Nesta semana (conforme já comentei no twitter) a Argentina aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Já aqui no nosso Brasil, não conseguimos nem avançar na proposta (de minha autoria e de outros colegas) de união civil.
Quando o debate surge na Congresso argumentos contrários sempre surgem. Todos absurdos. Para mim os preconceitos fogem da racionalidade. Não entendo como alguém racional pode achar alguém "pior" pela cor da pele, pelo sexo ou por sua orientação sexual. Não consigo entender como alguém pode estufar o peito e abrir a boca para dizer que o Estado pode definir com quem X, Y ou Z casará. Não entendo como alguém pode achar melhor uma criança viver sem amor do que ser criada por um casal homossexual.
Não entendo mas conheço de perto o preconceito. E devo registrar que, na maioria das vezes, os setores mais conservadores, que pregam que o Estado não deve existir para quase nada (na garantia de serviços públicos, por exemplo) são exatamente os mesmos setores que dizem que o Estado deve proibir duas pessoas do mesmo sexo de casarem. Não é esquisito? Estado mínimo na economia, no desenvolovimento, na garantia dos direitos sociais. Estado máximo para oprimir mulheres (de decidirem sobre seus corpor), negros (quando a polícia os persegue) e homossexuais (quando os proíbe de definirem seus companheiros e deixarem suas heranças, por exemplo, para eles).
A Argentina mostrou que sabe como lutar para enfrentar o preconceito. E depois ainda tem gente que se orgulha de falar mal dos hermanos.
3 comentários:
Parabéns, Deputada Manuela. Seu blog é bastante interessante e seu posicionamento em diversos assuntos, como pude notar, são ainda mais interessantes. Sou do outro Rio Grande, o do Norte, o outro extremo do País se tomarmos por referência o seu estado. É uma pena que por aqui não tenhamos políticos tão competentes quanto a senhora. Saudações.
Manu, tenho vontade de ver no Congresso uma PEC pelo casamento. I.e. total equiparação. Existe algum projeto correndo? Podemos pensar em propô-lo? Sou gay, bel. em direito e me disponho a colaborar contigo e tua assessoria nesse sentido.
Em certa ocasião tive uma percepção de que certos preconceitos são, na verdade, doença. E, em sendo doença, podem [e devem] ser tratados.
No caso específico da homofobia [manifesta, já que em muitos casos, trata-se de uma reação a uma inclinação, não assumida, pelo sexo igual], aqui tratado, atenta-me o fato do porquê as pessoas têm tanta necessidade de controlar a vida alheia! Se eles não são homos, por que, afinal, querem impedir os homos de serem como são, tolhendo-lhes direitos?
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