"é do Cláudio Mesbla" + "anota aí, essa cara vai longe"
Meu pai é profundamente debochado. Já disse isso milhões de vezes aqui no blog. Quando éramos pequenos, como todos os filhos do mundo, julgávamos que ele sabia tudo, conhecia tudo e todos.
Pois bem, ele dizia nas lojas mesbla: "qualquer problema vou falar com o Claudio Mesbla". Se estávamos no Zaffari: "vou ter uma conversa com o Claudio Zaffari", no picolé Kibon: "esse Claudio Kibon...". Um dia percebemos. E virou código da família.
Na mesma linha, nas manhãs de domingo quando estávamos todos reunidos, meu pai ouvia as maravilhosas canções da MPB. Minha mãe as tocava no violão e piano. Ele ouvia discos, fitas e, depois, CDs. Então ele gritava: "anota o nome desse cara aí, Francisco Buarque de Holanda. Esse cara vai longe" ou "Antonio Carlos Brasileiro Jobim". Detalhe: fomos crianças nas décadas de 80 e 90. Eles já eram famosos. Pronto. Ele era um deacobridor de talentos.
Mas, às vezes, além disso, ele cantarolava. E aí nos fazia de completos idiotas! Começava assim: "deixa eu ver, minha filha... Deixa o pai concentrar... Carolina, nos teus olhos verdes, não, não, olhos fundos, guarda tanta dor. A dor de toda essa magoa, não, mundo" e assim fazia de conta que estava compondo uma música maravilhosa na hora. E nós o achávamos o máximo!
São códigos lá de casa. Códigos que ainda são vivos de tão fortes.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
1 comentários:
Na infância, temos nossos pais como heróis. Só que vamos crescendo e não queremos mais aquele beijo na porta da escola. Então, o tempo vai passando e voltamos a ser criança, pois eles voltam a ser os nossos heróis e ficamos com a saudade do beijo.
Postar um comentário