"hoje preferia não me ter encontrado", da escritora (vencedora do prêmio Nobel de literatura em 2009) Herta Müller não é um livro extraordinário. Mas tem passagens insuperáveis.
O escolhi pelo nome. Vivo dias em
que prefiro não me encontrar. Não tenho gostado de me olhar por dentro. O que é algo comum em todos nós. Amo curtas frases capazes de apunhalar meu coração. Quando vi esse livro, na volta da Tailândia, numa livraria em Portugal, meu coração foi apunhalado pela força de seu título. Hoje preferia não ter me encontrado, não ter me percebido, não ter me sentido. "Hojes ".
Se a história não me pareceu insuperável, algumas frases das reflexões da personagem o são. Em um dado momento, ao vagar pelas ruas, ela olha para o sol e para o céu e nos atira a seguinte reflexão: como pode existir algo tão maravilhoso quanto olhar para cima e ver essa perfeição e ainda não existir nenhuma lei que proíba?
Obrigada Herta. Todos os dias em que as coisas estiverem difíceis, dias em que as proibições soarem mais fortes do que as liberdades, todos os dias ao olhar para o céu me lembrarei que esse sentimento ninguém pode me proibir de sentir.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
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1 comentários:
Se tem uma coisa que gosto em Brasília é isso, esse céu imenso de se olhar. Espero que nunca proibam.rs
Me interessei pelo livro, vou procurá-lo.
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