quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A manhã foi de debates em grupo. São espaços importantes mas mais difusos.

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Participam 26 países e mais de cem organizações.
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Os debates - pela proximidade geográfica- são bastante centrados na questão da cultura tradicional X DH. Em como as constituições e leis podem garantir determinados direitos e a cultura tradicional negar. E em quais limites as leis podem oprimir valores tradicionais.

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Ao contrário do que gostam de dizer alguns jornalistas, o debate aqui é muito vivo. Agora mesmo um dos chineses fez uma forte fala sobre valores tradicionais e DH, questionando a outro.
Perguntava: o que são valores tradicionais e quem pactua que esses são também de todos os indivíduos. (é sempre trabalhado o tema da idéia de direito coletivo x direito individual. Os orientais, segundo vários participantes, tem a idéia de indivíduo muito menos sólida que os ocidentais).
Dizia o chinês: o direito de discordar, de não pertencer a cultura tradicional deve ser preservado.

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Cultura dominante x outras culturas
E a opressão. Vivemos isso com as culturas indígenas, por exemplo, no Brasil.
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Hanif, coordenador geral da Undesa da ONU, trabalha com a idéia de que essa contradição entre individualismo e busca do bem comum (ou sociedade) foi construída artificialmente durante os anos 80. A cultura se manifesta e é construída a partir dos indivíduos. Ou seja, não existe uma cultura geral sem esse papel individual.
Diz ele: orientais e ocidentais buscam, de forma diferentes, a dignidade humana. Nenhum povo se orienta para seu mal.

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Esse é de fato um debate central dos DH. O tema da liberdade e direitos das mulheres esbarrou, em todo mundo, em chamados valores tradicionais. Mas nós, aos poucos, fomos mudando a cultura e as leis, simultaneamente. Basta ver que no Brasil temos a Lei Maria da Penha e ainda temos muitas mulheres agredidas.

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Ou seja, a cultura não pode ser o argumento (como foi historicamente) para racismo, opressão de mulheres, gays, opressão religiosa. Nenhuma cultura ou valor pode de impor sobre outro.
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O que eu disse? Que não acho que o mundo seja dividido apenas entre Ocidente e Oriente. Mas que a América Latina e África são diferentes da Europa. E que talvez nos tenhamos muito para falar tambem. E que esse conceito me parece velho, antigo, superado. De um outro tempo, antes da crise mundial, do Bric, das mudanças pelas quais estamos passando.

Nao há Cristo que me convença que a América Latina é como a Europa ou os EUA na forma como tratamos indivíduo e sociedade. Somos um mix. Evidente que somos ocidentais. Estou na China! São óbvias as nossa diferenças.
Mas o mundo não é mais apenas ocidente e Oriente.

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Fiz amizade com uma juíza da corte européia de DH e pude conversar bastante (nos intervalos) sobre o papel da Corte nas mediações de conflitos com imigrantes. O grande problema da Europa há anos, ampliado pela crise. Isso é novo para nosso país (basta ver os bolivianos e haitianos)

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Maior preocupação é com a falta de jovens nesses espaços! Como a renovação é baixa na política do mundo inteiro.

1 comentários:

Hugo Moreira disse...

Deputada, o que você escreveu aqui no blog foi expresso durante esse congresso na China?
Algum representante chinês citou, além dos trabalhos para alavancar a renda da população, direitos para as minorias étnicas e sexuais?
Fico curioso pra saber o que Weng quis dizer com o plano de DH que supostamente a China estaria produzindo para o quinquenio 2012-2015...
Eles pelo menos citaram algum plano a respeito das minorias do extremo oeste e sudoeste e os gays?
Um abraço =)