sábado, 9 de abril de 2011

A ilha da cidade

Ele era reconhecido por quase todos aqueles que freqüentavam ambientes políticos. Também o cumprimentavam os freqüentadores da Redenção. Fosse na feira ecológica aos sábados ou no brique aos domingos.
Alto, olhos azuis, cabelos e barba brancos e mapas carregados embaixo da axila. 
Uma história na ponta da língua: foi casado, vivia em Maquiné, tiveram um filho. O sogro, desgostoso, pediu a sua interdição. O mesmo sogro levou a amada do amigo do mapa para uma ilha, no Lago Rio Guaíba. Uma ilha fora do mapa. Uma ilha que não existe para nenhum de nós. Apenas para o amigo do mapa.
Nos seus mapas, marca tantas vezes quanto necessário, a localização da ilha. A amada já nem o interessa tanto. O que ele quer, de maneira desesperada, é que alguém o ajude a colocar a ilha no mapa. 
No mapa da cidade, diria Quintana. 

3 comentários:

mauro araujo disse...

Manoela; Estamos aguardando sua posição sobre vergonhosa participação de seu companheiro Aldo Rebelo que está mancomunado com o que há de pior na sociedade brasileira em termos de intolerância política e devastação ambiental Esperamos não ter que pedirmos nosso voto de volta!!!

mauro

Gabriele Gottlieb disse...

acho que conheço este cidadão...

Anônimo disse...

muito bonita essa passagem

samuel