A morte do ex-ministro Paulo Renato de Souza fez com que uma antiga reflexão se consalidasse. Muitos fazem política baseados na concepção religiosa de que existe o "todo bom" e o "todo mal", Deus e o Seu oposto, em curtas palavras.
Isso faz com que a ideologia passe a ser algo abstrato. Ou seja, Não é uma visão de mundo. É uma visão de mundo boa e outra ruim. Deixam De ser escolhas conscientes Com base no que acreditamos e passam a ser caminhos mágicos. E a consequencia disso é que as idéias viram a própria pessoa. Ou seja, ele carrega idéias semelhantes a mim e, portanto, tem Moral, bom caráter etc. Ele pensa diferente. Logo, é mal caráter, sem Bons valores.
Evidente que torna-se mais fácil ser amigo de pessoas que pensam parecido conosco. Pelos valores comuns. Mas isso não torna todos que defendem as mesmas bandeiras santos. A história já
Mostrou isso.
O que a morte de Paulo Renato tem com isso tudo? Eu o combati por anos, acho a política que ele Representava um atraso. Mas ele Acreditava naquilo, não o fazia Por "maldade". Simples.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
domingo, 26 de junho de 2011
De volta
Dez dias longe do blog. Fiquei alguns dias fora do circuito. Primeiro por ter viajado aos EUA para um curto simpósio em Harvard sobre o nosso país (com as despesas pagas por eles). Depois, pela volta corrida dedicada aos meus seres amados.
Confesso que o exercício de sistematizar as experiências acaba ficando pobre quando compartilho centenas de opiniões diárias pelo twitter. Mas seguirei tentando.
Confesso que o exercício de sistematizar as experiências acaba ficando pobre quando compartilho centenas de opiniões diárias pelo twitter. Mas seguirei tentando.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
De novo, diferente
-Oi meu filho
-Como vai a Sra.?
-Volte até a porta e repita tudo - ele volta para a rua e ela para a cozinha. A cena acontece como um "replay".
-Tudo bem, meu Filho?
-Como vai Dona Chupetinha?
-Volte e suba novamente a escada. Duas vezes é demais.
-Me deixa almoçar.
-Não. Volta lá.
Ele saí, vai mais longe dessa vez e sobe a escada novamente. Senta-se:
-Tudo bem, chupetinha?
-Agora sim.
Ela é assim. A cozinheira que chupa bico (ou usa chupeta) aos 60 anos não admite ser senhora ou dona. Dentro do "complexo gastronômico" o senhor é o único dono.
Carrega orgulhos: ali nunca entrou nenhum chefe do tráfico armado. Podem ser donos de Vigário. Ali o dono é Deus. O outro é o fato de nunca ter comprado gás, queijo ou enlatados roubados: - E custava a metade do preço.
Chneider, 37 anos, 3o semestre do curso de Direito. Um cara normal, certo? Claro. Mas ele já foi Latino. 10 anos de cadeia, chefe de vigário, andava com seus soldados armados para um lado e outro. Roubava carros e carga e levava para a Rua Paris, em
Frente ao "complexo gastronômico".
-Provocação pura porque eu não deixava entrar com arma.
-Nada não. Era mais fácil apenas.
Latino sentava na Lage da passarela e olhava para a rua. Ali via a liberdade que não podia viver.
Chupetinha e chneider viveram a
Vida na mesma Vigário. Ela viu a mãe grávida dele. Ele viu o irmão morrer. Ela viu ele dono da comunidade. Ele deixava o "soldado" cuidando para poder entrar no restaurante dela.
Hoje ele comeu carne assada, aipim, arroz e feijão feitos por chupetinha. Tomou um bom suco de maracujá. Não tem mais soldados. Não é mais Latino.
Hoje ela chorou ao contar ao que sente vendo a felicidade dos pais de Chneider por ele ter mudado de vida.
Ele diz: mudou tudo. Não ganho quase nada. Mas vou ser defensor público.
Ela chora servindo a mesa do cara que foi bandido e hoje é militante do afroreggae e estudante de direito.
Eles estão juntos no mesmo restaurante de sempre. Tudo de novo. Tudo diferente.
-Como vai a Sra.?
-Volte até a porta e repita tudo - ele volta para a rua e ela para a cozinha. A cena acontece como um "replay".
-Tudo bem, meu Filho?
-Como vai Dona Chupetinha?
-Volte e suba novamente a escada. Duas vezes é demais.
-Me deixa almoçar.
-Não. Volta lá.
Ele saí, vai mais longe dessa vez e sobe a escada novamente. Senta-se:
-Tudo bem, chupetinha?
-Agora sim.
Ela é assim. A cozinheira que chupa bico (ou usa chupeta) aos 60 anos não admite ser senhora ou dona. Dentro do "complexo gastronômico" o senhor é o único dono.
Carrega orgulhos: ali nunca entrou nenhum chefe do tráfico armado. Podem ser donos de Vigário. Ali o dono é Deus. O outro é o fato de nunca ter comprado gás, queijo ou enlatados roubados: - E custava a metade do preço.
Chneider, 37 anos, 3o semestre do curso de Direito. Um cara normal, certo? Claro. Mas ele já foi Latino. 10 anos de cadeia, chefe de vigário, andava com seus soldados armados para um lado e outro. Roubava carros e carga e levava para a Rua Paris, em
Frente ao "complexo gastronômico".
-Provocação pura porque eu não deixava entrar com arma.
-Nada não. Era mais fácil apenas.
Latino sentava na Lage da passarela e olhava para a rua. Ali via a liberdade que não podia viver.
Chupetinha e chneider viveram a
Vida na mesma Vigário. Ela viu a mãe grávida dele. Ele viu o irmão morrer. Ela viu ele dono da comunidade. Ele deixava o "soldado" cuidando para poder entrar no restaurante dela.
Hoje ele comeu carne assada, aipim, arroz e feijão feitos por chupetinha. Tomou um bom suco de maracujá. Não tem mais soldados. Não é mais Latino.
Hoje ela chorou ao contar ao que sente vendo a felicidade dos pais de Chneider por ele ter mudado de vida.
Ele diz: mudou tudo. Não ganho quase nada. Mas vou ser defensor público.
Ela chora servindo a mesa do cara que foi bandido e hoje é militante do afroreggae e estudante de direito.
Eles estão juntos no mesmo restaurante de sempre. Tudo de novo. Tudo diferente.
terça-feira, 14 de junho de 2011
Informações
Gente, apenas mais uma vez informo que esse é meu blog pessoal. Quem quiser saber notícias oficiais do mandato acesse www.Manuela.org.br.
Também comunicou que deixarei de aceitar comentários anônimos. Descobri que apenas uma pessoa se passa por varias aqui e aí fica chato, né?
Também comunicou que deixarei de aceitar comentários anônimos. Descobri que apenas uma pessoa se passa por varias aqui e aí fica chato, né?
Harvard
Francisco. Meu nome é Francisco. Assim Tuchinha da Mangueira apresentou-se para mim. O maior nome do tráfico daquele morro, sambista, homem que via o asfalto subir ao morro para sambar. Ele já decidiu: saiu do tráfico e vai entrar no Afroreggae. Vai ajudar a tirar jovens do crime. Diz que muita coisa mudou, quer ver a filha crescer. Assim, militando, ele se protege de todos os que não acreditam que ele deixou de ser dono do morro. De protege dos que o reverenciam para o mal e
Também daqueles que o sequestraram na ultima saída da cadeia para pegar o dinheiro que achavam que tinha (e que talvez tivesse).
Rose Peituda. Chefe do tráfico de VIgário Geral. Uma das poucas donas de morro da história do tráfico. Tem seios pequenos. É peitudo porque retomou o morro em 24 horas em uma ocasião. Agora quer entrar para o Afroreggae e pregar em Lucas. Porque? Por que vivia em guerra com essa comunidade e quer sair do Comando e entrar para a facção de Jesus. A melhor amiga dela na cadeia? Jaqueline Beira-mar. Esposa dele.
Sombra, chefe do Comando Vermelho. Magaiver, maior ladrão de bancos da história do Rio. Miguel, inteligente seqüestrador. Aldair, dono da Mangueira. Metralha, sobrevivente dos irmãos que dominaram a Rocinha. Um assassinado, outro paraplégico. Filho de uma professora aposentada, segundo grau Concluído com 17 anos.
Em comum? Nenhum romantismo. Mas cansaço de fugas, tiros e filhos que passam pelo constrangimento das visitas em presídios. Também a conclusão de que em 40 anos, 20 foram perdidos "tirando cadeia". Todos com disposição de passarem a militar na "facção" Afroreggae. Mostrar aos jovens outro caminho. Saída do tráfico. Menos violência. Isso é o que vim conhecer, ouvir em seis presídios em Bangú. A gente quer paz. Para isso, nada mais importante do que mudar os donos de parte da violência de lado.
O Junior, do afroreggae, disse uma ótima frase: estás fazendo Harvard em chefes de crime. Sim. Ouvi aos caras mais importantes nesse assunto (além desses Estão Beira-mar, Marcinho VP, Elias Maluco). E ouvi de todos o desejo pragmático de mudar de vida. Uns no trabalho do Afro, outros reconstruindo a vida em outro estado.
Mas o que me chamou atenção foi que Sem saber Junior escreveu esse texto por mim. Sexta-feira embarco para Boston, EUA. Passarei 4 dias em Harvard. Eles me fizeram um convite para debater as perspectivas do Brasil. Isso me fará migrar de um universo para outro.
Mas as duas tem um grande vínculo: as perspectivas do Brasil passam pela diminuição da violência. Ou seja, a Harvard de lá precisa entender a daqui, ali em Bangu.
Também daqueles que o sequestraram na ultima saída da cadeia para pegar o dinheiro que achavam que tinha (e que talvez tivesse).
Rose Peituda. Chefe do tráfico de VIgário Geral. Uma das poucas donas de morro da história do tráfico. Tem seios pequenos. É peitudo porque retomou o morro em 24 horas em uma ocasião. Agora quer entrar para o Afroreggae e pregar em Lucas. Porque? Por que vivia em guerra com essa comunidade e quer sair do Comando e entrar para a facção de Jesus. A melhor amiga dela na cadeia? Jaqueline Beira-mar. Esposa dele.
Sombra, chefe do Comando Vermelho. Magaiver, maior ladrão de bancos da história do Rio. Miguel, inteligente seqüestrador. Aldair, dono da Mangueira. Metralha, sobrevivente dos irmãos que dominaram a Rocinha. Um assassinado, outro paraplégico. Filho de uma professora aposentada, segundo grau Concluído com 17 anos.
Em comum? Nenhum romantismo. Mas cansaço de fugas, tiros e filhos que passam pelo constrangimento das visitas em presídios. Também a conclusão de que em 40 anos, 20 foram perdidos "tirando cadeia". Todos com disposição de passarem a militar na "facção" Afroreggae. Mostrar aos jovens outro caminho. Saída do tráfico. Menos violência. Isso é o que vim conhecer, ouvir em seis presídios em Bangú. A gente quer paz. Para isso, nada mais importante do que mudar os donos de parte da violência de lado.
O Junior, do afroreggae, disse uma ótima frase: estás fazendo Harvard em chefes de crime. Sim. Ouvi aos caras mais importantes nesse assunto (além desses Estão Beira-mar, Marcinho VP, Elias Maluco). E ouvi de todos o desejo pragmático de mudar de vida. Uns no trabalho do Afro, outros reconstruindo a vida em outro estado.
Mas o que me chamou atenção foi que Sem saber Junior escreveu esse texto por mim. Sexta-feira embarco para Boston, EUA. Passarei 4 dias em Harvard. Eles me fizeram um convite para debater as perspectivas do Brasil. Isso me fará migrar de um universo para outro.
Mas as duas tem um grande vínculo: as perspectivas do Brasil passam pela diminuição da violência. Ou seja, a Harvard de lá precisa entender a daqui, ali em Bangu.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Em Bangú
No sábado participei de um encontro da Cufa/RS lá em Montenegro sobre mulheres de Periferia. Foi uma atividade interessante pois é impossível pensar qualquer alternativa para as comunidades de periferia sem Pensar
Em políticas públicas que envolvam e garantam protagonismo para as mulheres. Não as políticas que sobrecarregam e responsabilizam as mulheres pelos problemas da sociedade. É comum ouvirmos: o problema da violência é o enfraquecimento da família. Sim. Concordo. Mas se mulheres e homens trabalham mais e crianças ficam mais tempo sozinhas é necessário pensar em um estado que dê conta dessa ausência. Creches, contraturno com cultura e esporte, são exemplos do estado garantidor desse espaço deixado pelo tamanho do mundo do trabalho na sociedade moderna.
Mas escrevo isso porque tenho feito um esforço no mandato para refletirmos a atualização dessas políticas públicas para nossos problemas atuais. E por isso amanhã passarei o dia visitando alguns presídios em Bangu. Quero ouvir dos homens e mulheres quais são as portas que eles visualizam como porta de saída do tráfico. De um lado impedimos a entrada, ok? Mas e para sair? Amanhã vou com o Junior do Afroreggae conhecer e ouvir para pensar em
Alternativas.
Em políticas públicas que envolvam e garantam protagonismo para as mulheres. Não as políticas que sobrecarregam e responsabilizam as mulheres pelos problemas da sociedade. É comum ouvirmos: o problema da violência é o enfraquecimento da família. Sim. Concordo. Mas se mulheres e homens trabalham mais e crianças ficam mais tempo sozinhas é necessário pensar em um estado que dê conta dessa ausência. Creches, contraturno com cultura e esporte, são exemplos do estado garantidor desse espaço deixado pelo tamanho do mundo do trabalho na sociedade moderna.
Mas escrevo isso porque tenho feito um esforço no mandato para refletirmos a atualização dessas políticas públicas para nossos problemas atuais. E por isso amanhã passarei o dia visitando alguns presídios em Bangu. Quero ouvir dos homens e mulheres quais são as portas que eles visualizam como porta de saída do tráfico. De um lado impedimos a entrada, ok? Mas e para sair? Amanhã vou com o Junior do Afroreggae conhecer e ouvir para pensar em
Alternativas.
Sinal
Minha sobrinha de um ano tem Certeza absoluta que o sinal que tenho abaixo do pescoço é algo anexo a mim. Ela tenta cotidianamente arranca-lo. Ou seja, ela tem uma versão sobre aquilo. Não adianta eu dizer: isso é um sinal. Ela não entende.
Ela tem um ano. Muitos são assim. Não adianta dizermos que aquilo é um sinal e que faz parte da gente. Eles não entendem. E tentam tirar o que é nosso desde o nascimento e para sempre.
Ela tem um ano. Muitos são assim. Não adianta dizermos que aquilo é um sinal e que faz parte da gente. Eles não entendem. E tentam tirar o que é nosso desde o nascimento e para sempre.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
A queda de Palocci
A queda de Palocci e a surpresa
Quando Palocci decidiu ser leal aos seus clientes fez uma opção. A opção de
Seguir a vida privada, de homem de negócios. A nós, pessoas públicas, não está dado o direito de optar a quem ser leal. Devemos explicações a nosso patrão: o povo.
Daí o erro em chamar apenas a bancada de seu partido para dar explicações, daí o erro em falar apenas para um canal de TV e um jornal, daí o erro em pedir bom senso.
Como em toda a relação hierárquica (nesse caso ele subordinado ao povo) Palocci deveria ter avaliado que o questionamento feito pela oposição só encontrou eco no população pois tinha sentido. Não feria o bom senso.
Todos ficaram em dúvida com relação ao seu patrimônio.
Ele saiu.
A grande surpresa é a indicação de Gleisi para a casa civil. A Dilma de Dilma, como tem sido chamada. Uma
Gerente de governo. Uma mulher, senadora novata, representando um estado da região Sul. Ok. Tenho a convicção de que ela fará um grande trabalho.
Como deputada do PCdoB, espero que o governo faça do limão uma limonada: da crise a oportunidade de sua reinvenção na relação com o Congresso (que inexistia); da divisão de poder (que estava centralizado na casa Civil); da opção programática mais desenvolvimentista (em contraposição ao rentismo representado por Palocci).
Mas sua indicação traz elementos muito mais simbólicos do que o seu nome.
O maior deles é a incapacidade de todos preverem o que Dilma pensa, como desenha o governo e com quem se relaciona. Excetuando jornalistas muitíssimo bem informados
(como meu amigo Jorge Moreno), nenhuma alma viva imaginava Gleisi na Casa Civil. Muitos nomes foram citados. O dela não. Logo, Dilma se mostrou mais surpreendente do que todos previam.
Além disso, ao escolher um nome fora do circuito tradicional a Presidenta deixa claro que é a chefe de seu governo e que permite e estimula a Renovação da política e de seu próprio partido, rompendo com o poderoso ciclo paulista.
Fiquei feliz pelo elemento surpresa, confesso. É bom ver todas as caras de
Choque de todos os caras que fazem de tudo para estar ali.
Aliás, talvez o que mais tenha me feito feliz é ver alguém que não abriu mão de tudo na vida para Estar justamente ali, no centro do Poder, na casa civil.
Quando Palocci decidiu ser leal aos seus clientes fez uma opção. A opção de
Seguir a vida privada, de homem de negócios. A nós, pessoas públicas, não está dado o direito de optar a quem ser leal. Devemos explicações a nosso patrão: o povo.
Daí o erro em chamar apenas a bancada de seu partido para dar explicações, daí o erro em falar apenas para um canal de TV e um jornal, daí o erro em pedir bom senso.
Como em toda a relação hierárquica (nesse caso ele subordinado ao povo) Palocci deveria ter avaliado que o questionamento feito pela oposição só encontrou eco no população pois tinha sentido. Não feria o bom senso.
Todos ficaram em dúvida com relação ao seu patrimônio.
Ele saiu.
A grande surpresa é a indicação de Gleisi para a casa civil. A Dilma de Dilma, como tem sido chamada. Uma
Gerente de governo. Uma mulher, senadora novata, representando um estado da região Sul. Ok. Tenho a convicção de que ela fará um grande trabalho.
Como deputada do PCdoB, espero que o governo faça do limão uma limonada: da crise a oportunidade de sua reinvenção na relação com o Congresso (que inexistia); da divisão de poder (que estava centralizado na casa Civil); da opção programática mais desenvolvimentista (em contraposição ao rentismo representado por Palocci).
Mas sua indicação traz elementos muito mais simbólicos do que o seu nome.
O maior deles é a incapacidade de todos preverem o que Dilma pensa, como desenha o governo e com quem se relaciona. Excetuando jornalistas muitíssimo bem informados
(como meu amigo Jorge Moreno), nenhuma alma viva imaginava Gleisi na Casa Civil. Muitos nomes foram citados. O dela não. Logo, Dilma se mostrou mais surpreendente do que todos previam.
Além disso, ao escolher um nome fora do circuito tradicional a Presidenta deixa claro que é a chefe de seu governo e que permite e estimula a Renovação da política e de seu próprio partido, rompendo com o poderoso ciclo paulista.
Fiquei feliz pelo elemento surpresa, confesso. É bom ver todas as caras de
Choque de todos os caras que fazem de tudo para estar ali.
Aliás, talvez o que mais tenha me feito feliz é ver alguém que não abriu mão de tudo na vida para Estar justamente ali, no centro do Poder, na casa civil.
Bloco de notas
Vocês já escreveram textos no celular?
Tudo o que escrevo aqui no blog é produzido no bloco de notas de um Iphone, durante os vôos em que não durmo.
Daí algumas palavras com a grafia errada (tanto por digitação quanto pela maldita e péssima correção automática!). Daí algumas pontuações erradas (não tenho disposição de
Ler o que escrevi nesse
Tamanho de fonte pois meus olhos cansam!).
Aliás, esse bloco de notas é quase um diário desses de meninas com 13 anos. Nele escrevo esses textos, anoto meus sonhos, copio receitas, aponto idéias para o mandato, reuniões que preciso fazer, dieta que preciso começar. Velhas resoluções de um ano novo que já está em sua metade.
Nesse bloco de notas cabe o mundo. O meu mundo.
Peço desculpas, portanto, por meus erros em textos. Mas é a forma que encontrei de seguir aparecendo por aqui!
Tudo o que escrevo aqui no blog é produzido no bloco de notas de um Iphone, durante os vôos em que não durmo.
Daí algumas palavras com a grafia errada (tanto por digitação quanto pela maldita e péssima correção automática!). Daí algumas pontuações erradas (não tenho disposição de
Ler o que escrevi nesse
Tamanho de fonte pois meus olhos cansam!).
Aliás, esse bloco de notas é quase um diário desses de meninas com 13 anos. Nele escrevo esses textos, anoto meus sonhos, copio receitas, aponto idéias para o mandato, reuniões que preciso fazer, dieta que preciso começar. Velhas resoluções de um ano novo que já está em sua metade.
Nesse bloco de notas cabe o mundo. O meu mundo.
Peço desculpas, portanto, por meus erros em textos. Mas é a forma que encontrei de seguir aparecendo por aqui!
Múltiplas tarefas
Tenho feito tanta coisa diferente que
Não tenho conseguido passa por aqui todos os dias.
Agora que saí da coordenação da bancada gaúcha, a Comissão de Direitos Humanos tem tomado meu tempo por aqui. São muitos compromissos, articulações e mediações.
Nesse momento estou em Deslocamento para o estado do Pará. Quero ouvir aos movimentos sociais para pensarmos em
Ações efetivas e não momentâneas de enfrentamento as permanentes Mortes de camponeses. Ontem, na Comissão Geral da Câmara, sugeri a federalização das investigações e julgamentos. Para mim é evidente a omissão do Poder judiciário local. Dados são dados. Apenas 3% dos casos são concluídos!
No estado, sigo com os debates
Nas escolas e vivi uma experiência fantástica. Fiz o Mesmo debate na FASE. Vi meninos que cometeram crimes cheios de esperança na educação como forma de enfrentarem o mundo sem armas. Na próxima semana passarei dois dias com o pessoal do Afroreggae no Rio. Vou visitar presídios e comunidades para pensarmos em como agir com quem já cumpriu sua pena por tráfico. Como criar algo que garanta a esses Jovens uma ocupação, uma perspectiva para além da volta ao tráfico.
Enfim... Tenho feito um grande esforço para estar a altura do que julgo ser
Minha responsabilidade. Pensar direitos humanos num Brasil com tanto para de
Desenvolver.
Digo isso porque falta tempo de estar aqui! Peço desculpas!
Não tenho conseguido passa por aqui todos os dias.
Agora que saí da coordenação da bancada gaúcha, a Comissão de Direitos Humanos tem tomado meu tempo por aqui. São muitos compromissos, articulações e mediações.
Nesse momento estou em Deslocamento para o estado do Pará. Quero ouvir aos movimentos sociais para pensarmos em
Ações efetivas e não momentâneas de enfrentamento as permanentes Mortes de camponeses. Ontem, na Comissão Geral da Câmara, sugeri a federalização das investigações e julgamentos. Para mim é evidente a omissão do Poder judiciário local. Dados são dados. Apenas 3% dos casos são concluídos!
No estado, sigo com os debates
Nas escolas e vivi uma experiência fantástica. Fiz o Mesmo debate na FASE. Vi meninos que cometeram crimes cheios de esperança na educação como forma de enfrentarem o mundo sem armas. Na próxima semana passarei dois dias com o pessoal do Afroreggae no Rio. Vou visitar presídios e comunidades para pensarmos em como agir com quem já cumpriu sua pena por tráfico. Como criar algo que garanta a esses Jovens uma ocupação, uma perspectiva para além da volta ao tráfico.
Enfim... Tenho feito um grande esforço para estar a altura do que julgo ser
Minha responsabilidade. Pensar direitos humanos num Brasil com tanto para de
Desenvolver.
Digo isso porque falta tempo de estar aqui! Peço desculpas!
Nuvens
Cada vez que o avião pousa e ultrapassa aquela barreira bem branquinha de nuvens gorduchas penso que Deus poderia te optado por nuvens de algodão.
Custava um pouco mais de Poesia?
Custava um pouco mais de Poesia?
Diálogo contra homofobia
Por que dialogar?
Todos acompanharam no último período a polêmica em torno dos materiais anti-homofobia do MEC.
Depois de tanta fumaça, dois elementos a serem enfatizados: os materiais estavam em fase de avaliação e seriam distribuídos apenas para escolas que solicitassem em função do registro de casos de bullyng homofóbico, um dos mais frequentes no ambiente Escolar. Mas águas passadas não movem
Moinhos e explicações agora não mudam o resultado concreto: o material está suspenso.
Tal suspensão garantiu grande polêmica e Divisão social: Muitos radicalmente felizes, outros chocados pela manifestação da presidente ocorrer após ato da bancada evangélica.
Agora resta a pergunta: há um lado vencedor? Em minha opinião somos todos, provisoriamente, derrotados. Não temos o material anti-homofobia. Esse é o fato concreto.
Muitos cometeram o equívoco de defender a suspensão definitiva do material. Outros carregam a visão distorcida de que todos os evangélicos são contra a criminalização dessa abominavel forma de preconceito.
Em minha opinião precisamos dialogar. Quando começamos um diálogo partimos de um pressuposto: qual nosso objetivo? Para mim o objetivo é a Existência de um material didático de combate a homofobia. Ponto.
Todos os que são contra a homofobia e
A favor da existência de um material devem ser ouvidos.
Senti que muitos evangélicos estavam verdadeiramente incomodados por serem vistos como homofóbicos. Vi também que muitos lutadores sociais passaram a ver todos os evangélicos dessa maneira.
Não podemos trocar um preconceito pelo outro. Digo não à homofobia com a mesma força que digo não à intolerância religiosa.
O que podemos fazer agora?
Como presidente da Comissão de Direitos Humanos promovi, na semana passada, um primeiro encontro entre militantes da causa LGBT e bancada evangélica. Ponto comum: construir material de
Consenso sobre bullyng homofóbico.
Nosso próximo passo será reunião com Ministro da Educação para concretizar esse material.
Eu viajarei, a Convite do ministério da justiça Argentino, para conhecer o Instituto Nacional da diversidade. Que já existe e produz materiais no vizinho país.
defendo o diálogo. Alguns gostam de ser vencedores. Parece ser mais fácil gritar: "Eu sou evangélico e derrotei o kit" ou "a comunidade lgbt Precisa derrotar aos evangélicos!".
não quero bandeiras eternas. Quero mudanças. Quero o material na sala de aula. Quero crianças evangélicas e lgbt na mesma turma, convivendo com a diversidade e respeitando-se mutuamente.
Todos acompanharam no último período a polêmica em torno dos materiais anti-homofobia do MEC.
Depois de tanta fumaça, dois elementos a serem enfatizados: os materiais estavam em fase de avaliação e seriam distribuídos apenas para escolas que solicitassem em função do registro de casos de bullyng homofóbico, um dos mais frequentes no ambiente Escolar. Mas águas passadas não movem
Moinhos e explicações agora não mudam o resultado concreto: o material está suspenso.
Tal suspensão garantiu grande polêmica e Divisão social: Muitos radicalmente felizes, outros chocados pela manifestação da presidente ocorrer após ato da bancada evangélica.
Agora resta a pergunta: há um lado vencedor? Em minha opinião somos todos, provisoriamente, derrotados. Não temos o material anti-homofobia. Esse é o fato concreto.
Muitos cometeram o equívoco de defender a suspensão definitiva do material. Outros carregam a visão distorcida de que todos os evangélicos são contra a criminalização dessa abominavel forma de preconceito.
Em minha opinião precisamos dialogar. Quando começamos um diálogo partimos de um pressuposto: qual nosso objetivo? Para mim o objetivo é a Existência de um material didático de combate a homofobia. Ponto.
Todos os que são contra a homofobia e
A favor da existência de um material devem ser ouvidos.
Senti que muitos evangélicos estavam verdadeiramente incomodados por serem vistos como homofóbicos. Vi também que muitos lutadores sociais passaram a ver todos os evangélicos dessa maneira.
Não podemos trocar um preconceito pelo outro. Digo não à homofobia com a mesma força que digo não à intolerância religiosa.
O que podemos fazer agora?
Como presidente da Comissão de Direitos Humanos promovi, na semana passada, um primeiro encontro entre militantes da causa LGBT e bancada evangélica. Ponto comum: construir material de
Consenso sobre bullyng homofóbico.
Nosso próximo passo será reunião com Ministro da Educação para concretizar esse material.
Eu viajarei, a Convite do ministério da justiça Argentino, para conhecer o Instituto Nacional da diversidade. Que já existe e produz materiais no vizinho país.
defendo o diálogo. Alguns gostam de ser vencedores. Parece ser mais fácil gritar: "Eu sou evangélico e derrotei o kit" ou "a comunidade lgbt Precisa derrotar aos evangélicos!".
não quero bandeiras eternas. Quero mudanças. Quero o material na sala de aula. Quero crianças evangélicas e lgbt na mesma turma, convivendo com a diversidade e respeitando-se mutuamente.
Quando eu estiver grávida...
Quando eu engravidar andarei com as mãos na cintura forçando o aparecimento de uma barriga ainda Pequena.
Quando eu engravidar sentirei desejos permanentes de doces com ovos e massas com muito queijo. Desejos que
Já sinto e oprimo cotidianamente.
Quando eu engravidar chorarei quando quiser pelas pequenas grosserias que as pessoas nos fazem cotidianamente e que o mundo insiste em dizer que são normais. As grávidas podem chorar mais. Podem não achar normal.
Quando eu engravidar vou furar todas as filas de supermercado, banco, lanchonete. Apenas para entrar naquela em que está escrito: gestantes.
Quando eu engravidar vou escrever bem grande na testa: Grávida. E serei ainda mais feliz do que sou.
Quando eu engravidar vou contar para
Todo mundo pois esse é o maior sonho de minha vida.
Digo isso aos boateiros bem intencionados e mentirosos maldosos de plantão. Descobri que fizeram ilações sobre mudanças na minha vida e uma suposta gravidez.
Parei de pintar aos cabelos porque tive una súbita vontade de mudar, talvez pela chegada dos 30.
Parei de fumar porque senti a súbita necessidade de viver mais, mais feliz, mais cheirosa!
Se ganhei alguns quilos foi pelo cigarro ausente e porque já devoro doces com ovos!
Fiquem tranqüilos. Não estou grávida. Por enquanto não Tenho como contribuir com o mundo com uma criança. Mas só por enquanto.
Quando eu engravidar sentirei desejos permanentes de doces com ovos e massas com muito queijo. Desejos que
Já sinto e oprimo cotidianamente.
Quando eu engravidar chorarei quando quiser pelas pequenas grosserias que as pessoas nos fazem cotidianamente e que o mundo insiste em dizer que são normais. As grávidas podem chorar mais. Podem não achar normal.
Quando eu engravidar vou furar todas as filas de supermercado, banco, lanchonete. Apenas para entrar naquela em que está escrito: gestantes.
Quando eu engravidar vou escrever bem grande na testa: Grávida. E serei ainda mais feliz do que sou.
Quando eu engravidar vou contar para
Todo mundo pois esse é o maior sonho de minha vida.
Digo isso aos boateiros bem intencionados e mentirosos maldosos de plantão. Descobri que fizeram ilações sobre mudanças na minha vida e uma suposta gravidez.
Parei de pintar aos cabelos porque tive una súbita vontade de mudar, talvez pela chegada dos 30.
Parei de fumar porque senti a súbita necessidade de viver mais, mais feliz, mais cheirosa!
Se ganhei alguns quilos foi pelo cigarro ausente e porque já devoro doces com ovos!
Fiquem tranqüilos. Não estou grávida. Por enquanto não Tenho como contribuir com o mundo com uma criança. Mas só por enquanto.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
O maior amor de todos
Um ano de minha primeira sobrinha. Ela me ensinou um amor diferente. Um amor que não recebe e nem pede nada em troca. Apenas quer sentar em Meu colo e dançar. Apenas quer ouvir as ridículas musiquinhas que criei para ela. "quem é?La La La La o amor da sua tia?". Apenas quer que eu aperte a guitarrinha para a música sair! O
maior amor de todos.
Agora liguei para lá. A vida me impõe estar longe em momentos tão importantes. Mas ela mudou inclusive isso. Me fez mais próxima de todos. Ela me ensinou que cada dia é único, que o tempo não volta. Ela me ensinou, com um aninho apenas, a viver o presente.
-----
escrito no celular (como todos os meus textos do blog)
maior amor de todos.
Agora liguei para lá. A vida me impõe estar longe em momentos tão importantes. Mas ela mudou inclusive isso. Me fez mais próxima de todos. Ela me ensinou que cada dia é único, que o tempo não volta. Ela me ensinou, com um aninho apenas, a viver o presente.
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escrito no celular (como todos os meus textos do blog)
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