segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O tamanho da vontade de viver

Estou me sentindo em paz hoje. Uma paz profunda, aquela que brota apenas de vez em quando, quando estamos realmente tranquilos. Não é comum isso acontecer menos pela vida e mais por tudo o que vemos no mundo: tanta desigualdade, tanto injustiça. Mas hoje fiquei feliz e quero agradecer aos nossos idosos. Por que?
Durante todo o ano realizamos o Ciclo de seminários para um Envelhecimento Saúdavel. Foram uns oito ou nove, um por mês. Vamos seguir no próximo ano. Mas hoje realizamos o debate de encerramento do ano e fizemos uma confraternização com a apresentação cultural dos próprios idosos. Gente, foi sensacional. Uma alegria, uma vontade de viver, uma felicidade, um amor-próprio... Aquelas pessoas são felizes com suas dores, com suas ausências, com suas baixas aposentadorias. Elas amam a vida. Estão junto conosco lutando para melhorar a vida. Melhorar a cidade e o país. Mas estão em paz com elas mesmas.
Uma das gurias (são gurias mesmo de alma)resumiu como eu me sentia: "deve ser mesmo muito emocionante para uma jovem como tu, ver o tamanho da nossa vontade de viver". É verdade. Obrigada. Vocês nos ensinam a ser felizes.
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Aproveito o post para desejar um Feliz Aniversário para a Marinha. Ela organiza o nosso ciclo pelo mandato e tivemos a oportunidade de juntos cantarmos parabéns para ela. Mara, a gente te ama e está sempre contigo. Parabéns por seres a (boa) pessoa que és.

domingo, 29 de novembro de 2009

Iluminando problemas


Esperei alguns dias para falar sobre um dos temas que estudei na Holanda e que é muito polêmico aqui no Brasil e no mundo inteiro: a política de drogas do país. Esperei porque acredito que, às vezes, temos que digerir muito as informações por algum tempo para opinar com mais qualidade. O título desse post é a conclusão mais importante que cheguei sobre o assunto.

Primeiro gostaria de desfazer alguns mitos:

1. a Holanda não é um país em que as pessoas fumam maconha em tudo o que é canto e injetam heroina em público como alguns contam. Até concluí que muita gente vai para lá e nem percebe que, tirando as áreas muito turísticas de Amsterdam (Zona da Luz vermelha, por exemplo), os coffee shop são locais super pequenos e discretos. Conheci muitas cidades, foram mais de quinze dias pegando trem, comendo, "trabalhando", indo ao super etc. Definitivamente essa é uma imagem equivocada e distorcida do país. Acredito que essa imagem que alguns acham legal até prejudica o debate franco sobre os avanços que eles conquistaram.

2. Também é mentira que as drogas são legalizadas no país. O tráfico é combatido e o que não é crime é consumir drogas e portar uma quantidade pequena delas. Lá, como aqui depois da nova lei, o tratamento do traficante e do usuário é diferente.

Bem, dito isto, vou compartilhar algumas informações e opiniões com vocês.

1. De onde surge a idéia dos coffee shop, como funciona, quais limites e quais alternativas que eles estão construindo? Como é a política com a MACONHA?

Surge da tentativa de afastar consumidores do tráfico e do crime. Ou seja, não há porque envolver pessoas na rede do crime se essa é uma droga leve. Também da idéia de que se se fuma ali dentro é possível exercer algum controle sobre a qualidade da droga. Isso é importante para a saúde da população pois a maconha só é considerada droga leve (vejam o nível de pesquisa deles) se tiver até 9% de THC. O que tem acontecido hoje é que, com as mudanças genéticas já produzem com até 16% (como aqui misturam com merla, que cria dependência). O impacto disso é brutal. Eles avaliam as drogas sobre diversos prismas. Um deles é o impacto na saúde. Segundo o Ministério da Saúde o consumo de maconha com THC de 16%, por exemplo, está vinculado ao desenvolvimento de diversas doenças psiquiátricas.

Se o tráfico é proíbido como funcionam os cafés? Esse é um dos grandes problemas deles. Pois os donos dos estabelecimentos seguem tendo um vínculo com o crime. Eles tem uma espécie de política de "não estou vendo" mas querem combater esse mal. Como? Uma das alternativas é a proibição de grandes cafés e a autorização para pequenos. Logo, os donos poderiam produzir o fumo e eles teriam maior controle da qualidade.

Há um outro debate implícito nessa discriminalização da maconha que eles tem por lá. Se o mundo do crime é um só, quem pula a cerca que o separa do mundo "da lei", pula novamente. Ou seja, se eu convivo com um traficante para fumar, eu posso conviver para comprar cocaína ou heroína. E eles não querem que as pessoas convivam com essa "pulada de cerca".

Sabe qual é a conclusão mais surpreendente? Eles não tem indíces altos de jovens que fumam maconha. Na tabela européia, por exemplo, eles estão no meio da lista. Menos gente fumando e menos força para o tráfico.

Ou seja, a visibilidade não faz com que as pessoas saiam fumando. E ainda por cima, não mata milhares no tráfico.

2.E as outras drogas? Uma política gigantesca de redução de danos. Qual o conceito? Rede de saúde pronta para atender os dependentes. Conheci as clínicas, os métodos, a legislação de saúde para área. A média de recuperação é de 60%. Posso fazer um outro post só sobre isso pois é incrível. Porém, o mais inovador é o sistema de tratamento de dependentes em heroína.

A Europa, como muitos devem saber, teve um processo semelhante com o que o Brasil vive com o crack com a heroína na década de 90. Chegaram a ter 50 mil dependentes na Holanda (um país com 16 milhões de habitantes). A política de redução de danos é a seguinte: se o sujeito comprova que tentou por pelo menos 3 vezes se livrar da droga e que não teve sucesso, eles permitem que ele a consuma em 15 espaços públicos distribuídos pelo país. Essa droga tem níveis menos "potentes" (segundo pesquisas que eles desenvolvem) e essa pessoa deixa de ter contato com o tráfico. Também reduz todos os danos paralelos ao consumo: é feito uma espécie de procedimento hospitalar, ou seja, não são compartilhadas seringas. O sujeito não vira um criminoso para consumir a droga. Outras coisas como tomar banho, alimentação, acompanhamento psicológico etc são parte da rotina desses espaços. Ali, também o dependente ganha estímulos para deixar de consumir a droga, buscar trabalho, conviver com a família. Ou seja, ele passa a ser um dependente. Uma pessoa doente. Não um criminoso, que é HIV positivo, que não tem casa, família, nada.

Qual o resultado? Uma legião de dependentes em heroína? Não. Hoje eles tem 15 mil dependentes. Menos de 1/3 de uma década atrás (quando a política foi implementada). Redução brutal de violência e criminalidade nas cidades. Ausência de uma legião de pessoas se picando em esquinas, ruas escuras (muitas pessoas que foram para a Holanda na década passada guardam essas imagens do país, já ouvi relatos).

Outro impacto: os jovens não querem consumir a droga, foi quebrado o fetiche. Por que? Porque o estado dos dependentes ganhou visibilidade. Segundo eles me disseram "é a cara da derrota".

Não estou dizendo isso para que a gente pense que temos que copiar tudo igualzinho. Não. Nunca. Política pública não é receita de bolo. Cada país é um país. Cada povo é um povo. Cada sistema é um sistema. Mas é preciso refletir.

Na América Latina, continente que produz drogas, é muito comum o debate sobre drogas ficar no "campo moral". Ou seja, se é certo ou errado consumir. Esse, na minha opinião, não é um caminho que tem nos ajudado. Perdemos milhares de jovens no tráfico, temos muitos viciados em crack, por exemplo. É preciso colocar a saúde da população em primeiro lugar. Esconder problemas não é a solução para nada. Escondemos por décadas a violência contra a mulher, a pedofilia etc. Precisamos dar visibilidade aos problemas. O tráfico é um deles. Os consumidores e dependentes não precisam estar desse lado, apenas para abordar um dos aspectos.

Todo mundo sabe da minha luta para, por exemplo, termos espaços para tratamento de viciados em crack. Mas tenho a convicção de que apenas isto não basta. Precisamos, com calma, tranquilidade, maturidade dar um salto na nossa política de drogas. Precisamos. Temos que construir um caminho nosso, idéias brasileiras para enfrentar o problema que temos aqui que é certamente distinto dos problemas da Holanda. Esses problemas existem e devemos colocar luz neles. Esconder não resolveu e não resolverá.

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Escreverei outros posts sobre os temas que mais dediquei lá (educação e transporte). Aos poucos vou compartilhando com vocês.

Vaca aberta

Ontem pela noite fomos jantar no Matita Perê, levamos a Gabi para comer o prato feito para ela (conforme post anterior). Enquanto estávamos lá nos lembrávamos das coisas mais lamentáveis pelas quais já passamos (e cômicas) fazendo política e, sobretudo, movimento estudantil. As passagens em sala de aula, os corpos nas aulas que interrompíamos de anatomia, os seres engraçados no meio do caminho. Foi aí que me lembrei da vaca aberta. Na Agronomia da UFRGS, numa manhã fria de campanha para o DCE, estávamos eu e a Lúcia no carro. Eis que avistamos uma vaca pastando tranquilamente. Só que a vaca tinha um buraco de uns 30 cm do lado do corpo. Depois alguns estudantes me disseram que era para acompanhar a alimentação ou algo assim dela. Alguém sabe o nome desse procedimento? Não sei como havia me esquecido disso por tantos anos!!!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O prato da Gabi


Gabi é uma jovem normal. Embora completamente anormal. Advoga, dá aulas, estuda, milita. Uma jovem normal. Embora tenha gostos completamente esquisitos. Estávamos as duas na casa de um amigo meu, em São Paulo. Eu não o conhecia tão bem a ponto de pegar o copo para me servir de água na cozinha. Havia apenas alguns petiscos para comermos enquanto nos preparávamos para a noite de sábado. Eis que a Gabi (que nunca tinha visto o indíviduo mais gordo) resolve exclamar sobre sua fome. Gelei. Por que? Porque conheço as fomes da Gabi. Nunca são normais. A Gabi não tem fome de petisco. Mas isso não significa que ela se resolve com um arroz e feijão. Ela tem umas fomes esquisitas. Ela resolve que tem que comer massa com molho de atum. Ou damasco com queijo. Ou lazanha. Ou churrasco. Ou qualquer coisa que não está a disposição. Mas o problema é que dessa vez ela resolveu sentir fome na casa do meu amigo. E ela não podia ir para a cozinha e se resolver. Tive que tirar ela de lá, levar ao teatro 9sabendo que ela odeia sentir fome), passar duas horas rindo no espetáculo para depois ela comer um pão com requeijão que era o que eu tinha para oferecer...

Conto tudo isso para dizer que hoje jantei no Bar perfeito para a Gabi! Conheci uma feijoada compacta. É um filezinho de porco, enrolado num creme de feijoada, empanado, coberto com uma folha de couve e com calda de laranja e pimentas! Ou seja, lá, no meio do nada o sujeito pode dizer: agora quero comer uma feijoada completa. E come. O Matita Perê, na Cidade Baixa, é o lugar perfeito para estar com as pessaos que gostam de coisas boas, em qualquer horário. E para pessoas normais como a Gabi.

Loucura (s)

Nossa... Hoje tive um dia cheio de trânsito. Fui e voltei de Caxias com uma estrada infernal. Seja pelo calor, seja pela quantidade de carros no diminuto espaço físico. Não posso dizer que foi uma estrada comum porque passamos próximo a um acidente terrível com um veículo queimado e três pessoas mortas. Essas notícias sempre nos atormentam e me deixam perplexa, para dizer a verdade. É uma loucura.
Bem, em Caxias tivemos um mega ato na Câmara de Vereadores pela extensão da UFRGS na Serra. Fiquei feliz em ver tantos jovens, tantos trabalhadores, tantos políticos, a sociedade juntos na luta pela universidade pública numa região que contribui tanto para o desenvolvimento de várias cadeias produtivas do estado. Também é bom demais ver que é possível lutar por mais vagas nas universidades. Há pouco tempo atrás lutávamos para que ela não fosse privatizada. Isso acontece porque nós estamos, na prática, construindo de maneira sólida um novo país. Afinal, nada mais sólido do que a educação, a pesquisa.
Ainda lá em Caxias tive o prazer enorme de almoçar com meu querido amigo Deo Gomes e com Jussara. Fiquei muito feliz em rever esse velho combatente. Velho não de idade e nem de idéias. De antiguidade. E ainda descobri que, às vezes, ele dá uma olhadinha aqui no blog. Morri de rir. Quem conhece o Deo vai entender. Mal entrei na casa dele para almoçar e ele me diz: "Não diz mais que tu estás podre. ". Não entendi nada. Depois me explicou que era um post de um dia que eu estava cansada e usei essa expressão... Muita saudade dele.
Peguei uma estrada louca demais na volta, com vários trechos problemáticos pelos estragos da chuva. Por isso, vou descansar agora. O dia foi cheio e amanhã cedinho vou para a reunião com a Ministra Dilma e mais três Ministros para acompanhar o debate sobre liberação de recursos para o RS para dar conta dos desafios da reconstrução de mais de 80 cidades.
Ah! Sobre o texto absolutamente escandaloso na FSP de hoje vou pensar mais antes de escrever. Ainda estou fazendo a digestão de tudo o que pensei sobre o assunto.
Beijo, boa noite de sexta para todos.

Indo para Caxias

Cheguei ontem aqui no RS e devo confessar que foi triste ver o acúmulo de água quando o avião pousava. Mas para além disso fiquei emocionada ao ver Porto Alegre, andar pelas ruas... Quase um mês sem pisar na terrinha é demais para mim. Ontem ainda dei um jeito nas coisas no escritório, organizei uma parte da agenda e depois, pela noitinha, vi parte da minha família (inclusive acompanhei minha irmã para vermos juntas a/o meu sobrinho que está na barriga dela.
Agorinha estou saindo de casa para Caxias do Sul. Lá vamos discutir a extensão da UFRGS para a região da Serra. Beijos e boa sexta!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Tentando resumir

Cheguei hoje pela manhã aqui em Brasília. Vim direto para a Câmara para presidir a reunião da Comissão de Trabalho. Estou podre mas a saudade da minha rotina e do meu trabalho me trouxeram até aqui. Sei que andei ausente e este é um dos problemas de manter o blog e o twitter atualizados por mim. Na Holanda tinha pouco tempo livre e quase nenhum acesso ao computador. Vou tentar resumir um pouquinho do que fiz e depois, aos poucos, vou contando.
Como já sabem fiquei os quinze dias em Haia, capital política do país, a uma hora de Amterdam. Nós éramos seis no grupo (dois turcos, dois chineses, dois brasileiros). Tivemos uma programação comum (areas como desenvolvimento, política, estado de bem-estar etc) e uma agenda individual com base em nossos interesses específicos. Escolhi 3 áreas: educação (em todos os níveis), transporte público (todo o sistema) e política de drogas. A primeira conclusão que quero passar para vocês é sobre o papel do Estado nas políticas públicas. O estado é muito forte lá. O estudante ganha, por exemplo, auxílio para morar perto da universidade. Ou seja, o mito do Estado mínimo foi vendido para nós. Muitos acreditaram. mas eles mantiveram um estado que garante saúde, educação, transporte de qualidade. Esse é o pilar para entender grande parte das políticas que vi.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Obrigado galera!!

Ganhamos o Prêmio Congresso em Foco. Quando fui indicada há uns dois meses parecia uma brincadeira. Isso porque a primeira seleção é feita pelos jornalistas que passam seus dias inteiros dentro do Congresso, como muito de nós deputados. Apenas o fato de estar ali já havia me deixado feliz. Agora veio o resultado da participação dos internautas. E é uma pergunta interessante a ser respondida: Qual parlamentar melhor representa a população? Ou seja, tem relação com a representatividade, algo que toda a galera de nosso mandato luta muito para conquistar. Quero fazer alguns agradecimentos: Primeiro aqueles que me indicaram para estar na lista. É muito bom ver que os meus colegas de formação profissional não tem preconceitos com as mulheres e com juventude. Depois aos internautas que votaram, fizeram corrente pelo twitter, blogs, mostrando a força que a rede tem. Por último a toda galera do mandato. Cada um de vocês sabe o quanto todos trabalhamos juntos. Logo o prêmio é de vocês também.

Tem mais um aspecto muito importante: O Flávio Dino ganhou o prêmio como parlamentar que mais combate a corrupção. É bom ver que nosso partido tem tanto reconhecimento. O Flávio, para quem não sabe, tem apenas 40 anos e deixou de ser juiz federal para ocupar a cadeira na Câmara.

No mais... Espero voltar rápido para o Brasil para comemorar com vocês.

Obrigado galera!!!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Hoje passei todo o dia estudando no ministério do transporte o sistema multimodal deles. Estou levando muitos materiais e ideias. Tenho passado umas dez horas por dia em agenda e aprendido muito. Mas tenho que admitir que estou desesperada para voltar para o brasil.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Considerações

Vou fazer algumas considerações iniciais sobre o que eu vi em dois dias no ministério de educação apenas estudando o sistema de ensino médio e superior deles. Primeiro e preciso registrar q eles estão passando por enormes transformações e se preparando para um corte de 10% no orçamento. A crise os pegou em cheio e é bem esquisito ouvi- los falar em perda de direitos. Como já falei o Estado aqui e bem forte e então quase todo o sistema e público. Mas é pago. 1/3 estado, 1/3 estudante, 1/3 família. Mas eles têm uma serie de financiamentos e pagam quase tudo de quase todo mundo. Eles financiam passagem e moradia para todos os maiores de 18 que não querem ou não podem pela distancia viver com os pais. O sistema deles e bem diferente do nosso. Universidade mesmo, com pesquisa, é apenas para 40% de quem esta no ensino superior. O restante fica em escolas técnicas: eles chamam de vocacionais. 60% da juventude chegam a esse nível de ensino. Os "migrants" como eles chamam turcos não nascidos aqui só são 1% desse total.
Eles agora estão debatendo o currículo mínimo para as escolas. Por terem uma preocupação bastante grande com autonomia eles dizem o governo fixará o que ensinar e as escolas escolhem como.
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Transporte estudantil= passe livre para todos os maiores de 18 podem fazer a escolha se querem usar durante a semana ou no final de semana.
Não tem limite e vale para tudo: trem ônibus. Na cidade e intermunicipal.
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Eles estão sofrendo para implementar adivinhem o que? Cartão com chip para os estudantes. Alguém se lembra disso em porto alegre?
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Hoje estou pelo primeiro dia em Amsterdam. Passarei o dia entendendo a educação infantil deles e os espaços para depois da escola
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Ontem tive uma reunião com o ministro de transportes deles. Quinta e sexta me dedicarei ao sistema de transporte público. E muito bom ouvir tantas boas impressões sobre o crescimento do Brasil e o modo como enfrentamos a crise. Esse ministro e literalmente um guri. Muito jovem e brilhante. Todos falam que será 1º ministro em breve.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Reuniões e ciclovias

Hoje vou passar o dia em 9 reuniões no Ministério de Educação. Alias já fiz três delas. Realmente serviram para algumas novas ideias.

Enquanto isso vou atualizar curiosidades do país para aqueles que me perguntaram. Eles têm 16 milhões de habitantes apenas. O sistema de transporte é público e todo baseado em trens. Todas as ruas têm ciclovias. Por isso não se vê mulheres de salto nem saia. Elas pedalam muito. A comida tradicional e sopa de tomate e batata frita com maionese - mas se come muito bem nos restaurantes porque eles tem forte influência da Indonésia. Eles chamam de 'black people' as pessoas morenas, como os turcos e marroquinos. As creches são privadas e custam 18 euros a hora. O famoso uso do laranja vem da família real, que é proveniente de Orange, na França. Eles brincam e fazem piadas com os belgas e franceses como nos fazemos com argentinos e portugueses. Por ora só isso porque depois contarei muito sobre 'multiculturalismo' e educação.

sábado, 14 de novembro de 2009

Um pouco mais

Realmente esta muito dificil atualizar por nao ter computador e esse exigir um grande esforco e ainda nao ter acentuacao... tenho muitas coisas importantes para contar. Estou anotando no meu caderninho so as pequenas curiosidades para depois contar todas para voces.
Por ora gostaria de contar que ontem tive uma das experiencias mais interessantes de minha vida. Se a tivesse tido durante a faculdade de Ciencias Sociais renderia uns quantos artigos. Vou escrever com mais detalhes quando tiver um computador melhor.
Ontem passei o dia sendo apresentada para a sociedade "multicultural" da Holanda. Universidade, grupos de pesquisa etc. Qual nao e minha surpresa? Eles nao chamam de holandeses os caras que nascem aqui mas que ate avos de outros paises. para entenderem melhor: eles dividem a populacao deles em holandeses (79%), migrantes de paises ricos (mais ou menos isso... e uma explicacao simplista.10%) e migrantes de paises pobres (11%). Entao o sujeito nasce aqui e nao e holandes.
Bem, depois eu vou explicar muito mais sobre o que entendi desse assusnto. Mas queria lancar a provocacao. Imaginem nascer no Brasil e nao ser chamado de Brasileiro? Essa talvez seja uma das grandes diferencas entre nossos paises.
Beijos, bom final de semana

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Um pouco de 36 horas

Acabo de sair da Fundação de Biociência de Leiden. É o mais antigo centro de pesquisa de genética e biociência. É um espaço tipo o Vale do Silício da área, com incubadoras e incentivos para quem deseja desenvolver pesquisas aqui.

Quando concorri a prefeita falávamos muito disso na área de tecnologia da informação em função do CEITEC. Aqui, em 25 anos, eles realmente formaram um pólo entre universidade, 21 escolas de ensino médio, 60 empresas e governo. O museu que me referi antes faz parte do complexo.

Dentro de minhas curiosidades esta o sistema educacional. Passei uma hora num museu de biologia para ensino médio. Eles realmente fazem com que a gente entenda tudo. Eles se orgulham de ter uma educação que não cobra a decoreba. Estou aos poucos captando como funciona.

Ontem tive a oportunidade de reunir com o conselho de desenvolvimento econômico daqui. A parte que me pareceu mais interessante é a antiguidade. Data de 1945. É independente do governo: composto por um terço de empregados, um terço de empregados e um terço de especialistas, tipo professores universitários. Chama a atenção que as tragédias uniram muito o povo. Aqui, além das guerras as recorrentes enchentes.

Fui também a Rotterdam. Lá fica o maior porto da Europa (são loucos os números da Holanda para um país tão pequeno). Também lá está o maior símbolo da defesa que eles tem contra as águas.

Ainda ontem jantamos com lideranças das organizações de trabalhadores deles. O mais inusitado é o fato de que ser organizam por idade.

Agora pela manhã, na visita ao ministério de economia deles, pude entender a razão das políticas de estado de bem-estar deles serem divididas por idades. No ministério chama a atenção as políticas de assistência para jovens fora do mercado e para aqueles que estão estudando e também para quem tem filhos, como jornada de trabalho reduzida para 28 ou 30 horas. Depois eu conto mais pois estou no pequeno intervalo na universidade de saúde. Beijos.

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Alguns me perguntaram como é o grupo. Somos seis absolutamente distintos. O outro brasileiro é da área de economia, por exemplo. Viemos todos a convite do ministério de economia e de relações exteriores deles.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Faltou tempo

Gente,

quero compartilhar algumas coisas bem legais com voces. Estou estudando por uns dias em Haia, nos Paises Baixos, a convite do governo daqui. E um programa muito interessante para o qual fui convidada juntamente com dois turcos e dois chineses e mais um economista(ia escrever guri) do Brasil. Passaremos os proximos dias num intensivo de economia, politica, educacao, saude e muitos outros temas.
Achei uma experiencia que poderia ser util para mim e para meu aprendizado politico. Eu pude fazer algumas opcoes de estudo individual e escolhi sistema de transporte publico (que aqui e multimodal - trens, onibus e ciclovias), sistema educacional. Acho que algumas experiencias podem me ajudar a pensar em solucoes diferentes para velhos problemas nossos.
Hoje, o primeiro dia, pude conversar com alguns parlamentares e conhecer duas coisas incriveis. A primeira delas e o tratamento dado a agricultura (sao o 2 país na producao agricola). E incrivelmente lindo. mas o que mais me chamou atencao e que todos tratam, o tempo todo, da questao energetica. Esse e o maior desafio deles para fazer qualquer coisa. Sei do apagao por ai, mas nos temos que concluir que somos muito privilegiados. E preciso que nosso povo perceba e aproveite isso.
Fiz muitas coisas que depois,aos poucos, vou contando. mas queria tambem chamar atencao para as ciclovias por aqui. E algo impressionante!!!! Gente, as escadas tem uma rampinha para eles subirem com as bicicletas. Todas as ruas tem ciclovia. Tudo bem... E tudo plano por aqui. Mas nos temos muitas cidades planas sem bicicletas, nao?
Bem, estou sem internet no meu computador e tenho que usar esse (de favor e por pouco tempo...). Vou contando aos poucos tudo o que vejo por aqui.
Beijos e fiquem bem.
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Apenas dois esclarecimentos. O primeiro e que essa viagem nao e paga com recursos da Camara dos deputados. O segundo e que eu nao sei qual mico paguei na segunda no CQC mas imagino que foi grande pelo que li no meu twitter. Se foi, desculpem, ninguem acerta sempre.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Um ótimo congresso

Terminamos ontem nosso Congresso do PCdoB. Foram 4 dias de discussões e debates sobre o nosso novo Programa. Centenas de delegados de todo o país participaram e deram importantes contribuições. Sei que para muitos parece estranho que passemos quatro dias sentados debatendo política e um programa de desenvolvimento para o Brasil. Para mim, essa é a chave das diferenças de nosso partido com quase todos os outros. Temos unidade de atuação política porque debatemos muito e chegamos a opiniões mais avançadas. Temos qualidade na nossa atuação política porque nos dedicamos a estudar o Brasil e o povo brasileiro.
Além de nosso novo programa (marcado pelas reformas estruturantes pelas quais o país deve passar), também debatemos a nossa política de quadros e elegemos nosso Comitê Central (CC). Tive a honra de ser eleita pela segunda vez para esse importante espaço de debates e de decisões partidárias. Renato Rabelo foi reconduzido Presidente e Luciana Santos, uma querida amiga ex-prefeita de Olinda, eleita vice-presidente. A Luciana representa a nova geração de nosso partido, nossa capacidade de bem administrar, nossa participação enquanto mulheres na vida partidária. Esse CC terá um enorme desafio pela frente: conduzir nossa atuação em 2010, ano em que todos os progressistas brasileiros terão que suar a camiseta para continuar (e continuar significa avançar) o ciclo inovador de desenvolvimento conduzido por Lula. É evidente que nosso programa ganha mais viabilidade num Brasil mudancista, com forte bancada de esquerda na Câmara e no Senado, com os movimentos sociais ainda mais articulado.
Quando realizamos um congresso no mesmo período em que vinte anos nos dividem da queda do Muro de Berlim também podemos fazer algumas reflexões especiais. Nesses vinte anos nosso partido refletiu sobre os erros da experiência socialista e avançou no sentido de construir um caminho próprio para o socialismo brasileiro. Esse caminho, depois desse 12o Congresso, passa a ser o nosso programa de desenvolvimento nacional. Mas se reflexões e avanços marcam esses vinte anos, também marca a convicção que sempre tivemos de que o rumo para nosso país e nosso povo é o socialismo.
Nesses vinte anos muitos foram iludidos ou desistiram dessa bandeira de libertação para os homens e mulheres. Nós não. Reconhecemos erros. Mas sabemos que a sociedade em que vivemos é repleta de contradições e é marcada pela exploração dos trabalhadores. Nós queremos um Brasil livre. Solidário. Justo. Humano. Desenvolvido. Nós lutamos por um Brasil socialista. E saimos mais animados para a luta nesse 12o Congresso.

sábado, 7 de novembro de 2009

Se eu cantar, desafino


Evidente que eu adoro ouvir o Caetano Veloso. Gosto do passado musical dele e do presente. Certamente gostarei do futuro. Ele e bom (desculpem, estou sem acentos). Certa vez tive a chance de gravar um programa de TV com ele. O achei de uma simpatia absoluta. O oposto do que imaginava dele. Eu o imaginava antipatico em virtude de suas declaracoes polemicas sobre os outros. Nessa ocasiao ele me disse que era evidente que tinha que falar, ele tem opiniao sobre as diversas coisas e os jornalistas, sabendo disso, ligam frequentemente para saber quais sao essas opinioes.

Pois bem. Ele chamou o Presidente Lula de analfabeto esse semana. Declarou que votara em Marina da Silva para presidente. Pensei em escrever sobre o que o levaria a votar em Marina ja que ela nao tem programa de governo, nem aliados politicos (quais serao os aliados? aqueles que sao contra a ciencia e as celulas tronco? serao do campo das mudancas ou da oposicao?). Mas nao vou.
Nao vou porque ha uma campanha no twitter chamada #calaabocacaetano e eu discordo dela. Por isso, vou falar sobre o peao de fabrica que estudou apenas ate a 4a serie e que governa o Brasil. O cara que conquistou a auto-sufiencia em petroleo sem nunca ter estudado aquelas formulas chatas de quimica. O cara que superou a crise economica sem ter estudado logaritimo (nunca entendi para que estudamos isso na matematica...). O cara que conseguiu a vaga provisoria no Conselho de Seguranca na ONU, sem nunca ter estudado o verbo "to be" ou qualquer outra lingua. Quero falar do cara que, por ter estudado pouco sabe a forca da educacao formal e e o Presidente que mais construiu universidades e escolas tecnicas na historia do Brasil. Ou seja, Lula nunca fez apologia ao seu nao estudo formal. Mas lutou para que o povo o tivesse. Nosso "sociologo" fechava vagas nos cursos nao importantes para o mercado como... Sociologia...
Quero falar sobre esse preconceito de uma certa elite que acha que aquilo que o povo aprende na sua caminhada nao presta. Poxa! Logo o Caetano que e de um estado com centenas de analfabetos que seduziram o mundo com sua cultura, com sua arte.

Nao posso, nao devo e nao quero mandar o Caetano ficar quieto ou calar a boca. Primeiro porque nao sou deselegante como aqueles que falam grosserias para os outros. Depois, porque quero que ele me seduza para sempre com a sua voz doce e suas letras inteligentes. Mas... Se eu cantar, desafino. Se o Lula cantar, desafina. Solte a voz Caetano... para cantar! E isso que fazes - maravilhosamente - bem.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mais uma razão para eu ser muito feliz


Nunca escondi de ninguém que tenho um grande sonho para realizar ainda: o de ser mãe. Acho a maternidade algo mágico. Uma transformação na vida das pessoas, a possibilidade de gerar uma vida, desde pequeninha, dentro do útero e depois vê-la correr livre pelas maravilhas e perigos do mundo. Eu tenho tempo para isso. E tenho também que organizar a vida para não submeter ninguém a essa loucura.
Mas hoje quero compartilhar com vocês a melhor coisa que aconteceu comigo - pessoalmente - esse ano: estou meio grávida. Ou seja, vou ser tia. Pela primeira vez serei tia. Somos cinco irmãos. Um bando de certinhos... Sou a mais nova das mulheres e estava ficando para titia sem ser tia!
Estou meio grávida porque na minha casa todos somos unidos até a alma. E nós todos estamos felizes demais com os 3 cm de vida que minha irmã Carolina carrega dentro de si. Na verdade são 2,6cm. É o feijão da Caro, como ela chama.
Estão sendo dias felizes. Seremos mais pessoas nessa família tão louca, tão cheia de gente esquisita, gente tão diferente, gente que briga e que, sobretudo, se ama demais. Será mais um dos nossos. Terá parentes sem nenhum vínculo sanguíneo como todos nós temos, terá rodas de violão com músicas de criança, terá bonecas da turma da mônica. Terá Natais chatos e alegres.
Não sei. Não sei como se chamará. Se será moreno ou loiro, com olhos claros ou escuros. Não sei se será uma bailarina ou um piloto de avião. Só sei que será feliz. Muito feliz como todos nós.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Cotidiano

Era a estrada para Ilópolis. Dia de sol, calor infernal, horário certo para o compromisso. Eis que olho uma estátua de bode numa casa. Pensei ser bastante incomum um bode nessa região, mais ainda uma estátua. Eis que ele se vira para a estrada e... é um bode real! Olhem as cenas maravilhosas de nosso cotidiano de trabalho.


crédito das fotos: Latino

Intuição

Como a gente explica aquele frio na barriga que nos avisa que algo não está bem? Qual remédio que tomamos para esfriar o sangue que ferve sem saber por que? Como não usar a ampulheta para contar os segundos que nos separam daquilo que não sabemos o que é mas sentimos que acontecerá? Maldita intuição que nos atormenta. Bendita intuição que nos protege.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Amigo da amiga

Era aniversário de Clara. Amigos na mesa tomavam cerveja artesanal. Todos se conheciam desde muito e os assuntos eram chatos para qualquer desconhecido. Eis que chega Laura, conhecida do trabalho. A coitada tenta se enturmar. Passados alguns minutos chega Fernando, da velha turma. Com ele um outro guri. Clara pensa: "Bonito o amigo do Fer". Olha mas não insiste. Não é do seu feitio, nem no aniversário, jogar muito charme. Mas joga charme. Depois descobre ser o affair de Laura. Pensa:"em aniversário não tem crime. Olhei tá olhado. Não adianta eu me culpar".
Passados alguns dias, elas encontram-se no trabalho. Assunto vai e volta e Clara pergunta sobre o casinho bonito da amiga. Laura responde que não quer nada, que não tem química entre ambos. Clara conversa, insiste e convence a amiga a jantar com o bonitão, dar mais uma chance para ele.
Chega o dia do jantar. As amigas trocam opiniões típicas dessas datas: roupa, cabelos, estilo de pouco caso. O bonito chega tarde, desistem de jantar. Laura e ele apenas batem papo. Lá pelas tantas ele se emociona e solta: "Gostei daquela tua amiga aniversariante, podias me dar o telefone dela?". Ela deu. E ambas agora aguardam as cenas do próximo capítulo.
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Pode parecer inventado. Mas isso aconteceu com uma amiga.

Encontro de personagens

Ela havia devorado "Travessuras da menina má", de Vargas Llosa. Disse que todos tinham um pouco de menina má. Nunca imaginou que ele tivesse uma só dele. Meninas más são aquelas que usam sentimentalmente aos outros, que parecem santas, mentem, até a Igreja vão. Mas não valem uma notas de três reais. Ela, definitivamente, não servia para isso. Era direta, sabia que estava longe de ser perfeita mas, a duras penas, reconhecia os próprios limites e erros. Ele a amava mas, tinha com a menina má uma ligação inexplicável (e talvez impublicável). Nada, nenhuma dor que essa menina gerasse nela o faria romper aquele vínculo. Doentio o vínculo estabelecido entre ele e a menina má. Talvez todos os homens casem com as boas mas, alguns preferem as más meninas.
Ele havia devorado "Canalhas!" de Carpinejar. Ria até chorar. Percebia que, no fundo, como diria o poeta gaúcho, alguns homens eram canalhas e outros cafajestes. Os canalhas traem mas são bons de coração. Os cafajestes não valem nada. Os cafajestes são a versão masculina da menina má.
Logo, tratava-se de um triângulo amoroso entre uma menina má, um canalha e ela. Uma jovem comum. Nem boa, nem má. Comum. Ela era o personagem que sobrava nessa estória entre o peruano Vargas Llosa e o gaúcho Carpinejar.
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Escrevi esse texto após ouvir, na noite de sexta, a louca relação de uma amiga. Aliás, ela ainda vai me inspirar muitos textos.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Novidades

Terei muitas novidades para contar ao longo da semana. Tem bastante coisa acontecendo ao mesmo tempo. Estamos finalizando a escolha das nossas emendas para as cidades. Acho que serão coisas legais que faremos. Também estamos finalizando o relatório do Estatuto da juventude. Mas isso e parte pequenina do que tenho para contar. Mas agora quero descansar porque estou com um pouquinho de TPM de não quero repetir a estória do queijo. Hehehe

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

De cabeça para onde?

Algumas vezes tenho a impressão de que as coisas estão fora de ordem, de cabeça para baixo. Mas, quando uso essas expressões concluo que, se estivessem de cabeça para baixo, talvez as coisas estivessem melhor.
Essa semana pensei nisso muitas vezes. Ontem, quando vi o Fantástico fazer uma avaliação sobre a roupa da estudante agredida na Uniban, me perguntei: onde eles estão com a cabeça? Há uma infeliz cultura de transformar a vítima em responsável pela violência que sofre. A mulher estuprada escuta que se não tivesse saído com tal roupa aquilo não haveria acontecido, a mãe da vítima de abuso sexual, escuta que deveria ter cuidado mais da criança quando esta estava com o tio (!!!), quando um casal homossexual é espancado dizem que é porque estavam se beijando em público (!!!!) e até quando somos assaltados ouvimos: "Também, andas com a bolsa aberta (ou o vidro aberto) e não queres ser assaltada?". Ou seja, o que o Fantástico fez ontem é bem mais comum do que gostaríamos. Mas é algo que deve ser condenado por nós todos.
O que me choca nas cenas da menina sendo agredida não é ela. É a intolerância, a capacidade de um coletivo entrar em surto a partir do preconceito para com alguém. Não acho que a educação formal seja muito significativa para mudar valores, mas me pergunto: esses são nossos universitários? Nem sei de que cursos eram eles, mas são esses aqueles que serão os médicos que vão atender crianças grávidas vítimas de estupro, por exemplo? Meu deus do céu...
Temos que dizer não a intolerância que muitas vezes se manifesta na nossa sociedade. E falar em alto e bom som: vítima de violência é vítima. Não é responsável.

Dia de lembrar


Dentre as coisas que ninguém consegue mudar durante a vida está a sensação de saudade e dor profunda com a morte das pessoas que amamos. A morte sempre choca, mas aquela terrível sensação de "eu nunca mais, nunca mais vou ver esta pessoa" dói demais. A luta que se estabelece na memória entre as imagens mais distantes e os últimos contatos, as conversas, os cheiros... Acabam ficando slides da vida partilhada com aquele ser querido, amado.

Mas eu acredito que hoje seja um dia de nós nos esforçarmos para lembrar de tudo de bom que vivemos com aquela pessoa, do que construímos juntos. Mas, mais do que isso: hoje é um dia de celebrarmos a vida, de jogarmos fora o rancor que resseca, de reconstruirmos relações, de pedirmos desculpas, de aproveitarmos as pessoas que estão aqui, vivinhas da silva.

Finados é dia de lembranças sim. Mas o que a morte mais me ensinou é a não deixar nada para depois. Faça de hoje um dia da vida.