Não canso de dizer o quanto a vida tem me permitido viver emoções fortes e bonitas. Ontem, vivi um dia cheio dessas emoções. Tivemos a convenção de meu partido que homologou minha candidatura à prefeita. Ali, encontrei gente que sei da vida, das lutas, da família. E encontrei gente desconhecida, gente que não sei o nome, nem o endereço, mas que tem comigo uma identidade muito forte: o mesmo sonho de construir uma cidade mais humana, mais desenvolvida, mais ousada!
Sou como um copo vazio que fica cheio de energia e força quando me encontro com essa gente toda. E essa coragem, essa garra, essa convicção de que é possível, sim, construir soluções novas para esses problemas antigos, isso está tatuado em mim.
A política tem que ser feita para mudar a vida das pessoas. Ontem, mais uma vez, tive certeza que vale a pena.
O que posso dizer? Obrigada. Obrigada pela generosidade e por fazerem de mim instrumento de luta pelos nossos sonhos.
Aqui, meu discurso (a parte escrita pois improvisei quase tudo!)
Queridos amigos, queridos dirigentes partidários, queridos companheiros de caminhada.
Todos os homens e mulheres que almejam construir uma sociedade mais justa precisam saber ouvir a população com o coração aberto e ter muita humildade para aprender.
A arrogância é um dos piores vícios da política.
Ontem, lembrando de nossa convenção, que aconteceu aqui, exatamente aqui, há quatro anos, eu pensava: o que mudou de 2008 para 2012? O que aprendemos? O que aprendi?
De onde sai a nossa convicção de que podemos oferecer um projeto alternativo, melhor para a nossa cidade?
De nossa parte, minha, de meu partido, o PcdoB, dos nossos partidos aliados PSB, PSC, PSD e PHS, posso dizer que nós amadurecemos ainda mais.
Esses quatro anos foram intensos.
Nos conectamos com as experiências mais modernas de gestão que existem no país e no mundo.
Nesses 4 anos, tive a oportunidade de trabalhar ao lado dos presidentes Lula e Dilma, ajudando a mudar profundamente o nosso Brasil.
Nesse tempo em que nós amadurecemos, o Brasil mudou muito.
Nosso país avançou no combate a pobreza extrema, a renda média do brasileiro cresceu, mais pessoas tiveram acesso à universidade e nos tornamos uma Nação com mais protagonismo mundial.
O Brasil mostrou que é possível governar com competência e com o coração. Que é possível fazer desenvolvimento e justiça social ao mesmo tempo. Não há contradição!
O Brasil elegeu a primeira mulher Presidente em sua história.
Sim, podemos dizer que o Brasil mudou muito, e para melhor.
Nós amadurecemos, o Brasil mudou. Vivemos um grande momento para as cidades!
E Porto Alegre? Como se posiciona nessas mudanças? Qual papel nossa cidade cumpre nesse Brasil que está mudando?
Nós dizíamos, há quatro anos, que a cidade precisava construir um caminho novo, uma alternativa mais avançada, com a superação de falsos dilemas.
Dizíamos que a prefeitura deveria ser mais protagonista no Brasil, mais moderna, deveria ter liderança e ser mais empreendedora.
Concorri em 2008, porque faltavam creches para as mães trabalhadoras; porque o sistema de saúde da cidade atendia mal as pessoas; porque estávamos perdendo a qualidade do nosso Transporte Coletivo, até bem pouco tempo atrás exemplo para o Brasil; porque a insegurança ameaçava a todos – sejam as pessoas mais pobres vitimas do tráfico e da violência, sejam as famílias de classe média vitimas do assalto e também das drogas.
A renda média das famílias de Porto Alegre não aumentou na última década. Nosso trânsito piorou.
E é exatamente por isso que estamos reunidos aqui novamente, quatro anos depois.
Temos um passivo de problemas sociais e temos a obrigação de nos projetarmos para o futuro. Por isso concorro novamente a prefeita.
Meu adversário nessa eleição não é o Prefeito da cidade. Não é ele quem nós vamos desafiar nessa campanha.
Meus adversários são os problemas da cidade, os problemas da população, e eles que eu vou sim desafiar: a crise da saúde, a falta de creches, a perda de qualidade do ensino.
É a eles que eu quero vencer, porque eu acredito em Porto Alegre. Se o Brasil pode mudar, se outras cidades, algumas bem perto daqui, podem mudar, é claro que Porto Alegre também pode.
Eu quero ser Prefeita para interromper esse ciclo em que os governos mudam, mas os mesmos problemas ficam.
Meus adversários são os problemas da população e meus aliados, queridos presidentes dos partidos de nossa candidatura, meus aliados são as pessoas de nossa cidade.
Sejam os técnicos capazes de construir soluções não aproveitadas aqui, seja o povo que conhece sua realidade e sente na pele a necessidade de avançarmos.
Cada cidade tem a sua alma, a sua essência de espírito. E na alma de Porto Alegre estão marcadas de maneira bem forte três vocações: pioneirismo, coragem de mudar, e a inconformidade com as injustiças sociais. Por isso Prefeitos como Loureiro da Silva, Leonel Brizola e Olívio Dutra são ícones na nossa história.
Loureiro com sua ousadia de planejar o futuro, Brizola fazendo de nossa cidade a capital nacional da educação, Olívio Dutra fazendo da cidade exemplo mundial de participação popular. Os três foram pioneiros, os três promoveram grandes mudanças, os três deixaram o legado de uma cidade mais justa.
Eu quero ser uma Prefeita que encarne essa alma, e fazer um governo que se reencontre com o espírito que sempre marcou essa cidade. O espírito corajoso, moderno, inovador. Nunca tivemos medo de inovar! Foi assim em toda nossa história!
Por que queremos reencontrar esse espírito? Porque não queremos ser a 18ª capital do Brasil em cobertura da rede de saúde da família, como acontece hoje. O lugar de Porto Alegre é ser a capital com o melhor serviço de saúde pública do Brasil. Porque não queremos ser, entre as três capitais da região Sul, a que tem a menor cobertura de creches.
Queremos ser a capital nacional do cuidado com a infância, de verdade, e não só na propaganda.
Porque nós não nos conformamos em ter índices de roubo e furtos maiores que os de São Paulo, e achamos que segurança é, sim problema do Prefeito. Se o Prefeito de Canoas assumiu com eficiência a mobilização da cidade contra a violência, porque o de Porto Alegre não pode fazer o mesmo? Pois bem, se o Prefeito não assumiu, a Prefeita vai assumir essa responsabilidade. Quando a gente fala de mudar a atitude, está falando disso.
Precisamos reencontrar esse espírito porque o transito da nossa cidade precisa de soluções pra agora. não podemos esperar os 15 ou 20 anos que o metrô ainda vai demorar para ser construído.
Porque nossa economia precisa ocupar um espaço mais importante nesse Brasil que cresce, investindo na economia criativa, na alta tecnologia, atraindo empresas e sim, baixando impostos para o resgate de regiões como o 4º Distrito. Qual foi o último empreendimento privado disputado por nossa cidade?
Quando os problemas não mudam, como resolvê-los? Mudando as ideias, as saídas, a atitude com que se enfrentam esses problemas.
Por isso, o que a nossa cidade precisa não é a mera continuidade do que aí está. Ela precisa de uma alternativa mais avançada, sintonizada com o Brasil e com o nosso tempo. E mudar a atitude e o jeito de fazer significa modernizar a gestão pública. Eu quero uma administração inovadora, moderna para minha cidade, para a nossa cidade.
Em 2012 avançar significa mudar, modernizar!
Modernizar significa menos CCs políticos, e mais especialistas no comando do serviço ao cidadão. Buscar na inteligência da cidade as saídas que a política tradicional não consegue mais produzir. Moderno é valorizar o funcionalismo público municipal!
Modernizar a gestão é ser transparente de verdade, é fazer do orçamento Participativo um instrumento de controle do governo pela comunidade, e não um palco de proselitismo político.
É governar com metas e em parceria com a iniciativa privada. É usar a informatização e a comunicação pra acabar com as filas de saúde, pra tornar a cidade mais segura.
Modernizar a gestão é uma nova atitude política, é gastar mais em ciclovias, e menos na propaganda da ciclovia.
Modernizar é fazer atual o sonho de erradicar a miséria. Vamos fazer esse pacto com nossa cidade?
Moderno é criança na escola. Moderno é não adoecer. Moderno é ser sustentável de verdade.
Não quero ser Prefeita para fazer mais do mesmo. Vamos respeitar e, evidentemente, manter o que cada Prefeito fez de bom. Vamos, também, avançar, fazer uma administração mais empreendedora, moderna, dinâmica, criativa, iniciar um novo ciclo de mudanças. Essa é a Prefeita que eu quero ser.
E a hora é agora, Porto Alegre não pode desperdiçar esse momento.
Uma nova atitude não é colocar placas em obras.
Hoje, estão previstos mais de 500 milhões em obras de mobilidade, e só 13% são contrapartidas do município. As obras da Copa não são do Prefeito, são da cidade, e nós não vamos deixar que usem elas como chantagem pra ganhar o voto dos porto alegrenses. E aqui eu quero usar uma frase do Prefeito Fogaça, la na campanha de 2004. Ele dizia que “O OP fica porque ele não é de um partido, ele é patrimônio da cidade, ele não vai embora com o PT”. Sobre as obras da cidade é exatamente a mesma coisa, elas acontecerão de qualquer jeito, porque são patrimônio da cidade e porque os recursos são federais. O Prefeito não é dono delas, e elas não vão ir embora se ele não continuar, ou seja, haverá continuidade em todas as obras!
Não é isso que está em discussão nessa eleição. O debate é se a cidade, além das obras da Copa, vai dar um salto e buscar soluções inovadoras para os seus problemas.
Nós vamos mostrar na campanha que temos o melhor projeto e a melhor equipe para fazer isso.
Mas eu quero dizer que não me contento com as obras de cimento. A minha maior obra, como Prefeita, será cuidar das pessoas. Quero ser lembrada como a prefeita que cuidou das crianças! Essa será minha maior obra física! O ser humano. Quero para todas as crianças aquilo que darei para filhos que terei.
Não trago em mim a experiência da maternidade. Mas não preciso dela para trazer em mim o sentimento de cada mãe que conheci nesses anos de caminhada. Cada mãe que quer o filho mais preparado do que ela foi, quer ele cuidado e protegido enquanto ela trabalha.
Quero ser Prefeita para iniciar uma revolução no atendimento da saúde em Porto Alegre. Que vai dar a atenção devida a mãe trabalhadora. Quero ser Prefeita para assumir a responsabilidade pela segurança.
A grande avenida que eu quero construir é a que levará Porto Alegre, de novo, a ser a capital nacional da igualdade, a capital nacional da justiça social, a capital da qualidade de vida.
Por falar em experiência, vão questionar a nossa experiência para governar. Como fizeram com Lula, com Dilma, como certamente fizeram com Brizola e com o jovem prefeito Loureiro há seu tempo.
Pois eu vou enfrentar esse debate. Administração que determina feriadão em Posto de Saúde em pleno início de inverno não tem autoridade pra cobrar experiência!
Trago a experiencia de ter sido vereadora dessa cidade e duas vezes deputada federal.
Mas trago uma experiência em especial que me orgulha: conheço os problemas do povo dessa cidade.
A experiência de conhecer as novas políticas públicas que são feitas nos governos Lula e Dilma, e em outras cidades do Brasil e do mundo, eu tenho tanto ou mais que eles. Aliás, se são tão experientes, por que não desenvolveram soluções?
Não, o debate nessa eleição não é sobre quem é ou não experiente. Mas sobre qual tipo de experiência queremos: das soluções que não resolvem, dos problemas que continuam, da política tradicional onde os interesses dos partidos e o loteamento de cargos estão acima da cidade, ou a experiência das novas soluções, de uma nova mudança, como muitas vezes essa cidade teve a coragem para fazer.
E agora é de novo a hora de construir avançar mais, de renovar as soluções, de virar mais uma página na história da nossa cidade.
Repito: quero solucionar o passivo de problemas sociais, da queda da qualidade dos serviços públicos em Porto Alegre. Mas quero mais: quero projetar Nossa cidade para o futuro!
Tenho orgulho da minha trajetória, que construí sem padrinhos ou máquinas, caminhando com meus próprios pés, de mãos dadas com nossa população, uma caminhada na qual se juntam ano a ano mais homens, mulheres, jovens, adultos, idosos, pessoas de todas as cores e crenças que tem em comum o sonho de uma vida melhor.
Tenho orgulho de fazer parte de uma geração de mulheres que está mudando a política, com uma nova atitude para enfrentar os problemas e subverter os padrões da política tradicional. Mulheres como a presidenta. Tenho orgulho de fazer parte de uma geração de mulheres que está mudando o país, mulheres anônimas, que cuidam das suas famílias no dia a dia com coragem.
Por isso, no nosso governo, cuidar das mulheres e das mães será um primeiro passo para cuidar da vida de todos.
E tenho muito orgulho da nossa aliança. Dos nossos partidos, do PC do B, PSB, PSD, PSC, PHS, dos cidadãos sem partido, de todos que estão juntando-se a nós nessa caminhada. Estão conosco não por cargos, não por interesses pequenos, mas porque acreditam em Porto Alegre, porque compartilham de sua alma inovadora, mudancista e justa.
Tenho orgulho de ter vocês que vem de todas as comunidades de nossa Porto Alegre para dizer que, juntos, vamos vencer as eleições e fazer Porto Alegre avançar.
Chegou nossa hora e eu estou – graças a cada um de vocês – pronta, preparada para ser a primeira Prefeita de Porto Alegre.
E, juntos, vamos construir nossa vitória!
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