Ela queria comer em um lugar mais parecido com a Cidade Baixa, em Porto Alegre. Ou com a Lapa, no Rio. Vila Madalena, para os paulistas. Foi procurar. Haveria de existir algum bar mais cultural em Montevidéo. Era sexta-feira à noite, o dia tinha sido ensolarado. O comum é que os jovens e todas as pessoas felizes estejam na rua nesses dias. Andou, andou, andou. Nada. Resolveu comer um chivito, o X dos porto-alegrenses. Ou o cheese-burguer dos americanizados.
Era self-service. Ou seja, o cidadão chega e escolhe o quer que tenha dentro. Ela ficou obervando a carne, o pão, os molhos. Tenta observar a pimenta, o chilli. “Isso é pouco higiênico”, pensa. O homem, com duas mãos enormes, sem nenhuma luva, faz uma bolinha com as pimentas, as esmagando e coloca em cima do pão. Não sem antes esmagar o pão, acomodar os ingredientes. Pouco higiênico? Não é nada higiênico. É horrível, terrível!!!
O homem pergunta se ela quer mais alguma coisa. Não, já era o suficiente. Até porque ela havia esquecido o que era “panceta” e já tinha bacon junto a pimenta esmagada, sovada com as mãos. Para fechar o sanduíche um aperto firme, com as mãos segurando a parte superir e inferior do pão. Preferiu não olhar para as unhas. Ou não pensar nelas.
Comeu. Pensou nas mãos. Em todos os movimentos delas e locais pelos quais ela deveria ter passado.
Saiu. Olhou para a lanchonete. O nome é “Mauro”. Certamente, esse era o nome do homem das mãos. Chivitos com as mãos. Chivitos com as mãos de Mauro. Pouco higiênico, é verdade. Mas ela riu o bastante e foi para o hotel feliz.
Era self-service. Ou seja, o cidadão chega e escolhe o quer que tenha dentro. Ela ficou obervando a carne, o pão, os molhos. Tenta observar a pimenta, o chilli. “Isso é pouco higiênico”, pensa. O homem, com duas mãos enormes, sem nenhuma luva, faz uma bolinha com as pimentas, as esmagando e coloca em cima do pão. Não sem antes esmagar o pão, acomodar os ingredientes. Pouco higiênico? Não é nada higiênico. É horrível, terrível!!!
O homem pergunta se ela quer mais alguma coisa. Não, já era o suficiente. Até porque ela havia esquecido o que era “panceta” e já tinha bacon junto a pimenta esmagada, sovada com as mãos. Para fechar o sanduíche um aperto firme, com as mãos segurando a parte superir e inferior do pão. Preferiu não olhar para as unhas. Ou não pensar nelas.
Comeu. Pensou nas mãos. Em todos os movimentos delas e locais pelos quais ela deveria ter passado.
Saiu. Olhou para a lanchonete. O nome é “Mauro”. Certamente, esse era o nome do homem das mãos. Chivitos com as mãos. Chivitos com as mãos de Mauro. Pouco higiênico, é verdade. Mas ela riu o bastante e foi para o hotel feliz.
P.S. Estive em Montevidéo recentemente. Depois da campanha foram meus dois únicos dias descanso. Dois excelentes dias. Meus comigo mesma. E adoro isso. Gostei até dos Chivitos com as mãos.
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