domingo, 28 de fevereiro de 2010

Final de semana

Para além das coisas que já postei por aqui, passei o sábado e domingo em reunião da Direção Estadual do PCdoB. Debatemos eleições em todos os níveis, nossas campanhas para Deputados federais e estaduais e ainda outras questões de um ano como este: com grandes definições políticas para nosso país e para o Rio Grande.
Às vezes vejo que para alguns parece esquisito passarmos dois dias debatendo política, projeto, idéias e lutas. Afinal, para muitos política é apenas um lugar para "sair ganhando algumas coisas". Outros acham esquisito justamente o fato de eu não falar apenas em política. Coisas da vida.
Aos primeiros, acho que neste final de semana aqui no Sul tivemos algumas provas de quanto temos para mudar. Não que precisemos de mais provas: a desigualdade social, a violência, a injustiça já seriam o bastante. Mas a cada dia, a cada fato é preciso renovar esta convicção de que é necessário fazer política de forma diferente, para vermos políticas sendo implementadas, construir políticas e denunciar aquilo que está errado. Lutar. Porque só a luta muda a vida.
Outros questionam o fato de eu não querer falar apenas disso. Isso é irônico. Primeiro porque eu passo quase todos os dias em atividades, agendas, na Câmara cumprindo com a minha obrigação de representar a população. Mas não faço apenas por obrigação senão pela convicção acima descrita. E acho irônico porque faço um esforço muito grande para não me mecanizar. Para não virar um robô porque acredito que os robôs não tem como ter energia e força para lutar contra tantas coisas e a favor de tantas outras. Acho que os robôs pensam: matar um é normal, tiroteio é normal. A robotização, em minha modesta opinião, faz com que a gente pense ser normal aquilo tudo que está errado no nosso país, nas nossas ruas. E a desigualdade não é normal. Nem a violência.
É o que eu penso. Não dá para tudo na vida ser isto ou aquilo. Sou alguém que luta para mudar o Brasil por ter muita convicção de que é justo que todos tenhamos dignidade, emprego, educação, saúde e paz. Mas sou também alguém que, como todos vocês, luta muito para ser feliz.
beijos, boa noite e ótima semana!

Entre tantas coisas

fico feliz de poder ler sonetos do Benedetti ouvindo Oswaldo Montenegro em minha casa antes de dormir (para um domingo de trabalho). Graças a deus a vida me ensinou a valorizar essas pequenas felicidades.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Estado de choque

Não, eu não era amiga dele. O conhecia há muitos anos por ser pai de uma colega de escola. Depois, convivemos politicamente. Sempre recordo de uma vez que entrei na Prefeitura (ele exercendo o cargo de prefeito), junto com dez médicos graduados em Cuba, e ele exclamou com a voz alta que era sua marca: estou te recebendo porque recebo aqui até quem não quero. Assim era Eliseu Santos e minha relação com ele. Assim era o homem que foi brutalmente assassinado na frente da Igreja com muitos tiros, na frente da mulher e da filha pequena.
Desde que recebi a notícia entrei em estado de choque. Para além de ser sempre horrível e triste ver alguém que conhecemos morrer, a situação de sua morte me causou uma profunda angústia. Não aprendi a lidar com a violência. Na verdade, nem sei se quero aprender. A possibilidade dele ter sido executado em razão das denúncias na área da saúde em Porto Alegre me enoja. A mera naturalização da possibilidade me traz questões muito fortes, um aperto no estômago ao pensar que mundo é esse que foi construído na política, que alguns construiram. Que mundo é esse em que aquilo que deveria ser feito por todos para melhorar o mundo gera morte e não vida? A política não é isso, não pode ser isso, não deve ser isso.
Sei que pode ter sido um assalto. Mas isso também dá nojo. O carro vale uma vida?
Que todos fiquem em paz. Eu fico com esse nó na garganta. A sensação de que tudo está de cabeça para baixo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Correndo... e feliz

Estou feliz por estar com o trabalho normalizado. Toda equipe de volta, as reuniões acontecendo, as prestações de contas entrando na gráfica. Tudo andando pra frente. Bom. Bem bom.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Mais música sobre Brasília



enquanto não abre o painel para votarmos lembrei dessa música e achei essa versão muito legal.

Na Câmara...

discutimos o fundo soberano social do Brasil (projeto do pré-sal). Já passam das oito. Requerimentos, requerimentos, obstrução sem fim dos Democratas. Paulo Otávio renunciou ao cargo de governador interino do DF. Arruda está preso (se for solto, pode assumir o governo novamente). São três governadores em três semanas. Recebi algumas mensagens que registram que nesse ano Brasília completa 50 anos. Muitos dizem que a comemoração do cinquentenário da capital que, em certo sentido, unificou o Brasil (pela sua localização geográfica) ficará abalada por tantos escândalos. Eu penso que talvez os últimos acontecimentos façam o povo acreditar novamente nessa cidade de tantos sonhos de JK e tantas gerações.

Para poetar Brasília...

Aqui em Brasília, apenas rapidamente passo pelo blog para deixar de presente para vocês esse poema lindo da Elisa Lucinda. Grande atriz, grante poetisa, linda figura humana. Recentemente, gravei um programa de TV que também contou com a participação dela. Ela passou o trajeto dos estúdios da emissora ao aeroporto tentando me ensinar a fumar o ar do cigarro imaginário. E jura que foi assim que parou de fumar: usando a imaginação.

A fúria da beleza

Estupidamente bela
a beleza dessa “maria-sem-vergonha”
soca meu peito esta manhã!
Estupendamente funda,
a beleza, quando é linda demais,
dá uma imagem feita só de sensações,
de modo que, apesar de não se ter a consciência desse todo, naquele instante não nos falta nada.
É um pá, um tapa, um golpe,
um bote que nos paralisa, organiza,
dispersa, conecta e completa!
Estonteantemente linda
a beleza doeu profundo no peito essa manhã.
Doeu tanto que eu dei de chorar.
Por causa de uma flor comum e misteriosa do caminho.
Uma delicada flor ordinária,
brotada da trivialidade do mato,
nascida do varejo da natureza,
me deu espanto!
Me tirou a roupa, o rumo, o prumo
e me pôs a mesa...
é a porrada da beleza!
Eu dei de chorar de uma alegria funda,
quase tristeza.
Acontece às vezes e não avisa.
A coisa estarrece e abre-se um portal.
É uma dobradura do real, uma dimensão dele, uma mágica à queima-roupa
sem truque nenhum. E é real.
Doeu a flor em mim tanto e com tanta força que eu dei de soluçar!
O esplendor do que vi era pancada, era baque e era bonito demais!
Penso, às vezes, que vivo pra esse momento
indefinível, sagrado, material, cósmico,
quase molecular.
Posto que é mistério,
descrevê-lo exato perambula ermo dentro da palavra impronunciável.
Sei que é desta flechada de luz
que nasce o acontecimento poético.
Poesia é quando a iluminação zureta,
bela e furiosa desse espanto
se transforma em palavra!
A florzinha distraída,
existindo singela na rua paralelepípeda esta manhã,
doeu profundo como se passasse do ponto.
Como aquele ponto do gozo,
como aquele ápice do prazer,
que a gente pensa que vai até morrer!
Como aquele máximo indivisível,
que de tão bom é bom de doer,
aquele momento em que a gente pede pára
querendo e não podendo mais querer,
porque mais do que aquilo
não se agüenta mais...
sabe como é ?
Violenta, às vezes, de tão bela, a beleza é!

Elisa Lucinda

domingo, 21 de fevereiro de 2010

tudo novo

Ah! A sensação de fazer faxina...
O cheiro de pinho, de sabão, de limpeza.
O cansaço, a vontade de parar pela metade.
Depois, fica tudo novo. Mais uma vez.
Como se fosse possível dar uma nova vida para aquilo que estava ali, parado, há tanto tempo.
Faxinas...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Olhem que pérola



Agora vou para o Carnaval! Beijos, boa noite de sábado e ótimo domingo!

Ah número 2!

Gente... Esqueci de dizer que o Gustavo, meu jornalista querido que foi estupidamente atropelado (e que eu pedi energias positivas para vocês) fez a cirurgia no ombro que faltava e, ao menos no telefone, está ótimo. Me mandou uma mensagem logo após sair do procedimento que dizia: já tenho um novo ombro amigo para te emprestar. Ou seja, o humor está ótimo!!!

Ah!

Ia esquecendo de contar... A barriga da minha irmã linda e grávida está enorme. Mas eu fico com vontade de chorar toda vez que ela me diz que a bebê (ainda sem nome) chuta ou dança... Isso que são seis meses... Imaginem quando nascer! Já estou nervosa de véspera porque sei que será perto das eleições... Brinco com ela que vou gravar um programa de TV dizendo: gente, não estou na rua conversando com vocês porque sou tia de primeira viagem e tenho que trocar fraldas. Mas que vou trocar muitas, ah! isso vou!

Cinema

Sei que ando devendo dicas de leitura. Mas andei bastante no cinema por esses finais de semana quentes de fevereiro.
Acabo de voltar do filme "Preciosa". É lindo. É forte. É uma homenagem a vida.
Conta a estória de uma jovem negra, gorda, pobre, violentada pelo pai que redescobre a vontade de viver e a sensação de não ser um nada.
São muitas as passagens marcantes. Para mim, entretanto, o mais belo diálogo (dela com os colegas de aula) é quando afirma que jamais havia falado na escola (mesmo com seus dezesseis anos de idade). A professora pergunta como Ela se sente após ter conseguido se expressar e ela apenas afirma se sentir ali, naquele lugar. É possível viver uma vida inteira num espaço sem fazer parte dele, sem estar inteiro ali. Mas também é possível mudar.
Assistam!
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Há alguns dias assisti "Invictus" e saí emocionada e impactada da sala de cinema.
Morgan Freeman é o próprio Mandela, de arrepiar a interpretação. É uma lição de amor por um país e um povo, uma lição de como são duros os passos para a construção da unidade de uma nação, uma demonstração de como o esporte pode ser importante para isso e é, sobretudo, uma prova de que é possível construir tudo com coragem, amor e luta.
Mandela é um dos maiores homens da história atual e, com um enredo simples o filme consegue, em cada diálogo, ser lindo, profundo.
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Também assisti "Amor sem escalas". Muitos amaram. Apesar do lindo do George Clooney achei o filme bem médio.
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Hoje é dia de desfilar na minha Escola Campeã do Carnaval... Vou ao Porto Seco cantar minha homenagem a Beth Carvalho mas, sobretudo, ao povo da nossa Zona Norte.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Uma imagem


Como não comentei o jogo de ontem e um amigo fotógrago me mandou essa foto, resolvi postar.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Caxias

Passei o dia em Caxias e volto feliz. Feliz porque abracei amigos queridos que foram agredidos barbaramente semana passada e que seguem na luta. Feliz porque vi que a violência não calou as centenas de trabalhadores da Randon que participaram da Assembléia na frente da empresa (respeitando os cem metros impostos pela justiça). Feliz porque quando vou para Caxias recarrego as baterias para as pautas mais duras em Brasília.
Também participei da abertura da Festa da Uva. Estava bonito como sempre.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Carnaval campeão

Em Porto Alegre não se respira carnaval. Muitos nem sequer sabem onde fica o nosso "sambódromo"e se impressionam quando assistem aos desfiles. Escolhi minha escola há uma década, mais ou menos. Pela relação que meu partido tem, há muitas décadas, com as comunidades da Zona Norte de Porto Alegre, pelo convívio com dezenas de apaixonados. Como sempre me apaixono, me tornei uma das apaixonadas pela Imperatriz Dona Leopoldina.
Ontem ganhamos o carnaval. O desfile foi lindo, mas a emoção de meus amigos da escola foi ainda mais. Abraçar o nosso Presidente Maurício me fez ver que um grito engasgado há anos (29 anos) é mais forte, é mais bonito, é mais humano. Parabéns a nossa Imperatriz Dona Leopoldina, a força que nos ilumina.
P.S. A minha homenagem aos que fazem o carnaval e amam a Zona Norte. Uma mulher pode representar isso tudo: a querida Carmen Lopes. Mulher guerreira e do amor.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Nojo

Acho a pior coisa que podemos sentir. Sou tomada por esse sentimento (é um sentimento???) poucas vezes. Fico nauseada quando minha indignação é tão grande que vira raiva, incapacidade, nojo... Eu já estava indignada quando soube que meus companheiros e companheiras do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias haviam sido presos durante manifestação pacífica na frente da Empresa Randon. Fui militante do movimento social e a situação de permanente criminalização dos mesmos aqui no RS, no governo Yeda, é revoltante. Entretanto, após falar com o meu camarada Assis Melo, presidente do Sindicato e vereador do PCdoB, fiquei nauseada. Os relatos do que foram submetidos, os nomes de amigos, como o Sálvio e o Seu Alcebiades, a forma como a Brigada Militar agiu, defendendo os interesses da empresa e não de manter a ordem para a população me indignaram ainda mais, me deram nojo. Soma-se a minha indignação o fato de ter ouvido a voz de um querido amigo no telefone e ver que um pai de família, de origem pobre, índio, eleito o parlamentar com maior número de votos da história da Serra gaúcha justamente por ser incansável na defesa dos trabalhadores e perceber o que ele passou. Eu tenho nojo de injustiça. Eu tenho nojo da violência. Eu tenho nojo, aquilo que de pior eu posso sentir, pelo que aconteceu em Caxias do Sul hoje.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Uau!

Conheço essa moça desde que ela começou a militar ou que nos encontramos na militância. Ela no partido dela, eu no meu. Ela na cidade dela, eu na minha. mas nos tornamos amigas. Amigas dessas de verdade... dessas que a gente chora, a gente ri, conta história... Ela, inclusive, morou comigo uns meses quando decidiu sair de Sampa e levar a vida mais feliz de Porto Alegre. Belo texto amiga. Saudade.


Quando negar o preconceito vira o ato mais preconceituoso
(www.terribili.blogspot.com)

Milito há modestos 12 anos. E desde o começo, continua me intrigando a necessidade que algumas pessoas têm – militantes, às vezes – de negar a existência de preconceito e discriminação. Intriga-me e incomoda um bocado.

Normalmente, são homens, brancos, heterossexuais, de classe média. Do alto de seu pertencimento ao padrão “acima de qualquer suspeita”, vêm esses arvorar-se o direito de, da arquibancada, analisar e julgar o que pode e o que não pode ser considerado um ato de preconceito, ou uma expressão da dominação que se estabelece sim entre homens e mulheres, entre negros(as) e brancos(as). Simplesmente abominável.

Abominável porque também isso é preconceito. “Ah, não exagera, vai”; ou “Você está nervosa, por isso está amplificando as coisas”; no mínimo – isso pra não chegar num “Não seja histérica, xiita, ou coisa que o valha” – é corroborar e legitimar a opressão. Porque quem não sofre o preconceito na pele não deve desqualificá-lo classificando-o como “exagero” ou “histeria”. Isso é julgar que a pessoa que sofreu o preconceito é “fraca” e se fosse “forte” encararia a situação com tranquilidade. Ou seja: além de ser uma pessoa de segunda categoria – porque é isso que o preconceito afirma –, ainda é desequilibrada(o).

Discriminação, preconceito, opressão, discriminação não devem ser tratados com tranquilidade ou naturalidade. Muito menos com imparcialidade! Desequilíbrio não é reconhecer e se queixar. Desequilíbrio é não se indignar com o mundo desequilibrado – uns valem mais que outros.

Ou então, quem nega tão veemente as expressões do machismo ou do racismo que há por aí, pode ser porque se enxerga na reprodução desses valores de desigualdade... sim, porque não pensem que os homens, os brancos não se beneficiam da opressão das mulheres e dos negros. Beneficiam-se sim, e, muitas vezes, é difícil abrir mão da posição de “alto da pirâmide”...

Por isso, espero que as mulheres, os negros e as negras, os(as) homossexuais, e todos os que são historicamente excluídos, marginalizados, não se envergonhem de apontar o preconceito e queixar-se sim. Não para as paredes: Pro autor. Pra Justiça. Pro mundo ouvir.

Por que este ataque histérico?

Duas situações motivaram-me esta breve reflexão. Pedro Bial – sempre ele –, ao dirigir-se ao único negro selecionado para o lastimável BBB indagou: “Racismo é acusação grave, você acha mesmo que sofreu preconceito?”. As palavras não foram exatamente essas. Mas após uma série de “indicações”, por parte do participante eliminado, de que era, ali dentro, tratado com desigualdade, o tom do apresentador foi de “está exagerando, está se autovitimizando”, e, no limite, um julgamento de que aquela seria uma forma de autopromoção. Um nojo.

Outra. No blog da deputada federal Manuela D’Ávila, quando ela fala do machismo embutido na “análise” de FHC acerca da candidatura de Dilma Rousseff, comentários de leitores marcam a posição de que “não, não é preconceito, veja bem, é política”.

A política mal-feita apropria-se sim do machismo para desqualificar uma candidata mulher. É sutil, às vezes, mas espera-se que quem tem antena ligada perceba com mais facilidade e menos máscara. Não precisa ser tão atento assim pra perceber que o tratamento dispensado a Dilma é diferente do dispensado a Serra. Não por política. Não só por manutenção ou não do projeto representado por Lula. Mas porque, às mulheres, é dispensada uma forma particular de desqualificação. E isso é SIM machismo. Ofendam-se ou não.

Já viram “O Diabo Veste Prada”? A garota diz: “Dizem que ela é um monstro; mas se fosse um homem, diriam que ele só está cumprindo seu papel”.

Daí vem o discurso... “estão se autovitimizando”... “estão, de maneira oportunista, aproveitando-se da situação”. Como se as pessoas gostassem de se “autovitimizar”! Como se fosse agradável, confortável, ser vítima! Como se o natural fosse exatamente aceitar o papel de vítima que séculos de exploração sustentam! Dirão: sim, afinal, as vítimas conquistam a misericórdia das pessoas...

Nós não queremos misericórdia. Queremos igualdade. Nem mais, nem menos.

Panetonegate

Com Arruda preso (ao menos pelas próximas horas) muitos temos a sensação de que o deboche tem limite, de que tudo tem limite, de que é possível um pouco de justiça num sistema político tão marcado por contradições e limites.

"pra poesia que a gente não vive"

Mais dele

Pedro Guerra

Vou falar a verdade...

Estou trabalhando, fechando coisas do mandato mas já estou com o pé na avenida. Há muitos anos desfilo na Imperatriz Dona Leopoldina, minha escola do coração da Zona Norte de Porto Alegre. Aprendi a respeitar o samba, o carnaval e amo. Então... Até sábado pela noite, minhas mãos digitam, meu cérebro organiza, mas meu coração já está no Porto Seco.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Machismo?

Convivo com inúmeras manifestações de machismo no cotidiano. Bem sei que não apenas eu, todas as mulheres do nosso país. Talvez até aquele que nós, mulheres públicas, sofremos seja mais escondido, camuflado. Mas nos momentos de tensão ele aparece. Sobretudo nos momentos de decisões importantes. Na campanha para a prefeitura de Porto Alegre todas vimos isso de perto.
Digo isso porque fui provocada por um amigo para pensar no teor da frase de Fernando Henrique Cardoso (aquele que escreveu e mandou esquecer, aquele que fez e os outros tucanos tentam apagar), quando ele diz que Lula é um líder, Serra é um líder, ele é um líder e Dilma não o é. FH foi presidente, Lula é. Serra foi ministro de FHC. Dilma é ministra de Lula. O que os diferencia além da política? Um defende o estado mínimo, a outra defende o Estado com papel no desenvolvimento. Ora, pergunto de novo, para além da política, das ideais, da trajetória, o que os diferencia?
Para FHC parece ser o fato de Dilma ser mulher.
Para mim são os projetos absolutamente distintos para o nosso Brasil.

Clarice Lispector

Ando, mesmo aqui em Brasília, apaixonada por ela.
"pelo tempo que eu quisesse' é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer (...)
Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim"
(conto Felicidade Clandestina, livro de mesmo nome)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Energia

Sempre que preciso recorro a vocês para me ajudarem em grandes batalhas pela saúde dos que amo. Minha equipe de trabalho é das coisas mais importantes para meu trabalho e meu cotidiano. Principalmente porque somos muito amigos. O Gustavo (meu jornalista querido) foi atropelado. Está melhor, mas hospitalizado e passará por diversas cirurgias. O ajudem com a energia positiva. Ela move montanhas.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Cecília Meireles

"Tenho fases, como a Lua; fases de ser sozinha, fases de ser só sua."

"Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira."

se...

Se a vida vier de novo, como diria um grande filósofo a quem me referi no primeiro post deste blog, eu quero ajustar algumas coisinhas.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Lula

Lula veio ao Estado e passei quase o dia em agendas com ele. O que posso dizer? As agendas foram ótimas. Mas estivemos num forno o tempo inteiro. O calor por aqui faz a água sair quente das torneiras.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Beatriz

Olha,
Será que ela é moça?
Será que ela é triste?
Será que é o contrário?
Será que é pintura o rosto da atriz?
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha,
Será que é de louça?
Será que é de éter?
Será que é loucura?
Será que é cenário a casa da atriz?
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva para sempre Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ah, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha,
Será que é uma estrela?
Será que é mentira?
Será que é comédia?
Será que é divina a vida da atriz?
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida. . .
(Chico Buarque e Edu Lobo)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Em Brasília

Estou em Brasília. Voltando para a vida 100% real. A realidade é sempre desafiadora. Ainda bem.