sexta-feira, 18 de maio de 2012

A Comissão da Verdade


Essa semana vivi um momento histórico e que me emocionou muito: a instalação da Comissão da Verdade. Primeiro, pela a emoção da presidenta Dilma, que enfrentou a ditadura, sofreu a violência da época e jamais desistiu da luta pela democracia. Ela emocionou todos nós com seu discurso: mesclou o resgate histórico muito rico com a emoção de quem sobreviveu e hoje ocupa o posto mais importante do país.

Segundo, porque Dilma reconheceu o papel de cada ex-presidente da nossa recente democracia no caminho daquele dia. Ao lado de todos os ex-presidentes vivos, ela destacou os passos de cada um no rumo da consolidação da Comissão. O nosso encontro com a verdade é fruto do trabalho de cada um deles e Dilma demonstrou sua generosidade ao reconhecer isso publicamente.

Terceiro, porque fiquei orgulhosa por fazer parte da Legislatura que ajudou a tornar a Comissão uma realidade e por ter a certeza de estamos caminhando sob a luz da verdade e da transparência.

Alguns perguntam se a Comissão terá resultados ou, ainda, se é revanchismo. Eu acredito que ao permitir o encontro do brasileiro com sua história, estaremos livres de repetir os erros do passado. Acredito, também, que negar ao povo brasileiro o direito de conhecer sua história é compactuar com a injustiça. Mais, os principais objetivos da Comissão são esclarecer casos de graves violações de direitos humanos, em especial os episódios de torturas, mortes, desaparecimentos e a autoria desses crimes, em especial nos anos de chumbo.

A Comissão é, também, o primeiro passo para que seja feita justiça a Vladimir Herzog, Frederico Eduardo Mayr, Rubens Paiva, Osvaldo Costa, aos guerrilheiros do Araguaia e aos milhares de brasileiros anônimos que foram torturados e deram suas vidas lutando pela democracia.

Como disse a presidenta, lembrando Ulisses Guimarães, “a verdade não desaparece quando é eliminada a opinião dos que divergem. A verdade não mereceria este nome se morresse quando censurada”. Que saibamos valorizar esse dia, pois verdade e transparência são parte significativa da consolidação do Estado Democrático.

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Fiquei muito feliz, também, por ter reencontrado o presidente Lula, por poder abraçá-lo e ver que está mais forte. Lula nos mostrou que era possível mudar e deu aos brasileiros a autoestima que precisávamos para mudar o curso da nossa história.

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