sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Dica de leitura

Delicado. Talvez seja a palavra que melhor define "a casa da esquina" de Duca Leindecker.
Um pouco de adolescência, de primeiro amor, de vida e das ausências e tristezas dela.

Flores

Nunca entendi as homenagens póstumas.
Sempre homenageio em vida. Comemoro a vida, brindo a vida, dou flores em vida.
Nada melhor do que sentir saudades do que fizemos.
melhor lembrar do sorriso dela ao receber flores, do que das próprias lágrimas na despedida eterna.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Djavan

Ah, quanto querer cabe na solidão de manhã, mais fácil aprender japonês em braile do que o dia amanhecer lá no mar alto da paixão.

Djavan ocupou a mente inquieta e fez confusão.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Azar

Cruel, desejou "boa sorte".
Sabia que a sorte o mandaria
Para longe.
Só estavam juntos no azar.

Voar

Borboletas no estômago e lagartas na garganta.
Na cabeça? Idéias se confrontam como pássaros selvagens às grades da gaiola.
Mas voar é tão difícil...

domingo, 23 de setembro de 2012

Desordem

Vivia fora do próprio tempo.
Chorava a morte do filho não tido.
Gritava o nome de amores imaginários.
Jorrava sangue por feridas cicatrizadas.
Sentia ciúmes pretéritos e saudades futuras.

sábado, 22 de setembro de 2012

Ele//ela

Ele
encantado com o belo par de pernas dela.

Ela
apaixonada
Por um maravilhoso par de orelhas!
Ele a ouvia!

Romeu e Julieta

Os problemas eram tantos que já não dormiam.
Decidiram então compartilhar o tarja preta.
Romeu e Julieta modernos,
Envenenados pela ansiedade e preocupações.

Lagartas

Há momentos em que as borboletas voltam a ser lagartas.
Libertam-se do estômago, embolam e sobem até a garganta.
Ali, transformam-se em nó.
Nó na garganta de paixão não correspondida.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Borboletas no estômago

Borboletas foram presas no estômago.
Batem-se entre elas,
Com suas finas asas e antenas fazem cócegas.
A musculatura do estômago Contrai e solta
ao ser tocada pela delicadeza das borboletas.
Borboletas no estômago.
Assim, ela define paixão.


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Em homenagem a minha amiga Cristina Ely, que define a paixão como borboletas no estômago.

domingo, 16 de setembro de 2012

Feliz ano novo!

Shaná tová!

Todos os dias são dias ideais.

Em absolutamente todos eles podemos nos reinventar, cicatrizar feridas, encontrar velhos amigos, celebrar os novos, descobrir novos prazeres, abandonar rancores, buscar novos amores.

Em todos os dias podemos parar, respirar fundo e refletir. Refletir sobre caminhos tomados, equívocos, medos bobos.

Não há dia certo. Não há hora certa.

Por isso, hoje decidi viver junto com os amigos judeus um novo ano.

Eles celebram a entrada de 5773. Depois, vivem dez dias de reflexões sobre erros e acertos. No décimo dia celebram o dia do perdão e são reinscritos no livro da vida.

Em 5773 (ou 2012/2, para mim), terei menos medos bobos e mais coragens absurdas. Serei melhor do que fui. E mais humana. Sempre, mais humana. Sempre lutando para que a menina que dá nome a esse blog sobreviva. E que possa gritar em silêncio dentro de mim: "a vida?!? Que venha de novo!", como fiz, há quatro anos, quando inaugurei esse blog.

Shaná Tová! Feliz ano novo.

P.S.: os amigos judeus podem encontrar algum erro no rápido resumo que fiz da celebração do ano novo judaico. Como sabem, essa não é minha origem, nem religião. Mandem ajustes se eles existirem.
Escrevo no bloco de notas... Erros de digitação são meu forte por aqui. :)

sábado, 15 de setembro de 2012

50 tons de cinza

Me rendi e devorei "50 tons de cinza". Best seller típico, linguagem fluida e permeado de uma curiosidade que nos movimenta pelas 500 páginas. Quem quiser ler uma novela, compre. Quem quiser ler uma novela/ conto de fadas moderno sobre um príncipe lindo e rico, que pratica apenas sexo sadomasoquista, leia.
Mas a mim o mais legal foi perceber, lendo o livro, que existem pessoas ele vivem a vida em preto e branco e outras que percebem os cinqüenta tons de cinza entre os dois. Fiquei feliz em ver que estou entre essas ultimas.

domingo, 9 de setembro de 2012

Para sempre

Aos poucos percebeu que ela jamais sairia de lá. Ao contrário de todas as anteriores, ela não desapareceria lentamente, tal qual sonho que esfumaça ao amanhecer. Permaneceria ali por tanto tempo quanto ele fosse.
Ele já era ela em sorrisos, canções, poemas. Cicatriz.

domingo, 2 de setembro de 2012

Rio

O telefone tocou e preencheu o vazio de meses. Ela disse apenas alô e o silêncio, o mesmo que o acompanhou pelo último ano, foi a melhor resposta.
Melhor deixar quieto.
A correnteza dos calmos rios é mais forte que a aparente agitação de ondas do mar.