calçou os sapatos e riscou os olhos de preto. tentava confundir a cor dos olhos, a pele insone, a maquiagem. floriu o corpo de vermelho e azul, falsamente alegrando o dia, congelou o sorriso, digitou mentiras para enganar a si, aos outros, a um universo de pessoas com quem não se importa.
engoliu o leite, a saliva, trancou o choro. ficou quieta e repassou mais uma vez tudo aquilo que havia sentido.
se os símbolos contam, todo o amor de seu corpo, estava naquele prato de comida. depois de tantos dias sem dormir, permbulando, enfrentando leões, tentando ficar bonita, cozinhou para que ficasse feliz.
não entendia que esse era a fortuna, que a mulher da foto, das fotos, havia gasto. essa era a fortuna que a havia enlouquecido.
não entendia que não era a raiva que a enfurecia: era a fragilidade do amor. de ser tão feliz por que alguém estava presente.
ele bateu a porta. foi embora. como ela nunca teve coragem de ir. a olhou com raiva e disse que era a pior de todas. de todas.
calçou os sapatos, riscou os olhos de preto. confundiu a todos. sorria um riso triste. quando deu o melhor de si, foi a pior de todas.
Não há melhor ou pior,o que há sim é compatibilidade de genêro !
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