Acabo de ver o mais conhecido comentarista político gaúcho falar sobre saúde pública, especialmente sobre o Hospital Conceição. Evidente que concordo com parte do que ele disse: é preciso ampliar as emergências, criar mais leitos. Estranho, entretanto, o restante do comentário. O debate sobre saúde pública é um dos mais complexos e tenho a convicção de que, o mediador de todos debates eleitorais, conhece a legislação, sabe das responsabilidades do Estado, dos municípios e da União. Sabe também que precisamos regular o sistema, fazer com que cada um cumpra seus deveres para que tenhamos equipes do Programa de saúde da família (para o acompanhamento e atendimento primário), para organizar uma central de consultas e exames, por exemplo. Isso sem falar no montante de recursos que deveria ser investido pelo governo estadual e não é, as dívidas do governo com a prefeitura municipal etc.
Mas não quero apresentar um programa para saúde. O problema é grande, precisa de gestão qualificada, trabalho conjunto e, principalmente, precisa de dinheiro.
Quero escrever sobre o final do comentário. Ele questiona a superlotação do hospital e cita a regra dos outros hospitais: fechar a porta quando todos os leitos estiverem ocupados. É aí que eu me pergunto: o que eu preferiria? É evidente que eu preferiria não ver nenhum paciente sentado em cadeiras, ocupando o corredor. Mas o que tu gostarias de ouvir de um médico: leva teu filho, teu pai para um hospital com vagas ou peraí, a gente dá um jeito até conseguir uma vaga? Pensem um pouco...
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Além de tudo ouvi o comentarista questionar a ida de SEIS, eu disse SEIS, médicos do GHC para o Haiti. Meu deus, acho que sou um ET. Existe como não ser solidário com uma tragédia dessa dimensão??? Além disso, será que é duro perceber que agora começará o pior no Haiti? Agora as doenças podem crescer, os restos mortais estão pelas ruas, as pessoas não tem comida...
Então, como aprendi com uma grande professora de Ciência Política na UFRGS: se tem quem não queira ser solidário, ser egoísta é um direito. Mas sejam ao menos espertos. Por egoísmo devem ser solidários. A doença de lá pode chegar rapidinho aqui...
1 comentários:
Sra. Manuela,
Desculpe. Não perca o seu tempo ouvindo o Lasier. É um dos piores jornalistas que tive a oportunidade de ouvir. Além de incompetente (os absurdos ditos por ele comentados no seu blog dizem tudo) é uma pessoa insensível. Gostaria de ter a oportunidade de perguntar ao Sr. Lasier se o filho dele estivesse doente e o Hospital tivesse fechado as suas portas, o que ele faria?
Janaina Ferreira
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