sexta-feira, 31 de julho de 2009

Pessoa especial


Era uma negra miúda, com um sorriso fácil e atendia o telefone com a testa enrugada. Há dez anos, quando os gastos com o telefone eram absolutamente controlados para a juventude, ela os ajudava a burlar as regras para mobilizar para os congressos estudantis e eleições de DCE's. Jamais sobrava tempo para que também militasse na organização política. Fora o trabalho, terminava o técnico em enfermagem. Sempre falava com orgulho da família humilde da Zona Norte de Porto Alegre, adorava o carnaval e ria muito quando o então tesoureiro do Partido apresentava a conta com as inúmeras ligações.

Numa campanha de vereadora, quase sem recursos, a chamamos para coordenar a mobilização. Seu envolvimento político já era grande, sua brabeza conhecida, sua disciplina e organização reconhecidas por todos. Seria ótima para dar "pitos" na galera atrasada, pelo sono das noites insones com a campanha, com as angústias típicas do ínicio dos vinte anos. Foi exemplar. Ela, a campanha. E a amizade de seis pessoas que cuidavam de alguns pacotes de materiais e nada mais, no início. Começou a trabalhar em outro lugar e a crescer, crescer, crescer. Tudo bem, ela cresceu intelectualmente, individualmente, politicamente. De tamanho nunca. Segue uma linda negra miúda. Hoje coordena o escritório da moça que ela ajudou a eleger vereadora e, anos mais tarde, deputada. É dirigente do Partido que, de testa enrugada atendia o telefone. Segue braba, boa de pitos, mas tão controlada...

Amanhã, a linda negra miúda cola grau na faculdade. Se forma em publicidade. E a Gisele orgulha a todos nós. Por sua força, determinação, capacidade de trabalho, de aprender com os outros, de ensinar (com a sua maravilhosa lição de vida). A Gi é uma mulher, negra, lutadora. A Gi é uma brasileira. Parabéns!

domingo, 26 de julho de 2009

Das coisas

Quando criei o blog, há quase um ano, me prometi que ele seria meu. Que não se tornaria uma obrigação chata mas um espaço da minha vida, das coisas cotidianas que quero jogar para fora. Sumi por uns dias. E só quero falar dessas coisas gostosas, que insistem em acontecer comigo apesar de tudo o que acontece no mundo. Me refiro a outros dois ótimos livros que me seduziram: Antes del fin, de Ernesto Sabato e "Los hombres invisibles", do colombiano Mario Mendoza.
O primeiro me fez chorar. De tristeza mesmo. Sabato, um dos maiores escritores argentinos, conta a sua vida, suas decepções. O problema não é a sua depressão ou a morte precoce do filho, isso já seria muito triste. O que me lançou uma espada no peito é a sua carta para a juventude, desesperançado, busca forças para mostrar que é possível acreditar na humanidade.
O segundo, do ainda jovem (tem 45 anos) colombiano Mendoza, é uma obra que relata a história de um homem que busca se encontrar. O cenário é a Colômbia cansada de guerra, dos paramilitares. Narrativa que traz profundas reflexões. Termino com a frase que ele toma como sua: "Eu, nós". A feliz conclusão de que só nós encontramos, de verdade, na coletividade. E que, no fundo, é impossível criar uma redoma ao nosso redor e esquecer o mundo. É preciso viver intensamente esse mundo e tratar de melhorá-lo.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Antonio Tabucchi

Confesso que o li por insistência de meu pai, que meu presenteou com duas obras do autor italiano em espanhol. "requiem" e "nocturno hindu". Cada livro com pouco mais de cem páginas, com uma narrativa intensa e breve. O primeiro trata de um homem, num domingo de verão da capital portuguesa, preso a sua propria alma. O segundo, concentra-se na busca que um amigo faz, pela India, de um conhecido desaparecido. Adorei. Talvez por esse ótima narrativa Tabucchi seja considerado um dos melhores autores italianos.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A UNE somos nós

Lendo a opinião dos jornais sobre a UNE, conclui que não há jeito da grande imprensa aprovar o que a entidade defende. Na época do FH, dizia que eram jovens ultrapassados por defender a educação pública, baderneiros, afirmavam, atrapalhando o trânsito com passeatas. Agora, por dialogar com Lula que dobrou as vagas no ensino público,chama a UNE de chapa branca. A imprensa nunca quis a autonomia que a UNE tem: livre, critica, construtiva. Sempre quis que ela defendesse outro projeto. Logo, e um problema de opinião política, nada mais.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Boa semana

Hoje fizemos o quarto seminário do "envelhecimento saudável". Foi o melhor!!! O tema era DST e sexualidade. Muito interessante.
Mesmo com a gripe fiquei sentada, ao lado da porta.
Uma boa semana para todos.

domingo, 19 de julho de 2009

O medo é uma casa que ninguém vai

Para os que tem coragem de mudar a realidade, lembrança do medo que, às vezes , todos sentimos. Mesmo todos os que não são covardes.



Miedo - Pedro Guerra e Lenine

tienen miedo del amor y no saber amar
tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
tienen miedo de pedir y miedo de callar
miedo que da miedo del miedo que da

tienen miedo de subir y miedo de bajar
tienen miedo de la noche y miedo del azul
tienen miedo de escupir y miedo de aguantar
miedo que da miedo del miedo que da

el miedo es una sombra que el temor no esquiva
el miedo es una trampa que atrapó al amor
el miedo es la palanca que apagó la vida
el miedo es una grieta que agrandó el dolor

têm medo de gente e de solidão
têm medo da vida e medo de morrer
têm medo de ficar, medo de escapulir
medo que dá medo do medo que dá

têm medo de acender e medo de apagar
têm medo de espera e medo de partir
têm medo de correr e medo de cair
medo que dá medo do medo que dá

o medo é uma linha que separa o mundo
o medo é uma casa aonde ninguém vai
o medo é como um laço que se aperta em nós
o medo é uma força que não me deixa andar

tienen miedo de reir y miedo de llorar
tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser
tienen miedo de decir y miedo de escuchar
miedo que da miedo del miedo que da

têm medo de parar, medo de avançar
têm medo de amarrar e medo de quebrar
têm medo de exigir e medo de deixar
medo que dá medo do medo que dá

o medo é uma sombra que o temor nao desvia
o medo é uma armadilha que pegou o amor
o medo é uma chave que apagou a vida
o medo é uma brecha que fez crecer a dor

el miedo es una raya que separa el mundo
el miedo es una casa donde nadie va
el miedo es como un lazo que se aprieta en nudo
el miedo es una fuerza que me impide andar

medo de olhar no fundo
medo de dobrar a esquina
medo de ficar no escuro
de passar em branco de cruzar a linha
medo de se achar sozinho
de perder a rédea, a pose e o prumo
medo de pedir arrêgo medo de vagar sem rumo

medo estampado na cara
ou escondido no porâo
medo circulando nas veias
ou em rota de colisâo
medo é de deus ou do demo?
é ordem ou é confusâo?
o medo é medonho
o medo domina
o medo é a medida da indecisâo

medo de fechar a cara medo de encarar
medo de calar a boca medo de escutar
medo de passar a perna medo de cair
medo de fazer de conta medo de iludir

medo de se arrepender
medo de deixar por fazer
medo de se amargurar pelo que nâo se fez
medo de perder a vez
medo de fugir da raia na hora H
medo de morrer na praia depois de beber o mar
medo que dá medo do medo que dá

Domingo

Cheguei por volta das duas da madrugada. Pegamos uma estrada complexa para voltar para nossas casas. Acordei cedo e tratei de arranjar a minha casa para o aniversário de meu pai. Vou cozinhar (!!!) e reunir alguns de meus irmãos aqui (três deles, a Luci mora em Floripa). Preparei um chimarrão e sentei aqui a bisbilhotar trabalhos atrasados, emails não respondidos, ouvindo Pedro Guerra (aquele espanhol que sempre recomendo).
Às vezes minha cabeça gira, gira rápido e sem rumo. Não é como estar atordoado, talvez seja exatamente o contrário: quando ela entra no eixo.
Vi a revista que estamos preparando para os meus dez anos de militância. Revi fotos e repensei momentos. Incrível a maneira como a vida vai se construindo. Vamos percorrendo a estrada e a contruindo ao mesmo tempo. De tudo o que ficou no passado, conclui que tenho apenas duas coisas pendentes. Para resolver. Me vi, em pensamento, escrevendo duas grandes cartas. E acho que é o que vou fazer. Tenho por hábito escrever quando se torna duro falar. E farei isso também porque refleti mais após receber uma notícia.
Um grande e querido militante do PCdoB foi morto na Lomba do Pinheiro: o Pedro. Homem simples e lutador. Tinha uns 5o e poucos. Que mundo é esse em que as pessoas morrem assim? Tem suas vidas interrompidas, seus planos inconclusos? Que mundo é esse em que homens matam homens?
É por isso que a gente luta, né? Para mudar o mundo e mudar a realidade.

sábado, 18 de julho de 2009

Bacana

Ontem, encontrei o Juremir Machado. O havia citado na quinta. por que? Porque ele tem um livro chamado "Para homens na crise dos 40 e mulheres afim de compreendê-los" em que descreve o perfil dos usuários da palavra bacana. Todos estranham o fato de eu adorar o Juremir. Explico: grande professor, Juremir é um rebelde de alma e de fato. Contra tudo e contra todos. Mas é leal e grande amigo.
Ontem pela noite fui à Tramandaí para o lançamento da Conferência do Partido no Litoral Norte. Depois, comemos na Festa do Peixe. Hoje, vou para Ijuí, cidade que adoro, para debater as teses do Congresso. Volto pela madrugada. Por que não vou dormir lá? Porque meu pai de aniversário amanhã e eu vou ficar com ele. Coisas que faço pouco. E que me fazem muito bem.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Dia da UNE

Hoje pela manhã participei do 51 Congresso da UNE, do ato de abertura. Foi um ato muito bacana (lembrei do meu Professor Juremir Machado da Silva, ao usar esse termo...). Foi o Primeiro Encontro Nacional de estudantes do PROJOVEM. Lula estava presente e fez um emocionado discurso. Para mim, os CONUNES são também uma forma de rever amigos de todo o Brasil, gente que militou comigo no Movimento Estudantil.
Ontem, na Câmara, fizemos uma Sessão Solene em homenagem aos 30 anos de reconstrução da UNE, também foi um momento importante para lembrarmos a luta da UNE pela universidade pública, a aprovação do PROUNI, REUNI, fim do vestibular. Essas são conquistas atuais do movimento estudantil.
Aqui no Rio Grande a coisa vai de mal a pior. Hoje Yeda se superou. Foi para a porta de casa bater boca com os professores que protestavam. Com a arrogância de sempre fez até uma plaquinha para brigar com eles. Ela tá parecendo o meu colega do debate de terça: sem noção. E nós ainda estamos sem CPI...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

As falsas contradições

Há bastante tempo, nós do PCdoB e do mandato temos afirmado que um dos maiores desafios da política gaúcha é superar falsas contradições. Essas, foram criadas e mantidas para alimentar uma disputa política velha. Exemplo: no Rio Grande ou se é favor de cadeia ou de políticas sociais para combater a violência. Ou se luta pelo metrô ou pelos portais. Tá... E aí? Qual a contradição? Nenhuma.
Assim é a política de desenvolvimento da economia gaúcha. Talvez isso justifica o porquê de estarmos no 12° ano de queda livre da economia. Pois bem: nos últimos cinco anos a cidade de Gravataí aumentou em 2 bilhões seu PIB. A cidade subiu 25 posições no estado com relação ao IDH e os números do comércio dobraram. Qual é então a contradição? O comércio não gera emprego??? Viram: economia e social tem tudo a ver.
Pode parecer loucura para quem não é gaúcho. Mas tenho certeza que quem é daqui vai entender.
Os números são da FEE (fundação economia e estatística RS)

Tá... Dói o estômago....

Alguns perguntam: como aguentas ouvir determinadas coisas (tipo Bolsonaro na MTV)?
Alternativas:
(a)A gente aprende algumas técnicas de respiração para se acalmar;
(b)pensa que a luta é dura mesmo;
(c) Canta uma musiquinha na hora;
(d) Pensa que muita gente tomou porrada de gente como ele e outros tantos morreram na ditadura
(e) Todas as alternativas anteriores. E o resultado: Dói o estômago!!!
Boa Noite galera!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Sinceridade

Tudo bem gente. Vou ser muito sincera. Ás vezes, eu torro a paciência com a internet. A conexão caiu, celular escreve mal pra caramba, acumula muitas coisas, fico sem tempo de postar músicas e poesias... Só roteiros, roteiros, trabalho, trabalho... Semana que vem o Congresso parará. 14 dias. Essa semana tem Congresso da UNE, fizemos todo plano de trabalho no RS até a primeira semana de setembro, hoje fiz todo plano de trabalho da relatoria do Estatuto da Juventude, votamos o relatório da Comissão de Crise na Indústria... Agorinha estou em Sampa para gravar um programa na MTV, saio de lá e... Brasília! Amanhã de manhã já há a Sessão Solene dos 30 anos de recontrução da UNE (que eu fiz o requerimento e, portanto, falo) que dará abertura ao Congresso. Aí... Bem, aí, às vezes eu torro a paciência com os problemas da internet!!!
Beijos, saudades do blog
Boa semana (atrasada) para vocês!!!

domingo, 12 de julho de 2009

Perdão, perdemos muito

Acabo de ler um jornal on-line e ficar chocada. O Rio Grande perdeu uma de suas maiores comediantes: Adriana Marques, da Rádio Esmeralda. Ela foi minha colega na UFRGS. Estou chocada e muito chateada. Era muito jovem (43 anos) e muito alegre. Contagiava a todos. Vai em paz, Adriana!

Fim de semana cheio

Devo dizer que estou cansada. Mas o fim de semana valeu demais a pena. Quinta pela noite e sexta pela manhã ficamos em Santa Maria. Pela tarde fomos a Santa Cruz do Sul. Agenda repleta de encontros que renderam idéias legais para o mandato, lutas para Brasília. Cheguei sexta à noite em Porto e parecia que já era domingo!
Sábado pela manhã participei do Seminário do Partido sobre o 12o Congresso. O professor Vizentini fez uma fala fantástica. Ao entardecer saímos para a Festiqueijo, em Carlos Barbosa. A organização é fabulosa!!! E o melhor: todos os quartos de hotéis da região estavam cheios, ou seja, eventos dessa natureza garantem empregos e divulgam a cidade como rota turística. Depois, fomos ao jantar do Partido em Garilbaldi. Cerca de duzentas lideranças populares reunidas numa noite fria para debater política. Alguém ousa dizer que não vale a pena?!? Chegamos esgualepados em Porto.
Hoje demos um giro em nossa capital. Pela manhã, passei na Caminhada das Vitoriosas (organizada pelo IMAMA, evento de luta pela prevenção ao câncer de mama) e voltei ao Seminário do Partido. Almocei no CTG Amigos do Rubem Berta. Estava muito legal. Aliás, a Zona Norte de Porto Alegre é um espaço fantástico. Berço das lutas populares, da luta por moradia, saúde, educação. Lá conversei muito com a Carmen Lopes. A Carmem é uma antiga militante do PCdoB, ficou presa por sete meses na ditadura e sempre rende uma conversa sobre o nosso partido e o Brasil. De lá, caminhei no PArque dos Maias, visitando a feira organizada pela nova diretoria da Assossiação dos Moradores, Presidida pela querida Liberaci. Depois, fui à festa junina da Assossiação Barcelona, lá no Navagentes. A Patrícia tem um trabalho muito legal com crianças e jovens.
Cheguei agora em casa e... começou o meu final de semana! Até amanhã!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

De Santa Maria

Estou em Santa Maria. Vim ontem a tarde, levei quase sete horas de estrada (fiquei parada por três por problemas técnicos). Tive uma conversa ótima com estudantes de direito da UFSM e FADISMA. Agora pela manhã visitarei a Federal, depois vou visitar os locais que mandei emendas. A tarde vou para Santa Cruz. Boa sexta para tod@s!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Leite derramado


Para manter a alma terna, depois de tanta discussão, leitura, debate... apenas com um bom livro. Cada um tem o seu jeito. O meu é esse. Li "Leite derramado" de meu amor maior Chico Buarque. Confesso que resisti: não havia lido nenhuma outra obra de Chico por puro medo. Medo dele não ser tão perfeito na literatura quanto o é na música.

Leite derramado lembra a narrativa de "Memórias de minhas putas tristes", de Garcia Marquez. É muito bom. Leve. Mas leva a algumas reflexões. Para mim, que me dedico bastante ao debate geracional, foi fantástico. Retrata a velhice (um homem centenário) e a dimensão dessa vida na história do Brasil. Mas não é um romance histórico. Apenas mostra mudanças históricas como pano de fundo para a vida de um cidadão. Fica a dica. Muito bom.

No domingo, devorei um livro do Flavio Braga. Chama-se "O que falei a Zveiter sobre sexo", é um livro bom. Flavio, muito corajoso, relata as passagens de sessões de terapia de um compulsivo sexual. É muito bem escrito. Mas me ficou a impressão de que não eram necessárias mais de 300 páginas para a obra.

Mais uma etapa vencida

Vocês têm acompanhado a nossa luta pela liberação do uso da internet nas campanhas eleitorais por candidatos e cidadãos. Hoje vencemos uma etapa. Aprovamos as emendas de minha autoria que garantem algumas vitórias. Estou exausta. Mas feliz. São vinte dias olhando linha por linha, conversando, dialogando... dia bom.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Construção

Conseguimos construir muitos pontos de acordo no Projeto sobre internet. Depois contarei detalhes, mas o trabalho está intenso em torno disso.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Não aguentamos mais

O Ministério Público Federal deve se manifestar rapidamente sobre as denúncias de corrupção no governo gaúcho. Hoje, o Jornal Zero Hora traz cópias dos documentos entregues ao MPF. E esse importante órgão ainda não confirma nada. Já são cinco meses de suspense no Rio Grande. Nós temos o direito de saber tudo.

domingo, 5 de julho de 2009

Turma da Mônica

Acordei cedo na casa de uma das minhas irmãs. Começamos a rir, lembrando de tudo o que já fizemos nessa vida. Sobretudo, no maravilhoso tempo em que vivíamos no interior do estado. Impossível lembrar de nossa infância sem falar do Maurício de Sousa e seus personagens.
Nunca dei títulos na Câmara de Vereadores. Mas caí na tentação algumas vezes. Uma delas, foi o título de cidadão de Porto Alegre ao Maurício. Ele veio a Feira do Livro receber, conversou com centenas de crianças. Para mim, aquele é o espaço dele. Um homem que, a partir dos quadrinhos, mostrou o Brasil. Faz gerações, como a minha, ver meninas fortes, meninos que falam errado. Maurício é um brasileiro. Tenho orgulho disso.

A comédia do trabalho

Ontem me diverti muito. A peça da Cia do Latão é engraçadíssima. É muito politizada mas leve. Parabéns à Cia por seguir acreditando no teatro brasileiro. Parabéns por desenvolverem um trabalho sério. Mesmo que tão divertido.

sábado, 4 de julho de 2009

Seu Omar

Seu Omar se auto-define como sapateiro. Se fosse arrogante se diria empresário. Tem 65 anos de idade. Olhar triste, fala de cabeça baixa, voz mansa. Começaram os três irmãos. Hoje, gera mil empregos. Já gerou 2800. A crise que afeta o setor há alguns anos, afetou seu Omar. Toma cinco medicamentos, um para depressão. Certamente, alguns dos 1800 que perderam o emprego também. Essa é uma das histórias do Vale dos Sinos. Uma. De um Rio Grande que está se perdendo. Seu Omar é cara da política gaúcha atual. A tristeza que ele expressa nos olhos é a face da omissão de um estado que já foi enorme e que vem se apequenando. Nessa história, a única parte que não é real é o nome de Seu Omar.
Como disse, ontem passei o dia em Novo Hamburgo. Debati com crianças, lacrimegei frente as 500 crianças que estudam na Escola que ganhará a quadra coberta (com uma emenda do mandato), prestei contas do mandato nas paradas de ônibus (muitas reclamações com relação à saúde), fui a abertura do Congresso do Partido. E conversei com Seu Omar.
Hoje, fui a minha querida Zona Norte de Porto Alegre, local de tantas lutas, das ocupações e das festas juninas. Depois, andei na Feira do Livro de Canoas (parabéns, Prefeito Jairo Jorge!!), prestando contas do mandato.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Tudo voltando ao normal...

Vou a Novo Hamburgo. Dia inteiro de trabalho por lá, ouvindo a comunidade.
P.S. No futebol, estamos todos iguais no Rio Grande.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Agenda melhor!

Sábado vou ao teatro (sexta também tem!). E convido vocês para estarem lá no SESC centro (na Alberto Bins) junto comigo. A Companhia do Latão apresenta a peça "A Comédia do Trabalho". Quando a Tininha me ligou, segunda, avisando que estaria aqui fiquei feliz. Feliz porque ela é membro de uma família que eu amo inteira (Rê, Gustavo, Helena... os pais fofos...). Feliz porque ela tem uma filha linda (a Maria) e deixou de atuar por um período. Feliz porque vou vê-la no teatro mais uma vez.

Estão todos convidados!!!

Dica de leitura


Li três obras que ainda não comentei com vocês.

O conto "O estranho caso de Benjamin Button", de F. Scott Fitzgerald, em quadrinhos é muito interessante. Vi o filme e confesso que é mais elaborado.

Depois, fui desbravar um autor de terras distantes: Ismail Kadaré. O albanês é muito reconhecido por sua obra. Mas eu nunca o havia lido. "As frias flores de abril" é um livro fantástico. Me senti olhando uma tela de Dali. Surreal.

Hoje, voltando para Porto, devorei (nas longas duas horas e tanto de avião...) "Confissões de acompanhantes", de Newton Cannito. Newton é autor da série "Cidade dos Homens". Fiquei confusa com relação a esse livro. É um relato da vida de jovens mulheres acompanhantes de luxo. O problema é que mostra apenas o lado do riso, da festa, da grana, das roupas compradas com esse dinheiro.

Tenho tantas coisas para ler.... Não dou conta de ler o que quero!!!

É...

O ano está passando. Mais uma quinta, frio em Porto Alegre. Vim de Brasília para almoçar com o Ministro Orlando Silva (do Esporte), em uma apresentação que foi feita sobre as obras necessárias para a cidade e que ajudarão a Copa. Estive durante a tarde em Canoas, com o meu querido Prefeito Jairo Jorge e com o Orlando para o lançamento do Programa de Esporte e Lazer na cidade. Amanhã, passarei o dia em Novo Hamburgo.
P.S. Peço que me preservem o direito de não falar em futebol.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O Estadão e Arthur Virgílio

http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=58869

bom texto de Luis Nassif

A crise no senado, patrimonialismo e a mídia

Não sou Senadora. Nem sequer tenho idade para ser. Sou Deputada e, por essas bandas, já tenho bastante trabalho. Tem gente que pensa que a gente pode fazer tudo. Não, não podemos. Mas podemos fazer a nossa parte. Digo isso porque frente as crises (repetitivas, diga-se de passagem) me esforço muito para manter o centro e continuar lutando pelo que acredito: que este espaço pode servir para construirmos algumas mudanças para melhorar a vida da população. Ontem, por exemplo, seria errado, em minha opinião, que eu parasse de lutar pela redução de jornada de trabalho ou pela nova lei de internet.
Não sou Senadora, logo, tenho praticamente as mesmas informações de todos vocês. No mundo em que eu vivo segredos existem apenas na vida privada. No Poder Público, atos jurídicos devem ser públicos, sempre. Se não são, ou seja, se são "atos secretos", não podem valer. Toda crise traz elementos bons em si. Mais uma vez vemos a indignação com que a sociedade brasileira reage às permanentes denúncias de uso do público para satisfazer o privado: o velho patrimonialismo não é aceito pela nova sociedade brasileira, pela jovem vida democrática de nosso povo. Então há um elemento positivo e promissor na crise em que o Senado vive.
Há outros aspectos ruins. O pior deles é a generalização e a descrença na política. Será que é tão duro perceber que é a descrença que mantém o patrimonialismo vivo? A negação da política mantém os espaços ocupados por aqueles que erram. Além disso, a negação da política não pode ser feita por quem precisa que a política ajude a mudar o Brasil! Quem precisa da boa política? Aqueles que usam o sistema público de educação, de saúde, de transporte, de segurança... Esses são os que mais precisam participar e se envolver e ajudar a construir alternativas. Não apenas votando, também votando.
As crises e os erros dos outros não podem tirar o nosso povo da luta...
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Ontem a crise do Senado foi capa dos jornais, como era de se esperar. É evidente que é acertado publicar o pedido de afastamento, feito por vários senadores, do Sarney. Até aí tudo bem. Entretanto, ao olhar os jornais de São Paulo tomei um choque. A foto era do Senador Arthur Virgílio aos gritos na tribuna. Vermelho de indignação. Tudo certo. Tudo certo??? Hein?!? O senador Virgílio assumiu, na véspera, que recebeu dez mil reais emprestados do Sr. Agaciel Maia, pivô de todo esse escândalo!!! E isso estava enfiado, socado, no meio do texto como fato menor. Ora gente, se a luta não é política por parte da mídia, ou seja, se não é contra os aliados do presidente Lula ou visando as eleições de 2010, não pode ter lado no combate ao patrimonialismo. O erro foi brutal. Esconderam um fato que, a mim, parece relevante. O Agaciel era tão íntimo dos senadores a ponto de emprestar dinheiro? (que é algo eminentemente pessoal! nem questiono o valor emprestado que é muito alto). Os mesmos que condenam os tais atos secretos recebiam empréstimos dele???
A grande mídia pisou na bola outra vez. Tentou usar a legítima indignação do povo brasileiro contra o patrimonialismo para fazer política. A política lá de 2010. E nós nem terminamos 2009. E nós nem terminamos de enfrentar a crise econômica. E nós ainda nem estamos em eleições....

Futebol


Não nego que estou nervosa demais com a final da Copa do Brasil hoje pela noite. Sei que vou roer unhas, comer muito, caminhar de um lado para outro. Mas Brasília, na verdade, ajuda a aliviar a tensão do futebol. Se os problemas e desafios fossem menores, talvez eu ficasse louca por causa do Inter.