sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Minha mãe
Pinças
Yeda, as denúncias e o PSOL
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Depois conto
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
domingo, 15 de fevereiro de 2009
E segui cantando...
Acho essa música uma homenagem aos que conseguem voltar. E voltam para ser felizes...
A doçura do mundo
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Mais Carpinejar
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Eu ainda falo com ele
Já revelei para vocês que amo o Fabrício Carpinejar? Acho ele um talento único, um homem com alma e escrita de mulher, um ser superior? Já disse que sou perplexa com sua pouca idade e monstruoso talento? Pois bem, volta e meia eu o vejo num restaurante árabe aqui em Porto. E não tenho coragem de falar com ele. Dou um oi meio contrangido, me lembrando das vezes que sou interrompida em minhas refeições. Vá que ele se incomode... Um dia eu tenho que ter coragem de dizer isso para ele. Enquanto a coragem não chega achei esse belo texto dele. É como me sinto em relação a esse jovem poeta. É como me sinto com esse blog.
"Pensava que escrevia por timidez, por não saber falar, pelas dificuldades de encarar a verdade enquanto ardia, arvorava, arfava. Há muitos que ainda acreditam que começaram a escrever pela covardia de abrir a boca. Nas cartas de amor, por exemplo, eu me declarava para quem gostava pelo papel, e não pela pele, ainda que o caderno seja pele de um figo. O figo, assim como a literatura, é descascado com as unhas, dispensando facas e canivetes. Não sei descascar laranjas e olhos com as unhas, e sim com os dentes. Com as mãos, sei descascar a boca do figo e o figo da boca, mais nada. Acreditei mesmo que escrever era uma fuga, pedra ignorada, silêncio espalhado, um subterfúgio, que não estava assumindo uma atitude e buscava me esconder, me retrair, me diminuir. Mas não. Escrever é queimar o papel de qualquer forma. Desde o princípio, foi a maior coragem, nunca uma desistência, nunca um recuo, e sim avanço e aceitação. Deixar de falar de si para falar como se fosse o outro. Deixar a solidão da voz para fazer letra acompanhada, emendada, uma dependendo da próxima garfada para alongar a respiração. Baixa-se o rosto para levantar o verbo. É necessário mais coragem para escrever do que falar, porque a escrita não depende só de ti. Nasce no momento em que será lida."
Dia de Dilma
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Trabalho faz bem... Criança mais ainda!!!
O caso Cesare Battisti
- Soberania nacional: A Itália não está respeitando nosso governo e as suas decisões. Isso significa que não respeita nossa soberania e nosso povo. Ameaçou não convidar para a reunião do G8, que acontecerá lá, tentou fazer com que sua seleção não jogasse contra a nossa, chamou o nosso Embaixador para dar explicações, convocou o Embaixador deles para ir ao País. Estranhamente, a Itália não tratou a França da mesma maneira em uma situação praticamente idêntica. No caso de Marina Petrella, o governo francês decidiu dar asilo político a militante italiana. O governo Berlusconni ficou quieto. Será que a diferença se dá por sermos um país em desenvolvimento e não europeu? Países devem respeito à países.
- Fragilidade de nossos poderes: O STF (Supremo Tribunal Federal) virou o super poder no Brasil? Eles decidem o que o Poder Legislativo deve fazer (nesse instante debatem se a Câmara deve ou não promulgar uma Proposta de Emenda à Constituição!!! Peraí, mas eu fui eleita para fazer leis!!!) e agora decidem também o que o Poder Executivo deve fazer??? Legalmente, cabe ao Poder Executivo tomar decisão sobre asilo humanitário. O Ministro Tarso Genro o fez. O Lula pode fazer. Ministro decidir sobre ato exclusivo da Presidência da República??? Essa não apenas a minha opinião. Essa é a opinião do Procurador da República. Esse, por sua vez, era favorável à extradição. Ao tomar conhecimento da decisão do Poder Executivo a legitimou. Mesmo discordando do mérito.
Citei esses dois pressupostos por que eles são maiores do que as opiniões sobre Cesare Battisti. Dizem respeito a tornar normais práticas não legais. Normalizar o erro. Vou escrever mais sobre Cesare, sobre a inocência que acredito que ele tenha (afinal a testemunha viu um moreno alto e eu conheci um loiro mirradinho), sobre a situação em que vivia a Itália no período dos tais crimes (havia ou não um grande conflito armado dos dois lados?), sobre o tal julgamento dele (o advogado dele - com procurações que ele afirma serem falsas - era o mesmo de quem o acusou. Alguém já viu isso???). Agora quero apenas que vocês me ajudem a pensar se as relações entre países podem se dar dessa maneira, desrespeitosa. Quero também que pensem se é correto um Tribunal mediar conflitos entre países. Estou indignada!!!
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Dia
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Loucura
Copa 2014
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Todos temos ossos
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Futebol...
Força estranha
Imagens
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Motivo
Motivo
Cecília Meireles
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Rastro
MSN
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Liberdade
Ela queria respirar. Eu não podia dar o ar que lhe faltava. Ela queria sair, correr livre. Eu estava mais presa a ela do que ela àquele lugar. Ela melhorou. É incrível como precisamos ver o pior para acharmos o básico, bom. Um sorriso, um olhar. Fizeram ela livre e libertaram, também, a mim.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios
Deus
O povo perdeu um parceiro
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
www.viniciusdemoraes.com.br
Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
– Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...
Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.
Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.
Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.
Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história...
Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e do mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.
Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.
Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.
Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante
E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.
Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.
Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...
Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.