coloridos de olhos ou maridos. Adoro! Adoro a almôndega dela, na versão regime (com ricota) ou na versão tradicional (fritas com salsinha). Adoro quando ela pede o seu mamá (uma taça de vinho) ou quando ela aparece toda mulambenta indo caminhar. Adoro saber que ela tem um violão no gabinete de trabalho. Adoro saber que ela juntava todo o dinheiro para fazer festa de aniversario com gelatinas em copos plásticos para um de seus cinco filhos. Adoro rir com ela do dia em que chamei os enfermeiros para a interditarem num hospital (ela estava me irritando!). Adoro chorar lembrando quando, com poucos anos, a disse que nao ia morrer daquela vez (numa das pneumonias que tive). Adoro lembrar que íamos juntas passear no Guion e achavam que nós éramos um casal. E que juntas odiamos muitos filmes. Adoro o ódio que minha mãe tem de intelectualóides. Adoro quando ela toca piano ou violão. E adoro quando vejo a isa a chamando de vovó. Adoro saber que numa simples mensagem de texto ou email, minha mãe segue me dando o maior abraço do mundo. Como quando eu ainda era criança e a esperava chorando de suas aulas na faculdade. Como quando eu me perdi e ela subiu na pedra e gritou até toda cidade saber que uma criança estava perdida. E me encontrar. Aquele abraço, daquela tarde em que me perdi com cinco anos, minha mãe me dá sempre.
Feliz aniversário mamãe. Te amo.
Minha mãe tem lá seus defeitos. Alguns - como o exagero - chegam a ser engraçados. Mas ela é cheia de coisas admiráveis. Adoro o fato dela não ser sofrenilda. A vida reserva muitas coisas boas para todos. E outras tantas ruins. Minha mãe supervaloriza as boas e menospreza as ruins. Adoro isso. Assim como adoro a coragem com que ela solenemente ignora a Opinião dos outros sobre ela e seus amores. Amores podem ser lenços e lápis coloridos de olhos ou maridos. Adoro! Adoro a almôndega dela, na versão regime (com ricota) ou na versão tradicional (fritas com salsinha). Adoro quando ela pede o seu mamá (uma taça de vinho) ou quando ela aparece toda mulambenta indo caminhar. Adoro saber que ela tem um violão no gabinete de trabalho. Adoro saber que ela juntava todo o dinheiro para fazer festa de aniversario com gelatinas em copos plásticos para um de seus cinco filhos. Adoro rir com ela do dia em que chamei os enfermeiros para a interditarem num hospital (ela estava me irritando!). Adoro chorar lembrando quando, com poucos anos, a disse que nao ia morrer daquela vez (numa das pneumonias que tive). Adoro lembrar que íamos juntas passear no Guion e achavam que nós éramos um casal. E que juntas odiamos muitos filmes. Adoro o ódio que minha mãe tem de intelectualóides. Adoro quando ela toca piano ou violão. E adoro quando vejo a isa a chamando de vovó. Adoro saber que numa simples mensagem de texto ou email, minha mãe segue me dando o maior abraço do mundo. Como quando eu ainda era criança e a esperava chorando de suas aulas na faculdade. Como quando eu me perdi e ela subiu na pedra e gritou até toda cidade saber que uma criança estava perdida. E me encontrar. Aquele abraço, daquela tarde em que me perdi com cinco anos, minha mãe me dá sempre.
Feliz aniversário mamãe. Te amo.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Refém
Refém? De quem? Ah! Que sabes tu do amor para me dizeres refém do teu? Sou refém de mim mesma, daquilo que sinto, daquilo que vejo, daquilo que quero. Refém? Hein?
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Dica de leitura para sempre
"mas os olhos estão cegos. É necessário olhar com o coração". Reli "o pequeno príncipe" e confesso não compreender a idéia de que essa é uma obra infantil. É, para mim, uma das mais lindas obras para adultos refletirem sobre os rumos de suas vidas. Sabem aquela pergunta de sempre das entrevistas "livro de cabeceira"? Esse é o meu. Antoine de Saint-exupéry, O pequeno Príncipe. Aquele que nos ensina porque a nossa rosa é cheia de significados. E as outras não.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Dica de leitura
Apesar de ler muito, jamais tinha havia estado com o prêmio Nobel turco Omar Pamuck. Devorei as mais de 500 páginas de "museu da inocência". Detalhista, preciso, Pamuck nos mostra como é preciso ter a coragem para viver e como as pequenas lembranças são preciosas quando se ama. Lindo.
Cinza
Os sinos batiam na manhã iluminada pelo sol. Ele fazia o esforço para acompanhar a melodia, caminhando nas ruas cinzas, ainda mais cinzas que no dia anterior. Nunca entendera aquela cidade, aquelas ruas, aquela gente. Nunca fez sentido. Até hoje. O dia em que ele próprio ficou tão cinza quanto as ruas. Mesmo com o raio de sol iluminando seu rosto.
Roda gigante
Redonda, grande e redoda a roda gigante. Entramos, subimos, observamos e descemos. Antes de subir de novo. Assim é a vida na roda gigante.