sexta-feira, 8 de março de 2013

MMM

MMM

Minha mãe me ensinou a ser a mulher que sou quando assinava seus bilhetes com três Letras M.
Sempre nos lembrava que era nossa mãe e nos amava como tal, mesmo que fossemos cinco e déssemos trabalho como cinco e chorássemos como cinco e ficássemos doente como cinco. Não há divisão no amor materno, há apenas multiplicação. Esse é, portanto, o primeiro e óbvio M.
Mas não poderia ser somente mãe se não saísse de casa antes de nos ver acordar para trabalhar. Minha mãe que durante anos foi professora de violão para criar minhas irmãs mais velhas. Minha mãe que bordou blusas para concluir o curso de direito e que levava as filhas para a faculdade. Que enfrentou o preconceito de ser "desquitada", passou no concurso e é magistrada. Assim, surgiu o segundo M, o M de seu trabalho, a magistratura.
Mas ela também, nos ensinou, o amor materno não é exclusivo como alguns ousam em bradar. Mães não devem abrir mão de ser mulheres que abrem mão de seus sonhos de mulheres e amores e desejos e batons e lápis de olho e boca. E assim, ela nos ensinou que é também um terceiro M, M de mulher.
Obrigada, Ana MMM. Por me ensinar que nós somos mulheres. Sempre 3 em 1. Muitas em uma. Nunca uma apenas.

1 comentários:

José de Arimatéa dos Santos disse...

Manu,
Parabéns por suas palavras sobre sua mãe. E pode ter certeza que todas as mães são assim, lutadoras.