segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Filmes

No último período, para deixar a cabeça mais leve, assisti, em casa, a dois filmes interessantes. "A onda", baseado numa história real, relata a experiência mal sucedida de um professor que ao instigar seus alunos para refletir sobre o fascismo cria um novo grupo neonazista. O filme alemão tem um argumento muito forte. Mas o roteiro tenta ser americano. E, em Minha opinião, não consegue.
Já o outro, grande suspense dinarmaquês, "não é mais uma história de amor", Prende o cidadão do início ao fim. Não é mais do mesmo.

Dica de leitura

Singelo e profundo. Assim é "pequena abelha", do inglês Chris Cleave. Conta a história de uma jovem nigeriana refugiada na Inglaterra. Os sonhos, o cinza, a exploração dos países africanos pelas grandes nações. Leitura rápida das quase 300 páginas, diálogos marcantes.  É um texto corajoso sobre um dos principais temas da atualidade Europeia,  os refugiados.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Aeroportos

Liquidificador, choro, bocejos, páginas folhadas, anúncios de chegadas e partidas. A hora certa, o atraso indesejado. Em aeroportos cabem todos os sons e sensações. Por vezes liberdade, em outras cadeia.

Sempre é assim

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Dica de Leitura

São quase 500 sensíveis páginas escritas pela espanhola Maria Dueñas. "o tempo entre costuras" é um romance histórico, meu estilo literário preferido. Conta a estória de uma mulher, como outras milhares, costureira, espanhola que vive nos anos da guerra civil espanhola. Muito bonito.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Carpe diem

Às vezes, o novo é velho, é antigo. E a arte de reinventar é das missões mais complexas. Como ter energia, disposição, entusiasmo com algo que já conhecemos? Como estar surpreso diante daquilo que pode ser previsto?
Assim estamos cuidando do novo mandato. Incorporando ao trabalho a máxima da vida: CARPE DIEM! Fazendo de cada dia, único. De cada tarefa, nova. De cada missão, a mais importante. Assim, nos reinventamos. Com mais experiência.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Grilos

Pela posse da terra, Grilos são colocados em gavetas com documentos falsos. Depois de um tempo, os papéis amanhecem amarelados, com aparência de uma antiguidade que não possuem. 
Ele havia guardado a carta em uma gaveta. Naquela noite, algumas após a que marcara a ruptura definitiva, ela havia adrentado o apartamento e pedido para que ele lesse o amor que dizia sentir há poucas semanas. 
Cansado, ele apenas a depositou em uma gaveta sem uso, para que não voltasse a se deparar com tudo o que lhe causava dor: promessas de uma felicidade que nunca fora plena e agora já nem era real.
Ele não possuía grilos para dar ao amor manifesto na carta a antiguidade que gostaria. Esperou o tempo passar. Quando sentiu-se forte para abrir a gaveta, percebeu o amarelo da folha. Já não causava dor. 
O tempo é o grilo das cartas de amor.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A casa

Tudo tomara mais tempo do que o imaginado. A casa já não estava nova, é verdade. Mas, quando a tormenta veio, recordava Marta, foi veloz e cruel. Juntara, ela também destruída, os cacos em duas pequenas caixas. Foram acomodados sem cuidado algum. Quis ser rápida, pediu ajuda, não queria olhar para os restos daquilo que já havia sido o espaço mais sagrado de sua vida.
Já sem tanta fé, concluiu não ser a nova morada que permaneceu vazia desde a tormenta. E ao se perceber inteira novamente, sentiu-se livre para recomeçar.        
   

Corredor

Corre a dor.
A pressa do
 trabalho atropela.
Gente, amontoada,
esbarrando umas nas outras. 
Nos corredores,
pessoas apressadas
deixam de sentir. 

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Máquina do tempo

Aos treze anos tive uma melhor amiga, uma praia que amava e um ídolo com quem me casaria. Nos últimos dez dias, tal qual aos filmes de fantasia, voltei dezesseis anos na vida. Descansei na minha praia de adolescente, andei por um bairro de Rio Grande buscando pela Joyce, fui ao show do Paul. Se não é possível, através da máquina do tempo, viver com a genuína felicidade de tanto tempo passado, certamente me é permitido resgatar os sonhos e usufruir da alegria de sempre me reencontrar comigo.

Três dias

Três dias entre tomates picados, cebolas, arroz, amor e amigos. Três dias sem o controle do relógio e da balança. O corpo estranhou, a temperatura subiu.  O descanso quase vira repouso! As horas de sono, de cozinha, de pensar me devolveram (quase) nova. 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tempo

Há um tempo para tudo. Agora vivo o tempo da arrumação. Organizar as idéias, traçar planos, tentar descansar o corpo. Estou no tempo em que tudo o que há de mais vivo está para dentro. Já já jogo para fora. Aqui mesmo.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O guri e o segurança

A noite de domingo marcou a inversão total dos papéis. Sim, ganhamos as eleições presidenciais e daremos continuidade ao projeto de mudanças em curso no Brasil. Sim, superamos uma campanha marcada pela intolerância e centrais de boataria. Sim, nós gostaríamos de enfrentar uma disputa marcada pelo debate de projetos. Mas o fato é que elegemos uma mulher presidente do Brasil.
Racionalmente é evidente que o aspecto mais relevante é o projeto representado por Dilma. A expectativa que temos que não dê apenas continuidade, mas avance em reformas que são estruturantes e necessárias para nosso país e nossa população.
Mas, para mim é inegável que, emocionalmente, me vi estática perante uma igual, uma mulher eleita por nosso povo. Há muitos que julgam superado o debate com relação aos direitos das mulher. Dizem que já existe igualdade de direito e de fato. Fosse verdade não seríamos um dos países com maior índice de violência doméstica. Fosse assim, não seríamos apenas 8% do Parlamento. Não teríamos mulheres com remuneração média 30% inferior a dos homens, nos mesmos espaços. Por isso repito: é muito forte o fato de termos uma mulher comandando o projeto político que a maior parte do nosso povo defende.
Claro... não guardo ilusões. Não mudamos a história com sua eleição. Mas demos grande passo para a mudança cultural.
Será que os meninos chegarão à escola e olharão suas colegas do mesmo jeito? Como será a imagem de uma mulher passando em revista as Forças Armadas?
Invertemos os papéis. E mais do que dizer, sentimos isso.
Na noite da vitória vi Emir Sader, um dos maiores sociólogos do Brasil, gritar e sentar no chão como um guri de quinze anos. Vi José de Abreu, grande ator, se portar como segurança para que ela pudesse subir ao palco e fazer sua primeira declaração. E vi uma mulher, uma mulher como milhares que vejo e convivo todos os dias, se pronunciar como Presidente da República.
Agora é hora de unir nosso povo para que tudo dê certo.