sexta-feira, 1 de abril de 2011

Água mole em pedra...

Conheci um homem apaixonado pelo conhecimento que produzia na universidade. Apaixonado pela idéia de que aquele conhecimento seria de todos, seria público. Apaixonado pelo Brasil que o havia permitido estudar na rede pública de ensino e que enriqueceria com suas descobertas de pesquisador. Um homem capaz de mudar tudo, tudo adequar para estar ali, sentado, orientando novos alunos e, portanto, novos professores. Alguém que cozinhava guizado com milho para servir aos que lotavam o apartamento tirando dúvidas nos finais de semana. Um homem que fez inimigos por não topar vender o conhecimento nem quando o salário pago, nos governos FHC, mal dava para tirar férias com os filhos. Era, digamos assim, a velhinha de Taubaté da educação em minha vida.
Deste homem ouvi uma frase que me deixou reflexiva. Disse ter muita vontade de se aposentar, disse que está cansado, que as mudanças na universidade são lentas demais. Fiquei apreensiva. Será que de tanto bater na pedra, a água também desiste e pode ficar dura? Ou quantos mares precisam bater em pedras para que elas mudem de lugar?
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Assim espero. Mesmo que a minha velhinha de Taubaté tenha, provisoriamente, desistido, espero que os netos dela sigam vivos e fortes mudando a cara da universidade pública e a fazendo a cara de nosso povo, com todas as cores, com toda a diversidade
E contribuindo para o Brasil se desenvolver.

2 comentários:

Nairo Bentes; disse...

Se puder ler....

http://nairobentes.blogspot.com/2011/04/prosa-poesia-luta-revolucao.html

Obrigado.

Um abraço!

Nairo Bentes; disse...

O endereço correto, é só copiar e colar, faço uma referência sua. http://nairobentes.blogspot.com/2011/04/prosa-poesia-luta-revolucao_12.html