domingo, 31 de julho de 2011

Dica de leitura

Acabo de ler "Cordilheira", do jovem (e quase gaúcho) Daniel Galera. O livro da Cia. das Letras, de 2008, conta a história de Anita, uma jovem escritora que com o fim de um relacionamento encontra, em Buenos Aires, uma turma que vive a literatura muito mais intensamente do que ela própria. 
Um bom livro. Terminei as 180 páginas refletindo sobre qual personagem eu toparia viver.

sábado, 30 de julho de 2011

Moderno

A mulher moderna, com cabelos com estilo pediu para tirar uma foto comigo. Pronto. Tiramos. Eis que escuto: "quando eu era pequenininha dizia: eu voto na Manuela". Hein?!
Aquela mulher que poderia namorar qualquer amigo meu, era pequena e já queria votar em mim?! Claro! Ela tem 17, eu concorri a primeira vez ela tinha 9!!! 
Estou prestes a fazer 30 anos! 30! E estou maravilhada com isso.
Fiz da música de Arnaldo Antunes meu hino: "nada é mais moderno nessa vida do que envelhecer". 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Visceral

Vísceras expostas. Sempre que usava essa palavra lembrava-se de Platão e sua abstração de homem Visceral. Assim ele era: visceral. Quanto mais calma ela pedia, mais fora de si ele ficava. E ela insistia: as coisas não precisam ser assim, para que gritar, Vamos conversar. Ele ficava mais irritado, perturbado, furioso, visceral. Se o seu amor era Imaginado, platônico, também sua fúria seria.

Momento

Há um momento em que tudo deixa de fazer sentido, ou pior, faz sentido por completo. E a imagem constituída no final do quebra-cabeça não é o castelo dos contos de fada mas um quadro da fase cinza de Van gogh. 
Há um momento em que imploramos a todos os Deuses, de todas as religiões conhecidas que eles nos protejam, nos salvem, nos iluminem para encontrar o caminho da paz. Para encontrar qualquer maldito caminho alternativo a esse em que estamos.
Há um momento em que nos perguntamos porque abrimos aquelas gavetas que estavam comodamente fechadas. Aquelas gavetas que continham Cartas, recortes, mofos de outras vidas vividas também nessa. 
Há um momento em que tudo faz sentido. E nesse momento jogamos tudo fora.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Dica de leitura

Quatro dias descansando fazem maravilhas pela minha cabeça. Acabo de ler "Satanás", do grande colombiano Mario Mendoza, lançado no Brasil pela Editora Planeta. Conheci esse autor casualmente. Sou Apaixonada pela literatura latina e amo descobrir novos autores. Quando meu pai viajou para Colômbia trouxe um livro de Mendoza. Fiquei impactada. Depois, quando a Planeta lançou uma coleção em homenagem ao centenário de Onetti, vi que haviam também traduzido Satanás. Deixei na prateleira.
Agora chegou a hora de enfrenta-lo. E esse é o termo mais justo. É preciso coragem para refletir sobre o que o autor propõe nas quase 300 páginas. Uma profunda reflexão sobre a construção do mal nas pessoas, a  desconstrução da idéia do mal absoluto. 
Muito bom.

sábado, 23 de julho de 2011

Direito de defesa

A cada vinte minutos abria os emails. Hábito adquirido com o smartphone. Dois meses antes havia recebido um email do pai de Joana Silva pedindo ajuda para resolver o problema de saúde na Familia. Não conhecia a menina, mas encaminhou
para que a equipe tentasse resolver. Meses antes, recebeu ligações de uma psicóloga perguntando se ela conhecia uma Joana. Não, ignorou.
Abriu o email mais uma vez. Um email de uma tal Joana, que ela nem
sequer sabia quem era. Era o pai, agora ela lembrava. Pedindo para que ela entrasse em contato imediato com ele antes de ter a
Imagem prejudicada. Sabendo que não havia feito nada de errado, encaminhou o email para a equipe e pediu para que entendessem e resolvessem. Ui! Era complexo. A menina dizia que havia enviado muitas imagens pessoais para ela. Como assim? Não era ela. Para quem era? Acionou a polícia e as explicações apareceram. Não era ela, Óbvio. Parte era mentira da menina, parte uso de 3os de seu nome.
E se aquela versão  tivesse parado em mãos ou vozes afoitas pela noticia? Haveria como Corrigir? Talvez não. Ela havia ajudado a salvar a menina dos problemas. Mas poderia ser culpada por eles.


Sempre defendi a todos o direito de defesa. De certa forma, recentemente, a vida me deu a chance de ver essa defesa servir para mim própria. A história contada acima é real e resolvi contar para verem como vivemos problemas irreais, loucos, que, em mãos erradas poderiam destruir vidas. No caso concreto a minha.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Amor

"é só pensar em Você, que muda o dia... Minha alegria dá para ver..."
Hoje é o aniversário de meu amor.
Amor que me fez entender a paz que o amor pode significar.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

100

A pior de todas as piores coisas?
Já vi muitas coisas maravilhosas na vida. Vivi emoções raras. Recebo um carinho desproporcional de pessoas nas ruas. Mas não é apenas disso que a rotina de um mandato parlamentar é construída. Aliás, essa é a menor parte.
Vi muitas mães e pais desesperados sem leito para os filhos dependentes químicos. Vi filhos perplexos diante da falta de leito para a doença
Dos pais. Uma criança, em uma vila em Porto Alegre, me ofereceu ratão para comer. 
Mas nada, nada, nada é comparável aos vídeos e fotos de pedofilia. Nada. Nada me fez Perder o sono, sentir raiva, vomitar,Chorar tanto.
Não sei porque cargas d'água imaginava a violência física
Tradicional como a marca da violência sexual contra menores. Mas meu choque maior foi ver que, submetidas por anos a tal exploração, muitas crianças naturalizam a violência. Uma dor profunda corta o mais preparado coração ao entender a
Crueldade psicológica  com tais crianças. Existe o corpo. Existem as cicatrizes do corpo. Mas existe a
Alma. E nela os cortes são sempre mais profundos.
Hoje foi mais um dos dias que me lembrei disso. E resolvi pedir para todos discarem 100. 
Esse 100 significa sem medo de enfrentar e falar que isso existe. E que nós temos que lutar para mudar.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Falta

Das coisas que mais lamento na vida é não ter sempre por perto todos aqueles que amo. Me viro, sempre tenho uma irmã em casa, sempre aproveito para ir ao supermercado com outra. O tempo livre acaba sendo o tempo dos meus. Cozinho, lavo, arrumo. Mas a maior parte não vive perto. Meu irmão mais novo em São Paulo, minha irmã mais velha em Floripa. Meus tios (tio materno e tia paterna) vivem em Sampa, um avô em Jaguarão.
E meu pai... Ah... meu pai, mora em Pelotas! E acabo tendo pouco demais daquilo que  queria ter sempre. Hoje ele faz mais um aniversário. Mais um dia que não nos vemos. "nem espiritualmente", como ele diria. Apenas digo aqui que sinto a falta dele. Todos os dias. Também no aniversario.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Cuidados

Há anos defendo avanços na coleta de lixo. Acredito que os contêineres são uma solução avançada para isso. Já vi como funciona em diversas cidades. E acredito que é necessário que a cidadania seja parceira da limpeza urbana, caminhando até um contêiner e depositado seu lixo.
Mas é preciso que a administração seja eficiente e organizada. 
Pergunto: contêineres nas nossas calçadas que são péssimas?
Contêineres apenas para lixo orgânico? E a coleta seletiva?
Contêineres não acessíveis à portadores de deficiente?
Testes são feitos para serem aperfeiçoados. Mas não posso acreditar que essas três questões não façam parte do cotidiano da administração municipal. Quem curte, cuida. cuida Das pessoas que querem caminhar em calçadas. Cuida do meio ambiente separando lixo e também das famílias que vivem com reciclagem. Cuida do respeito a diversidade, tratando de seus deficientes. Quando a gente gosta, a gente cuida. Mas cuida de verdade, Na vida real.

Dica de filme

Gosto de filmes que me fazem sair do cinema com um sorriso de "Monalisa" na face por me
Levarem a uma Profunda e leve reflexão sobre minha própria vida.
Não tenho disposição de assistir a aqueles que julgo mais pesados do se a realidade que conheço. Não, obrigada. Acho esses indispensáveis para quem vive no mundo da lua. Mas julgo que já luto contra essa realidade nas muitas horas de trabalho cotidiano. Gosto, portanto, de leves e gostosas reflexões.
Difícil encontrar filmes assim.
"meia noite em Paris", do mestre Woody Allen é isso. 

domingo, 17 de julho de 2011

Dica de leitura

Um homem de idéias livres e mente rebelde. Esse é Juremir Machado da Silva, querido professor dos saudosos anos da Famecos. 
Em "Vozes da Legalidade", o jovem Leonel Itagiba Brizola é contado e, assim, a Legalidade. A personalidade forte, a tremenda coragem, a convicção de que estava certo. Os companheiros, os medrosos, os adversários, os desafetos. Tudo está em "Vozes da legalidade" de maneira despretensiosunta.
Juntamente com Rev. Farroupilha e com Getúlio Vargas, a Legalidade figura como contribuição do Rio Grande à construção do nosso Brasil.
Juremir é romancista. E também jornalista. Por isso, temos uma leitura fácil e gostosa. Uma dica para quem quer, na comemoração dos 50 anos, tentar entender o movimento da legalidade e o homem que o dirigiu. Aliás, dirigiu e idealizou.  
Pois a Legalidade é a cara de Leonel Brizola.
Leiam!
-------------------------------
No primeiro semestre tirei férias de minhas leituras. Às vezes, precisamos de uma parada. Espero retomar o mesmo ritmo. A saudade é imensa.

sábado, 16 de julho de 2011

Sem

Todos os textos abaixo foram Escritos no celular. Ando trabalhando tanto que não me Sobra inspiração para escrever. Quando a tenho são rompantes inexplicáveis! Vai entender... Nós mulheres...

Minutos

-quanto tempo falta? -pergunta a menininha que viajava sozinha
-uma hora -responde a moça que tentava ler e escrever para o blog durante a viagem
-uma hora demora, um minuto não.- respondeu Isabella.
Passam alguns minutos. Algumas páginas foram lidas.
-quanto tempo falta agora? Ainda uma hora?
-40 minutos- responde irritada
-ah! Então falta pouco. Minutos não demoram para passar, só as horas.

Pensei em transformar alguns dias
Chatos ou tristes ou cheios de trabalho em 1440 minutos.

Minha vida naquela praça

Lona lotada de Jovens de todos os Estados do Brasil. Alguns, vi Crescer. Outros tantos participei do processo de filiação. Cabelos que mudaram, barbas que cresceram, papeizinhos com telefones de contato que viraram filiações, palestras em universidades... Mais distantes da lona, tal como pais orgulhosos dos filhos crescidos, militantes mais velhos. Os meus amigos e veteranos.
A minha vida.
 Pediram para que eu falasse no lançamento da campanha de filiação da UJS. Aceitei na hora. Tudo normal. 
Ato político.
Palco, luz, calor. Um pouco de dor De cabeça da intolerância a
Lactose desrespeitada com um
Enorme e típico gostoso biscoito de queijo goiano.
Dirigentes, ex-dirigentes, antigos e
Novos.
Tudo junto e misturado. 
Nó na garganta.
Aquela praça. 
Aqueles olhos brilhando cheios de expectativa. Aquela esperança toda
Concentrada em sorrisos e dores nas costas decorrentes das longas distâncias percorridas nos piores ônibus.
Aquela felicidade decorrente de um
Encontro que faz com que o jovem pare de sentir-se só. Pertencimento! Não sou o único que me Preocupo com a sociedade? Não sou o único que gosta de Política? Aquele encontro com muita gente que carrega - e quer carregar - os mesmos valores. Mesmo que eles sejam Contrários aos vendidos nas
Propagandas da TV: solidariedade, lealdade, combatividade, brasilidade!
Aquela alegria de ser jovem e ter a
Certeza de que podemos mudar
Tudo, que nada é impossível, afinal estamos ali com milhares de diferentes sósias de Nós mesmos.
Aquela garra que muda a história, que faz com que menos gente
Passe fome, mais gente estude, tenha casa, tenha remédios e
Saúde. tenha emprego e trabalho.
Aquele praça. 
Aquele ano! 
Aquele encontro com a Menina que se Revoltada Com As injustiças. E que pouco sabia como agir, como potencializar sua revolta. Aquele encontro com os olhos de uma esperança aflita, desorganizada.
Aquele encontro com a menina que carregava a certeza da
Necessidade de mudar esse mundo e
Que não sabia como mudar. 
Aquela praça.
A UJS.
As respostas dadas ao longo dos últimos doze anos para a Menina que também Já foi um Contato da universidade.
Aquela praça.
Aquele ato.
Ontem, estive presente no palco e na platéia.
Me vi em cada olho que me brilhava
Com nossas palavras.
Sorri, cúmplice, com cada lágrima de emoção que brotava nos olhos que acabaram de decidir mudar suas vidas, melhorar suas vidas, ressignificar seus sonhos.
Me entreguei, mais uma vez, à luta pelo socialismo, por mais justiça.

A UNE

Desde 1999 participo dos CONUNEs, desde 2001 me faço presente.
Esse Congresso reuniu mais de dez mil jovens de todos os estados do país em Goiânia. É uma atividade ímpar. Na praça universitária e em dezenas de salas nos prédios ao redor, centenas de jovens debatiam simultaneamente recursos para a educação, soberania nacional, comissão da verdade. Surgia ali também, num organizado improviso, a marcha da maconha. eram ouvidos tambores do maracatu pernambucano. Mas a programação anunciava o show sertanejo que divertiria a (quase) todos na festa que encerraria aos trabalhos do dia.
Assim, com os sons, as roupas, as cores, os sotaques, os alimentos de um Brasil continental dez mil jovens
Debatem os rumos da maior entidade de representação juvenil. 
Muitos rotulam: eles querem festa! Óbvio! São jovens universitários! Tem 20 anos de idade! Não parece razoável que frente a maravilhosa união de tantas diferenças, frente ao choque de tanto pertencimento, esses jovens queiram comemorar a
Vida?! 
Outros rotulam: eles tem partidos! Sim, muitos tem partidos. Afinal, a luta nos movimentos sociais se
Confunde com a luta pela ocupação de espaços de poder. E partidos disputam poder. Alias, a UNE fez parte das entidades que lutou pelo
Fim da ditadura. O período em que partidos eram proibidos. Qual problema de um jovem ter seu partido? Não os mesmos que dizem que a juventude é alienada?!? 
Outros dizem: são governistas!
E acaso por serem jovens devem sempre ser do contra? Quem foi que disse que a rebeldia da
Juventude não tinha causa? Estava errado! E ali tem de tudo. Governo e oposição. Mas parece razoável que, para ser representativo, o congresso traga uma proporcionalidade de representação da sociedade real. E se Dilma venceu as eleições não seria porque a
Maior parte da população a apóia? Em diferentes momentos de nossa história a juventude ficou contra ou a favor de governos. 
Outros gritam: a entidade deve ser
Independente e por isso não poderia ter recebido dinheiro de estatais para seu congresso? Hein?!
Qual relação entre patrocínio e opinião? Acaso os jornalistas e
Jornais defendem aos governos por exibirem anúncios gigantescos dessas estatais? Acaso a Veja
Defende o governo?
 Alhos e Bugalhos.
Viva a UNE dos debates, dos militantes, dos festeiros, do maracatu e sertanejo. Viva a
UNE dos 10% PIB para educação,
Do PROUNI e das
Federais!
 Viva a UNE dos estudantes brasileiros! Da diversidade. De todos nós. A UNE que segue sendo a
Nossa força e a a nossa voz.

Comissão da verdade 2

Ontem participei de uma bela atividade em defesa da Comissão da Verdade, no 52° Congresso da UNE. Nesse ato, com a presença da Ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário, do Ministro da Justiça Jose Eduardo Cardozo, do presidente Comissão de Anistia Paulo Abrão, os estudantes reafirmaram a convicção da necessidade do Brasil instalar a
sua comissão da verdade.
 Em reconhecimento aos jovens que há quatro décadas lutavam pela
Democracia e que não voltaram para
suas casas por causa disso, estudantes que nasceram
(pasmem!) em 1994 somam-se a luta para que a história seja
Contada. 
Porque? Revanche? Nenhuma. Direito à memória e verdade. Se o que nos faz escolher rumos é o conhecimento que temos dos fatos, é preciso saber quais fatos ocorrem naquele período, por quem foram
Cometidos, contra quem, em quais locais. Como virar a página do livro sem ler? Queremos ler o livro da história do Brasil por completo. 
Não exigimos, de maneira acertada, transparência nos gastos públicos?  Como então calar sobre MORTES, TORTURAS, SEQUESTROS cometidos pelo estado brasileiro?!? Penso que todos os que se indignam
com a corrupção devem se revoltar ainda mais com um estado que liquidava com Aqueles que pensavam diferente. E devem transformar essa revolta em luta pela
Aprovação da comissão no Congresso.
Como deputada, presidente da Comissão de Direitos humanos, conheço as polêmicas que cercam a aprovação dessa lei no Congresso. Muitos dos Parlamentares que militavam naquele período concordam que a maior vitória é a instalação da Comissão. Desse fato decorrerão, segundo esses parlamentares, pressões para eventuais ajustes. Mais do que isso, acreditam que a população vai, gradativamente, se interessar mais
pelo tema. Eu acredito nisso. A nossa pressa é a pressa de quem já esta duas décadas atrasado. Outros, também dedicados e respeitáveis deputados, acham que a urgência em votar é inimiga de uma comissão que funcione. Acham que é preciso tempo para melhorar o projeto. Eu, particularmente, acho que o tempo é nosso adversário.
Dizem que a história é contada por aqueles que vencem. Nosso povo estudou e ouviu, portanto, durante as duas décadas da ditadura militar a versão deles sobre aquele período.
Acontece que o povo brasileiro já mudou essa história. O povo foi às
ruas e lutou por democracia. Esse foi o povo que venceu. E se vencemos, há mais de duas décadas, é hora de nós contarmos a
nossa história. Para isso, precisamos da Comissão da verdade.

Reencontros

Reencontro com o colo da mãe, sempre o melhor lugar para renovar energias.
Reencontro com a infância almoçando com a Irmã e transformando a meia fatia de laranja em sorriso.
Reencontro com a história, ao encontrar milhares de jovens com a mesma alegria, o mesmo entusiasmo, as mesmas raivas e indignações, os mesmos sonhos de transformação.
Reencontro com a minha própria vida.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Dia

Hoje tive um dia com a cara da rotina no Congresso Nacional. 
Logo cedo, distraída (ou ocupada com duas coisas ao mesmo tempo e, portanto, com nenhuma) e cometi um erro em uma comissão. Fiquei muito chateada. O dia estava estragado.
Foi, foi, foi... Entra num canto, sai em outro, resolve um problema, enfrenta outro e... No final do dia recebo o
Convite (feito pelo líder Mendes Ribeiro) para ser vice-líder do Governo Dilma no Congresso Fiquei honrada demais. Um novo grande desafio. Fiquei feliz.
Por que disse que o dia teve a cara do Congresso? Porque foi absolutamente imprevisível. Começa de um jeito e termina de outro.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Comissão da verdade

Na segunda-feira passada participei de ato em defesa da memória, verdade e justiça, como Presidenta da Comissão de Direitos Humanos. Lá, a Ministra Maria do Rosário citou um poema de Drummond. Achei preciso, nos dois sentidos. "A ausência é um estar em mim". Os nossos mortos e desaparecidos do período da Ditadura Militar são a história do Brasil. Logo, estão presentes em nós todos. Estão em seus familiares, pais, filhos. Partes de suas histórias. Por isso a urgência para que estejam na vida oficial do país com a abertura dos arquivos e a Comissão da verdade.Para estarem com suas histórias por inteiro presentes em todos nós.

Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

Drummond

Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente

Carlos Drummond de Andrade

Devo ser, realmente, alguém otimista acima da média. Penso isso todas as semanas!