sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Obrigada, Ju
Fogo se apaga com água, como sempre digo citando Confucio.
Hoje Jussara Cony, minha amiga, mulher com mais de 40 anos dedicados a luta política, apaga os incêndios do preconceito com seu afeto.
Obrigada, Ju.
MENOS MACHISMO, MAIS DEBATE, por Manuela d’Avila.
“Às vezes me pergunto se querem debater minha vida ou a cidade... Eu quero debater a cidade. Esta cidade merece ser debatida!”
Manuela,
Há momentos em que, com sabedoria, paciência revolucionária, história de vida e grandiosidade política, temos o dever de despir a hipocrisia contida nas relações de poder.
A isso, mais pela vida do que por conhecimento, me proponho! Em tua homenagem! Porque, nesse momento, para mim, representas milênios da brava, aguerrida e linda história das mulheres...
Como diz a poesia: a dor e a delícia de ser mulher...
Porque, Manu, despir a hipocrisia, na realidade, é colocar a nu – para quem tem olhos e compromissos voltados para um novo mundo – o significado da violência em uma de suas formas mais agressivas para a humanidade, porque permeada de sutilezas e máscaras: a da relação de poder!
Há uma frase, Manu, que me conduz desde 1968 – ano de lutas por liberdades democráticas no Brasil e no Mundo, escrita no Teatro Odeon, em Paris.
“Arrisca teus passos por caminhos que ninguém passou! Arrisca tua cabeça pensando o que ninguém pensou!”
Fecho meus olhos...
Assim o faço quando enlevada por amor, amizade, precisão e responsabilidade!
Meu cérebro e meu coração, em dialética e amorosa relação, constroem a imagem, linda e audaciosa imagem, de uma jovem, como tu, protagonistas as duas da construção histórica, cada uma a seu tempo, a pichá-la, em uma noite...em Paris... no Brasil...
Ancestralidades permeiam minha alma e meu corpo. Pois, Manu, há muito, muito tempo mesmo, nós, as mulheres, arriscamos nossos passos, nossas cabeças,no cotidiano das relações políticas, econômicas, sociais, culturais, familiares, absorvendo legados e aprendendo que os que se movem constroem a historia e transformam o mundo.
Es, hoje, não só para nós que de pertinho te conhecemos, contigo convivemos na dimensão da construção desse novo que escancara portas e janelas, num Brasil de diversidades que nos torna único no mundo, a representação elaborada de uma mulher na dimensão do conteúdo estratégico da participação feminina e de todo o povo num novo tempo!
O tempo da construção de um Projeto Político de Inovação e de Igualdade como estruturante para as transformações de fundo, no âmbito da objetividade de mulheres e homens em suas práticas sociais, seus costumes, tradições e modo de vida, com protagonismo político qualificado.
Aquele protagonismo que, ao contemplar as especificidades da luta da emancipação feminina, seja capaz de dialogar e contribuir para elevar a luta política e social rumo à democracia.
É disso que se trata!
É isso que vai lá e fere de morte oâmago da cultura de uma sociedade preconceituosa, através de todos seus instrumentos de dominação, uma sociedade de lugares comuns, de simplismos que, ao abstrair a realidade objetiva, através das formas mais antidemocráticas e enganosas, busca escamotear a necessidade e a potencialidade do novo!
Ah, o novo... sabes, em nossas conversas regadas a cafezinho com canela, te digo do sentimento que tenho pelo novo...o renovado todo o dia... em tudo,como na quase chegada de uma bisneta mulher...quem sabe duas...
Incomoda! Àqueles que, ao estagnarem em sua individualidade, protagonizam a mais criminosa estagnação para uma nação, nas relações políticas, econômicas, sociais, culturais e espirituais, entravando a dinâmica da vida em sua mais elevada dimensão: a da evolução da sociedade em seu tempo histórico.
Essa eleição, em que serás a primeira Prefeita Mulher de nossa Porto Alegre, se revela, para todo o Brasil, como um precioso momento de afirmação política das mulheres e dos homens que compreendem sua dimensão histórica, na perspectiva de Fourier, quando faz a relação entre o grau de emancipação de uma sociedade tendo, como medida, o grau de emancipação das suas mulheres.
É disso que tratamos como potencialidade de evolução da humanidade!
É disso que tratam os que restringem os avanços, os que pensam que patrocinando a mesmice, o conservadorismo, o retrógado e o que oprime terão agarantia de se perpetuarem no poder, subestimando a capacidade do pensar e agir da cidade de Porto Alegre.
Porto Alegre que viver!
Porto Alegre quer que a vida que nela existe tome a dimensão de estar em sintonia com o Brasil,com o século em que vivemos, para se inserir no que a humanidade busca! A verdadeira emancipação, em processo de evolução, para que possamos viver as maravilhosas e sagradas diferenças na Igualdade, no Desenvolvimento e na Paz!
Manu, querida!
Sabes, por tua história, por tua dedicação, por tua inteligência forjada na vida, pela responsabilidade que demonstras desde que te conheci, quando tinhas 16 anos, mas aqui te reafirmo, na dimensão do meu amor à vida:
LUGAR DE MULHER É EM TODOS OS LUGARES!
Continua!
Continua, junto com milhões de nós, a ocupá-los todos!
E, agora, bem próximo, na Prefeitura Municipal de Porto Alegre!
Não por diletantismo, que disso não és, nem tu, nem nosso Partido, nem os que conosco querem e lutam por um novo mundo, mas por necessidade histórica!
Com mulheres e homens que se arriscam, com o maior prazer,para que possam chegar, junto contigo, de mãos dadas por novos amanhãs, para varrer de nossas vidas e da história
A hipocrisia,
A banalização,
As algemas,
As cercas,
Toda e qualquer forma de opressão!
Com meu beijo, aquele que oferto com amor:Socialista e de Luz!
Ju
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Menos machismo, mais debate
Todos que me acompanham por aqui, sabem o quanto defendo a democratização da informação, a transparência e a liberdade na rede. Acredito na internet como uma ferramenta fundamental na horizontalização da comunicação, de diálogo. Por isso uso tanto as redes sociais! Por isso, mais uma vez, venho aqui escrever sobre as eleições e sobre o machismo que persiste.
Entendo, claro, que o processo eleitoral mexe com a vida de alguns e, às vezes, até muda a forma de agir dessas pessoas (!)... Agora, jamais entenderei que tentem desconstruir meu passado, minhas lutas, minhas bandeiras. Não entendo que, em um momento sejamos aliados e, logo em seguida, o tratamento seja de inimigos e não de adversários. Como entender isso? Na minha política não cabe tudo. Cabem ideias!
Como querer que o povo entenda que quem é chamada a ajudar a eleger Dilma no segundo turno pela expressiva votação que fez, logo em seguida, seja proibida de usar sua imagem? Mais, como entender que aquela que, no primeiro turno das eleições passadas, esteve no programa de Tarso e Paim, não possa citá-los hoje?
Não tenho medo de repetir tantas vezes quantas forem necessárias: se me espremerem, sairá muito conteúdo. Conteúdo da militância no movimento estudantil, do meu mandato de vereadora, dos meus dois mandatos como deputada federal, como vice líder do governo Dilma no Congresso, como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, como vice-presidente da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, vice da Comissão de Relações Exteriores e tantas outras tarefas que assumi ao longo desses três mandatos e antes, como militante.
Já passei por isso, quando fui chamada, pelos mais machistas, de bonitinha e/ou musa. O que não esperava, é que repetissem isso numa candidatura do meu campo político novamente.
Há algo mais machista do que afirmar que uma mulher jovem fala bonito se for espremida... (dá a entender que não sai nada!)?
Claro... A mulher jovem não pode ter estudado em Harvard, não pode ter representado o Brasil em simpósios na Tailândia, China, EUA... Como assim? No fundo, as mentiras da rede são baseadas nesse pensamento. Aliás, a mulher tem que achar graça do Tumblr que fala de sua sexualidade, unhas, cabelos, peitos e em que tratada como histérica. O prefeito homem tem direito de ir à Justiça porque foi dito que teria um filho fora do casamento. Atentem para a diferença de tratamento. Nenhuma linha sobre a ida do prefeito à Polícia Federal para pedir investigação a respeito do filho. Centenas de questionamentos a mim. Tenho que rir do machismo, tenho que achar graça. Sim, porque comunicar à Justiça que me importo com isso foi considerado por alguns um ato de covardia(!).
Não será o machismo escondido e mal disfarçado que tirará de mim tudo o que de fato estudei, todas as soluções que vi e que acredito serem possíveis em Porto Alegre. Podem até tentar confundir as pessoas através de mentiras nas redes, divulgando mentiras.
Convido, por isso (e mais uma vez!), todos a debatermos a cidade. Sim, porque eleição deve ser isso: debate sobre a cidade.
Às vezes me pergunto se querem debater minha vida ou a da cidade...
Eu quero debater a cidade. Essa cidade merece ser debatida!
domingo, 19 de agosto de 2012
Vitoriosas
Ela caminhava devagar, como se estivesse em câmera lenta. As lágrimas contrastavam com o sorriso no rosto. Falava para si mesma: eu venci. Venci. Sou vitoriosa.
O rosa da camisa de Solange, de 37 anos, era o mesmo rosa de algumas milhares mulheres que estavam nas ruas comemorando a vida nesse domingo. Era o mesmo rosa de Marta que, amanhã, se submeterá à cirurgia da mama e da moça que segurava a faixa. Com cabelos curtos ela celebrava o primeiro "aniversário" do câncer.
O primeiro ano de vitória.
À frente, mulheres com recados escritos em folhas de papel. Algumas dançavam de braços dados. Cabelos longos dos anos de vitória. Cabelos ausentes do início da jornada.
Alguns colocaram lenços, toalhas, bandeiras rosas nas janelas do caminho. Solidariedade.
Hoje caminhei com as mulheres na marcha das vitoriosas. Ali, senti a energia que as move nesses nove anos.
Fiquei serena. Fiquei feliz em ver pelo 9º ano como as vitoriosas colorem Porto Alegre e gritam: 95% de chance de cura.
Lembrei de minha avó relatando a história de vitória de minha bisa. Lembrei do gesto que ela imitava da mãe colocando o dinheiro das vendas do bar da estação de trem, em Cerro Chato, no soutien. A minha bisavó não tinha a mama. E o soutien servia como cofre.
A causalidade, isso que faz parte do mistério da vida, fez com que a moça que me emocionou na caminhada tivesse o nome de minha avó. Solange.
O rosa da camisa de Solange, de 37 anos, era o mesmo rosa de algumas milhares mulheres que estavam nas ruas comemorando a vida nesse domingo. Era o mesmo rosa de Marta que, amanhã, se submeterá à cirurgia da mama e da moça que segurava a faixa. Com cabelos curtos ela celebrava o primeiro "aniversário" do câncer.
O primeiro ano de vitória.
À frente, mulheres com recados escritos em folhas de papel. Algumas dançavam de braços dados. Cabelos longos dos anos de vitória. Cabelos ausentes do início da jornada.
Alguns colocaram lenços, toalhas, bandeiras rosas nas janelas do caminho. Solidariedade.
Hoje caminhei com as mulheres na marcha das vitoriosas. Ali, senti a energia que as move nesses nove anos.
Fiquei serena. Fiquei feliz em ver pelo 9º ano como as vitoriosas colorem Porto Alegre e gritam: 95% de chance de cura.
Lembrei de minha avó relatando a história de vitória de minha bisa. Lembrei do gesto que ela imitava da mãe colocando o dinheiro das vendas do bar da estação de trem, em Cerro Chato, no soutien. A minha bisavó não tinha a mama. E o soutien servia como cofre.
A causalidade, isso que faz parte do mistério da vida, fez com que a moça que me emocionou na caminhada tivesse o nome de minha avó. Solange.
sábado, 18 de agosto de 2012
Bem na própria pele
Não falo, não leio, não entendo francês. Entretanto, conheço uma expressão do idioma que define o momento que estou vivendo nesse 18 de agosto, meu aniversário: "Être bien dans sa peau" (sentir-se bem na própria pele).
Aos 31 anos me sinto bem, muito bem na minha própria pele. Amo o que faço, sou feliz em minha vida, amo a Família que tenho, amo meu noivo, minhas sobrinhas deram um novo sentido ao amor que sei sentir, meu trabalho é desafiador, meus amigos são o máximo e tenho as flores mais simples e lindas do mundo enfeitando minha casa.
Não. Não me refiro a uma felicidade boba e momentânea. Tenho problemas, coisas ruins acontecem, tenho decepções com algumas pessoas. Mas o bem estar sempre se renova e problemas tornam-se pequenos.
É... Minha meta de vida nesses 31 que chegam é seguir me sentindo bem, muito bem, na minha própria pele.
Aos 31 anos me sinto bem, muito bem na minha própria pele. Amo o que faço, sou feliz em minha vida, amo a Família que tenho, amo meu noivo, minhas sobrinhas deram um novo sentido ao amor que sei sentir, meu trabalho é desafiador, meus amigos são o máximo e tenho as flores mais simples e lindas do mundo enfeitando minha casa.
Não. Não me refiro a uma felicidade boba e momentânea. Tenho problemas, coisas ruins acontecem, tenho decepções com algumas pessoas. Mas o bem estar sempre se renova e problemas tornam-se pequenos.
É... Minha meta de vida nesses 31 que chegam é seguir me sentindo bem, muito bem, na minha própria pele.
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Encontros com Porto Alegre
Hoje, gravando imagens para o programa de televisão de nossa campanha, percebi que tive alguns "encontros" especiais com Porto Alegre.
Foi especial quando fui eleita vereadora. Me recordo bem a primeira vez que entrei na Câmara depois de eleita. E lembro do dia da posse. Meu deus! Quanta responsabilidade senti naquele dia. Vivi anos felizes no exercício desse mandato. Amava trabalhar ao lado do Guaíba, ter a rotina de sair para debater com estudantes e professoras em escolas, presidir a comissão de educacao.
Depois, quando fui para Brasília, como deputada federal, vivi uma nova descoberta de minha cidade. A falta de Porto Alegre me enlouquecia nos primeiros meses. A falta daquilo que não está no concreto. As pessoas, as esquinas, o tapete de flores, o clima. Talvez ali tenha percebido o quão forte são os laços que me unem a minha cidade.
Agora concorro pela segunda vez a prefeitura dessa cidade. E me sinto cada vez mais misturada a ela. Quanto mais a conheço, mais me envolvo. Quanto mais caminho, mais a amo. Quanto mais instável o clima, mais Porto Alegre é Porto Alegre.
Essa sensação de pertencer, de sermos, de nos vermos... Isso é o que chamamos de identidade. Amo.
Foi especial quando fui eleita vereadora. Me recordo bem a primeira vez que entrei na Câmara depois de eleita. E lembro do dia da posse. Meu deus! Quanta responsabilidade senti naquele dia. Vivi anos felizes no exercício desse mandato. Amava trabalhar ao lado do Guaíba, ter a rotina de sair para debater com estudantes e professoras em escolas, presidir a comissão de educacao.
Depois, quando fui para Brasília, como deputada federal, vivi uma nova descoberta de minha cidade. A falta de Porto Alegre me enlouquecia nos primeiros meses. A falta daquilo que não está no concreto. As pessoas, as esquinas, o tapete de flores, o clima. Talvez ali tenha percebido o quão forte são os laços que me unem a minha cidade.
Agora concorro pela segunda vez a prefeitura dessa cidade. E me sinto cada vez mais misturada a ela. Quanto mais a conheço, mais me envolvo. Quanto mais caminho, mais a amo. Quanto mais instável o clima, mais Porto Alegre é Porto Alegre.
Essa sensação de pertencer, de sermos, de nos vermos... Isso é o que chamamos de identidade. Amo.
sábado, 11 de agosto de 2012
Aos pais, com carinho. Ao meu, com amor
Aprendi com a distância imposta pela vida em Brasília a cuidar sempre das pessoas que amo. Aprendi com a ausência a valorizar sempre a presença. Digo isso, pois rendo homenagens aqui, sempre. A meus amigos, para minhas irmãs, para minha mãe e para meu pai. Recentemente, em 19 de julho, agradeci a ele por tudo o que fez por mim. Em outro texto - acho que no dia dos pais passado - contei um pouco do que ele fez por nós cinco (seus dois filhos e três enteadas). Não verei meu pai no dia dedicado a ele. Vivemos em cidades diferentes, ele vem sempre que pode mas, casualmente, nesse domingo, estará em São Paulo com meu irmão.
Hoje, véspera do dia dos pais, aproveito para dizer que torço muito para que todos os homens sejam pais carinhosos como o meu é. Pais presentes, mesmo divorciados de nossas mães, como o meu também foi e é. Pais dedicados a formar filhos melhores do que eles próprios, pois essa deve ser nossa missão: melhorar o mundo. Pais que amam.
Meu pai é pai, padrasto e professor de engenharia. Trata a mim e a todos irmãos e suas centenas de alunos como filhos. E é o melhor pai para todos.
Hoje, véspera do dia dos pais, aproveito para dizer que torço muito para que todos os homens sejam pais carinhosos como o meu é. Pais presentes, mesmo divorciados de nossas mães, como o meu também foi e é. Pais dedicados a formar filhos melhores do que eles próprios, pois essa deve ser nossa missão: melhorar o mundo. Pais que amam.
Meu pai é pai, padrasto e professor de engenharia. Trata a mim e a todos irmãos e suas centenas de alunos como filhos. E é o melhor pai para todos.
Feliz dia dos pais, mães.
Durante toda a vida, ela soube o que queria ser: mãe. E a vida tem lá seus caminhos, suas ruas sem saída, seus becos e lombadas. O fato é que, depois de alguns relacionamentos sérios, engravidou de um "affair". Já estava "passando do ponto" e resolveu ir contra tudo - e quase todos. Gerou seu sonho sozinha. Construiu todas as fases da gravidez - o quartinho, as roupinhas, a escolha do nome - com o amor que carregava a uma vida pela filha que descobrira só agora no útero.
Pariu, beijou, amamentou, viu sorrir, chorar, começar a caminhar. Viu crescer. É mãe. É pai. É amor. E nem sempre tudo cabe no formato ideal que tentamos construir. Nem sempre os sentimentos são traduzíveis nos nomes que damos as coisas.
Feliz dia dos pais a todas as mulheres que criam seus filhos sozinhas. Feliz dia dos pais para quem ama por dois, por cem, por mil. Para quem sabe que qualquer ausência é menor e menos importante que o amor. O amor, esse sim, vence qualquer obstáculo.
Pariu, beijou, amamentou, viu sorrir, chorar, começar a caminhar. Viu crescer. É mãe. É pai. É amor. E nem sempre tudo cabe no formato ideal que tentamos construir. Nem sempre os sentimentos são traduzíveis nos nomes que damos as coisas.
Feliz dia dos pais a todas as mulheres que criam seus filhos sozinhas. Feliz dia dos pais para quem ama por dois, por cem, por mil. Para quem sabe que qualquer ausência é menor e menos importante que o amor. O amor, esse sim, vence qualquer obstáculo.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Sempre a emoção...
Digo sempre, aqui, que é impossível fazer política sem emoção. Lidar com as pessoas é a melhor parte de tudo. Poder transformar a vida das pessoas é ótimo, faz todo esforço valer a pena. Agora, ver isso nos olhos dessas pessoas, ouvir suas histórias, compartilhar suas histórias de vida é insuperável. Algumas histórias nos enchem de emoção, de esperança. Outras nos fazem repensar e reforçar a luta. É o caso da perda de Du R. Um menino que vimos em muitos momentos diferentes e que estava mudando de vida, estava mudando o rumo das coisas, com esforço, com dedicação, com apoio, com esperança. Du R se foi... E de uma forma violenta.
Ontem, ao inaugurarmos o Comitê pela Igualdade Racial lembrei dele. Lembramos. E decidimos fazer a nossa homenagem a ele. O Comitê leva seu nome, assim como o levamos no coração.
Foi emocionante. Por isso, deixo com vocês a poesia que Liliane Lemos leu para nós.
Boa Aparência
A cor da minha pele… Não determina minha inteligência, minha honestidade, nem minha capacidade.
A cor da minha pele… Não revela minha formação, meus diplomas, idiomas que falo, ou meu saldo bancário.
A cor da minha pele… Não mostra se estou triste, feliz, se sou católica, evangélica ou ateia.
A cor da minha pele… Não espelha meus sonhos, o que sei, sinto, ou desejo. O que preciso ou pretendo.
A cor da minha pele… Não representa se minhas roupas são caras, limpas e bem alinhadas.
A cor da minha pele… Não afirma que as únicas funções que possa exercer sejam de ama de leite, empregada doméstica, passista de escola de samba ou tampouco objeto sexual para turista deslumbrado.
Pergunto-me até quando a cor da minha pele será determinante para o mercado de trabalho?
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Relembrar é preciso
Algumas datas e alguns fatos da história mundial precisam sempre ser rememorados. Há exatos 67 anos (6/8/1945), era lançada a primeira bomba atômica sobre a cidade de Hiroxima. No dia 9/08/1945, foi a vez do segundo absurdo, a bomba sobre Nagasaki. O que hoje nos parece tão irreal, tão inconcebível, matou 78 mil pessoas de forma imediata, outras 62 morreram em poucos dias e milhares morrem e sofrem até hoje com os efeitos da radiação. Isso apenas em Hiroxima.
A história, quando vista de fora, às vezes parece tão distante de nós... Por isso que sempre repito: reviver, relembrar é preciso para que jamais voltemos a repetir os mesmos erros. E repetimos, basta olharmos para o lado.
As imagens desses episódios ainda pairam em nossas memórias e permanecerão para sempre. São imagens que toda guerra produz: a de inocentes e anônimos atingidos, vítimas de poucos que optam pela guerra para superar algo que nunca é justificável. Sim, porque nada justifica uma guerra.
Que esse dia e que o dia 9 de agosto sejam sempre momentos de reflexão para que a gente mude o presente sem violência, sem guerra, sem opressão, sem egoísmo, sem ultrapassar os limites que a ética e que a vida naturalmente nos impõem e que poucos insistem em não reconhecer.
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