sexta-feira, 1 de junho de 2012

Veja ou Lula?

Chegando da viagem de trabalho, malas perdidas mais uma vez, sento no café e peço aquilo que São Paulo tem de melhor: pão na chapa e café com leite. A televisão ligada exibe imagens da CPI. "Palhaços", exclama o homem ao meu lado. Dizia palhaço a todos. Ao senador Demóstenes, quieto na CPMI; ao deputado Sílvio Costa, que o mandou para o inferno; ao senador Pedro Taques, que defendeu a Constituição. Palhaços?

Penso em tudo o que não escrevi aqui nos últimos dias. Prefiro a prudência quando avisto grandes crises. Prefiro o tempo, que vai esclarecendo com novos fatos. Não sendo membro da CPMI, mantenho conversas regulares com nossos representantes. E concordo com eles: quem investiga tudo, não investiga nada. Temos que ter centro. Nosso centro, do PCdoB, é a empreiteira que presta serviços para cima e para baixo, a Delta. A fumaça não ajuda em nada. Gritos, tampouco. Gente aparecida? Menos ainda. Estamos na nossa, estudando os documentos da PF. Ali reside a maior parte das informações. Por isso, sempre acho CPI algo com baixa eficácia. Muito show, pouco resultado.

Vem à mente o outro episódio polêmico da semana: a fala do ministro Gilmar envolvendo o presidente Lula numa suposta pressão pelo adiamento do julgamento do mensalão. Disso tudo (inclusive da notícia da Folha de São Paulo que nos conta que Serra pressionou Jobim para atender à revista Veja), sei de algumas coisas: sei que Lula não seria ingênuo de pedir ajuda alguém que não é e nunca foi seu aliado; sei que Lula imagina que nada adiantaria pressionar, pois não nomeou ministros influenciados por ele, ao contrário. Sei, também, que há muito corriam boatos em Brasília sobre a amizade de Gilmar e Demóstenes, e que disso decorrem especulações. Sei que ninguém fica uma mês pressionado em casa e, num belo dia, conta para a revista de oposição ao país que estava mal, pressionado... Para mim, existem duas provas de que Gilmar contou muito mal essa história: a indignação tardia e dirigida à Veja e a própria Veja. Aliás, a Veja é o ponto de ligação entre a CPMI e o episódio Gilmar/Lula. Não é o julgamento do mensalão, não é a Delta, não é a briga do Silvio Costa e Pedro Taques. A Veja está em todas.

Em Lula, eu confio. Já na Veja....

3 comentários:

O Neto do Herculano disse...

E eu, humildemente,
não confio em ninguém.

José de Arimatéa dos Santos disse...

Nas crises que o país encontra seu rumo. E desde a posse de Lula a sociedade vê a Polícia Federal exercendo o seu papel que é combater os malfeitores.
E agora nesse episódio cachoeira se vê que até parte da imprensa(Veja) está envolvida. Não é de estranhar que façam parte já que alguns corajoso jornalistas já denunciavam a muito tempo esse tipo de imprensa. O chamdo PIG!

Anônimo disse...

Durante longos anos assinei a Veja e quanto mais politizado fui ficando, mais claro também foi ficando o quanto esta revista é sórdida.
Ultimamente, tenho recebido algumas ligações da Veja me propondo nova assinatura e diante de um comentário feito por mim a respeito da revista, dias depois, recebí uma ligação de uma pessoa que se apresentou como supervisora, preocupada com o comentário feito por mim dias antes.
Repetí à mesma, as minhas considerações e ela então, após uns 40 minutos tentando me convencer do óbvio, desistiu. Dias depois recebí a cortezia da empresa me ofertando com algumas revistas gratuitamente.
Não mudou minha opinião.
A revista é tucana.
Souza.