Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.
Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que
a atinge.
Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se
encontram.
Virei-me sobre a minha própria existência, e contemplei-a
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.
Ó meu Deus, isto é a minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e
precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e
inúmera...
Cecília Meireles
sábado, 16 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
1 comentários:
Manu,
Gostei de ter vindo aqui e conhecido seu blog.
Muito bom.
Parabéns... voltarei sempre !
Beijo,
Solange Maia
Quando puder visite meu “Eucaliptos” :
http://eucaliptosnajanela.blogspot.com
Postar um comentário