sábado, 29 de outubro de 2011

Códigos de casa 15

"deixa... Eu sou uma barata mesmo"

Essa é minha. Achei que estava injusta contando apenas as histórias dos outros. O próximo  código lá de casa representa a falsa humildade, falsa modéstia, os ataques de vítima. Quando eu era bem pequena (na verdade, bem criança pois pequena nunca fui... Risos) e minha mãe me negava algo, eu me retirava apenas afirmando: deixa mãe, não precisa. Eu sou uma barata mesmo". Ou seja, me fazia de vítima e revertia a meu favor. Assim, sempre que queremos simular uma injustiça familiar usamos esse código. Criança esperta, hein? 

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Desaparecimento

Às vezes, eu sumo daqui. Fico enjoada, sem nada para dizer. E não digo.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Dica de leitura

Coisa maravilhosa ler coisas maravilhosas! Melhor ainda quando conhecemos o sorriso de quem escreveu desde os tempos da faculdade. Devorei as 62 páginas/poemas da Cris(tiane) Lisbôa no livro "Nunca fui a garota papo-firme que o Roberto falou.", da editora Memória visual.
Gente, a mocinha virou uma monstra! Ela escreve maravilhosas. Amei. "Mas você não tem tempo e eu, não tenho medo". Bah.

O que acredito

Sei que hoje cabe um texto político no blog e não fujo daquilo que julgo ser minha tarefa. 
Hoje preciso falar sobre a demissão do ministro Orlando Silva.
Gostaria de repetir  aquilo que disse no twitter: 
espero que agora o que interesse MESMO sejam as investigações sobre as denúncias. E que essas investigações sejam breves. Tenham a brevidade necessária para responder a pergunta que o POVO se faz: quem fala a verdade?  
fala a verdade um homem que denunciou um Ministro de Estado e que tem uma péssima ficha policial e é acusado de desviar dinheiro? ou um militante comunista negro que dirigia o Ministério há 5 anos? Esse é o tema. O denunciante já disse que não tem provas. Orlando garante que provará a inocência na justiça.

Muitos dizem que eu não deveria falar sobre o tema pelo fato de meus adversários tentarem vincula-lo a minha pré-candidatura à Prefeita de Porto Alegre. Mas eu não mereceria ser candidata em minha cidade se não dissesse o que penso. Foi pela coragem de dizer que que sou deputada pelo Rio Grande. Faço política porque acredito. E devo dizer o que acredito. 
-Acredito que não é correto acusar qualquer um sem provas. Acredito ser errado  a pessoa ter que provar a sua inocência - e não o autor das denúncias aquilo que denunciou. Aliás ele mesmo  diz  não ter  provas.
-Acredito que há muitos interesses e interessados na saída do Orlando do ministério. a FIFA não gostava dele, lembram disso? Aliás, seria casualidade a veja ser o órgão parceiro da FIFA para a Copa? Ou então o nível de ataques sofridos por mim com relação à meia-entrada? Realmente as pessoas acreditam que a preocupação de alguns veículos é com os pequenos artistas?
-acredito que atacar ao PCdoB- um partido que disputa rumos do governo federal para a esquerda (olhem nossas criticas a política econômica, controle de investimentos etc) é uma forma de tentar enquadrar os avanços que o
Governo Dilma pode representar. Não estamos no primeiro governo Lula. Estamos num terceiro ciclo de nosso projeto. 
-Acredito que a população tem muitas razões para desconfiar dos políticos. Assistem denúncias todos os dias. Sentem-se pouco ou mal representados. Conhecem muitos escândalos de corrupção. 
Portanto, pedir confiança é sempre pedir muito. Mas eu acredito que o desânimo, a desconfiança não podem nos tornar injustos, pessoas que não confiam em nada, nem em ninguém. Por isso, acho que seria razoável  Buscar muitas outras informações, além do que aqui publico e do que os grandes jornais publicam. Essas informações  são reveladores de muitos interesses por trás dessa história. Não peço que acreditem imediatamente no Orlado. Só peço que também não sejam cegos com quem o acusa. Usem os mesmos olhos e valores. 
-acredito que a verdade aparecerá. Cedo ou tarde ela sempre aparece.

Meu Partido tem quase 90 anos. Tem idéias. Não surgiu para ocupar cargos em um ministério e nem deixa de existir por ter saído de lá.
Nossas idéias nao são passageiras como são as crises políticas e as capas de revista.  Nossas idéias são de transformação social radical da sociedade. De construção de um
País desenvolvido e soberano. Sim. Soberano, dona FIFA.

P.S. Antes que eu me esqueça. Acredito em tudo o que já citei mas... não acredito na veja.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Solidariedade

Manu!

lendo e relendo noticias, respondendo perguntas e mais perguntas  de amigos e "conhecidos"...e pensando hoje resolvi te escrever ,,,,,simplesmente pq 'e dificil depois de conviver tanto tempo contigo acreditar em tanta coisa nojenta e asquerosa que tem passado nos ultimos dias...
'
e dificil pq d'oi...doi mesmo estando longe....d'oi saber que a inveja, os interesses e a malicia de quem se aproveita de uma situa'cao para
tirar vantagem e fazer injusti'ca...

s'o quem conviveu um pouquinho que seja contigo sabe da tua forma integra e transparente em trabalhar, da tua coragem e tua vontade de mudar pra melhor a vida de tanta gente,,,
mesmo que tenhas sido aquela "gigante" no tamanho que me encheu de vergonha no primeiro dia ao te cumprimentar hoje vejo que tua capacidade de mudar e de transformar a realidade de muita gente vai al'em de qq primeira impress'ao que possa ter me causado... 

hoje, mesmo depois de tantos anos depois de nos conhecermos, vejo que 'es uma gigante de fato, por combater tanta coisa que muitos se esquivam s'o o de de pensar em bater de frente.

n'ao por acaso que volto a este post que colocaste pra mim ha muito tempo, mas pq o guardo com muito carinho por se tratar de uma pessoa que num momento dificil compreendeu o que eu sentia...

hoje depois de ler/ver tanta coisa envolvendo teu nome voltei a reler o post e confesso que pouco importa o que me afligia em 2008 ...e lembrei de uma musica que tamb'em me apresentaste nesta 'epoca:  huellas, do pedro guerra....

ai que pensando em tanta coisa q tenho visto sobre ti lembrei da frase da musica que diz......." ¿cuánto al fin es lo que importa? 


e 'e por isso que escrevo...pq existem momentos na nossa vida que simplesmente passam, que s'ao dificieis, duros, cru'eis, mas que passam....pq simplesmente n'ao s'ao esses momentos que levamos pra vida inteira...e sim, as coisas boas, as amizades, os amores, os perfumes que nos recordam o passeio em uma pra'ca de uma cidada desconhecida...os beijos melados na bochecha de uma crianca feliz, o sabor de uma fruta madura colhida na infancia...os abra'cos apertados,  os olhares sinceros e as risadas descompromissadas...


s'ao essas coisas, sim, que recordamos e deixamos na memoria...e isto, sim, no fim, 'e o que mais importa...


n'ao percas nunca a maneira doce que encaras a vida!!sigas sempre em ffrente! mesmo 
estando  "longe" te acompanho e te desejo for'ca e coragem pra seguir adiante...

grande beijo!!

-----------------------
Resolvi publicar esse email, sem contar a autoria, pois fiquei emocionada. Emocionada por ser alguém que trabalhOU comigo. Que seguiu sua vida. Mas são as opiniões que mais valem. Opiniões como a dessa baixinha que não é militante e que me deixou chorado agora pela manhã. Obrigada.

Códigos de casa 14

A mais ilustre leitora desse blog, minha mãe, enviou duas histórias esquecidas por essa autora.
Quando éramos pequenos morávamos em uma casa com pátio espetacular em Estancia Velha. Goiabeiras, laranjeiras, horta. Corríamos, brincávamos. Foi a casa de nossos sonhos. Saímos de lá eu com 6 e meu irmão com 4. Fomos para São Lourenço do Sul, para uma casa com uma pequena área de concreto. Após alguns dias, feita a mudança e a casa organizada, meu irmão já cansado de esperar pergunta: "mãe, quando chega o caminhão da mudança com o pátio?". Tadinho. Virou código lá de casa.
A outra contribuição, mais engraçada, diz respeito a uma de nossas brigas. Minha vontade era escrever uma série "as brigas láde casa", pois elas eram fantásticas! Imaginem 5 filhos, 4 mulheres, 1 homem. Nascidos em 73, 75, 77, 81 e 83. Muito intenso tudo. Bem, minha mãe amada sempre trabalhou muito e mesmo vivendo em São Lourenço dava aulas, semanalmente, na UNiSiNOS em São Leopoldo. Pegava ônibus, viajava 2 horas depois mais uma e voltava. Chegava de madrugada de volta, descia na estrada (o ônibus ia para Pelotas) e pegava um taxi para casa. 
A irmã de 72, Luci, cuidava de nós todos. Segundo a Luciana, naquela noite eu fiz para ela o maior palavrão de todos com as mãos. Uma tal de figa aberta (era a intensão manifesta do palavrão). Não sabemos, hoje em dia, qse eu fiz ou não a tal figa. A Luci fez um bilhete e grudou na porta de casa contando: a Manuela fez isso, isso e aquilo. Eu, com 6 anos e alfabetizada pela própria Luciana, fiz outro bilhete e colei na primeira porta (sacam essas casas com uma porta, um pequeno corredor e outra porta?). O que dizia no bilhete? "Mãe, na próxima porta encontraras um bilhete dizendo isso, isso e aquilo. Por favor, não acredita. Obrigada". Pronto. Virou código. 
Mas eu realmente imagino que fosse exagero da Luci. Por que? Porque uma vez, a Carolina bateu com uma vassoura na perna dela e ela ficou atirada no chão sete horas com a vassoura ao lado para minha mãe ver a agressão sofrida. Como não achar que o bilhete era exagerado?
Minha reflexão hoje foi de que os bilhetes na minha vida já foram mais ingênuos e brincalhões. Mas deixa estar. Este de hoje (descrito La abaixo) ainda vai virar código. Não da minha casa. Mas para ensinar bandido a não brincar com gente séria.   

Códigos de casa 13

"é do Cláudio Mesbla" + "anota aí, essa cara vai longe"

Meu pai é profundamente debochado. Já disse isso milhões de vezes aqui no blog. Quando éramos pequenos, como todos os filhos do mundo, julgávamos que ele sabia tudo, conhecia tudo e todos.
Pois bem, ele dizia nas lojas mesbla: "qualquer problema vou falar com o Claudio Mesbla". Se estávamos no Zaffari: "vou ter uma conversa com o Claudio Zaffari", no picolé Kibon: "esse Claudio Kibon...". Um dia percebemos. E virou código da família.
Na mesma linha, nas manhãs de domingo quando estávamos todos reunidos, meu pai ouvia as maravilhosas canções da MPB. Minha mãe as tocava no violão e piano. Ele ouvia discos, fitas e, depois, CDs. Então ele gritava: "anota o nome desse cara aí, Francisco Buarque de Holanda. Esse cara vai longe" ou "Antonio Carlos Brasileiro Jobim". Detalhe: fomos crianças nas décadas de 80 e 90. Eles já eram famosos. Pronto. Ele era um deacobridor de talentos.
Mas, às vezes, além disso, ele cantarolava. E aí nos fazia de completos idiotas! Começava assim: "deixa eu ver, minha filha... Deixa o pai concentrar... Carolina, nos teus olhos verdes, não, não, olhos fundos, guarda tanta dor. A dor de toda essa magoa, não, mundo" e assim fazia de conta que estava compondo uma música maravilhosa na hora. E nós o achávamos o máximo!
São códigos lá de casa. Códigos que ainda são vivos de tão fortes.

Códigos de casa 12

"se alguém Te disse que era fácil te mentiu filhinha" 

Hoje lembrei desse código familiar, dito permanentemente pelo meu pai para mim. Ele usa a expressão em situações variadas,  sobre uma dor de unha encravada como para uma situação como a de hoje.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Mãe,

Sou forte. E também metida a forte. Sou dura. Mais metida do que dura de verdade.
Mas hoje, agora, depois de falar com todos, de explicar o que não fiz, de me defender do que desconheço, fui quebrada por um email de minha mãe. Minha mãe que me ensinou a ser forte e a ser feliz. A ser apaixonada pela vida e pelas pessoas.
E ela dizia que rezava para meu anjo da guarda e para Nossa Senhora, para que eu tivesse serenidade. "Escolheste o pior lugar do mundo para ser honesta. O que dirão de ti? Que vives num apartamento de 40 anos de teu pai? Que não tens sequer carro?". Ai mãe. Que dia triste. Que coisa triste estar aqui, tão longe de ti, de minhas irmãs, de minhas sobrinhas, de meu namorado e de meu apartamento velho.
Eu tenho a serenidade da inocência. Mas a indignação da injustiça. E tenho mãe, uma tristeza profunda de viver num mundo tão diferente ainda do que eu luto para construir. Mas sou tua filha. Sei levantar de todas as quedas. Como sempre nos disseste: Deus não dá a Cruz maior do que podemos carregar.
Eu não falo a língua deles, Mae. Graças à Deus.

A vida

Há uns três meses um jornalista me telefonou e perguntou se eu sabia que "numa gaveta em Alvorada havia sido apreendida uma carta que me citava durante a operação cartola". Um policial havia ligado para ele e contado. Pedi mais informações e ele me disse que o policial afirmava que não havia nada demais e que eu podia ficar tranquila.

Ok. Não tenho como me preocupar pelo que desconheço. Um mês depois sai o relatório da operação Cartola e outro jornalista me liga e pergunta se sei que a tal carta foi incluída nos anexos. Disse que não sabia. Liguei para o chefe da polícia do estado, Del Ranolfo, perguntando o que era, se precisava fazer algo, o que dizia. Ele me disse para ficar tranquila, que era uma carta sem muito sentido, de um cara dizendo que deu 10.000 reais para outro cara para minha campanha. E que quando eu tivesse um tempo eu fosse lá e lesse.

Sei que os jornalistas tiveram acesso bem antes, aguentei as indiretas de blogueiros pagos por "adversários" e esperava que isso aparecesse até em função da candidatura e da minha situação na pesquisa em Porto Alegre.

Mas não tenho como me dedicar a responder tudo o que qualquer mau caráter escreve a meu respeito. Inventam casos, fazem ilações, mentem. Infelizmente, isso faz parte da vida quem luta contra interesses. Desde as coisas mais ingênuas, até as aparentemente graves, depois de quatro eleições, já aprendi a ignorar e reagir quando julgo ser sério.

Nesse caso, até porque não foi levado a cabo nem pela policia nem pelo MP, julguei algo patético, fruto da disputa política rebaixada da cidade. Até os valores são patéticos para qualquer campanha.

Quantos adesivos de carro faço com esse valor? Bem, claro que ignorei que às vezes a fome e a vontade de comer se encontram. E com a crise no ministério do esporte os jornais redescobriram a carta! Bem... É da vida e da disputa. O que posso garantir? Que vou processar esse indivíduo civil e criminalmente por me envolver em sua disputinha política. Que vou falar na twitcam e aqui no blog sobre o tema. E que acho o fim fazerem qualquer ilação que me envolva. Mas... Pelo visto a eleição já começou. Lamento que a opção de alguns seja pela mentira e tentativa de destruir a honra dos outros. Não é a minha. E nunca será. Não canso de repetir: nunca me tornarei igual aos que combato. Em nenhum sentido.

-------------------

Quando soube que essa matéria sairia evidentemente fiquei triste, cansada, pois não sou duas, essa pessoa sobre quem mentem sou eu. Com mãe, pai, irmãos, um namorado. Aí recebi duas ligações. Dois amigos. Sem nenhum vinculo político comigo. Fiquei emocionada. Um deles, adversário limpo, me fez jurar que eu apenas seria eu mesma durante esses dias mais difíceis. Que eu lembrasse que não sou importante só para mim, mas que destruir o símbolo construído é intenção de muita gente, que muitos com diversos interesses se unem nesse. O outro, sem vínculo partidário e político nenhum, me disse que maior que o poder da máquina é o poder da máquina povo. E que me lembrasse disso. Da minha responsabilidade com essa gente. Também lembrei do Collares. De duas frases ditas em distintos momentos para mim. "política é prova de resistência e não de velocidade". E eu resistirei pelo simples motivo que não fiz nada. A outra ele me disse segunda-feira, em sua casa: deixa eles brigarem sozinhos. Tu não és disso.


Pois é. Eles brigarão sozinhos. Seguirei trabalhando.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Copa das Confederações

Há dias mantenho um post sobre uma matéria do jornal Zero Hora sobre a perda da Copa das Confederações e Sobre uma entrevista dada pelas autoridades do município sobre o tema. Alias, e o segundo post, o primeiro tem quinze dias. Data do período em que o prefeito lamentou no ar, em uma radio, o mesmo fato.
Como tenho vista muita manipulação de blogs e jornais, subtraindo partes do texto, omitindo a informação que me referia a uma matéria eapecificamente, resolvi não escrever mais aqui sobre o tema e até segunda ordem no meu blog. 
Evidentemente que todos sabemos e as informações são públicas sobre os problemas para mantermos a
Copa das Confederações. Mas como o mundo anda kafkaniano em nossa capital...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Machismo?

Eu entrei no beira-rio com meu namorado de um lado e com
Fabiano (uh Fabiano, para os colorados) de outro. Gritaram para o jogador: o Fabiano, pegador, hein?
Noutro dia li uma nota sobre uma bolsa que ganhei de um ex-namorado há anos. Depois,
Sobre meu vestido. 
É. Não existe machismo. Tudo impressão minha.

Qual juventude?

Que juventude?

É comum  lermos formulações sobre os gargalos do desenvolvimento do Brasil. Não há estudo ou matéria jornalística que não elenque o tema da formação educacional e qualificação profissional dos jovens como problema a ser enfrentado para o Brasil crescer de maneira sustentável. É também comum vermos jovens estampados nas capas dos jornais em matérias sobre tráfico e consumo de drogas ou  violência urbana. Adolescentes assassinos rendem semanas de campanha pela redução da maioridade escolar. Mau desempenho brasileiro nas avaliações educacionais também. Mas, concretamente, que projeto temos para a juventude brasileira e o que a juventude quer para si?
Abaixo discorro sobre polêmicas envolvendo o recém aprovado Estatuto da Juventude. Fiquei surpresa com o impacto de sua aprovação na mídia. Mais ainda com o ataque a essa legislação que trata de enfrentar problemas tantas vezes denunciados pela própria mídia. Vou às questões.

-de onde surgiu esse relatório?

O projeto aprovado tramita há sete anos na Câmara. Foi objeto de duas comissões especiais. Ambas foram presididas pelo deputado Tucano Lobbe Neto e relatas pelo deputado Reginaldo Lopes e depois por mim.
Esse relatório foi construído por mais de vinte deputados e contou com a MAIOR PARTICIPAÇÃO POPULAR DA HISTÓRIA (com base no portal edemocracia). Depois disso, o Plenario da câmara aprovou por unanimidade. Ou seja, todos os deputados concordaram.
Não existe o relatório da Manuela. Ele é da Câmara.

- Jovem até os 29?!?

Segundo a ONU são jovens aqueles com até 29 anos de idade. Como e por que? Juventude é fase construída socialmente. E a principal característica  é ser a etapa de preparação para a vida que levaremos por todo o período em que seremos adultos. Por isso, o recém aprovado Estatuto da juventude trabalha com três momentos: jovens adolescentes, jovens e jovens adultos. Não são todos iguais. Mas são etapas complementares preparatórias para a vida adulta. 
Esse é o reconhecimento por parte do Estado de que existe sim uma fase preparatório, que essa fase é distinta. Como é distinta a vida adulta ou a terceira idade.

-quais direitos?

O Estatuto conta com mais de 40 artigos. Uma parte de direitos e outra de consolidação do sistema nacional de juventude (deixando de ser vontade de governos e passando a ser de Estado).

A primeira parte chamou atenção pela meia entrada. As demais foram solenemente ignoradas pela mídia. 
Vejam só: 

a meia entrada tomou essa proporção em função das negociações com a FIFA. Mas seria correto o congresso parar de fazer leis em função de 40 dias de evento? Não. Além disso, a parte é  genérica, deixando claro que precisaremos regulamentar. Um debate inicial! Terá subsidio? Eu defendo que sim. Como será executado? Temos que discutir. Mas não é brincadeira. Basta dizer que a meia entrada pode voltar que os ataques são cruéis. Como de fosse um CRIME garantir a educação integral para a juventude. Mas não é dessa juventude que cobramos qualificação, formação, nível intelectual? Acaso sabemos que a maior parte não freqüenta estabelecimentos culturais por falta de dinheiro? 
Acho super justa a preocupação com elevação de preços para os demais. Por isso defendo subsidio. Mas não seria legal os jornalistas terem me perguntado? 

A segunda polêmica girou em torno da meia passagem. Acaso não sabem que grande parte da evasão escolar é por causa do transporte? Acaso não sabem que a lei não garantia transpore para ensino médio e superior? Acaso não sabem que a medida que garantimos vagas em escolas técnicas e ensino superior (com Prouni, por exemplo) aumenta a problema desses jovens com transporte público? Acaso leram o texto? Não me parece.

Enquanto isso A aprovação do Estatuto, além do que representa para a juventude do País, representa um grande avanço e mostra a superação de um antigo entrave. 
Falo do acordo inédito que construímos entre a bancada evangélica e a bancada que defende os direitos da comunidade LGBT no Congresso. 
A aprovação do texto – elaborado com todas as bancadas e aprovado com consenso  – permitiu que, pela primeira vez na história da Câmara, viabilizássemos um acordo entre as duas bancadas.
O concerto que conquistamos – com muito diálogo, interlocução, que representa e respeita o que defendem os dois grupos – vira uma página da nossa história. O resultado: superamos antigas barreiras e mantivemos no texto o combate ao preconceito e a inclusão da educação sexual nas escolas. Ou seja, garantimos constitucionalmente – também pela primeira vez –direitos para a comunidade LGBT. Evangélicos e comunidade LGBT chegaram a um entendimento que nos conduz a um novo patamar em função de um objetivo maior e comum a todos: reconhecer a importância do Estado garantir direitos e políticas públicas para os jovens brasileiros.

 Quem viu isso? Quem deu essa notícia?não li.
Por isso gente, peço atenção ao que lêem. Enfrentar interesses poderosos não é fácil. 
E, estranhamente, quando surge uma legislação que não trata aos jovens como bandidos ou marginais muitos caem em cima. Pensem. Porque será?
Que juventude querem? Eu quero aquela livre!

domingo, 9 de outubro de 2011

Coluna do Juremir Machado (como colorada, amei!)

Manuela Damião

Saíram nesta semana duas pesquisas Correio do Povo/Instituto Methodus. A primeira avaliou a corrida para a eleição de 2012 em Porto Alegre. A segunda apurou a aprovação ou desaprovação aos governos da capital gaúcha, do Rio Grande do Sul e do Brasil. É um material rico e inspirador. A jovem Manuela D''Ávila (PC do B) aparece como uma espécie de Leandro Damião de saias (nem sempre, que isso é coisa do passado remoto). Ganha de bicicleta, de lambreta e de carrinho, embora a linguagem oficial fale em empate técnico. Perde na espontânea para José Fortunati. Mas ganha por, no mínimo, 1 a 0 em quase todos os cenários estimulados. Leva o jogo para a prorrogação, segundo turno, e aí mata sem direito a pênaltis, salvo no confronto com o atual prefeito, que aparece embolado. Fortunati precisa convencer um dos seus adversários, o PT, a ter candidato próprio, de preferência Maria do Rosário. Nessa simulação, ele aparece em primeiro lugar e pode esperar que a ministra, no campo de jogo, olho no olho, desbanque a deputada comunista, o que lhe favoreceria na hora do mano a mano.
A presidente da Câmara dos Vereadores, Sofia Cavedon, afirmou no "Esfera Pública", da Rádio Guaíba, que o PT terá candidato próprio, o que poderá ser visto como uma traição por Manuela, que apoiou a candidatura de Tarso Genro ao governo contando com a retribuição no pleito municipal. Mas o PT é um velho escorpião acostumado a ter a cabeça das chapas. Sofia aparece com 5,8% das intenções de voto. Um bom escore. Adeli Sell, outro postulante petista, surge com 3,5%. Maria do Rosário larga com 13,2%. A bola está com ela. Vai querer abandonar o seu charmoso cargo ministerial para disputar um gauchão em que do pescoço para baixo tudo poderá ser canela? Ela aparece em primeiro lugar na taxa de rejeição. Num segundo turno, perde para Fortunati ou Manuela. Se tiver calma, bota a bola no chão e não vem. O melhor negócio para o PT seria ir com Manuela, com quem até o PMDB gostaria de ficar se, por acaso, Fortunati decidisse praticar, como insinuou o deputado Osmar Terra (PMDB), adultério político e trocasse alianças com o PT.

Só que um casamento entre Fortunati e o PT é improvável, pois o prefeito é candidato à reeleição. Não abre mão da cabeça de chapa. Se é para ser vice, o PT já tem vaga com Manuela, sem precisar pular o muro. O PSB já avisou que não troca Manuela por ninguém. Nessa dança dos casais, a pesquisa indica que a taxa de infidelidade será baixa, não por virtude, mas por falta de oportunidade: PDT e PMDB deverão continuar unidos, renovando votos nupciais com Fortunati, herdeiro do trono de Fogaça. PC do B e PSB apostarão na noiva mais cortejada, Manuela. Restará ao PT a carreira solo, uma chapa puro sangue, ou dizer sim, de coração na mão, a Manuela. Fortunati poderá matar o jogo se as obras da Copa do Mundo decolarem de fato. Se empacarem, ele pagará o pato. Os porto-alegrenses querem melhorias nos postos de saúde, na segurança, na educação, na geração de empregos, em asfalto, pavimentação e em saneamento. Básico, não?
 

A copa, o Inter, o Grêmio e a unidade

Decidi escrever no blog sobre futebol. Futebol? Eu? Sim. Mas não sobre os jogos da rodada como eventualmente faço. Resolvi escrever sobre as leviandades que alguns constróem junto as nossas torcidas, aqui no Rio Grande.
Sou colorada. Todos sabem. Sou torcedora por paixão. Minha Família inteira é gremista e aprendi a fazer do futebol uma paixão respeitosa. Não acho a menor graça em torcedores que não sabem conviver com a diferença. Futebol para mim é paz, sempre. 
Se futebol é paixão, política deve ser razão. Evidente que somos movidos pelo amor as idéias que temos. Mas escolhemos acreditar em tais idéias. Não escolhemos ser colorados ou gremistas. Somos.  Não é assim? Esse é o motivo que me levou a jamais misturar futebol e política. Represento idéias. Idéias que um branco ou negro, mulher ou homem, gremista ou colorado podem defender. 
E qual o sentido de escrever isso tudo em plena manhã de domingo? A Copa de 2014. Para mim, como parlamentar que representa o RS e  Porto Alegre, a importância desses eventos consiste nas obras que podem melhorar o trânsito e transporte (legado da mobilidade), no fluxo de pessoas que visitarão a cidade e na movimentação econômica que farão. Garantindo empregos de todos os tipos (hotéis, restaurantes, espaços que fornecem para esses, táxistas etc). além, é claro, da divulgação da cidade como capital pronta para sediar eventos (nossa grande vocação turística!).
Mas nada disso é o que motiva esse post e sim a confusão entre nossas torcidas.
Vejam a história: nossa cidade apresentou dois projetos de estádio. Dos nossos dois clubes campeões mundiais.  A FIFA selecionou o do colorado. 
As obras começaram, pararam, há questões a serem resolvidas que atrasaram a assinatura do novo contrato. MAS, a FIFA trabalha com esse estádio para sediar a Copa e, NESSE MOMENTO, a  Copa das Confederações.
Em doze dias haverá a escolha das sedes da copa das Confederações. E perder essa etapa, significa perder em média 50 mil turistas para a cidade. Não posso admitir isso. O povo não merece e acho que espera de mim ATITUDE e CORAGEM  para correr atrás. É o que fiz e faço. Junto com todos aqueles que quiseram correr atrás de 50 mil turistas para o estado. Para mim, um representante não lamenta, FAZ. Fui lá e fiz (estou fazendo). 
Aí, pessoas interessadas em outras disputas que não essa (pensem nisso...) começaram a trabalhar na guerra grêmio e inter, Arena e Beira-rio. Que guerra? Ainda bem que nossa cidade terá dois estádios Padrao mundial! Só ganhamos com isso. Poucos sabem, por exemplo, que, quando eu coordenava a bancada gaúcha, a pedido do presidente do Grêmio, apresentei a emenda ao orçamento para as obras do entorno da nova arena. Acredito que essa é a
Maior prova de meu interesse em que essas obras aconteçam!
Aí, sujeitos cheios de interesses, deram a entender que os parlamentares e gestores do executivo defendiam ou um clube ou outro. Meus Deus!  Na batalha que travamos agora o estádio inscrito é o do Inter. Para ganhar a batalha temos que resolver a esse problema. Falar em troca de estádio etc é reconhecer que perdemos a copa das Confederações e eu só desisto quando acaba. NÃO DESISTO NO MEIO DO CAMINHO. Depois dessa etapa novas questões podem surgir. Mas a etapa é essa. Vivemos uma batalha de cada vez.
Por isso escrevo esse post aos meus amigos colorados e gremistas. Vamos pensar nos interesses que estão por trás dessas invenções infantis? Vamos nos unir por Porto Alegre? Vamos nos unir pela Copa das Confederações? Hoje, em
Minha Opinião, estamos perdendo essa guerra. Juntos podemos vencer.
A enorme paixão pelo meu clube - do qual sou conselheira - não se opõe ao amor ainda maior que sinto por Porto Alegre e pelo Rio Grande. A dupla grenal é parte da Porto Alegre que amo. E trazer a copa das Confederações para cá é fazer colorados e gremistas mais felizes.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Do telefone ao megafone, do Leopoldina à Sorbonne



Certamente a doméstica Maria da Graça e o eletricista Juarez Borges sonharam em ver os filhos na escola. Afinal, todos os trabalhadores sonham. Mas, provavelmente, os melhores sonhos não incluíam a seleção da filha mais velha para o mestrado em comunicação na Sorbonne, em Paris, na França.

Mas aconteceu. Gisele Borges, dirigente municipal e estadual do PCdoB decolou ao encontro do sonho há muitos anos, mas partiu para Paris no ultimo sábado, dia 1º.

Ela cresceu no Rubem Berta, na comunidade do Leopolina. Da Zona Norte, espaço de gente forte, que lutou pelo direito de morar, Gisele trouxe o jeito risonho, a paixão pelo samba. Depois da vida nas escolas públicas do Bairro, a mãe a obrigou a entrar no técnico de enfermagem. Talvez aquele fosse o mais longe que alguém da família ousasse se ver. Ela foi. Lá, com 18 anos, apostou com o primeiro namorado que sim, ela conseguiria um emprego. Pronto. conseguiu. Parou em uma companhia de seguros. Lá,uma colega de trabalho tinha duas propostas de emprego e indicou a Gi, como nós a conhecemos, para trabalhar como telefonista na sede estadual do Partido Comunista do Brasil em 2000.

Ela simpatizava com uma galera da UJS que vivia na sede do partido implorando ligações (controladas por motivos financeiros). Burlava regras para ajudar aos mais jovens, mas isso era pouco. Timidamente, começou a militar nas eleições de 2000, na campanha para vereador do Raul Carrion.

Em 2001 se filiou à UJS e em 2002 começou a militar de verdade. Tentou voltar para a enfermagem e teve a certeza de que não queria mais aquilo.
Em 2004 entrou para a direção municipal da UJS Porto Alegre atuando na linha de frente da campanha da Manuela para vereadora.

Naquele ano, decidiu que ia realizar o sonho de entrar na universidade. “Entrar na universidade era um sonho. É engraçado, desde a infância via o estudo como alternativa, que através do estudo podia mudar a minha vida”, conta Gi. Foi lá e fez, pois não conhecia o impossível. UNIVERSITÁRIA. Publicidade na Unisinos.

Em 2005 ingressa na equipe do mandato de vereadora que ajudara a construir, o da Manuela. Séria, competente, batalhadora teve muitas tarefas. Das escolas à chefia de gabinete foi uma caminhada. E ela chegou lá na equipe do mandato de deputada federal.

Em 2008, Gisele foi candidata a vereadora, obtendo 2.698 votos, ficando na segunda suplência. Formou-se em publicidade na Unisinos em 2009, de onde partiu seu projeto de estudar a Empresa Brasil de Comunicação – EBC

Em 2009, quando estava concluindo PP e já cursava ciências sociais na UFRGS já sonhava com o mestrado. “Meu orientador sugeriu que eu seguisse estudando. Passei no mestrado da Unisinos, mas não consegui bolsa. Decidi que iria fazer mestrado na UFRGS."

Em 2010 começou especialização na PUC em Planejamento de Comunicação e Gestão de Crise de Imagem, e durante o curso decidiu que queria atuar na vida acadêmica e quis mudar a forma da sua militância, não mais atuando no mandato:

“o processo de seguir pela vida acadêmica não é uma decisão, é um projeto e passa por dividir um pouco o conhecimento. se é o conhecimento que pode proporcionar mudanças, ele precisa ser de todos. Isso eu aprendi com a UJS, conhecendo pessoas, lugares e acreditando em sonhos. Acho que eu consegui seguir meu sonho. "
Conseguiu. Está na Sorbonne.

"Meu projeto é sobre a EBC, sobre a consolidação da EBC, porque ela não consegue se constituir como uma empresa de telecomunicação capaz de formar outro tipo de opinião na formação dos brasileiros? Como, por exemplo, a EBC faz em Londres. Buscar saídas para o sistema público de comunicação no Brasil, de forma viável, diferente das TVs educativas”

"engraçado, ainda não caiu a ficha" diz Gisele.

É... ela nasceu no Rubem Berta, atendia ao telefone, conduziu passeatas em megafones, e agora estuda na mesma universidade de Sartre e Lévi-Strauss.

Essa é Gisele.

Texto por Manuela e Cris Ely

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Códigos de casa 11

"clarisseeeee"

Minha tia, irmã de meu pai, tem uma voz bastante típica. Ganhei de presente de 15 anos uma viagem. E queria tefonar para ela de lá. Eis que a ligação a cobrar era algo como: "do you accept a colect call from the united states?". Minha tia não entendia, gritava clarisseeeee do outro lado da linha. Pronto. Clarisseeeee virou nosso sinônimo dela. Sempre nos referimos a ela assim.

Códigos de casa 10

"só fazendo outra em gesso" + "arrenegado"

De todas as pessoas que perdi a que
Me provoca mais dor e saudade é minha avó. Tenho histórias memoráveis dela com todos nós. Comigo e meu irmão (netos reais) e com as guriazinhas (forma carinhosa que chamava minhas irmãs). Muito de nossas vidas foi com ela, na casa de Jaguarão, nos momentos em que nos cuidava. Os doces que ela preparava... Ambrosia de forno, sagu, bolo 1 2 3, doce de abóbora, rapadura de leite, doce de amendoim! Cada coisa maravilhosa!
Mas a proposta é falar de códigos e me recordo de dois. Ela era realmente uma avó maravilhosa. E sabia disso. Então, quando queria dizer que ela era a melhor avó de todas dizia: "avó como eu, só
Fazendo outra em gesso". Assim, sempre dizemos quando algo ou alguém é melhor impossível que só se for feito em gesso uma cópia.
Outra palavra maravilhosa de minha vó era "arrenegado". Todos os dias saia e dizia: "desculpa os arrenegos da vó, ta?". 
Uma vez eu e meu irmão brigávamos e saímos nos batendo e correndo em torno da mesa de vidro. Minha avó saiu correndo para nos separar. Pronto. Nos unimos e fomos correndo atrás dela. Gritávamos: velha arrenegada! Sai, velha arrenegada! Arrenegada, arrenego são palavras usadas para definir irritação em nossa família.
Lembrei de outro momento dela com Minhas irmãs. Meus pais foram
Viajar e deixaram ela cuidando das gurias. Ela fez uma cuca para esperar o retorno do filho mimado. Saiu para fumar. Quando voltou a Mariana e a Carolina estavam munidas de um garfo cada e atirando pedaços da cuca no teto para ver quem conseguia alcançar
Mais altura! Inacreditavel! Imaginem o arrenego que ela ficou!

domingo, 2 de outubro de 2011

Amo Porto Alegre

Caminhando pelas ruas, na cinza manhã de domingo, pensava em como amo Porto Alegre e seus cantos, suas árvores floridas, suas pessoas bonitas. E amor é mesmo esse sentimento que faz com que entendamos as imperfeições do outro (mesmo que lutemos sempre para aperfeiçoar).
Amo andar nas ruas de Porto Alegre, mesmo que por vezes a ache um pouco largada. Assim como não há nada como dormir abraçada em quem se ama, mesmo que ele acorde mal humorado.
Amo ver as flores coloridas que brotam em árvores secas pelo inverno. Os pássaros que cantam nessas árvores. Mesmo que ache as praças com a grama alta e sem equipamentos esportivos. Assim como amo estar em famiília, mesmo com todas as Chatices de estar nas confusões de família.
A cidade que me faz inteira, tal qual nossos amores podem nos fazer, é a mesma que conheço tanto a ponto
De reconhecer limites e defeitos. E trabalho para que ela melhore tal qual tentamos até o final da vida mudar aos amores e a família pelo amor que temos por eles, por queremos ficar juntos, para dar
Certo, para vivermos o amor com
Mais plenitude.
É... É amor.

Os deuses e seus dados

Lembro bastante de uma amiga da escola que escrevia nos cadernos aquela frase que iniciava com "os deuses jogam os seus dados". Era algo como "os deuses jogam os seus dados e não perguntam se você tem família e filhos.Eles mudam seu rumo e você vai."
Evidente que não acredito que seja assim pois teria que crer em determinismo: deuses que escolhem por mim ou por nós todos. Mas, às vezes,tenho a impressão que nossa própria vida caminha nesse sentido. As opções aparecem e mudam o tempo inteiro, são sólidas como rochas num segundo e... se desfazem no ar em outro. Tudo é efêmero! Tudo é rápido. Tudo tem a velocidade de dados sendo jogados. Talvez a frase signifique isso. Apenas isso: nós somos os deuses de nossas vidas. Jogamos os dados e podemos decidir,o tempo todo, o rumo a seguir. Não existe estrada com apenas um destino, não existe rocha que não se rompa com muita água.Podemos refazer ou destruir. Comprar a bicicleta e casar.Ou não casar e andar por aí. Basta que nos pensemos enquanto sujeitos de nossas histórias, deuses que jogam os dados.

sábado, 1 de outubro de 2011

Códigos de casa 9

"Carolina manda, Carolina é líder" + "da série Mariana no muro"

Mariana é a mais afetiva de todas nós. Ótima amiga, leal e sempre companheira confiável. Mas não é perfeita! Meu Deus do céu! Que guria que aprontou! Ela era do tipo que, com 12 anos, ouvia de meu pai que não poderia voltar para a boate e que  não ousasse sair pela porta. Claro, ela saia pela janela!
Quando éramos pequenas fazia horrores comigo (é quatro anos mais velha). Cuidava de mim e do Fer  enquanto a mãe trabalhava. Ela com uns 7, eu 3 e ele 2. Bem, era para eu passar a manhã com o Fer. O que ela fazia? Me botava para varrer a casa, caso contrário não ganhava lanche das dez (era um ovo). Claro que a gordinha aqui varria como louca.
O Fato é que ela puxava saco da Carolina na proporção em que me maltratava e essa fazia com ela maldades na mesma proporção em que ela puxava seu saco. Para que a Mariana pudesse fazer algo com sua Irmã preferida, era necessário que gritasse três vezes, sem rir, batendo uma mão fechada na outra aberta "Carolina manda, Carolina é líder!" Evidente que a Mari fazia o maior esforço do mundo para conseguir. Logo, até hoje quando queremos algo,  gritamos: fulana manda, fulana é líder.
Lembrei agora de outro código vinculado as histórias da Mari. Quando éramos pequenos, meus pais parcelavam uma viagem rodoviária (excursão) para o Nordeste. Graças a isso todas amamos viajar e aprendemos a fazer com aventura e sem muita grana. Sempre foi nossa prioridade familiar: não tínhamos carro do ano (só a Belina 79) mas conhecíamos nosso país. Não é preciso dizer os porquês de economizarmos muito nessas viagens e os filmes para as máquinas eram controlados (custava caro demais revelar). Na última viagem a Mariana já tinha uns 12 e possuía sua própria máquina fotográfica. Quando meu pai foi revelar, voltou "estupefato" para casa.  A Mari tinha uma foto fazendo pose em cada muro do país! Entenderam!? Muros! Não era o das Lamentações nem o de Berlim. Muros brancos, muros baixos, altos. Lá estava ela, sentada, de pernas cruzadas para baixo, para
Cima, mão no queixo, mão no cabelo.  Ele gritava: isso é uma série fotográfica chamada Mariana no
Muro! Não preciso dizer. Quando temos que tirar uma foto com pose apenas dizemos: foto da série Mariana no muro!

Códigos de casa 8

"socorro! Nessa casa tem uma juíza louca!"
Hoje meu irmão mais novo - o único
Homem entre nós, o bendito fruto - disse que pensa e se lembra muito de quando éramos crianças. Somos muito próximos de idade, apenas um ano e nove meses de diferença. Foi bastante importante para mim ouvir isso.
Bem, conto isso pois o causo/código de hoje o envolve.
Morávamos em Pedro Osório (terra de tantas histórias e lembranças). Fernando tinha uns 7, 8 anos. Numa cidade pequena existem poucas autoridades e elas são, portanto, bem respeitadas e,
Consideravelmente, importantes. Pois bem, minha mãe era a juíza da cidade. Já não era muito fácil pelo óbvio: mulher (machismo), separada, casada com o segundo marido, uma penca de filhos um pouco agitados, cadelas vira-latas. Um prato feito para toda sorte de Preconceitos.
Meu irmão, com sua interpretação infantil dos fatos, tinha claro que a situação dela não era muito simples.
Certa feita, numa das tantas confusões familiares minha mãe perdeu a cabeça com ele e acho que deu uns gritos. Acho que foram acompanhados por palmadas porque me Recordo dele de bunda de fora (engraçado pois minha mãe sempre foi dos gritos e dos desmaios simulados, nunca da palmada). De qualquer forma foram gritos e talvez palmadas. Para que! Fernando,
Com o conhecimento infantil de que nada era muito simples para mim mãe, Colocou a bunda (de fora) na janela da sala e começou a gritar:
"socorro, socorro! Nessa casa tem uma juíza louca!!". Detalhe sórdido: a casa não era no descampado. Era em frente ao banrisul e à praça central. Ou seja, a cidade toda soube que minha mãe brigou com o filho. E Também (versão popular) que não tinha como educar um filho. Quando queremos brincar que algo esta errado ou apenas dar boas risadas, gritamos: "socorro, nessa casa tem uma juíza louca".
Fernando tem outras boas histórias em PeO. Talvez devesse contar sobre quando escondemos a Virgínia, melhor jogadora de futebol daquele tempo e melhor amiga dele, no armário para seguirmos jogando banco imobiliário. Ou sobre como criei a maneira de ganhar dele no jogo do banco (criando uma conta com negativo infinito). Também lembro da maneira como ele economizava dinheiro e trocava notas de cinco por um para fazer volume.
Mas talvez a melhor dessas histórias seja a do encontro de delegados e das revistas em quadrinhos.
Crescemos em momentos diferentes. Numa data específica eu teria uns 13 e ele uns 11. Ganhávamos dinheiro para comprar revistas (quando íamos passar as férias em Jaguarão). Eu passei a comprar as revistas de adolescentes e ele seguia comprando Turma da Monica. Ele percebeu que eu estava no lucro:  lia as minhas e as dele. E ele apenas as dele. Pronto! Decidiu: resolver cobrar aluguel!
A outra lembrança que me veio a mente é sobre o encontro dos delegados que acontecia em PeO lá por 1989. Estavam todos eles por lá e minha mãe foi convidada. Lá pelas tantas Fernando levanta e pergunta: "mãe! Quem manda mais, o juiz ou o delegado?". Péssima situação para minha mãe (especialidade nossa!). Eis que um delegado responde que o juiz era a maior autoridade. Eis que Fernando levanta e grita: "então, quem é o juiz dessa cidade?". Ou seja, um pouquinho machista... :)
Vou lembrando de muitas outras. Aos poucos contarei.