sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Corri feito louca o dia inteiro. Fiz bastante coisa e sigo me sentindo FELIZ. Vou ao Porto Seco, hoje a noite, participar do lindo carnaval de Porto Alegre. Depois, me perdoem, vou sumir... Uns cinco dias longe de tudo, me recuperando das muitas noites em claro e dias escuros... Só tranquilidade, quando voltar estarei à 150 km/h.
Fiquem todos em paz!!!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Minha mãe

Como estou contente e hoje está sendo o aniversário de minha mãe, compartilho com vocês mais uma animação.

É assim que será 2009 agora!!!

Pinças


Em alguns momentos, determinadas pessoas parecem ter pinças nas mãos. Arrancam o problema como se o pudessem identificar tal qual um cabelo fora do lugar. Essa semana isso aconteceu comigo. Depois de alguns meses alucinada com a quantidade de problemas em minha vida - de todas as naturezas - voltei a sorrir. E só Deus sabe como sorrir me faz bem. Já sei. Decreto o meu início de 2009 agora. Que venha!!!

Yeda, as denúncias e o PSOL

Todos sabem que faço oposição ao Governo Yeda. Também sabe que não sou dada ao "gritar mais alto". Acho que oposição se faz com política, com disputa de projeto. Corrupção não tem relação com ser governo ou oposição. Corrupção é corrupção. Assim como, ética é ética.
O PSOL apresentou hoje nove denúncias contra a Governadora Yeda. Todas são repugnantes. É verdade que não apresentou as provas e nem a origem das denúncias. Assim que eu tiver alguma informação precisa vou emitir opinião mais conclusiva. Por ora, posso dizer: que todas as denúncias sejam investigadas.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Depois conto

Amanhã, com calma, conto tudo dessa semana aqui em Brasília para vocês. Quando fico aqui, acabo perdendo a paciência em escrever no Blog. Saudades de vocês!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Em

Brasília... Votação, correria, materiais do mandato...

domingo, 15 de fevereiro de 2009

E segui cantando...

Acho essa música uma homenagem aos que conseguem voltar. E voltam para ser felizes...

A doçura do mundo


Acabei de terminar esse livro, de Thrity Umrigar. Por sugestão do Senador Cristóvam Buarque conheci a autora. Ele indicou "A Distância entre nós". O fato é que eu, com meus preconceitos, não teria lido nem um, nem outro. São livros de aeroportos. Vendem nas lojinhas de livros do Salgado Filho, de Congonhas, de Brasília. Erro meu, para variar.

A doçura do mundo não é o último palito da caixa de fosfóros, é verdade. Mas é um romace rápido, de leitura fácil, sobre a relação entre culturas (a autora é indiana e vive nos EUA), entre familiares, entre gerações. É um livro leve que trabalha com um tema tenso: identidade cultural. Chega a ser engraçado, às vezes. Perfeito para os dias tensos que tenho vivido.

Já "A Distância entre nós" é mais denso e pesado. São duas mulheres, duas vidas separadas pelas castas indianas e classes sociais. É uma obra mais completa da autora.

Aliás, já notaram que os autores indianos andam na moda? Ainda em 2008 li "O Tigre Branco", de Aravind Adiga, um jovem escritor da Índia. Ou seja, vocês não precisam ver a novela das 8 para entender um pouco mais daquele gigantesco país... Mãos aos livros!!!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Em homenagem ao meu dia...

Mais Carpinejar

"Meu maior medo é viver sozinho e não ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir. Meu maior medo é almoçar sozinho, jantar sozinho e me esforçar em me manter ocupado para não provocar compaixão dos garçons. Meu maior medo é ajudar as pessoas porque não sei me ajudar. Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva mais branda. Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo banho. Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento. Meu maior medo é enfrentar um final de semana sozinho depois de ouvir os programas de meus colegas de trabalho. Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não parecer estranho e anti-social. Meu maior medo é escavar a noite para encontrar um par e voltar mais solteiro do que antes. Meu maior medo é não conseguir acabar uma cerveja sozinho. Meu maior medo é a indecisão ao escolher um presente para mim. Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que não me deixa ao menos dar errado. Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo. Meu maior medo é que a metade do rosto que apanho com a mão seja convencida a partir com a metade do rosto que não alcanço. Meu maior medo é escrever para não pensar."
(trecho de Pais e filhos maridos e esposas II)

Silêncio


Estou com uma tremenda, resistente... dor de cabeça! Ninguém merece...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Eu ainda falo com ele

Já revelei para vocês que amo o Fabrício Carpinejar? Acho ele um talento único, um homem com alma e escrita de mulher, um ser superior? Já disse que sou perplexa com sua pouca idade e monstruoso talento? Pois bem, volta e meia eu o vejo num restaurante árabe aqui em Porto. E não tenho coragem de falar com ele. Dou um oi meio contrangido, me lembrando das vezes que sou interrompida em minhas refeições. Vá que ele se incomode... Um dia eu tenho que ter coragem de dizer isso para ele. Enquanto a coragem não chega achei esse belo texto dele. É como me sinto em relação a esse jovem poeta. É como me sinto com esse blog.

"Pensava que escrevia por timidez, por não saber falar, pelas dificuldades de encarar a verdade enquanto ardia, arvorava, arfava. Há muitos que ainda acreditam que começaram a escrever pela covardia de abrir a boca. Nas cartas de amor, por exemplo, eu me declarava para quem gostava pelo papel, e não pela pele, ainda que o caderno seja pele de um figo. O figo, assim como a literatura, é descascado com as unhas, dispensando facas e canivetes. Não sei descascar laranjas e olhos com as unhas, e sim com os dentes. Com as mãos, sei descascar a boca do figo e o figo da boca, mais nada. Acreditei mesmo que escrever era uma fuga, pedra ignorada, silêncio espalhado, um subterfúgio, que não estava assumindo uma atitude e buscava me esconder, me retrair, me diminuir. Mas não. Escrever é queimar o papel de qualquer forma. Desde o princípio, foi a maior coragem, nunca uma desistência, nunca um recuo, e sim avanço e aceitação. Deixar de falar de si para falar como se fosse o outro. Deixar a solidão da voz para fazer letra acompanhada, emendada, uma dependendo da próxima garfada para alongar a respiração. Baixa-se o rosto para levantar o verbo. É necessário mais coragem para escrever do que falar, porque a escrita não depende só de ti. Nasce no momento em que será lida."

Dia de Dilma

A Ministra Dilma veio ao estado anunicar as obras de extensão do TRENSURB, eu acompanhei sua agenda em Novo Hamburgo e São Leopoldo. Essa obra é fundamental para a integração da região metropolitana, para garantir qualidade de vida para os moradores do Vale dos Sinos. A mim, chama muito a atenção como nossa política, do governo do Presidente Lula, está certa. O PAC - o conjunto de investimentos decorrentes dele - garantem a minimização do impacto da crise econômica mundial aqui, no Brasil. Gritante não é anunciar investimentos agora, como muitos países ricos têm feito. Gritante é que nós anunciamos há muito tempo. E a oposição fez oposição... Imagina se governassem o país...

Depois do dia de trabalho um presente: estava tomando meu suquinho de melancia, lá pelas oito da noite, no café das amadas gurias em frente ao meu escritório e... meu afilhado Téo veio me dar um beijo... Assim, fica mais fácil melhorar o astral...
Notaram que ando carregando uma máquina digital dentro da bolsa??? Bem, vou correr porque ainda tenho agenda hoje: a muamba do Carnaval de Porto Alegre.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Trabalho faz bem... Criança mais ainda!!!

Trabalhei tanto hoje que os problemas ficaram menores. Comecei o dia conversando com o Embaixador da Venezuela sobre o Referendo que acontecerá lá no dia 16 de fevereiro. Encontrei prefeitos, vereadores (incluindo o jovem Mateus, de Cidreira) e fui ver o Cesare Battisti na cadeia. Depois, encontrei o Ministro Fernando Haddad, junto com a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) para tratarmos da Conferência Nacional de Educação e das propostas dos estudantes para as etapas municipais. Tive boas novidades no MEC. Corri, como louca, para pegar o avião para Porto Alegre. Cheguei e fui ao lançamento do Carnaval da Imperatriz. Duas coisas ótimas: o carnaval em Porto Alegre está cada vez melhor e mais bonito. Mais vigoroso. A segunda? Bem... Minha afilhada Luisa é carnavalesca desde que nasceu (entrou na Avenida com 4 meses, a primeira vez). E ela me matou de exaustão pulando no meu colo, hoje, lá no Barracão da Escola. Coisa boa é criança feliz...

O caso Cesare Battisti

Acabo de chegar da cadeia. Sim. Fui até lá conversar com Cesare Battisti e ouvir seus argumentos para ajudar na sua defesa, a partir de minha atuação parlamentar. Queria apenas escrever algumas coisas, antes de subir à tribuna, para colocar para fora minha sensação ao sair da Papuda, penitenciária em que ele está detido. São alguns aspectos que peço que observem antes de terem uma opinião final.
  • Soberania nacional: A Itália não está respeitando nosso governo e as suas decisões. Isso significa que não respeita nossa soberania e nosso povo. Ameaçou não convidar para a reunião do G8, que acontecerá lá, tentou fazer com que sua seleção não jogasse contra a nossa, chamou o nosso Embaixador para dar explicações, convocou o Embaixador deles para ir ao País. Estranhamente, a Itália não tratou a França da mesma maneira em uma situação praticamente idêntica. No caso de Marina Petrella, o governo francês decidiu dar asilo político a militante italiana. O governo Berlusconni ficou quieto. Será que a diferença se dá por sermos um país em desenvolvimento e não europeu? Países devem respeito à países.
  • Fragilidade de nossos poderes: O STF (Supremo Tribunal Federal) virou o super poder no Brasil? Eles decidem o que o Poder Legislativo deve fazer (nesse instante debatem se a Câmara deve ou não promulgar uma Proposta de Emenda à Constituição!!! Peraí, mas eu fui eleita para fazer leis!!!) e agora decidem também o que o Poder Executivo deve fazer??? Legalmente, cabe ao Poder Executivo tomar decisão sobre asilo humanitário. O Ministro Tarso Genro o fez. O Lula pode fazer. Ministro decidir sobre ato exclusivo da Presidência da República??? Essa não apenas a minha opinião. Essa é a opinião do Procurador da República. Esse, por sua vez, era favorável à extradição. Ao tomar conhecimento da decisão do Poder Executivo a legitimou. Mesmo discordando do mérito.

Citei esses dois pressupostos por que eles são maiores do que as opiniões sobre Cesare Battisti. Dizem respeito a tornar normais práticas não legais. Normalizar o erro. Vou escrever mais sobre Cesare, sobre a inocência que acredito que ele tenha (afinal a testemunha viu um moreno alto e eu conheci um loiro mirradinho), sobre a situação em que vivia a Itália no período dos tais crimes (havia ou não um grande conflito armado dos dois lados?), sobre o tal julgamento dele (o advogado dele - com procurações que ele afirma serem falsas - era o mesmo de quem o acusou. Alguém já viu isso???). Agora quero apenas que vocês me ajudem a pensar se as relações entre países podem se dar dessa maneira, desrespeitosa. Quero também que pensem se é correto um Tribunal mediar conflitos entre países. Estou indignada!!!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Dia

de correr em Brasília, reunir, conversar, articular, votar. E ainda por cima chegou uma proposta, fatiadinha, de Reforma Política com origem no Poder Executivo. Ai meu deus do céu. Eu quero Reforma Política, mas será que até isso o governo tem que propor? Será que o problema é a falta de propostas? Elas existem aos montes aqui no Congresso... O que é preciso é concordância... Como votar separadas as propostas (fatiadas) se precisamos mudar um sistema político??? Lá vem os grandes partidos, tão diferentes na ideologia, tão próximos nas mudanças que querem aprovar... A luta será grande...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Loucura

Brasília está uma loucura. Muito cheia a cidade. Muitos prefeitos no Encontro chamado pelo Presidente Lula. Até banho de chuva consegui tomar... Sapatinho com barro vermelho... Ô loucura...

Copa 2014

Acabo de sair de uma reunião de alguns deputados lá do estado com o Fortunatti, Secretario da Copa em Porto Alegre e vice-prefeito. Fiquei animada em ver que a Prefeitura tem trabalhado bastante para concretizar nosso sonho de que Porto Alegre ganhe muito com esse grande evento esportivo. Lembrei que, durante a campanha, alguns achavam exagero o que dizíamos que poderíamos ganhar com o mundial. A administração, ao que vejo, está trabalhando para ganhar.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Todos temos ossos

Os mesmos ossos, por dentro. Mas somos tão diferentes em todo o resto. Ossos? Todos temos os mesmos. E o resto? Quem tem coragem? Quem sente amor?

Dia de...

Bola frente, trabalho, correria... Boa semana para tod@s nós!!!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Futebol...


Minha sorte é que não gosto de discutir religião. Os outros assuntos polêmicos são os meus favoritos: política e futebol, sem ordem de prioridade. Meu Colorado ganhou. Não é qualquer besteira. Ganhou o melhor jogo, aquele que sempre é importante, o mais importante. Ganhou do nosso principal rival: o Grêmio. Ganhou o Grenal (não gosto desse nome porque eles estão na frente...). O Grenal do Gauchão, no ano do centenário... Bah... ganhar esse Grenal melhora qualquer astral...

Força estranha

Foram dias duros, os últimos. Em alguns momentos me perguntei se havia como ficar pior: perdi dois amigos, uma pessoa amada está no hospital, uma situação de trabalho não conclusa, calor de 40 graus em Porto Alegre city, dificuldade para dormir, fome exagerada (quilos a mais, portanto), estresse, escritório mudando de lugar, mudanças no mandato... Tudo junto reunido em um único início de ano. Aí me lembrei dos dois anjos que se foram... Da força que tinham, que demonstravam, como vibravam frente aos desafios tão maiores que os meus. Eu? Me entregando??? Admitindo a exaustão??? Não... O calor só pode estar fritando o meu cérebro e me tirando a razão. Tudo vai ficar bem porque... só a luta muda a vida. E nós, todos nós, temos dentro do peito uma força estranha.

O ar em que não estás - Pedro Guerra

Imagens

Soltas, em CD's, em toda a parte, sobre todos os assuntos. Campanhas, viagens, família... Imagens soltas que formam a minha vida... Revirei e organizei todas elas, hoje pela manhã.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

"Não me importa, eu te dou uma canção..."



Silvio Rodriguez - Te doy una canción

Motivo


Motivo
Cecília Meireles

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

Rastro

Fiquei impressionada com a quantidade de gente que passa por aqui sem deixar rastro nenhum... E eu achando que estava escondidinha... Descobri ontem, na formatura da minha querida Gabi. Secundarista da UJS, estudante de escola pública, ralou, entrou na UFRGS, fez Direito e... Ontem acabou.
Voltando ao assunto: escondido não pode, Camile. E para de chorar na hora da coletiva!!!

MSN

Eu espero o dia em que volte a ver o nome dela no Messenger. "Oi, Manuca", ela dirá. E tudo será como antes.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Até o fim

Liberdade

Ela queria respirar. Eu não podia dar o ar que lhe faltava. Ela queria sair, correr livre. Eu estava mais presa a ela do que ela àquele lugar. Ela melhorou. É incrível como precisamos ver o pior para acharmos o básico, bom. Um sorriso, um olhar. Fizeram ela livre e libertaram, também, a mim.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios


É o título de livro. Leiam. É de Marçal Aquino. Foi meu companheiro nos três últimos dias. Três dias duros. Mas em ótima companhia.

"Todos falam, é fácil. Quero saber quantos tiveram coragem de ir até lá. De encontro ao fim. (...)

Faço parte de uma ínfima minoria, integrada por monges trapistas, alguns matemáticos, noviças abobadas e uns poucos artistas, gente conservada na calda da mansidão à custa de poesia ou barbitúricos. Um clube de dementes de categorias variadas, malucos de diversos calibres. Gente esquisita, que vive alheia nas frestas da realidade. (...)

Não sei que nome você daria a isso.
Bem, não importa muito, chame do que quiser.
Eu chamo de amor."

Deus

Deus... será que ele entrou em férias no início de fevereiro? Ou ele estava precisando de reforço lá no céu? Ainda não entendi.

O povo perdeu um parceiro

O povo brasileiro perdeu um grande lutador. Se foi o meu querido colega Adão Pretto. Homem simples, trabalhador rural, lutador. Nunca deixou de ser coerente. Nunca deixou de ser humilde, o mesmo colono sem-terra no MST e no Congresso Nacional. Fará falta o Adão.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

www.viniciusdemoraes.com.br

O Haver

Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
– Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...

Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.


Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.

Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história...

Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e do mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.


Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.


Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.

Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante

E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.


Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.

Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...

Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.

Flores ao vento

As flores caíram do céu, hoje, em Porto Alegre. Flores que significaram um sorriso, olhos brilhantes, esperança de pessoas doces povoando o nosso mundo. Flores, ao vento, foram a estrada de Pietro para cuidar de nós.

Para ser um pouco mais feliz



Paulinho Moska - Pensando em você

Livro da semana


Terminei de ler Equador, de Miguel Souza Tavares. Grande livro sobre a vida de um diplomata português em São Tomé e Príncipe.

Bela passagem: "Não esperes nunca de mim que eu seja fiel a qualidades que não tenho. O que podes é contar com as que tenho, porque nessas não te falharei nunca."

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Inteira

"Aprendi com as primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira"
(Cecília Meireles)

Li no blog da Flávia (www.lmflavia.blogspot.com) e gostei. Me sinto assim, sempre inteira. Mesmo quando estou completamente cortada, como hoje.

Anjos


Havia uma propaganda, há algum tempo, que dizia que nós somos anjos de uma asa só. Por isso necessitamos de outras pessoas, outras asas para podermos voar. Hoje descobri que alguns de nós são anjos completos, com as duas asas. Prontos para voar. Mais doces e sensíveis. E Deus, ou seja lá o que for, precisa de alguns desses anjos para ajudar a cuidar do mundo. Levou o Pietro, filho do Beto, para junto dele.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

201

Já foram 200 posts. Obrigada pelo carinho de todos os dias, aqui no blog. Nem pensei que iria tão longe...

Em Brasília, 17 horas

Sarney é o novo Presidente do Senado. Temer da Câmara. Ambos são do PMDB. Que façam boas gestões, é o desejo sincero meu e da bancada do PCdoB. E que a concentração de poder nas mãos de um só partido não seja tão lesiva quanto os nossos prognósticos. Que o Governo Federal consiga ser rápido para enfrentar esse mais novo desafio que a democracia nos coloca. Ao Aldo, meu carinho. Todos somos soldados. Uns com mais disposição. Esse é o Aldo.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Complexo

Lembram da definição de complexo? Dessa vez fui eu quem enfrentou problemas de saúde com gente muito querida minha. Saí do ar, ou seja, do blog.