quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Mata, Alice!

Maria,
Maria!
O que te passa?
Não sinalizas os caminhos errados e assim sempre escolhes mal! Pães e doces?
Maria, seria menos ingênuo marcar o caminho com as lágrimas que caem desses teus grandes olhos de jaboticabas.
Qual o problema, Dorothy?
Porque não queres voltar para casa?
Bater os pés, repetir "não há lugar como nosso lar", acreditar no coracão do homem de lata.
Ah! Dorothy!
Porque não olhas para os lados e simplesmente caminhas?! Anda! Marcha!
Wendy, sai da janela agora.
Não existe quem seja criança para sempre.
Ele vai sair voando - pela janela ou dentro do carro do ano.
E tu vais ficar velha, sentada na cadeira de balanço e contando para os filhos dos outros as historias do menino que insistisse tanto em sonhar.
Não interessa Alice.
Não acredita no gato com sorriso e relógio, em rainhas vermelhas ou brancas de copas ou de qualquer naipe.
A vida é real, Alice.
Manda o chapeleiro maluco para longe.
Concentra, Alice, respira.
Pega essa arma.
Aponta para todas elas: Maria, Dorothy, wendy.
Pronto. Agora coloca em tua boca.
Mataste todas as ilusões.
Agora, quem sabe, sejas feliz.

2 comentários:

Anônimo disse...

Texto forte. Que as Dorothys, Alices, Marias e Wendys se mudem para as lacunas que resultam de toda ingenuidade roubada pelo decorrer do tempo. Se ficarem por ali serão fundamentais para filosofar com o adulto que inevitavelmente nos tornamos.

Grande bjo,

Renata Mendonça.

Anônimo disse...

Texto forte. Que as Dorothys, Alices, Marias e Wendys se mudem para as lacunas que resultam de toda ingenuidade roubada pelo decorrer do tempo. Se ficarem por ali serão fundamentais para filosofar com o adulto que inevitavelmente nos tornamos.

Grande bjo,

Renata Mendonça.