Ainda ontem estávamos eu e meu irmão menor, 6 e 4 anos, no parquinho do brique da redenção ou naquele instalado nas férias de julho, na praça em frente a Igreja em Jaguarão. Pactuávamos com minha avó Solange (que faria aniversário no dia 20 passado e que tanta falta me faz...) o número de bilhetes. Sempre ganhávamos uns a mais.
Assim, ficávamos felizes.
Hoje levei minha sobrinha de um ano e oito meses ao parque. A vi sorrir com o mesmo carrinho que me fazia sorrir há tantos anos.
Ontem e hoje se encontram nos sonhos.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
domingo, 22 de janeiro de 2012
O vestibular e as alegrias
Era 2005. Um dia qualquer de uma daquelas semanas em que tudo era terrivelmente novo e um tanto assustador. A equipe aprendia comigo o cotidiano da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Toca o telefone e a Gi - que naquela época ainda estava longe da Sorbonne mas bem perto do telefone - vem falar comigo: "é uma menina da vila tronco, na Cruzeiro, ela diz que fez campanha para ti e que quer falar contigo sobre as vagas nas creches que disseste que defenderias". Fomos lá na Vila Tronco conhecer a menina de 17 anos, com uma filha bebê no colo. Negra, jovem, mulher que havia abandonado a escola. Ela reuniu todas as jovens mulheres da comunidade com filhos no colo . A elas Explicamos como funcionava a relação entre legislativo e executivo e a necessidade de nos organizarmos para lutar no OP e fora dele pelo direito da creche. Essas mulheres sabem o impacto de uma vaga na creche para voltarem ao trabalho.
Bruna transformou-se numa lutadora. Incansável. Aquela vila tronco sabe a força da baixinha.
Depois de anos, voltou para a escola, presidiu grêmio, veio trabalhar no mandato presidiu a UJS em Porto Alegre, foi escolhida presidente da UAMPA para 2013 e... Passou no vestibular na UFRGS.
A menina que havia largado a escola superou todas as dificuldades da vida real na nossa cidade, acreditou e... Está mudando a própria vida.
A luta dela para mudar a vida de todos também está mudando a sua. Bruninha, sem palavras de meu orgulho. Sem palavras. Parabéns.
------
Há uns 13 anos conheci um guri tão de luta que ficava dias sem comer (ou comendo quase nada) por não ter grana, mas não deixava de participar das atividades da UBES. Esse cara, que algumas vezes levamos para tomar soro pela má alimentação, esse cara que não cuidava de si para cuidar dos amigos, esse cara que veio de Novo Hamburgo para Porto Alegre, esse cara que é o maior de todos os colorados, esse cara de origem humilde e dedicado, esse cara tornou-se meu melhor amigo e passou no vestibular. Depois de muitas batalhas. Parabéns latininho. Te amo.
Bruna transformou-se numa lutadora. Incansável. Aquela vila tronco sabe a força da baixinha.
Depois de anos, voltou para a escola, presidiu grêmio, veio trabalhar no mandato presidiu a UJS em Porto Alegre, foi escolhida presidente da UAMPA para 2013 e... Passou no vestibular na UFRGS.
A menina que havia largado a escola superou todas as dificuldades da vida real na nossa cidade, acreditou e... Está mudando a própria vida.
A luta dela para mudar a vida de todos também está mudando a sua. Bruninha, sem palavras de meu orgulho. Sem palavras. Parabéns.
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Há uns 13 anos conheci um guri tão de luta que ficava dias sem comer (ou comendo quase nada) por não ter grana, mas não deixava de participar das atividades da UBES. Esse cara, que algumas vezes levamos para tomar soro pela má alimentação, esse cara que não cuidava de si para cuidar dos amigos, esse cara que veio de Novo Hamburgo para Porto Alegre, esse cara que é o maior de todos os colorados, esse cara de origem humilde e dedicado, esse cara tornou-se meu melhor amigo e passou no vestibular. Depois de muitas batalhas. Parabéns latininho. Te amo.
Códigos de casa 20
"baixou o sangue do Carvalho"
Minha avó Wanda é filha da Vó joaninha e do Carvalho. Mas ela foi criada pelo Vô Oscar. Quando era pequena o Carvalho abandonou a família e foi viver a vida. Boêmio, tocador de violão, teve mais uma dúzia de filhos e foi parar na Bahia. Reza a lenda familiar que o Carvalho era muito "imaginativo" nas histórias e "um pouco" 171.
Quando um de nós conta vantagem, aumenta ou dá uma de boêmio, logo lembramos: baixou o sangue do Carvalho!
Minha avó Wanda é filha da Vó joaninha e do Carvalho. Mas ela foi criada pelo Vô Oscar. Quando era pequena o Carvalho abandonou a família e foi viver a vida. Boêmio, tocador de violão, teve mais uma dúzia de filhos e foi parar na Bahia. Reza a lenda familiar que o Carvalho era muito "imaginativo" nas histórias e "um pouco" 171.
Quando um de nós conta vantagem, aumenta ou dá uma de boêmio, logo lembramos: baixou o sangue do Carvalho!
sábado, 21 de janeiro de 2012
Códigos de casa 19
"Dra! Desculpa o sem camisa" é um código bem engraçado de nossa família.
Minha Familia é das mulheres, como sempre conto para vocês. Vivíamos, na época dessa história, em uma casa em Rio Grande. Minha mãe e as quatro filhas e um filho. Contávamos sempre com a ajuda de alguém para essas funções tipicamente masculinas (risos) como trocar resistência chuveiro, arrumar tomada etc. Naquela ocasião, ia um moço de uns 35 anos, bem apessoado (como diria minha avó). Ela usava shorts curtíssimos e não parecia de importar com aquilo, até porque minha mãe não o encontrava.
Mas um dia, minha mãe chegou antes da hora e lá estava ele, trepando na escada (típico código familiar que descrevo abaixo) para arrumar uma lâmpada, com shorts e sem camisa. Constrangido (por estar sem camisa e não pelo short) ele começa: "Dra, desculpe. Desculpe o sem camisa". Pronto. Código de casa para algum pedido de desculpas sem noção.
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Trepando na escada ou janela + gozamos muito
Minha vó Wanda insiste em usar esse verbo como sinônimo de subir. Então, às vezes, ela solta: "eu já pedi para não trepar mais na janela".
O mesmo vale para o verbo gozar. Para ela equivale a aproveitar. Morremos de Rir sempre que ela diz: eu e o Vitinho (meu avô) gozamos muitos nos dias em Canela.
Coisas de Wandinha.
Minha Familia é das mulheres, como sempre conto para vocês. Vivíamos, na época dessa história, em uma casa em Rio Grande. Minha mãe e as quatro filhas e um filho. Contávamos sempre com a ajuda de alguém para essas funções tipicamente masculinas (risos) como trocar resistência chuveiro, arrumar tomada etc. Naquela ocasião, ia um moço de uns 35 anos, bem apessoado (como diria minha avó). Ela usava shorts curtíssimos e não parecia de importar com aquilo, até porque minha mãe não o encontrava.
Mas um dia, minha mãe chegou antes da hora e lá estava ele, trepando na escada (típico código familiar que descrevo abaixo) para arrumar uma lâmpada, com shorts e sem camisa. Constrangido (por estar sem camisa e não pelo short) ele começa: "Dra, desculpe. Desculpe o sem camisa". Pronto. Código de casa para algum pedido de desculpas sem noção.
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Trepando na escada ou janela + gozamos muito
Minha vó Wanda insiste em usar esse verbo como sinônimo de subir. Então, às vezes, ela solta: "eu já pedi para não trepar mais na janela".
O mesmo vale para o verbo gozar. Para ela equivale a aproveitar. Morremos de Rir sempre que ela diz: eu e o Vitinho (meu avô) gozamos muitos nos dias em Canela.
Coisas de Wandinha.
Causos das férias 1
Mal havíamos chegado na praia e estava eu a trocar fraldas da Dona Isadora. Avisto uma aranha de uns quinze centímetros ao lado da cabecinha dela. Tiro a Isa rapidamente e grito. Eis que, tendo salvo a criança, começa a busca pela aranha.
Minha amiga Titi conduz, com uma coragem surpreendente, as buscas pelo bicho. Levanta lençol, travesseiro. Eu invejo, discretamente, a ousadia dela.
Eis que escuto gritos. Dona Titi e Dona minha irmã Carolina avistaram, finalmente, a aranha. E viram que não havia exagero algum em meu relato. A coragem? Bem... teatro puro!
Era um tal de grito para cá, vassoura e chinelos para lá... Até que alguém pergunta: "Manu, tens desodorante em spray?" Sim, sim, o do Rodrigo.
Minha tia Clarisse adentra o recinto sem óculos. E começa com sua voz característica a dizer: "eu vou matar essa aranha, mesmo sem poder vê-la". E a aranha pulando, ao lado dela.
Até que a super Carolina me sai com essa pérola: "em nome do amor pela minha filha, eu mato". Me pega o desodorante (!!!), joga na aranha e pá, pega a vassoura e mata.
Fim da história? Talvez. Mas as frases da Clarisse e da Caro tem tudo para virar histórias lá de casa.
Minha amiga Titi conduz, com uma coragem surpreendente, as buscas pelo bicho. Levanta lençol, travesseiro. Eu invejo, discretamente, a ousadia dela.
Eis que escuto gritos. Dona Titi e Dona minha irmã Carolina avistaram, finalmente, a aranha. E viram que não havia exagero algum em meu relato. A coragem? Bem... teatro puro!
Era um tal de grito para cá, vassoura e chinelos para lá... Até que alguém pergunta: "Manu, tens desodorante em spray?" Sim, sim, o do Rodrigo.
Minha tia Clarisse adentra o recinto sem óculos. E começa com sua voz característica a dizer: "eu vou matar essa aranha, mesmo sem poder vê-la". E a aranha pulando, ao lado dela.
Até que a super Carolina me sai com essa pérola: "em nome do amor pela minha filha, eu mato". Me pega o desodorante (!!!), joga na aranha e pá, pega a vassoura e mata.
Fim da história? Talvez. Mas as frases da Clarisse e da Caro tem tudo para virar histórias lá de casa.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Receita de férias 3
BOLO INTEGRAL
1 xícara açúcar mascavo
3 ovos
1 colher sopa fermento
2 xícaras aveia em flocos
1 xícara farinha trigo
1 xícara ades (pode ser com sabor)
1/3 xícara óleo
1 punhado passas
1 punhado castanhas cortadas
1 punhado granola
Mel e canela
Misture o açúcar, fermento e ovos.
Acrescente aveia, farinha e óleo.
Acrescente o ades e misture.
A massa tem consistência mais mole que bolo normal.
Misture as castanhas e passas.
Unte a forma e coloque a massa.
Depois, solte a granola, canela e mel por cima.
Leve ao forno por 40 minutos.
1 xícara açúcar mascavo
3 ovos
1 colher sopa fermento
2 xícaras aveia em flocos
1 xícara farinha trigo
1 xícara ades (pode ser com sabor)
1/3 xícara óleo
1 punhado passas
1 punhado castanhas cortadas
1 punhado granola
Mel e canela
Misture o açúcar, fermento e ovos.
Acrescente aveia, farinha e óleo.
Acrescente o ades e misture.
A massa tem consistência mais mole que bolo normal.
Misture as castanhas e passas.
Unte a forma e coloque a massa.
Depois, solte a granola, canela e mel por cima.
Leve ao forno por 40 minutos.
Dica de leitura 9
Li 300 das 330 páginas de "Casados com Paris", de Paula Mclain, com a sensação de que a história de Hemingway e sua primeira esposa era fraca. O final me emocionou e fez com que eu considerasse o livro médio. Um bom livro para ler de bobeira, na rede da Praia.
Para quem gosta de romances biográficos, Téte à Téte, a história de Sartre e Bevouir, é bem mais rica, interessante e melhor escrita. São umas 700 páginas que devoramos em uma sentada. Esse sim vale a dica.
Para quem gosta de romances biográficos, Téte à Téte, a história de Sartre e Bevouir, é bem mais rica, interessante e melhor escrita. São umas 700 páginas que devoramos em uma sentada. Esse sim vale a dica.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Receitas das férias - comida Thai
Receitas das férias
Cá estou eu, com a sensação de me reencontrar comigo e descansar meu corpo. E adoro cozinhar nesses períodos. Quando viajo para lugares diferentes, fotografo os alimentos para me lembrar do que comi e tentar copiar. quando fui trabalhar na Tailândia, em novembro, fiz isso.
Hoje testei.
FRANGO COM CURRY VERDE E CREME DE COCO
500 gramas de peito de frango cortado em cubos
2 colheres sopa de CURRY verde
400 ml leite de coco
Temperos verdes (boldo e salvia)
1 molho de peixe líquido
(adaptações brasileiras)
Frite o CURRY verde na panela e depois acrescente o leite de coco misturado à 200 ml de água fervendo. Misture até o líquido adquirir a cor do CURRY.
Acrescente o frango e os temperos.
Deixe e cozinhar.
Sirva com arroz jasmin (arroz específico que se cozinha sem sal).
DOCE DE BATATA DOCE (ou bananas) COM LEITE DE COCO
500 gramas de batata doce
500 ml de leite coco (pode ser sempre o light)
3 colheres açúcar cristal
2 colheres coco ralado sem açúcar
Descasque a batata doce e corte em rodelas. Coloque na panela para ferver com o leite de coco diluído em mais 500 ml de água. Acrescente o açúcar e o coco ralado e deixe ferver. A batata cozinha no leite de coco. Sirva quente.
A banana pode ser servida inteira de for a pequena ou em rodelas de for a grande.
BOM APETITE!
Cá estou eu, com a sensação de me reencontrar comigo e descansar meu corpo. E adoro cozinhar nesses períodos. Quando viajo para lugares diferentes, fotografo os alimentos para me lembrar do que comi e tentar copiar. quando fui trabalhar na Tailândia, em novembro, fiz isso.
Hoje testei.
FRANGO COM CURRY VERDE E CREME DE COCO
500 gramas de peito de frango cortado em cubos
2 colheres sopa de CURRY verde
400 ml leite de coco
Temperos verdes (boldo e salvia)
1 molho de peixe líquido
(adaptações brasileiras)
Frite o CURRY verde na panela e depois acrescente o leite de coco misturado à 200 ml de água fervendo. Misture até o líquido adquirir a cor do CURRY.
Acrescente o frango e os temperos.
Deixe e cozinhar.
Sirva com arroz jasmin (arroz específico que se cozinha sem sal).
DOCE DE BATATA DOCE (ou bananas) COM LEITE DE COCO
500 gramas de batata doce
500 ml de leite coco (pode ser sempre o light)
3 colheres açúcar cristal
2 colheres coco ralado sem açúcar
Descasque a batata doce e corte em rodelas. Coloque na panela para ferver com o leite de coco diluído em mais 500 ml de água. Acrescente o açúcar e o coco ralado e deixe ferver. A batata cozinha no leite de coco. Sirva quente.
A banana pode ser servida inteira de for a pequena ou em rodelas de for a grande.
BOM APETITE!
Dica de livro 8
"Três cidades perto do céu", da queridíssima Luciana Tomasi, a Luli, me aproximou daquilo que conheço do Oriente e daquilo que sonho Conhecer. Uma linda viagem feita por uma mulher não radical (amo!!!). Quem quer saber mais sobre a Índia, o Nepal e a Cashimira leia. Simples, profundo e muito engraçado.
domingo, 1 de janeiro de 2012
Adeus
Ela apenas pediu para ir. Era preciso ir embora, voltar para o tempo mais tranquilo em que vivia antes. Ele entenderia, era preciso entender. Pediu licença. Licença para deixar de ama-lo, para viver em harmonia.
Acordou. Voltou para a sua vida real. Ele ficou preso ao sonho. Lá ainda existia.
Acordou. Voltou para a sua vida real. Ele ficou preso ao sonho. Lá ainda existia.
Presença
Quantas vezes, ainda criança, foi acordada pelo ar cheio de sabores que invadia o quarto? Quantas vezes, anos mais tarde, soube que ela estava presente ao abrir a porta de casa e sentir o cheiro forte?
Café. Cada vez que servia uma xícara ganhava a força e o abraço da mãe.
Café. Cada vez que servia uma xícara ganhava a força e o abraço da mãe.
Dica de livro 7
Tenho uma (nova) amiga que é atriz. Ótima no teatro (a assisti recentemente) e linda e doce na televisão. Em meus 30 anos ela me presenteou com um livro. "mutações", a obra autobiográfica da atriz norueguesa Liv Ullmann.
Foi uma experiência fantástica me deparar com as doces páginas escritas pela mulher/ menina escondida atrás da musa da Liv. Passei meu último dia do ano e esse primeiro me deliciando com a delicadeza de suas palavras.
As contradições entre a vida profissional e a maternidade, as angústias dos sorrisos sinceros porém cansados, a saudade permanente dos seus. A paixão intensa pelo diretor Ingmar. As contradições de viver para sempre amando alguém de quem já não é parceira.
Duas passagens me tocaram fundo na alma. Liv diz viver para sempre com uma menina dentro de si. Noutro momento perguntada como sente-se com tantas homenagens e prêmios, ela responde: infelizmente não posso conversar com eles.
Foi uma experiência fantástica me deparar com as doces páginas escritas pela mulher/ menina escondida atrás da musa da Liv. Passei meu último dia do ano e esse primeiro me deliciando com a delicadeza de suas palavras.
As contradições entre a vida profissional e a maternidade, as angústias dos sorrisos sinceros porém cansados, a saudade permanente dos seus. A paixão intensa pelo diretor Ingmar. As contradições de viver para sempre amando alguém de quem já não é parceira.
Duas passagens me tocaram fundo na alma. Liv diz viver para sempre com uma menina dentro de si. Noutro momento perguntada como sente-se com tantas homenagens e prêmios, ela responde: infelizmente não posso conversar com eles.