quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Assassina

Culpada.
Sou ré confessa.
Eu matei parte de mim.

Com marretadas em azulejos,
pinceladas nas paredes,
Desfiando os cabelos
Matei.

Com Pauladas pelo corpo,
Rabiscos nas pernas,
Chorando cartas de final,
Matei.

Matei parte de mim.
E quando te vejo dormir,
Sei que valeu a pena.

4 comentários:

  1. Lindo isso que escreveste.

    Embora dolorido, acredito que é necessário amputar algumas partes nossas para que as melhores realmente se desenvolvam. Momentos de indecisão fazem com que eu me sinta um tanto "assassina".

    Grande bjo,
    Renata Mendonça.


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  2. Que fase criativa estás vivendo gaucha! Se diante de cada perda tú produzires assim... empata ou vira o jogo!

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  3. Belas palavras e agradecido.
    abraços.

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  4. Não me julgues
    Embora conheças meus crimes
    Que inadvertidamente confessei
    Me encontro em queda livre
    E o abismo me enxarca de poesia
    E o meu suicídio parcial
    É pra que possa renascer
    Mais viva
    Mais linda
    Mais louca e faminta por viver
    E aí colarei os cacos de cada azulejo
    Pintarei mais uma vez as paredes
    com cores vivas e alegres
    LavareI cada traço pintado nas pernas
    Enxugarei contorcendo as cartas de meus crimes
    Com compressas curarei minhas feridas
    E apagarei as marcas de meu sofrimento
    E acariciarei meu corpo
    Sedenta de vida

    Minha metade viva
    grita e manda a outra embora
    "você é pagina esquecida, é lágrima sem vida e
    o passado que não me serve mais
    Liberta-me, que a vida ME chama lá fora
    Sua morte nasceu das minhas mãos
    E agora te expulso de minha casa"

    Não me arrependo
    para me libertar da tristeza que ME abraçou
    para saciar minha fome de viver
    Minha alma dança e canta
    E sem culpas e penas
    comemora a vida renascida
    Do crime que compensa


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