quarta-feira, 31 de março de 2010

A vida pública

Recebi um email muito afetuoso (e até imagino quem seja o autor) questionando o texto que escrevi sobre o vencedor do BBB 10. As críticas foram tão amigáveis que refleti bastante sobre elas. Ele me pediu para não publicar o comentário mas eu resolvi publicar alguns trechos para expressar minha opinião.
"(...)Antes de mais nada quero dizer pra senhora que não gosto do BBB, apenas assisto por ter tido a honra de conhecer o Dourado a alguns anos atrás. Posso afirmar ser ele uma pessoa doce, que detesta violência. Então não sei porque chamá-lo de violento, ja que só lutava profissionalmente. Tanto dentro como fora do programa sempre criticou os marmanjões que gritavam com mulheres, então não entendo a acusação de ser ele machista. Quanto a homofóbico, adimito que ele teve algumas infelicidades em alguns comentários, mas que o nível de preconceito do Dourado não seja maior do que o de todo brasileiro, infelizmente. A senhora poderia selecionar o homem que mais adimira e esta pessoa com certeza ja tenha feito alguma piada homofóbica. O próprio prasidente Lula, que tanto adimiramos ja foi pego fazendo com piadas homofóbicas. Não estou dizendo que ele é um exemplo de homem despido de preconceitos, mas também não tem nada nele que não encontramos em qualquer pessoa real, de carne e osso. Infelizmente somos vítimas desta sociedade. (...)
Por último, o BBB não é como uma novela. Julgar um participante não é como julgar um personágem fictício. O Dourado tem amigos, familiares, conhecidos que se entristecem com estes rotulos de quem não o conhece e de que mal assistem ao programa. Se a senhora assistice veria que ele nunca gritou com uma mulher e só foi rotulado de homofóbico por não saber como lidar com aquela situação. Mas julgar é fácil. Mas quando julgamos pessoas reais magoamos pessoas reais. Queria que a senhora pensasse nisso."
É complexo te dizer que concordo com quase tudo o que escreveste. É evidente que não posso emitir uma opinião sobre o Dourado como a tua. Afinal, eu não o conheço. Mas sei que tens razão quando falas que qualquer um poderia agir como ele. Disso, eu não tenho a menor dúvida. Primeiro, porque nossa sociedade tem, como disseste, muitos preconceitos. Segundo, porque se não fosse assim ele não teria ganhado o jogo.
Entendo perfeitamente o que escreves no final do texto, quando te referes a família dele, aos amigos. Sei o peso que é ser uma pessoa pública e ouvir os outros falando coisas que nem tem idéias a nosso respeito. Quantas vezes vi minhas irmãs chegarem tristes em casa porque tinham ouvido um absurdo a meu respeito? Mas quando nos tornamos pessoas públicas devemos saber que os outros falarão sobre o que a gente faz e fala. Se eu por exemplo sair na rua e for racista com alguém é evidente que o impacto será muito maior do que se tu fores. Não é apenas bom ser uma pessoa pública. Aliás, pagamos um preço muito alto.
Por isso, peço desculpa aos pais, a ti como amigo dele. Mas de agora em diante a voz dele é muito mais alta do que era antes. E ele poder usar, como tu disseste, para ajudar os outros. E ajudará muito mais. Mas os preconceitos dele também aparecerão muito mais. E eles apareceram na edição do BBB. Tomara que ele os supere. É para isso que lutamos.

terça-feira, 30 de março de 2010

Casualidade?!?!?!

Deixo uma pergunta: a escolha desta foto é uma casualidade? Não, não me refiro a expressão da Ministra Dilma. Me refiro ao que está escrito atrás dela. Esta á capa do Jornal O Globo de hoje. Talvez sirva de reflexão sobre a tal neutralidade da mídia que alguns defendem existir.

segunda-feira, 29 de março de 2010

O Homem de lata não é Dourado


Não tenho muito tempo para assistir televisão. Quando tenho, gosto mais de desenho animado do que de BBB. Se é por diversão, eu fico com a velha animação. No último período, entretanto, tentei assistir um pouco daquilo que é assunto em quase todas as mesas de bares por onde ando: Marcelo Dourado, o rei do BBB 10, o homem que volta de todos os paredões.

Fiquei chocada. Poderia dizer que fiquei perplexa apenas pelo fato de um homem metido a durão, homofóbico, que age de maneira violenta ter sido selecionado pela Rede Globo. Isso me surpreende menos, quase nada. Só se desilude, quem se ilude. E eu nunca tive grandes expectativas com esse programa. Também não me surpreende o fato dele voltar dos paredões. Não sei como funcionam essas ligações.

O que me espanta mesmo é o que tenho lido e ouvido a respeito dele. Pessoas que respeito, que admiro, torcem para ele vencer a edição como se ele fosse a cara delas próprias. Quando pensamos em preconceito temos que, necessariamente, pensar em como ele é construído, perpetuado, passado adiante. É isso que Dourado faz. Mesmo que tenha eventuais qualidades (se comparado a pessoas mais chatas ou quadradas que ele) não deixa de ser preconceituoso. E muito. É como ver inúmeras qualidades de alguém que bate na mulher. Vocês acham que esse tipo de marido é 24 horas por dia um agressor? Que não seduz? Que, eventualmente, não cuida bem dos filhos? Muitas vezes sim. Isso torna ele menos agressor? Ninguém é um monstro como vemos nos desenhos animados. As pessoas, todas elas, todos nós, temos qualidades e defeitos. Mas alguns são bem mais graves. Agredir uma mulher é mais grave do que não ser pontual. Ser preconceituoso é mais grave do que não ser divertido.

A Globo insiste em comparar Dourado com o Homem de lata de "O mágico de Oz". O Homem de lata, com um pouco de óleo, consegue ajudar os outros, consegue expressar seus sentimentos. Dourado não.

Temos muitos Dourados em nossa sociedade. Mas temos muitos Homens de lata de verdade para combater quem defende a violência e o preconceito.
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Escrevo essa nota de rodapé de Brasília. Muitas pessoas vieram conversar comigo sobre esse texto e resolvi prestar alguns esclarecimentos. 1) eu não vejo o BBB com frequência. Logo, escrevo com base em alguns minutos observando o programa. 2)Por não assistir não torço para ninguém. Não sei se todos os outros são piores que o próprio Dourado. Podem ser. Resolvi escrever sobre ele porque ouvi algumas frases muitos infelizes dele. 3) Algumas pessoas ponderam que ele tem uma história bacana, de um guri que ajudava crianças pobres com prática esportiva. Beleza. Acredito. Como disse, não separo o mundo entre monstros e anjos. Mas isso não faz dele menos preconceituoso. Conheço pessoas geniais e muito afetuosas que são racistas. 4) Também não divido o mundo entre gaúchos e não gaúchos. Amo o meu estado, escrevi recentemente sobre isso aqui no blog. Porém, isso não me cega para aquilo que não defendo que exista no mundo em que vivo.

domingo, 28 de março de 2010

Ser do Sul e de Porto Alegre

Pode parecer esquisito mas para mim é natural, muito natural, o que direi. Ser do Sul do Rio Grande e ser de Porto Alegre são duas coisas muito distintas mas não (nunca!) contraditórias. Nasci em nossa capital e nutri por essa cidade sentimentos muito profundos. Viver em Porto Alegre é ter a sensação de se estar num parque gigante, andas pelas ruas e ver pessoas que não conhecemos e que sempre parecem conhecidas. É estar num lugar que acolhe, que protege. É estar em casa. Entretanto, trago em mim, uma década vivida no Sul do Rio Grande. Uma coisa do pampa, do interior, de um lugar onde se vive a vida com uma calma de um final de semana mais longo. Uma sensação de de fronteira, de que as divisas geográficas com o Uruguai, por exemplo, são artificiais porque somos todos muito parecidos.
Escrevo tudo isso porque acabo de voltar do show do Kleiton e Kledir. Levei de brinde uma participação especial do Victor Ramil. E eles, para mim, representam exatamente essa confusão. Por isso os adoro tanto (a ponto de pagar o mico de pedir autógrafo para os três). São do Sul. Descrevem coisas da região de todos os meus sonhos de menina. De quem viveu em Pedro Osório, tem a família em Jaguarão, o pai em Pelotas, estudou em Rio Grande e São Lourenço. Eles são o Sul do Rio Grande.
Ao mesmo tempo, eles são profundamente Porto Alegre. São a Porto Alegre que eu sinto saudade quando estou longe, as coisas dessa cidade encantadora.
É bom ser do sul. É bom ser de Porto Alegre. É bom demais saber que tudo isso é ser gaúcho.E olhem... quem diz isso é alguém que ama profundamente o Brasil...


sexta-feira, 26 de março de 2010

Feliz aniversário Porto Alegre!

Seria comum demais eu colocar as músicas que sempre escuto para me lembrar da cidade. Então resolvi colocar essa linda nova música de minha vida para homenagear a cidade que abriga a minha história. Eu guardei o amor por Porto Alegre nos doze anos em que vivi fora da cidade, guardo o amor a cada semana quando embarco para Brasília. Pra você, Porto Alegre, eu guardei e guardo o meu amor.

quinta-feira, 25 de março de 2010

PCdoB - 88 anos

Hoje meu partido comemora 88 anos de luta em defesa do Brasil, dos trabalhadores, da liberdade e do socialismo. Mas esse Partido que superou a clandestinidade, que lutou contra o golpe militar, pelo petróleo brasileiro, que luta pelo desenvolvimento nacional, pela igualdade e justiça, esse Partido é feito de idéias e de homens e mulheres.
Ontem, aqui no RS, perdemos um dos grandes homens que construiram o PCdoB e nossas idéias e vitórias. Fabio Wasem, presidente do Partido em Novo Hamburgo, jovem com seus 35 anos, nos deixou. Nenhum de nós está em clima de festa. Todos estamos enlutados. Mas o Fabio odiaria isso. Aliás, talvez ele sugerisse como frase para o dia de ontem: "TRANSFORMAMOS O LUTO EM LUTA", usada em 1968 (quando Edson Santos, estudante secundarista foi executado).
A esse jovem cheio de idéias, de garra, de determinação e que, recentemente, havia sido tomado por uma alegria e amor contagiantes, minha homenagem, meu obrigado pelas brigas e ensinamentos, pela fé no amanhã melhor, no amanhã que nós contruímos juntos ao longo do pedaço de nossas vidas que correm no rio do Partido Comunista do Brasil.
Viva o nosso partido, Fábio!

terça-feira, 23 de março de 2010

(con)fusão

tenho me dividido entre tantas ferramentas na internet que elas se (con)fundem. Uso o twitter (www.twitter.com/deputadamanuela) para a atualização mais contante das agendas, detalhes do dia. O facebook e orkut para um contato mais próximo com vocês. O site oficial (manuela.org.br) para as notícias com mais informação. O formspring.me/manueladavila para dúvidas e perguntas. O blog acaba senso o meu espaço de reflexão sobre o que sinto em tudo isso. Além disso, o mandato tem outras duas ferramentas bem legais e interativas o blog (www.equipedamanu.blogspot.com) e o twitter (@mandatomanuela).
Ou seja, está uma confusão. Mas acho que está mais interativo do que nunca.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Vi-ver

às vezes a vida parece um quarto escuro. Quando ficamos ali por muito tempo nos acostumamos com a penumbra e quase conseguimos ver. acendemos a luz e os olhos ardem, quase sentimos dor. Depois percebemos o quão maravilhoso é ver cada detalhe.

domingo, 21 de março de 2010

Minha, nossa Porto Alegre

(escultura de dois grandes conversando na praça em Porto Alegre: Quintana e Drummond)

Há algum tempo Quintana não comparece ao meu blog. Poeta que me ensinou a amar a poesia, que me faz rir e algumas vezes chorar com sua delicada forma de dizer a verdade. Agora, encerrando o trabalho em Porto Alegre vou desfrutar de algumas maravilhosas horas de descanso. E vou percorrer algumas ruas, alguns cantos da cidade que me faz feliz, a cidade em que minha vida está construída de maneira tão sólida que até eu mesma me surpreendo. A cidade em que nasci, em que voltei a viver com quinze anos, cidade que me ensinou tanto do que sei... Esta poesia de Quintana talvez seja uma das mais justas homenagens a minha cidade, a nossa Porto dos Casais. A cidade que completa 238 anos em 26 de março. Cidade de passado, de tradições, cidade de presente, de contradições, cidade de um futuro cheio de esperança.

O Mapa

Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(É nem que fosse meu corpo!)
Sinto uma dor esquisita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita
Tanta nuança de paredes
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar
Suave mistério amoroso
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...

sábado, 20 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

"Te conheço do Coreto"


Com essa frase um jovem me saudou no Centro de tratamento de dependentes químicos no Hospital Vila Nova, hoje, em Porto Alegre. Coreto é um local feito para ser alegre como este da foto acima. Nós nos encontramos no Coreto num dia em que eu entregava algum panfleto.

Fiquei imaginando quantas mães internam seus filhos, quantos filhos acham que, alegremente, vão apenas tocar violão e experimentar a maldita pedra do crack e acabam ali, assim, internados. O guri que me disse era muito jovem e muito bonito, com uma imensa tesoura tatuada no braço. Se pudesse cortar de sua vida o dia em que decidiu que experimentaria, o dia em que se achou mais forte que a média e pensou: "não, comigo vai ser diferente, eu sou forte e não tenho porque ser um viciado", se pudesse cortar de sua vida a internação o sofrimento dos pais, será que cortaria? Acho que sim. O que mais será cruzou sua vida no Coreto?

Também imaginei a vida do jovem de 16 anos internado na UTI em função do HIV. Será que ele também acreditou que era imune ao vírus, que tinha algo especial que o manteria longe da AIDS? Será que ele também achou que a gravidez era o pior problema?

São centenas de jovens que não tem consciência de que todos somos iguais. Igualmente fortes para mudar o mundo, para acreditar, para lutar, para construirmos uma vida. Igualmente frágeis na possibilidade de nos tornarmos dependentes, de sermos HIV positivo, de nos acidentarmos num carro.

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Hoje cheguei em Porto Alegre para uma série de compromissos. Dentre eles a visita a nova unidade do Hospital Vila Nova.
Amanhã, pela madrugada, pego a estrada para o litoral para terminar o roteiro que iria fazer na semana passada e que a doença me impossibilitou.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Clarice Lispector, sempre

"Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania.
Depende de quando e como você me vê passar."

Ah!

também temos algumas coisas legais no mandato acontecendo:

Apresentamos agora o proejto de lei que regula a jornada de trabalho dos profissionais de telemarketing. Esses jovens são hoje uma das maiores categorias do país, trabalham em situações absurdas e não tem seus direitos minimamente respeitados.

Apresentei um requerimento de audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor para tratarmos dos tamanhos de confecções no Brasil. Todos os países do mundo trabalham com número padrão. 42 é 42, 40 é 40 etc. Isso tem vários impactos. Talvez o maior deles seja no comércio eletrônico. Como comprar algo pela internet se ninguém sabe que número usa? Também tem relação com as doenças relacionadas ao padrão estético da nossa sociedade.

Dia dos bons!

Hoje temos um daqueles dias bons aqui em Brasília. Já reuni com o Ministro do Esporte para tratar de recursos para o Rio Grande, ouvi o Ministro do Trabalho falar sobre expectativas para o mercado de trabalho nesse ano. No ano em que passou, Lupi afirmou que no Brasil seriam gerados quase um milhão de empregos. Muitos riram. Dito e feito. Ele acertou. Agora fala em 2 mIlhões para 2010. E alerta para uma preocupação que também é do nosso mandato: qualificação profissional.
Agora estou na bancada do partido debatendo as votações da semana. Estou feliz porque incluimos na pauta, por indicação do PCdoB, a votação da redução da jornada dos profissionais de enfermagem. Categoria que luta muita, fundamental para a saúde pública, constituida em 85% por mulheres.
Ainda hoje a tarde tenho CPMI da Reforma Agrária, votação do relatório do Estatuto da Juventude, reunião com o Ministro da Saúde, algumas outras para tratar de projetos que sou relatora... Dia corrido. Dos bons aqui em Brasília.

terça-feira, 16 de março de 2010

Vejam só

Acho o blog da equipe muito bonitinho. É como se fosse o outro lado da notícia publicada no www.manuela.org.br . Além disso, mostra que somos uma equipe, que não apenas eu trabalho mas todos nós... Olhem o que o Latino postou lá sobre nossa ida ao Litoral www.equipedamanu.blogspot.com

domingo, 14 de março de 2010

Parabéns!

Duas das pessoas que mais amo no mundo fizeram aniversário neste final de semana. Minha irmã Mariana e meu amigo-irmão Latino. Não sei se estive bem o suficiente para dizer o quanto são importantes para mim, o quanto é bom saber que posso contar para a vida, para as dores e alegrias, para a saúde e doença. O quanto é bom amar vocês. Dedico esta poesia linda da Cora Coralina para os dois que são braços que envolvem, palavras que confortam, que tocam o meu coração.

Saber Viver

Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar

Cora Coralina

Desaparecida

Aqui estou eu, após três dias de uma doença chata e que me aborreceu. Trabalhei menos do que queria e mais do que podia. Por isso, quando chegava em casa cheia de antibiótico, não conseguia articular o texto para postar no blog. Mas agora estou melhorando. Ainda não estou 100% mas estou em pé.
Hoje gravei parte do programa do PCdoB de TV e trabalhei muito em casa para dar conta do que tinha atrasado. Mas entre sexta e sábado fizemos muitas coisas legais.
Estive em Tramandaí, Torres e Maquiné. nas duas primeiras fiz debates sobre políticas públicas de juventude e fiquei feliz por vários motivos. O primeiro deles foi o interesse de dois públicos distintos (estudantes secundaristas e universitários) no tema. Depois, me emociono muito com o carinho que sou recebida por essas pessoas. Quase desconhecidos, muitas vezes, camaradas de partido, noutras. Sempre cuidando, vendo como eu estava de saúde etc. Sou muito grata por receber tanto carinho no exercício de meu trabalho.
Em Maquiné participei dao Primeiro Encontro de mulheres trabalhadoras da CTB. Passei rapidamente por lá e vi que o trabalho da central está cada dia melhor. Centenas de mulheres debatendo emprego, saúde, educação, habitação. Parabéns a todos os que organizaram.
Amanhã retomo (ou tento retomar) a vida normal. Beijos e boa semana para todos!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Dicas

(enquanto espero a ligação de uma rádio do interior do Rio Grande...)
Aproveito para atualizar o blog com o que li e vi no último período (incluindo meu repouso forçado).
Indico duas obras diferentes e bastante boas. A primeira chama-se "O Sentimento de culpa", de dois autores gaúchos: Paulo Sergio Rosa Guedes e Julio Cesar Walz. Não sei se todos sabem mas sou apaixonada por psicologia. Esta obra é simples mas bem interessante. Trata do sentimento mais comum na sociedade ocidental: a culpa e aquilo que a motiva: o sentimento de onipotência.
Também li (agora numa versão linda em português) "Correio do tempo", de meu uruguaio preferido Mario Benedetti. São alguns contos de pessoas e situações comuns. Por isso é tão lindo.
Antes do repouso forçado assisti "O segredo de teus olhos" (que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro). É um dos melhores filmes que já assisti. Tudo bem que não sou nenhuma especialista em cinema e que os livros me seduzem infinitas vezes mais do que as salas com ar refrigerado. Mas o filme é redondo. Com um roteiro de suspense, conta duas estórias de amor e ainda permite boas risadas. Para muitos, a cena mais marcante é uma sequência de fuga num jogo de futebol. Eu já acho que os diálogos são o ponto forte. Assistam. Depois, me contem o que acharam.

Galeano

"Na parede de um botequim de Madri, um cartaz avisa: Proibido cantar. Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um aviso informa: É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem. Ou seja: Ainda existe gente que canta, ainda existe gente que brinca."

Brasília

Eu não estava no Plenário em função da minha febre. Mas aqui está o resultado do trabalho de ontem. Parabéns ao Deputado Ibsen pela emenda e ao PCdoB por ter ajudado a fazer do Pré-sal elemento decisivo para o desenvolvimento de todo o Brasil.

Pré-sal: Câmara aprova "emenda Ibsen" com royalties para todos
(www.vermelho.org.br)

O Plenário da Câmara concluiu no final da noite desta quarta-feira (10), a votação do Projeto de Lei 5938/09, do executivo, que prevê novos critérios de distribuição dos royalties do petróleo e cria o regime de partilha para os blocos do pré-sal ainda não licitados. Contra a vontade do governo, a controversa emenda que inclui os estados não produtores na partilha dos royalties foi aprovada com 369 votos a favor, 72 contra e duas abstenções.
A proposta era a última relativa ao pré-sal que ainda precisava ser votada na Câmara. A principal mudança em relação ao texto do substitutivo do relator Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), aprovado em 2009, é a aprovação de uma emenda, apelidada de 'emenda Ibsen', de autoria dos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), Humberto Souto (PPS-MG) e Marcelo Castro (PMDB-PI) que beneficia os estados não produtores de petróleo.

A emenda recebeu críticas dos parlamentares dos estados produtores, sobretudo Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Ela determina que, preservada a parte da União nos royalties e na chamada participação especial, o restante será dividido entre estados e municípios segundo os critérios dos fundos constitucionais dos municípios (FPM) e dos Estados (FPE). A proposta da emenda é que 50% dos recursos sejam destinados à União e a outra metade seja repartida com todos os Estados e municípios, incluindo os não produtores.

A nova regra valerá tanto nos contratos de partilha quanto nos de concessão. Porém, ela entra em conflito com outros pontos do texto já aprovado e que preveem regras diferentes para a divisão de royalties dos contratos de concessão do pré-sal e da participação especial.

No caso dos contratos futuros do pré-sal sob o regime de partilha, o substitutivo aumenta de 10% para 15% o percentual de royalties a ser pago pelas petrolíferas com base no total produzido.

--------------- Entenda a divisão da exploração do petróleo ---------------------

Como funciona hoje a exploração de petróleo

1/3 do pré-sal e o restante da produção petrolífera do país são explorados por royalties e por participação especial

Divisão de recursos por royalties: União – 30%; Estados Produtores – 22,5%; Municípios Produtores – 22,5%; Municípios de Embarque – 7,5%; Municípios e Estados Não Produtores – 7,5% (de acordo com o fundo de participação dos Estados e com o fundo de participação dos municípios)

Divisão de recursos por participação especial: União – 50%; Estados Produtores – 40%; Municípios produtores – 10%; Municípios e Estados Não Produtores – não recebem

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Emenda Ibsen

Retoma a distribuição por participação especial, diferentemente do texto do relator

Divisão de recursos por royalties: União – 30% e Estados e Municípios Produtores – 70% (de acordo com o fundo de participação dos Estados e com o fundo de participação dos municípios)

Divisão de recursos por participação especial: União – 50% e para todos os Estados e municípios – 50% (de acordo com o fundo de participação dos Estados e com o fundo de participação dos municípios)

quarta-feira, 10 de março de 2010

Teimosia

Eu tenho um defeito grave: sou teimosa com minha saúde.
Domingo e segunda tive um pouco de febre, dor de garganta e cabeça, a respiração um pouco complicada, muita dor no corpo. Trabalhei porque era dia da mulher, as agendas eram importantes... Fiquei levemente melhor e me toquei para Brasília, contrariando a opinião de todos que diziam que eu deveria ficar na cama... Cheguei lá e... bem... a teimosia fez eu piorar muito. Passei no departamento médico da Câmara e o resultado: sinusite (é assim que escreve?), antibiótico etc. Nada grave. Mas tudo exige repouso. E nada me faz ficar mais nervosa do "repousar"... Mas o corpo exige e a médica também. Pelo menos até eu ver como acordo amanhã é só chá, remédio e cama. E um pouquinho de internet para eu acompanhar o mundo real.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Meus queridos :)

Gente, o pessoal do mandato está montando um blog com o outro lado dos nossos compromissos. Ali vocês entenderão um pouco mais de como a gente trabalha, o que eles fazem, como funciona nossa rotina. http://www.equipedamanu.blogspot.com/

Uma música sobre violência

Logo que cheguei em Brasília gravei um programa na TV Câmara sobre mulheres. Lá conheci esse grupo de rap "Atitude Feminina". Escutei e fiquei muito impressionada com a capacidade dessas gurias contarem a estória de milhares de mulheres que são vítimas da violência. Escutem. É o nosso dia. É dia de comemorar. Mas também de colocarmos luz nos problemas.

domingo, 7 de março de 2010

Pipocas


"Não há nada mais bonito do que ver várias pessoas dividindo o mesmo saco de pipoca", assim, com uma frase simples ela define a paixão que sente por aquilo que faz: vender pipocas na feira de artesanato em Porto Alegre. São 35 anos, família, vida, alegrias e trsitezas vendendo pipocas. Porque nunca aceitou sair dali apesar da insistência de tanta gente e de estar idosa e em condições de parar? Porque todo o domingo tem a alegria que ver as pessoas dividindo o mesmo saco de pipoca.

São essas pessoas que fazem da nossa cidade um lugar nosso e o melhor lugar do mundo para a gente viver. Mesmo com tantos problemas. Porque elas são vida. São cheias de vida. E nos ensinam a viver.

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Casualmente minha irmã chama a menina que está esperando de "Pipoca", enquanto escolhe o nome... Imagino que deva ser, de fato, duro escolher um nome pelo qual alguém será chamado durante a vida inteira. Hoje me convenci que o apelido Pipoca tem um sentido mais humano.

sexta-feira, 5 de março de 2010

tempo

incrível. tanta gente sonha com a máquina do tempo e Carla desembarcava no passado como quem desce do trem .

quarta-feira, 3 de março de 2010

Clarice Lispector na cabeceira

Li essa obra durante os aviões da vida. É uma seleção de contos feita por personalidades do mundo artístico. Lindo. Cada conto é uma janela para a alma, para a vida interior. Ela sempre é fantástica.

Dia bom

Até agora o dia foi do jeito que eu gosto: com bastante trabalho, mas todo ele produtivo.
De manhã participei de um debate na Universidade Católica de Brasília sobre juventude, universidade e mercado de trabalho. Dá um ânimo falar com um auditório lotado de jovens de 16, 17 anos que acabaram de ingressar na universidade, estão cheios de ânimo, de vontade de crescer, de ver sonhos realizados. Sempre que estou numa espécie de sala de aula do ensino superior também fico com mais energia. A universidade foi o local que mudou a minha vida, que fez eu me apaixonar de vez pela política, ingressar no meu Partido.
Hoje as comissões que participo aqui na Câmara foram instaladas (Comissão de trabalho, administração e serviço público e Comissão de turismo e desporto). Isso significa que o trabalho que eu mais gosto aqui n Câmara volta a funcionar: os debates de projetos, de idéias, qualificados num ambiente menos populoso do que o plenário.
Ainda pela manhã participei de uma homenagem ao centenário de Tancredo Neves. Foi bastante bonita. Principalmente porque nos remete a um período interessante da história do país: a redemocratização. Um período de escolhas difíceis ao PCdoB (como a ida ao colégio eleitoral) mas que a história julgou como acertadas.
Bem, o dia segue (pelo visto até longe...). Ontem já ficamos até depois das 22horas no Plenário votando a capitalização da PETROBRAS e a emenda a Constituição que prevê piso para os profissionais de segurança.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Um pouco sobre segurança

Recebi diversas provocações, no bom sentido, sobre o tema da segurança. Agora, enquanto estava numa agenda de capacitação de pessoal para o Programa Nacional de Segurança e Cidadania (Pronasci), em Canoas estava refletindo sobre algumas das questões levantadas.
O primeiro grande ponto é o de superarmos a falsa contradição entre política de repressão e políticas de inclusão social. Há algum tempo atrás setores da esquerda e setores da direita se degladiavam em função disso. Acho que o país superou esse dilema (não teoricamente, mas na prática) quando aprovamos na Câmara dos Deputados o Pronasci, programa do governo federal. Por que? Porque ele trabalha políticas nos dois sentidos: de uma lado garante armamento para as guardas municipais, bolsa para a capacitação dos brigadianos, política de moradia para os brigadianos (esse é um dos grandes problemas que a categoria enfrenta, como preservar a segurança das famílias), presídios novos e alguns com ações específicas para jovens detentos (para sairem com melhores oportunidades e capacitados), ações de geração de trabalho para os presidiários (eles confeccionam material esportivo para as ações de inclusão social do Ministério do Esporte, por exemplo, isto os capacita para um ofício). De outro lado, o programa garante ações de inclusão social nas comunidades com maior índice de criminalidade. Ações esportivas e de lazer, ações que garantem permanência das nossas crianças e adolecentes nas escolas no turno inverso. Garante também a devolução de equipamentos para a população. parques e praças esportivas, largados para o tráfico e prostituição voltam a ser parques e praças para a população. Mas vai além: com o mulheres da paz, garante uma bolsa para as mulheres serem promotoras de ações de combate ao tráfico na raiz. Quem conhece as comunidades sabe que as mães sabem tudo o que está acontecendo por ali. Além disso,o PRONASCI tem outra característica estruturante: o programa está sendo executado nas Regiões Metropolitanas do país, espaço em que a violência está concentrada. Esse programa é, em minha opinião, o mais avançado do governo federal. Nosso mandato tem ajudado tanto na aprovação dos projetos que viabilizaram o projeto no Congresso quanto com recursos para esses equipamentos nas comunidades com alto índice de violência (foram mais de 20 milhões para o RS, que conseguimos com as emendas para essa área). Quem acompanha o blog sistematicamente sabe que em dezembro corri a região Metropolitana de Porto Alegre para acompanhar o início da execução e hoje ainda estive em Canoas acompanhando a formação dos profissionais. Recordo ainda que no ano em que passou citei o exemplo de Passo Fundo, que com os recursos que o mandato conquistou em Brasília, mudou a realidade do centro da cidade: uma praça usada para consumo de crack (um dos responsáveis pelo aumento da criminalidade) foi transformada num grande espaço de lazer para a comunidade.
Entretanto, nacionalmente, não apenas essas ações são necessárias. Para a violência central do Brasil ser combatida é preciso enfrentar o tema do tráfico de drogas (profundamente vinculado com o tráfico de armas) e do consumo de drogas. Em novembro escrevi um extenso artigo sobre o tema das drogas aqui no blog. Se não me equivoco seu título é "Colocando luz nos problemas". Muito do que Porto Alegre vive está vinculado com isso. Sugiro que leiam para conhecer minha opinião. Além do tráfico, não temos serviços de saúde que ajudem no tratamento da dependência. Por isso, ajudei o Hospital Parque Belém e Vila Nova na capital (além de outros no interior). Porque são estruturas da saúde que nos ajudam a enfrentar de maneira casada o tema da saúde e da violência.
Ainda na esfera federal, as ações de combate a corrupção e ao crime organizado são conduzidas pela Polícia Federal, que, convenhamos, teve um último período de intenso trabalho. Isso também tem relação com aumento de pessoal e recursos, atribuições do Congresso.
É evidente que quando pensamos em segurança, ninguém pode pensar em resolver tudo sozinho. Aqui no RS temos um grave problema relacionado ao tratamento dispensado ao assunto. Quem comanda a Brigada Militar é a governadora, não um deputado ou deputada. Por isso, denunciamos incansavelmente, nesse último período, o uso político da corporação. Sempre atenta aos movimentos sociais e sempre os reprimindo e mal distribuída (e remunerada) para as ações de combate a violência. também são estabelecidas poucas iniciativas de trabalho comum entre a Prefeitura e o governo do Estado. Porto Alegre tem uma guarda municipal capaz e eficiente, nossa Brigada também o é. Porque não trabalham juntos, com troca de informações e divisão de áreas? A Guarda, por exemplo, pode estar em todos os espaços municipais (como os parques e as praças). Poderia estar ontem na Redenção, por exemplo. E pode andar armada! Essa integração é um grave problema da falta de diálogo entre governos. Um problema político grave no Rio Grande que traz muitos malefícios para a população. Apenas para dar outro exemplo: Porto Alegre pode ter suas saídas virtualmente fechadas com cinco câmeras instaladas nas vias principais de ligação da cidade com a região metropolitana. Esta é a rota de fuga dos veículos roubados para clonagem ou desmanche. Não o é. Eu, como deputada federal, não posso sair e colocar as câmeras e obrigar a BM a analisar as imagens. São responsabilidades do prefeito e da governadora. O que fazemos é cobrar, opinar, estudar, lutar para que isso se concretize. (Nesse caso concreto, tenho os dados por ter estudado muito a área para a disputa da prefeitura). Pense ainda na guarda municipal e na Brigada Militar trabalhando em parceria para a busca de informações (informação é central para o processo de segurança pública). Eles não poderiam ainda montar uma rede de cooperação com os vigilantes das ruas da cidade? Esses não sabem muito do que acontece em cada canto (como eram antigamente os brigadianos das ruas)?
Eu listo apenas algumas iniciativas para mostrar que algumas coisas estão sendo feitas. Mas faltam outras tantas. É necessário, em minha opinião, um pacto pelo trabalho integrado dos três níveis de governo. Vocês, que são cidadãos, deveriam cobrar isso dos seus candidatos ao Poder Executivo. Nós parlamentares mudamos as leis, agravamos penas, liberamos recursos, aprovamos projetos, denunciamos, cobramos, gritamos. Mas são eles que garantem que a Brigada esteja na rua, as crianças nas escolas, os dependentes em tratamento, as armas fora de nossas fronteiras!
Obrigada por sempre me ajudarem a refletir e dão idéias para a gente apresentar na Câmara e aos Ministros, governador e prefeito. É justamente por isso que mantenho esses canais de diálogo na internet. Eles dão vida ao mandato. Mantém a nossa relação permanente, mesmo comigo em Brasília, em Canoas, em Porto Alegre ou em qualquer canto do estado.
Boa semana para todos.