domingo, 2 de setembro de 2012

Rio

O telefone tocou e preencheu o vazio de meses. Ela disse apenas alô e o silêncio, o mesmo que o acompanhou pelo último ano, foi a melhor resposta.
Melhor deixar quieto.
A correnteza dos calmos rios é mais forte que a aparente agitação de ondas do mar.

8 comentários:

Ramon Fonseca disse...

Ei Manu, muitas saudades! Espero te ver em breve, prefeita eleita pelo povo de Porto Alegre, mas a menina que mantém vivos os sonhos de criança.

Beijos mineiros.

DARCY BRASIL RODRIGUES DA SILVA disse...

Bem , Manuela, postei dois comentários ao artigo de KATARINA PEIXOTO relativo à sua candidatura, postado no portal "Carta Maior" e replicado no blog "Viomundo". Como você sabe, não sou do PCdoB ( já o fui um dia).Porém, não me furto a apoiar o PCdoB,incluindo candidaturas,quando as considero politicamente mais justo. Desse modo, por discordar do artigo de Katarina, retruquei em comentário que, entretanto, ainda não sei se será publicado tanto no "Carta Maior", quanto no "Viomundo" ( fiz uma colagem para esse último, como farei aqui). Por ser longo o postarei em duas partes. Recomendo que se o leia de baixo para cima.

DARCY BRASIL RODRIGUES DA SILVA disse...

Katarina Peixoto começa o seu artigo valendo-se do mesmo maniqueísmo político que ora é usado pela mídia de direita ,ora é apropriado pelos exclusivistas que atuam dentro do PT (nem todo petista é exclusivista: eu,por exemplo sou filiado ao PT, mas reconheço o valor de outras forças de esquerda, como o PCdoB e o Psol,por exemplo): trata-se da falsa ideia que PoA ou qualquer cidade brasileira está dividida em DOIS GRUPOS POLÍTICOS, não havendo ,portanto, lugar para outras opções políticas. E pior ainda, ao definir o campo da direita, como se fosse uma impoluta virgem política, lança todos os que não se vinculam ao candidato de sua preferência na vala comum de um suposto “grupo político que hoje está coligado, majoritariamente, porém não exclusivamente”…como se a direita estivesse a concorrer com duas candidaturas e não o oposto, como de fato acontece.
Para Katarina o diagnóstico que considera Manuela e Villaverde como representações do lulo-petismo é “grotesco e obscurantista e envolve um grande risco”. Katarina acerta em relação ao “petismo”, pelo menos quando se trata do “petismo” purista por ela professado. Purismo que, não poucas vezes inviabiliza candidaturas amplas da esquerda, por não se aceitar que essa amplitude se manifeste sem que a cabeça da chapa seja alguém do PT, mesmo quando em outro partido DE ESQUERDA exista um candidato muito mais competitivo. Esse purismo que, na prática, se converte em sectarismo, esse sim, é algo político obscurantista que levou ,por exemplo, no Rio de Janeiro à vitória de Eduardo Paes ( a quem hoje o PT é obrigado politicamente a apoiar,posto que senão poderia abrir uma rachadura em sua base de sustentação política nacional) quando o PT preferiu lançar uma “candidatura própria”, com o perfil político do petismo “katarinista” , em vez de apoiar , como ocorre agora também em PoA, a candidatura da comunista Jandira Feghali, recomendada, sublinhe-se isso, pelo próprio presidente Lula ( como poderia o “PT à la Katarina” dizer que Jandira e/ou Manuela não são do campo “lulista” então?)
A afirmação que a propaganda de Manuela D’Ávila “carrega nas tintas do individualismo e numa suposta predestinação da candidata ao cargo” não corresponde a verdade. Quem não assistiu ao programa de campanha de Manuela poderia se deixar levar por essa acusação leviana de Katarina. Manuela não se apresenta como uma “messiânica”, uma salvadora da pátria.Longe disso. A sua campanha procura fazer o que toda campanha em fase inicial procura:apresentar aos que ainda não a conhecem quem é Manuela. Isto porque o Brasil está longe de ter superado a fulanização da política ao nível da consciência popular, do eleitor comum. Tal fenômeno é classificado por Max Weber como período da política carismática.É por isso que tem gente na esquerda que se preocupou com a saúde de Lula não apenas como pessoa, por ser um bom ser humano, mas também porque o PT ficaria desfalcado de seu líder carismático. É igualmente por isso que se fez uma distinção real entre lulismo e petismo. Em quase todo o país, o carisma político tem sido, ao lado do programa partidário e do Caixa 2, definidores dos resultados eleitorais, o que obrigou,por conta disso,a esquerda a buscar lançar candidatos carismáticos para puderem ter chances reais de vitória. A quantidade de quadros que se conhece com muito mais qualidade para gerir uma prefeitura que , entretanto, não se pode lançar,justamente por não ter carisma, se conta às centenas, quando comparados com muitos prefeitos e até governadores eleitos pela esquerda. Por isso que o diferencial para a esquerda é saber escolher, entre candidaturas que tenham esse poder de encantamento inato, aquelas que são democráticos, capazes de governar com os partidos que os apoiaram e com os seus quadros qualificados.

DARCY BRASIL RODRIGUES DA SILVA disse...

Em seguida, Katarina apela para o lado pessoal, mostrando ressentimento que não sabemos bem identificar se se trata de algo vivenciado em contato com a própria Manuela, ou se advém de seu anticomunismo visceral. Aliás graças a esse anticomunismo marcante quando se trata de Katarina Peixoto, que ela e seus “patetas desavisados” ( tomo a expressão porque Katarina a usou e não para agredi-la, não se vá me censurar por isso!) conduziram recentemente uma campanha em favor da intervenção da OTAN na Síria para “salvar o povo sírio da ditadura por lá imperante”. Como se vê pode haver por aqui muito mais anti-comunismo escondido que aparentemente se percebe. Tomara que não! Concordo com você,Katarina, que fazer três dias de curso em Havard não é em Havard estudar.Participar de um seminário na Universidade de Madri, não é estudar na Universidade de Madri. Esta foi uma escolha equivocada do responsável pela campanha publicitária de Manuela que, como você deve saber, nem sempre é alguém ideologicamente afinado com o candidato que ele, como publicitário que é, enxerga como se fosse um sabonete. Até porque para mim, em particular, nem Havard , nem a Universidade de Madri, nem o bacharelado em Recife, ou o mestrado e doutorado em Filosofia, pouco me importam. A propósito disso:quando me perguntavam por que jamais conclui nenhum curso universitário que iniciei, apesar de ter passado para Engenharia Química, UFRJ, informática, Uerj, Medicina, UFMG, Computação,UFMG,Ciências Sociais,Uff, sendo que várias vezes entre os primeiros colocados, costumava ficar envergonhado, e a tese de minha ex-mulher de que eu era alguém que não concluía nada na vida reverberava em minha memória em forma de um complexo de culpa. Porém, depois que vi Lula chegar ao poder,e conheci auto-didatas como eu, com o valor de um Mauro Santayana, e me lembrei do desprezo que Lênin sentia pelos acadêmicos e toda a esquerda oriunda da classe média, militantes da tribuna ou da cátedra , com sua linguagem acadêmica empolada e livresca, me senti, desde então reconfortado. Todos esses títulos não valem absolutamente nada em se tratando de escolhas para ocupação de cargos políticos. O mundo está cheio de exemplos que não me deixam mentir. Até porque a teoria política que interessa à esquerda conhecer e desenvolver passa longe das academias,ou melhor, tem nas academias apenas uma linha auxiliar, secundária.Tal teoria só poderá ser desenvolvida a partir da unidade dela com a prática, e isso não é possível de ser feito dentro da academia, mas somente através de um partido político que conheça esse conceito fundamental de fusão da teoria com a prática a que se chama práxis.

DARCY BRASIL RODRIGUES DA SILVA disse...

Entretanto, se acima você tenta desqualificar a Manuela pelo que ela não fez, por outro lado, você , seguindo uma linha oposta , quase difamatória, a desqualifica pelo que ela realmente fez ( não sei o quanto de vaidade pessoal, de despeito de uma mulher pelo êxito obtido por outra pode ter orientado o seu pensamento nesse momento. Mas uma vez, espero que esse não seja o caso). Afinal, Manuela lutou ou não para trazer 380 milhões para o RS em emendas parlamentares? Ela está mentindo? Ela ajudou ou não a trazer a Copa para o Brasil, por pertencer ao partido cuja gestão à frente do Ministério dos Esportes foi fundamental para que isso ocorresse? Ou você desmerece a competência dos aliados do governo Lula à frente dos Ministérios para os quais foram indicados? O êxito , assim como os equívocos do Ministério dos Esportes dos governos Lula/Dilma, foram produzidos pela concepção coletiva do PCdoB de como esse ministério deve ser dirigido, sendo ,portanto, também êxitos e equívocos que podem ser reivindicados ou atribuídos por/a Manuela, que faz parte da direção nacional de seu partido . Assim como Manuela pode legitimamente reivindicar para si os êxitos e equívocos cometidos pelas gestões do PCdoB à frente da prefeitura de Olinda, dando uma ideia aproximada de como pretende também governar PoA, combinando aquela experiência com os êxitos das gestões petistas em PoA que todos nós reconhecemos, corrigindo-se,entretanto, seus equívocos.

DARCY BRASIL RODRIGUES DA SILVA disse...

E agora, em momento em que a candidatura de Haddad em São Paulo ( que tem como vice uma mulher filiada ao PCdoB) é massacrada pela mídia demo-tucana por supostamente ter se aliado à Maluff, chamando-se o PT de partido “maluffista”, eis que Katarina Peixoto não se furtará à análise purista falso-moralista que temos que combater tanto por parte da direita oportunista demo-tucana piguista , quanto por parte do esquerdismo infantil que confunde a Ciência Política com o Catecismo religioso aprendido nas escolas dominicais.

DARCY BRASIL RODRIGUES DA SILVA disse...

Quer dizer que “no plano político, essa candidatura ( a de Manuela D’Ávila) encerra um formato mais grave: o apoio de Ana Amélia Lemos”. E por que? Porque ela é pré-candidata ao governo de oposição no Estado do RS. Essa senhora, Katarina, apoia o governo de seu partido, o PT, no Senado Federal. O PP, Katarina, faz parte da base de apoio do governo de Dilma , assim como fez parte do apoio ao governo de Lula. Quanto à eleição estadual,Katarina, você sabe muito bem que o governador Tarso Genro ( que sabe disso melhor do que você,tanto é que lhe envergonha não ter podido cumprir a promessa que empenhou durante a campanha ao governo do estado do RS, de que o PT apoiaria Manuela , participando de sua coligação desde o primeiro turno, para concorrer à prefeitura de PoA; palavra que não foi quebrado por Tarso, mas por puristas petistas que se consideram quase santos,como você, que decidiram que quem quisesse se aliar ao partido desses puristas angelicais travestidos de seres humanos, teriam que aceitar como imposição divinal o PT como cabeça da chapa) terá o apoio incondicional do PCdoB à sua reeleição, apoio que será demonstrado nas ruas com a mesma garra que o próprio Tarso Genro testemunhou quando era candidato; com a mesma garra que levou em 2005 o PCdoB a ser o mais aguerrido defensor da honra de Lula contra a mídia golpista que buscava lhe difamar e caluniar; apoio igualmente testemunhado e agradecido eternamente pelo operário- presidente, que sempre soube que o PCdoB é um aliado de total confiança, que não lhe opôs nem lhe imporá como condição de apoio a troca de favores a que você , de forma irresponsável e desagregadora do campo aliado, quase injuriosa, insinua.

DARCY BRASIL RODRIGUES DA SILVA disse...

A senadora Ana Amélia apoia à Manuela porque decidiu não apoiar os outros dois candidatos por você citados.Ponto! Nesse apoio não existe nenhum compromisso do PCdoB em quebrar o acordo feito com Tarso Genro em caminhar com ele para buscar a sua reeleição ( ao contrário dos petistas puristas, os comunistas não quebram palavras empenhadas, mesmo que não registradas em documento). O apoio de Ana Amélia interessa porque o PCdoB não podia aceitar que o PT lhe empurrasse para o gueto. Manuela precisava tornar-se competitiva eleitoralmente, agregando apoios que compensassem a quebra da palavra petista em apoiá-la no primeiro turno, em que ele, PT de PoA, aceitaria indicar o nome do vice na chapa. Portanto, Katarina,e é exatamente isso que estou dizendo, Manuela só é apoiada pela senadora do PP porque o PT decidiu que não apoiaria a Manuela, apesar dos mais de 400.000 votos recebidos por Manuela ( proporcionalmente isso equivaleria a uma votação de 1.500.000 votos em SP),que a credenciarem como sendo o nome mais competitivo do campo da esquerda para concorrer à prefeitura de Poa e devolvê-la para o campo popular. Se o PT tivesse apoiado a Manuela desde o primeiro turno, superando o sectarismo de alguns, o anti-comunismo de outros e principalmente, o exclusivismo político da maioria, hoje o campo popular estaria em condições de liquidar as eleições já no ´primeiro turno em PoA, sem ter que se digladiar por meio da mídia. Além disso, Katarina, o vice de Manuela não é do PP, o que significa que o PP só participará da gestão de Manuela com a condição de seguir o seu programa de governo, da mesma forma que o PP de SP só participará do governo de Haddad se seguir igual condição.Assim, o único interesse em comum entre o PCdoB e a senadora do PP é o de derrotar o PT nas eleições, porém por razões distintas. O PCdoB quer ter o direito de mostrar ao povo de PoA a sua forma “pcdobista” de governar, com o povo e com os seus aliados preferenciais do campo da esquerda. Já a senadora acredita que, com isso, estará enfraquecendo o PT, o que não é o propósito do PCdoB, que apoiará a Tarso nas próximas eleições.Ponto! PS: ainda bem que a esquerda não dependerá de você,Katarina, para se defender dos ataques da direita contra Haddad em São Paulo. Se bem que , se alguém da direita leu o seu artigo ,postado aqui e no Viomundo, certamente usará os seus argumentos para atacar o candidato do PT em São Paulo, citando, inclusive, a referência
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