quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Códigos de casa 14

A mais ilustre leitora desse blog, minha mãe, enviou duas histórias esquecidas por essa autora.
Quando éramos pequenos morávamos em uma casa com pátio espetacular em Estancia Velha. Goiabeiras, laranjeiras, horta. Corríamos, brincávamos. Foi a casa de nossos sonhos. Saímos de lá eu com 6 e meu irmão com 4. Fomos para São Lourenço do Sul, para uma casa com uma pequena área de concreto. Após alguns dias, feita a mudança e a casa organizada, meu irmão já cansado de esperar pergunta: "mãe, quando chega o caminhão da mudança com o pátio?". Tadinho. Virou código lá de casa.
A outra contribuição, mais engraçada, diz respeito a uma de nossas brigas. Minha vontade era escrever uma série "as brigas láde casa", pois elas eram fantásticas! Imaginem 5 filhos, 4 mulheres, 1 homem. Nascidos em 73, 75, 77, 81 e 83. Muito intenso tudo. Bem, minha mãe amada sempre trabalhou muito e mesmo vivendo em São Lourenço dava aulas, semanalmente, na UNiSiNOS em São Leopoldo. Pegava ônibus, viajava 2 horas depois mais uma e voltava. Chegava de madrugada de volta, descia na estrada (o ônibus ia para Pelotas) e pegava um taxi para casa. 
A irmã de 72, Luci, cuidava de nós todos. Segundo a Luciana, naquela noite eu fiz para ela o maior palavrão de todos com as mãos. Uma tal de figa aberta (era a intensão manifesta do palavrão). Não sabemos, hoje em dia, qse eu fiz ou não a tal figa. A Luci fez um bilhete e grudou na porta de casa contando: a Manuela fez isso, isso e aquilo. Eu, com 6 anos e alfabetizada pela própria Luciana, fiz outro bilhete e colei na primeira porta (sacam essas casas com uma porta, um pequeno corredor e outra porta?). O que dizia no bilhete? "Mãe, na próxima porta encontraras um bilhete dizendo isso, isso e aquilo. Por favor, não acredita. Obrigada". Pronto. Virou código. 
Mas eu realmente imagino que fosse exagero da Luci. Por que? Porque uma vez, a Carolina bateu com uma vassoura na perna dela e ela ficou atirada no chão sete horas com a vassoura ao lado para minha mãe ver a agressão sofrida. Como não achar que o bilhete era exagerado?
Minha reflexão hoje foi de que os bilhetes na minha vida já foram mais ingênuos e brincalhões. Mas deixa estar. Este de hoje (descrito La abaixo) ainda vai virar código. Não da minha casa. Mas para ensinar bandido a não brincar com gente séria.   

7 comentários:

Anônimo disse...

Manuela, busque forças naqueles que te conhecem e te apoiam, sabem quem vc é. Independentemente de partidos e politica, existem pessoas..as boas, as medíocres e as perversas porque são fracas. Vc é gentil e acredita no que faz e sabe o que é. Sabe do seu berço e do seu caráter. Tem dentro de ti a maior riqueza, a mais importante, que é a sensibilidade e a vontade de fazer o certo, o justo. Te desejo leveza na alma para passar por tudo e sair mais forte. Adimiro vc e te respeito como pessoa e parlamentar.....Edu Salles

Rafael José Polidoro disse...

Manuela, acompanho seu trabalho e seu site faz tempo, muitas vezes sem me manifestar.
Eu acredito em você

Anônimo disse...

Não divulgue o blog! Fico tão cativado e, ainda que discorde de tantas coisas, tão atraído a vir espiar uma ou outra coisa, que tomo o blog e os textos como meus -- e dói dividir!

Nei disse...

Adorei tua escrita, tanto que vou bisbilhotar mais vezes nesse blog.

Nei disse...

Ei Manuela, gostei muito da tua escrita, sincera e fluída. Tanto que vou passar a frequentar mais teu blog.
E mais, se te candidatares para Prefeita de PoA, já tens mais um cabo eleitoral garantido.
Nunca fui muito participativo em campanhas políticas, mas como acredito muito em ti penso ser urgente uma pessoa para colocar Porto Alegre no eixo perdido por essas duas últimas gestões.
Grande abraço

Anônimo disse...

Leis brandas = impunidade

Joci Aparecida de Souza disse...

Adorei tuas histórias! E elas ficaram melhores ainda pela forma como as escreveste. Agradeço-te por teres me enviado o endereço do teu blog.