domingo, 22 de julho de 2012

Que dia!

Hoje, lágrimas limparam minha alma. Caminhei com as mulheres e lançamos o Comitê de Juventude. Foram lágrimas de felicidade de me encontrar com aquilo que explica minha trajetória.

Ao ver tanta gente, ao sentir tanta energia no Comitê de Juventude, vi que a luta que me fez forte no movimento estudantil, os sonhos que me trouxeram até aqui, se renovaram em novos e novos sonhos! Diria o mestre Neruda: "assim, em cada manhã de minha vida, trago do sonho, outro sonho!". São jovens que trazem outras bandeiras. Mas o vento que as emula é o mesmo! O mesmo vento de igualdade! O mesmo vento de quem quer que a tecnologia de nosso tempo sirva para libertar a sociedade de seus problemas!!

Ali, chorei de orgulho. Orgulho de pessoas que vieram antes. Orgulho de quem veio depois. Orgulho por saber que minha experiência foi conquistada em cada noite em que debatia a realidade de minha cidade. Em cada período da universidade em que, ao invés de sair para dançar como meus colegas faziam, eu militava no movimento estudantil.

Tenho certeza que a população não vê como algo negativo o fato de eu ter dedicado minha juventude à política. Trago o orgulho de ter começado cedo, enfrentado desafios, crescido na política sem padrinhos poderosos nem máquinas financeira. Trago o orgulho de ter aprendido muito com o trabalho, com as vitórias e a derrota. Mas, aprendi sobretudo, com as pessoas de carne e osso que necessitam de mudanças. A realidade é a minha melhor professora.

Quantas mulheres trilharam esse caminho que hoje percorro e, em certa medida, represento? Quantas foram pioneiras, quantas escreveram sufocados poemas, quantas quiseram votar, casar e separar!? Quantas gritaram pelo trabalho, pelos direitos iguais? Quantas apanharam na cara, aos bofetões por enfrentarem a realidade de opressão? Quantas ainda apanham? Quantas têm o peito apertado por não saber onde estão os filhos no turno inverso da escola? Quantas choram a falta de vaga em creche, a falta do médico em posto? Quantas velam filhos vitimas da guerra do tráfico? E quantas recolhem corpos no meio de latarias de carros?

Caminho vendo essas mulheres, como raios que iluminam o espaço que ocupo conquistado por elas. Por tantas gerações. Trago em mim o sonho de ser a primeira prefeita de nossa história, de nossa capital. Para ser cada uma delas. Para tentar ser cada uma delas.

6 comentários:

Igor Bereta, Torres/RS disse...

Infinitamente emocionante e real. hj que completo 29 anos, e as vezes acabo esquecendo as dificuldades que outros tantos passaram para que hoje eu pudesse estar aqui, mulheres e homens. Esse texto renovou minha esperança de vivenciar uma vida melhor, não só para mim, mas para todos. bjus, rumo a tantas vitórias...

sinthia mayer disse...

Manu, obrigada pelo texto de hoje. Os últimos dias tem sido complicados pra mim e ao ler teu texto agora, me enchi de orgulho pelo caminho que escolhi. Por apostar num projeto coletivo, onde homens e mulheres sejam sujeitos de sua história. Boa luta Manu!! Espero nos próximos dias estar mais presente na construção do nosso sonho. Bjs!!

Cris Ely disse...

Lindo e sensível como tu és.

Cris Ely disse...

Lindo e sensível como tu és.

Louraini Christmann - Lola disse...

Muito bom o teu espaço. Adorei mesmo.
Estou sem tempo agora pra ver mais, mas quero manter contato.
Um grande abraço.

Anônimo disse...

peço ao ministro da justiça, aos ministros do supremo, e todos que possam ter responsabilidade decisória, que tenham senso de justiça, ao que se refere à questão do Pinheirinho, em São Paulo.

quando vamos em frente em nossas decisões cotidianas e nos esquecemos de perguntar ou mesmo refletir se o que estamos fazendo é correto ou não, acabamos podendo cometer erros que mais tarde podem muito nos envergonhar.

a responsabilidade de nossas ações quando somos pessoas que temos a discricionariedade de tomar decisões que vão afetar um grupo ou vários grupos, ou mesmo um município, um estado ou uma nação, é ainda maior. por isso, devemos ter ainda mais atenção e responsabilidade.

devemos nos lembrar que somos todos seres humanos, e, assim como fomos amados, educados, por nossos pais, parentes, amigos, por Deus, devemos ter a compreensão de que as outras pessoas, também tem esse direito.

uma questão que é preocupante em nossas instituições, e me atenho mais especificamente ao judiciário, é que muitas decisões são tomadas, mesmo que sabidamente injustas, pelo fato que de uma parte não consegue demonstrar a efetividade de seu direito. muito desse problema se deve pela própria situação que a parte se encontra. um juiz não deveria repreender uma parte que se exalte e mesmo se revolte por perceber que seu direito é negado de má-fé. antes sim, compreender.

no mais, as deciões deveriam ser tomadas tendo como parâmetro o justo.

digo isso porque sei, e sabemos, que muitas decisões são tomadas sem que se leve em conta o que é de mais necessário para que convivamos em harmonia, razão, justiça, responsabilidade, isonomia.

me pergunto, os pilares de nossas constituição foram respeitados no que aconteceu com relação à desocupação do 'Pinheirinho'?

devemos nos lembrar que pessoas como João Paulo II, Madre Teresa, foram tão abençoadas por nós e por Deus porque muitas vezes tiveram coragem de estar do lado dos humildes, mesmo que esses tivessem chagas, mesmo que vivessem em ruas de barro, mesmo que fossem simples, no falar e no sentir.

Talvez fossem esses exemplos que deveríamos seguir.

Samuel.