terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Basta dizer
que voltei mais feliz comigo mesma. E com planos. Muitos planos para o próximo ano. Amanhã farei minha listinha de metas...
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Complexo
Certa vez, durante minha candidatura para a prefeitura, discuti com meu principal parceiro, Berfran, como definir certa pessoa. "Complexo", ele disse. Aprendi a usar essa palavra para definir pessoas. Algumas pessoas complexas são irritantes, outras geniais. Mas as pessoas complexas são duras de entender...
Percebi que seres humanos são, quase todos, complexos. Vivendo e aprendendo. Ou melhor, percebendo.
Registro
Estou em São Paulo. Consegui, mais uma vez, me dividir entre todas as partes da minha enorme família e todas as pessoas que são muitos queridas.
Sempre faz falta minha Dona Solange, pessoa amada que nos deixou. E com muitas saudades.
Sempre faz falta minha Dona Solange, pessoa amada que nos deixou. E com muitas saudades.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
umas frases
Nós poderíamos simplesmente ir embora e enterrar nossas cabeças na areia.
Poderíamos desistir e dizer que está tudo acabado apenas para começar tudo de novo, mas com outra pessoa.
"Toda vez que sonho com um reparo rápido fico aliviada", eu costumava repetir.
Mas agora eu sei como é dificil. Talvez eu não consiga, pois o que antigamente era castigo silencioso, agora é obsoleto."
Poderíamos desistir e dizer que está tudo acabado apenas para começar tudo de novo, mas com outra pessoa.
"Toda vez que sonho com um reparo rápido fico aliviada", eu costumava repetir.
Mas agora eu sei como é dificil. Talvez eu não consiga, pois o que antigamente era castigo silencioso, agora é obsoleto."
Livros que amei...
Nesse ano li menos do que deveria. Uns trinta livros, mais ou menos. Se a quantidade não impressiona, o que li me emocionou muitas vezes. Tive um ano de duro trabalho, optei pela literatura como fuga. Vivi finais de semana em todos os cantos do mundo, mesmo estando no Redenção panfleteando ou na Zona Norte caminhando.
Sugiro como leitura de 2009 alguns dos preferidos:
El infinito en la palma de la mano, da minha ídola Gioconda Belli;
A possibilidade de uma ilha, do pós-moderno genial Houllebecq (deve faltar algo no sobrenome, sempre erro);
Carta a D. - A história de um amor, do André Gorz;
O menino do pijama listrado, livro lindo e sensível de Jonh Boyne e
Para Francisco, de Cristiana Guerra
Espero que gostem. Sintam como um presente. Porque para mim eles foram presentes...
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Uma revolucionária
Conheci Luana há muitos anos. Na UJS, na UNE, na UEE de MG. Hoje me surpreendi. Ao ler o Vermelho (http://www.vermelho.org.br/) me deparei com uma bela poesia dela. Parabéns Luana. Essa sensibilidade também nos faz revolucionários.
MSN
Luana Bonone
*
Cliquei na tua ausência, só para marcar presença
Fui buscar palavras
Para marcar um espaço, um pedaço do seu dia...
Vazio.
Fui catando cada verbete solto
Cada palavra não dita
Cada presença não tida...Vazio.
Fiquei vazia.
Fechei a janela.
Fechei sua ausência mecanizada
Mas ela se fez mais forte (feroz)
Quando a ausência se fez tão presente
a palavra veio à tona
Forte e decidida
Transformou-se em carga elétrica
promoveu sinapses
movimentou músculos
Meus dedos estremeceram
agitaram-se
E digitaram de forma inequívoca:
"Eu quero você"
Reflexões para um finalzinho de ano...
Uma alegria para sempre
Mario Quintana
"As coisas que não conseguem ser olvidadas
continuam acontecendo.
Sentimo-las como da primeira vez,
sentimo-las fora do tempo,
nesse mundo do sempre onde as datas não datam.
Só no mundo do nunca existem lápides...
Que importa se – depois de tudo –
tenha "ela" partido, casado, mudado, sumido, esquecido, enganado,
ou que quer que te haja feito, em suma?
Tiveste uma parte da sua vida que foi só tua
e, esta, ela jamais a poderá passar de ti para ninguém.
Há bens inalienáveis,
há certos momentos que,
ao contrário do que pensas,
fazem parte da tua vida presente
e não do teu passado.
E abrem-se no teu sorriso
mesmo quando, deslembrado deles,
estiveres sorrindo a outras coisas.
Ah, nem queiras saber o quanto deves à ingrata criatura...
A thing of beauty is a joy for ever
disse, há cento e muitos anos,
um poeta inglês que não conseguiu morrer."
Mario Quintana
"As coisas que não conseguem ser olvidadas
continuam acontecendo.
Sentimo-las como da primeira vez,
sentimo-las fora do tempo,
nesse mundo do sempre onde as datas não datam.
Só no mundo do nunca existem lápides...
Que importa se – depois de tudo –
tenha "ela" partido, casado, mudado, sumido, esquecido, enganado,
ou que quer que te haja feito, em suma?
Tiveste uma parte da sua vida que foi só tua
e, esta, ela jamais a poderá passar de ti para ninguém.
Há bens inalienáveis,
há certos momentos que,
ao contrário do que pensas,
fazem parte da tua vida presente
e não do teu passado.
E abrem-se no teu sorriso
mesmo quando, deslembrado deles,
estiveres sorrindo a outras coisas.
Ah, nem queiras saber o quanto deves à ingrata criatura...
A thing of beauty is a joy for ever
disse, há cento e muitos anos,
um poeta inglês que não conseguiu morrer."
domingo, 21 de dezembro de 2008
Lindo!
Linda a festinha que fizemos depois de trabalhar ontem! Fomos ao café que fica na frente do escritório. Violão, dançamos, cantamos... Faz bem para o trabalho em equipe. Acabar o ano liquidando os problemas.
sábado, 20 de dezembro de 2008
O verão está chegando...
e nós passamos o dia inteiro no seminário do mandato.
Durante um dia, no final de ano, fazemos a avaliação de nosso trabalho e as perspectivas para o próximo ano. No outro, fazemos uma pequena confraternização para rirmos e lembrarmos do quanto de vida já compartilhamos.
Bom, bem bom. É bom perceber que a gente ainda tem muito para fazer.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
2009 em Brasília
Nem todos sabem como é a vida real de um parlamentar que trabalha. Acho que um pouco da culpa é nossa. Afinal, não aprovamos a reforma política e todos os anos vemos o mesmo tipo de problema acontecer no Congresso, nas Câmaras de Vereadores, no Poder Executivo e Judiciário. Esses "problemas" resultam em descrédito, em desesperança, em falta de confiança nas instituições. Temos, portanto, culpa também.
Mas posso garantir que muitos de nós trabalhamos muito. E, por isso, eu estou contente com os meus dias fora de Brasília. Serão poucos, é verdade. O lançamento da candidatura do Aldo, para presidinte da casa, fez com que Brasília também se tornasse meu paradeiro em janeiro. Mas tudo bem. É por uma causa nobre. É para permitir o debate, para garantir a representatividade de todos os partidos, para garantir a relação respeitosa entre os poderes, para lutar para que o projeto de país que temos avance em 2010.
Mas eu também tenho muitas coisas para fazer no RS. TAmbém quero curtir minha família, meus amigos, um pouco da minha vida pessoal.
Quanta gente que não vejo desde muito!!!
Como perceberam me voy de Brasília hoje. Não. Não estou entrando em férias. Temos muito ainda até 2009 chegar. Mas devo voltar aqui apenas em janeiro. Ou seja, Brasília, agora, só em 2009!!!
Tomara que 2009 seja de muito trabalho, aqui na Capital Federal.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Fim de ano
Vocês também fazem planos no final de ano?
Vocês também esperam que o ano acabe e o outro não comece?
Uma espécie de pausa na vida comum, denominado, popularmente, férias?
Vocês também esperam que o ano acabe e o outro não comece?
Uma espécie de pausa na vida comum, denominado, popularmente, férias?
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Wander!!!
Achei!!! Wander só existe lá... Lá em Porto Alegre. Só quem ama Porto entende esse som punk rock brega...
Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro
Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro
Cá estou eu, cá estamos nós
De volta ao trabalho de Brasília (sim, porque também trabalho em Porto Alegre).
De volta aos últimos dias de produção legislativa aqui no Congresso.
De volta aos mais de cem pareceres que serão votados na Comissão de Trabalho.
De volta ao orçamento e seus cortes (consequências da crise).
De volta às Medidas Provisórias.
De volta aos últimos importantes empenhos de emendas e pagamentos para as nossas queridas cidades gaúchas.
De volta aos últimos ajustes do Seminário do Mandato para pensar 2009.
De volta à Brasília.
Uma das últimas vezes esse ano.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Essa vida...
A vida tem me proporcionado diversos momentos de muita emoção. Um olhar de um idoso, o carinho de uma criança, tomar posse, representar nosso povo. Hoje vivi um desses momentos. Talvez um dos mais grandiosos, pessoalmente.
Representei a Câmara na solenidade de posse dos novos Desembargadores do Trbunal de Justiça do RS. Até aí tudo normal, não é? Sim. A diferença é que entreguei o certificado para minha própria mãe.
Cada pessoa faz a sua história, cada história rende um livro. Minha mãe é uma dessas mulheres que me orgulha. É muito corajosa. Voltou a estudar direito com cinco filhos para criar. Nunca abandonou o seu violão, fonte de nosso sustento, por um período. Não abandonou o violão nem no discurso de posse hoje no TJ, quando citou a canção "A estrada e o violeiro".
Minha mãe, durante a campanha eleitoral, gravou um depoimento que me fez chorar. Muito. Dizia: "o que mais tentei passar para os meus filhos é o que mais importante é a gente gostar de gente, das pessoas". Ela me orgulha tanto. Por que? Porque conseguiu. Ela ama as pessoas. Ama esse mundo. E nos educou para tentar, cada um ao seu estilo, melhorá-lo.
domingo, 14 de dezembro de 2008
Cuidado com o sapato!!!
Todos sabem como condeno a Guerra do Iraque e o governo Bush. Bush não tirou as patas do Iraque. Tomou um sapato na cabeça... Pata, sapato, entenderam o trocadilho?
Assistam o vídeo. Tenho certeza de que todos que foram às ruas pedir PAZ entendem o porquê dele estar aqui. Não toleramos mais guerra, não queremos mais nenhuma gota de sangue por petróleo!
Assistam o vídeo. Tenho certeza de que todos que foram às ruas pedir PAZ entendem o porquê dele estar aqui. Não toleramos mais guerra, não queremos mais nenhuma gota de sangue por petróleo!
Pedras no caminho
Passei um final de semana maravilhoso, de muita tranquilidade e paz. Foi quando li, vasculhando a vida dos outros na internet, a seguinte frase: "Pedras no caminho? Guardo todas. Ainda hei de construir um castelo."
Tomara. Tomara que todos tenhamos chance de construir castelos de liberdade...
Tomara. Tomara que todos tenhamos chance de construir castelos de liberdade...
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Parte do ar
Fito Paez e Mercedez - Parte del aire
Apenas para seguir compartilhando o que escuto com vocês
A crise e os investimentos
Tenho debatido muito a crise do capitalismo. Com o PCdoB, com Lula, com o povo... E, como de praxe, tenho feito piadas até comigo mesmo. Por exemplo, quando discuto com meu namorado, logo digo: "opa! O mercado está em crise, poucos homens perfeitos no mercado, as minhas ações se desvalorizaram, eu gosto muito do produto, o melhor é fazer as pazes".
Hoje falava com um amigo no msn e ambos concordamos: melhor que investir na bolsa é investir em terapia e livros. Infelizmente, tenho pouco tempo para investir em viagens, outra coisa boa, que alegra a vida. Certa vez, dei uma entevista e brinquei com o jornalista. Disse a ele que se tal fato ocorresse comigo eu teria que dobrar o número de horas de terapia por semana. Ele concluiu que eu estava debochando e terminou a matéria dizendo: "Calma leitores! A Manuela é normal, não faz terapia".
Será que não sou normal justamente por fazer terapia?
Será que isso é coisa de louco ou louco é quem é infeliz e não tenta resolver seus problemas e minimizar seus defeitos?
Eu sou normal, feliz, amo minha família do casamento grego, adoro meu trabalho. E invisto em terapia. Para continuar exatamente assim... E de quebra, ver ser aprendo a falar mais sobre o que sinto e ouvir mais quem está perto de mim. Afinal, eu também tenho duas orelhas e uma boca. Que essa boca sirva para falar, cada vez mais, o que vem de dentro.
Corpo
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Número 101!!!
Quando comecei a publicar no Blog não acreditei em mim mesma. Pensei que logo desistiria dessa missão. Estava enganada! Hoje chegamos ao número cento e um!!!
Um brasileiro
Ontem fizemos uma boa reunião com Lula. Nossa bancada debateu a crise, medidas que protejam os trabalhadores, o ano de 2009. Foi bastante produtivo. Mas não quero escrever sobre isso. Quero compartilhar um sentimento que gosto muito e que Lula sempre me provoca: o amor ao Brasil.
Todos sabem que não sou do mesmo partido que ele, que não acho seu governo perfeito. Tenho perfeito juízo com relação a todos os nossos avanços e conquistas para nosso povo. Mas não abstraio limites. Mas Lula...
Por um momento fiquei ouvindo suas palavras e pensando: será que as "grandes democracias" européias conseguiriam produzir um quadro político dessa dimensão, com tanto conhecimento, nascido no interior de Pernambuco? Será que ele passaria perto dos "templos" da democracia? Acho que não.
Com apenas 20 anos nossa democracia produziu Lula. Síntese de um povo alegre, miscigenado, que ama o futebol (ele elegiou o Nilmar...), que trabalha e que se supera todos os dias. Esse país, tão diferente e tão parecido, tão grande em dimensão, tão plural e tão unido, tem um presidente operário.
Será tão simples o conceito de identidade? Será tão superficial ele falar a mesma língua (não me refiro ao português) que nosso povo? Identidade é algo muito forte e linguagem algo muito profundo.
Essa democracia que achamos limitada é tão mais intensa do que tantas que elogiamos... Lula só poderia existir no Brasil. Porque ele, ele é um brasileiro. De verdade.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Que droga!
Ainda não desenvolvi a capacidade de estar em dois lugares ao mesmo tempo. Infelizmente. Hoje, o trabalho me tirou de uma agenda que me faria feliz. Fizemos a reunião com o Ministro Temporão, sobre o atendimento do SUS dos hospitais da ULBRA, às 18 horas. Nesse mesmo momento tivemos o lançamento de um grande livro, escrito por maior jornalista, no Senado. Havia me comprometido em me encontrar com o Luis Claudio Cunha (autor de O sequestro dos Uruguaios). Que droga, não fui!
E eles sobreviveram...
Minha bolsa faz mal ao meu estado de saúde. Certamente traz problemas para a coluna porque carrego três celulares, dentre tantas outras besteiras. Além disso, ando com esse pequeno grande computador, para todos os cantos. Desenvolvi uma doença: odeio a diversidade de maneiras que todos os que trabalham comigo têm para me encontrar. Destesto o fato de sempre estar em contato, falando, resolvendo problemas, em qualquer horário, em qualquer lugar. Mas odeio tanto que isso se transformou em dependência: não vivo sem isso. Me transtorno quando fico sem bateria, sem ler meus emails, sem receber mensagens.
Sábado, tarde da noite, toca o telefone. Penso: morreu alguém. Sábado, tarde da noite, o telefone não toca. Penso: morreu alguém e não querem me contar. É uma doença sem cura, creio eu. Porque é agravante o hábito de trabalhar bastante.
Não me espanta nada disso em mim. Todos, absolutamente todos que conheço, carregam o mesmo vírus. Entretanto, me espanta que a geração anterior tenha sobrevivido sem essa doença. Como faziam política? Como sabiam das felicidades e infelicidades da vida?
Não entendo. Eles sobreviveram.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Para onde vão?
Muitas coisas ficam. Outras se vão. Algumas ficam paradas no seu tempo. Apenas esperando que nós tiremos a vida do "pause". Afinal, ela não é um filme...
Silvio Rodriguez -A donde van?
Aeroportos e contradições
Quando transformamos algo em rotina perdemos a capacidade de ver a magia. Eu passo muito tempo em aeroportos. Para mim, é chegar, correr, o café, um livro, o bilhete eletrônico, a identidade, o detector de metais, o painel, o embarque. De madrugada, durmo antes da decolagem. Em vôos diurnos, devoro um livro.
Mas quem não sentiu ou viu as alegrias e tristezas dos embarques e desembarques? Meses separados: o reencontro. Dias juntos: a despedida. Filhos que vão em busca do emprego, pais que lamentam a distância e comemoram o sucesso. Aeroportos são, portanto, também, espaços do contraditório.
Gostar de alguém é, normalmente, motivo para alegria. Só gosta quem está vivo (internamente). Despedir-se de quem se gosta é, em contrapartida, triste. Não conheço um pai que não comemore a promoção do filho. E também desconheço um que não chore ao vê-lo embarcar. Os aeroportos, assim como as rodoviárias, são espaços de enorme concentração de dor no estômago.
Dor no estômago? Sim. Aquela dor que sentimos quando estamos em contradição.
Crise da ULBRA
Todos têm acompanhado nos jornais, rádio, televisão a crise da ULBRA. São mais de cem mil estudantes, dez mil trabalhadores. Além disso, são quatro hospitais. Grande parte do atendimento é SUS, ou seja, público.
Estamos aqui dentro agora (uma comissão de deputados e senadores) tentando entender e ajudar. Consegui marcar amanhã uma reunião com o Ministro da Saúde, Temporão. Isso é fundamental para garantirmos continuidade no atendimento hospitalar.
Cenas do próximo capítulo...
Estamos aqui dentro agora (uma comissão de deputados e senadores) tentando entender e ajudar. Consegui marcar amanhã uma reunião com o Ministro da Saúde, Temporão. Isso é fundamental para garantirmos continuidade no atendimento hospitalar.
Cenas do próximo capítulo...
domingo, 7 de dezembro de 2008
Um final de semana normal
Estou tendo um final de semana normal. Há, pelo menos quatro anos, não me dividia entre pendências com amigos, janta com meus irmãos, leitura, DVD's, Redenção com sol. Fiz o curso de batismo do Dudu e agora vou batizá-lo. Prova que a amizade é maior do que muitas coisas. Dudu é filho do Andrezão, dirigente do PTB. Meu amigo há tantos anos, adversários muitas vezes, aliado em tantas outras.
Ontem caminhei pelo Parque, me dirigindo à Igreja Santa Terezinha. Vi o sol de Porto Alegre, as nossas ruas, a nossa gente. Os nossos lugares. Ia a essa Igreja ainda pequena. Depois brincava no parquinho ali da frente, com meu avô. Tudo está no mesmo lugar. Mas a vida... Ah! A vida mudou tanto...
Todos devem sentir-se assim: todos os dias se reencontrando consigo e com seus lugares no mundo.
sábado, 6 de dezembro de 2008
Mensagem à poesia - Vinicius de Moraes
Não posso
Não é possível
Digam-lhe que é totalmente impossível
Agora não pode ser
É impossível
Não posso.
Digam-lhe que estou tristíssimo, mas não posso ir esta noite ao seu encontro.
Contem-lhe que há milhões de corpos a enterrar
Muitas cidades a reerguer, muita pobreza pelo mundo.
Contem-lhe que há uma criança chorando em alguma parte do mundo
E as mulheres estão ficando loucas, e há legiões delas carpindo
A saudade de seus homens; contem-lhe que há um vácuo
Nos olhos dos párias, e sua magreza é extrema; contem-lhe
Que a vergonha, a desonra, o suicídio rondam os lares, e é preciso reconquistar a vida
Façam-lhe ver que é preciso eu estar alerta, voltado para todos os caminhos
Pronto a socorrer, a amar, a mentir, a morrer se for preciso.
Ponderem-lhe, com cuidado
Ah– não a magoem... – que se não vou
Não é porque não queira: ela sabe; é porque há um herói num cárcere
Há um lavrador que foi agredido, há um poça de sangue numa praça.
Contem-lhe, bem em segredo, que eu devo estar prestes, que meus
Ombros não se devem curvar, que meus olhos não se devem
Deixar intimidar, que eu levo nas costas a desgraça dos homens
E não é o momento de parar agora; digam-lhe, no entanto
Que sofro muito, mas não posso mostrar meu sofrimento
Aos homens perplexos; digam-lhe que me foi dada
A terrível participação, e que possivelmente
Deverei enganar, fingir, falar com palavras alheias
Porque sei que há, longínqua, a claridade de uma aurora.
Se ela não compreender, oh procurem convencê-la
Desse invencível dever que é o meu; mas digam-lhe
Que, no fundo, tudo o que estou dando é dela, e que me
Dói ter de despojá-la assim, neste poema; que por outro lado
Não devo usá-la em seu mistério: a hora é de esclarecimento
Nem debruçar-me sobre mim quando a meu lado
Há fome e mentira; e um pranto de criança sozinha numa estrada
Junto a um cadáver de mãe: digam-lhe que há
Um náufrago no meio do oceano, um tirano no poder, um homem
Arrependido;
digam-lhe que há uma casa vazia
Com um relógio batendo horas; digam-lhe que há um grande
Aumento de abismos na terra, há súplicas, há vociferações
Há fantasmas que me visitam de noite
E que me cumpre receber, contem a ela da minha certeza
No amanhã
Que sinto um sorriso no rosto invisível da noite
Vivo em tensão ante a expectativa do milagre;
por isso,
Peçam-lhe que tenha paciência, que não me chame agora
Com a sua voz de sombra; que não me faça sentir covarde
De ter de abandoná-la neste instante, em sua imensurável
Solidão, peçam-lhe, oh peçam-lhe que se cale
Por um momento, que não me chame
Porque não posso ir
Não posso ir
Não posso.
Mas não a traí.
Em meu coração
Vive a sua imagem pertencida, e nada direi que possa
Envergonhá-la.
A minha ausência.
É também um sortilégio
Do seu amor por mim.
Vivo do desejo de revê-la
Num mundo em paz.
Minha paixão de homem
Resta comigo;
minha solidão
resta comigo;
minhaLoucura
resta comigo.
Talvez eu deva
Morrer sem vê-la mais, sem sentir mais
O gosto de suas lágrimas, olhá-la correr
Livre e nua nas praias e nos céus
E nas ruas da minha insônia.
Digam-lhe que é esse
O meu martírio;
que às vezes,
Pesa-me sobre a cabeça o tampo da eternidade e as poderosas
Forças da tragédia abastecem-se sobre mim, e me impelem para a treva
Mas que eu devo resistir, que é preciso...
Mas que a amo com toda a pureza da minha passada adolescência
Com toda a violência das antigas horas de contemplação estática
Num amor cheio de renúncia.
Oh, peçam a ela
Que me perdoe, ao seu triste e inconstante amigo
A quem foi dado se perder de amor pelo seu semelhante
A quem foi dado se perder de amor por uma pequena casa
Por um jardim de frente, por uma menininha de vermelho
A quem foi dado se perder de amor pelo direito
De todos terem um pequena casa, um jardim de frente
E uma menininha de vermelho;
e se perdendo
Ser-lhe doce perder-se...
Por isso convençam a ela, expliquem-lhe que é terrível
Peçam-lhe de joelhos que não me esqueça, que me ame
Que me espere, porque sou seu, apenas seu; mas que agora
É mais forte do que eu, não posso ir
Não é possível
Me é totalmente impossível
Não pode ser não
É impossível
Não posso.
Não é possível
Digam-lhe que é totalmente impossível
Agora não pode ser
É impossível
Não posso.
Digam-lhe que estou tristíssimo, mas não posso ir esta noite ao seu encontro.
Contem-lhe que há milhões de corpos a enterrar
Muitas cidades a reerguer, muita pobreza pelo mundo.
Contem-lhe que há uma criança chorando em alguma parte do mundo
E as mulheres estão ficando loucas, e há legiões delas carpindo
A saudade de seus homens; contem-lhe que há um vácuo
Nos olhos dos párias, e sua magreza é extrema; contem-lhe
Que a vergonha, a desonra, o suicídio rondam os lares, e é preciso reconquistar a vida
Façam-lhe ver que é preciso eu estar alerta, voltado para todos os caminhos
Pronto a socorrer, a amar, a mentir, a morrer se for preciso.
Ponderem-lhe, com cuidado
Ah– não a magoem... – que se não vou
Não é porque não queira: ela sabe; é porque há um herói num cárcere
Há um lavrador que foi agredido, há um poça de sangue numa praça.
Contem-lhe, bem em segredo, que eu devo estar prestes, que meus
Ombros não se devem curvar, que meus olhos não se devem
Deixar intimidar, que eu levo nas costas a desgraça dos homens
E não é o momento de parar agora; digam-lhe, no entanto
Que sofro muito, mas não posso mostrar meu sofrimento
Aos homens perplexos; digam-lhe que me foi dada
A terrível participação, e que possivelmente
Deverei enganar, fingir, falar com palavras alheias
Porque sei que há, longínqua, a claridade de uma aurora.
Se ela não compreender, oh procurem convencê-la
Desse invencível dever que é o meu; mas digam-lhe
Que, no fundo, tudo o que estou dando é dela, e que me
Dói ter de despojá-la assim, neste poema; que por outro lado
Não devo usá-la em seu mistério: a hora é de esclarecimento
Nem debruçar-me sobre mim quando a meu lado
Há fome e mentira; e um pranto de criança sozinha numa estrada
Junto a um cadáver de mãe: digam-lhe que há
Um náufrago no meio do oceano, um tirano no poder, um homem
Arrependido;
digam-lhe que há uma casa vazia
Com um relógio batendo horas; digam-lhe que há um grande
Aumento de abismos na terra, há súplicas, há vociferações
Há fantasmas que me visitam de noite
E que me cumpre receber, contem a ela da minha certeza
No amanhã
Que sinto um sorriso no rosto invisível da noite
Vivo em tensão ante a expectativa do milagre;
por isso,
Peçam-lhe que tenha paciência, que não me chame agora
Com a sua voz de sombra; que não me faça sentir covarde
De ter de abandoná-la neste instante, em sua imensurável
Solidão, peçam-lhe, oh peçam-lhe que se cale
Por um momento, que não me chame
Porque não posso ir
Não posso ir
Não posso.
Mas não a traí.
Em meu coração
Vive a sua imagem pertencida, e nada direi que possa
Envergonhá-la.
A minha ausência.
É também um sortilégio
Do seu amor por mim.
Vivo do desejo de revê-la
Num mundo em paz.
Minha paixão de homem
Resta comigo;
minha solidão
resta comigo;
minhaLoucura
resta comigo.
Talvez eu deva
Morrer sem vê-la mais, sem sentir mais
O gosto de suas lágrimas, olhá-la correr
Livre e nua nas praias e nos céus
E nas ruas da minha insônia.
Digam-lhe que é esse
O meu martírio;
que às vezes,
Pesa-me sobre a cabeça o tampo da eternidade e as poderosas
Forças da tragédia abastecem-se sobre mim, e me impelem para a treva
Mas que eu devo resistir, que é preciso...
Mas que a amo com toda a pureza da minha passada adolescência
Com toda a violência das antigas horas de contemplação estática
Num amor cheio de renúncia.
Oh, peçam a ela
Que me perdoe, ao seu triste e inconstante amigo
A quem foi dado se perder de amor pelo seu semelhante
A quem foi dado se perder de amor por uma pequena casa
Por um jardim de frente, por uma menininha de vermelho
A quem foi dado se perder de amor pelo direito
De todos terem um pequena casa, um jardim de frente
E uma menininha de vermelho;
e se perdendo
Ser-lhe doce perder-se...
Por isso convençam a ela, expliquem-lhe que é terrível
Peçam-lhe de joelhos que não me esqueça, que me ame
Que me espere, porque sou seu, apenas seu; mas que agora
É mais forte do que eu, não posso ir
Não é possível
Me é totalmente impossível
Não pode ser não
É impossível
Não posso.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Pacto pela vida
Vamos fazer um pacto pela vida? Eu cuido da minha e você cuida da sua.
Boa, não? Li num email da minha irmã e gostei. Se todo mundo fizesse isso um pouquinho mais... o mundo seria melhor.
Boa, não? Li num email da minha irmã e gostei. Se todo mundo fizesse isso um pouquinho mais... o mundo seria melhor.
Téo voltou
Téo, meu afilhado, está bom e voltou para casa. Como é bom ver um amigo com os olhos brilhando... O Régis parece um anjo. Meu coração se encheu de alegria. E de paz. Saúde é tudo. Obrigada aos que rezaram, torceram, lembraram.
Pote de ouro
Que a gente encontre nosso pote de ouro no dia hoje. E que ele seja do bem.
Somewhere over the rainbown - Israel KamaKawiwo
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Nada vai nos separar
somos todos teus seguidores, para sempre eu vou te amar!
Ah! Os amigos de fora do Rio Grande acharam que era para o Zé Eduardo, né?
Ah! Os amigos de fora do Rio Grande acharam que era para o Zé Eduardo, né?
Pois é... Não é. Era para o meu colorado. Meu time. Meu sofrimento e minha alegria na noite de ontem. E há muito tempo...
Um dia para lembrar de um sorriso
Despertei pelas quatro da manhã, como de costume nas terças-feiras em que vou para Brasília. Cansada, certamente, comprei meu café com leite e os jornais na lojinha ao lado do portão de embarque de número 6. Embarquei. Me recordo que havia sentado na janela. Lembro bem porque ali me sinto presa. Ainda não havia tomado posse mas tinha que entregar documentos, coisas na cidade. Na capa do jornal uma gigantesca foto de um acidente de carro. Abaixo havia uma pergunta: até quando nossos jovens morrerão assim? Algo do gênero. Imaginei ser uma pesquisa. Busquei a informação sobre a página da matéria e, lentamente, percorri a Zero Hora.
Braços abertos, sorriso feliz (tantas vezes debochado). Será que foi o Gabriel quem fez esse trabalho? Que prêmio o pequeno grande gênio ganhou dessa vez?
Eu conheci esse menino quando ele era estudante secundarista. Lembro bem... na velha sede do PCdoB da José do Patrocínio. Um sorriso enorme, tinha quinze, dezesseis anos... Militou um pouco mas sabíamos (nós, ele, todos) que ele não ficaria ali. Fez vestibular na Fabico. Lembro que conversamos um pouco sobre o jornalismo, meu curso superior. Gabriel apereceu com uma máquina fotográfica. Deus! Eu também havia carregado uma, por tanto tempo, em tantos lugares!!! Um dia a máquina ficou pesada. E eu percebi que minha paixão não era mais fotografar o Congresso da UNE, mas ajudar ele a existir.
Nos perdemos na vida, essa louca máquina de encontros e desencontros. Por vezes nos encontrávamos e eu podia sentir que a vida brotava pelos poros dele. Ele tinha virado um comunicador (não apenas um jornalista). Ele era rápido. E apaixonado. Não havia se contentado com a máquina fotográfica. Invadiu a internet.
O Blog que criou com os amigos, o Insanus, invadia a vida de muitos. Depois que me elegi vereadora também virei alvo deles. Com excelente senso de humor o blog cresceu, cresceu, cresceu... Ih! Quantas vezes me irritei com os posts machistas a meu respeito... Mas isso faz parte. Um pouco de política, bastante deboche, algumas denúncias, boas fontes... Alguns amigos montaram um blog quase contra todos. Mas, sinceramente, acredito que para o bem das pessoas. Certamente, os guris do Insanus sabem melhor do que eu, aquilo era o amor da vida do Gabriel.
A ficha não me caía. O avião já voava e eu não teria como seguir o meu coração, ficando em Porto Alegre e indo me despedir dele. Não era justo. Não com quem tinha um sorriso tão forte, expressão maior da alma boa de Gabriel. O acidente da capa da ZH o havia tirado desse mundo.
Já passaram dois anos. Tenho certeza que o Gabriel continua rindo, olhando por muitos e criando... Porque ele estava na Terra para criar. E criou muito. Em tão pouco tempo.
Que seja um dia de força e paz para seus pais e amigos mais próximos.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Não queremos pagar o pato
Acabei de sair da Marcha das Centrais Sindicais pelo Desenvolvimento com valorização do trabalho, aqui em Brasília. Mais de 40 mil trabalhadoras e trabalhadores, de todos os cantinhos do Brasil, lutando para que nosso país valorize quem trabalha. Nesse momento de crise da economia mundial é muito importante avaliarmos as medidas que os governos tomam. Para que lado elas apontam? Para quem trabalha ou para quem criou a crise com a especulação financeira?
Eu e meu partido lutamos para que os trabalhadores não paguem o preço. Nem o pato.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Doril
Li que eu havia tomado Doril e sumido! Sabe o que sumiu, de verdade? Um artigo meu de cinco mil toques! Muitas horas de estudo, escrevi, escrevi, escrevi... Quando fui mandar para o email de meu jornalista... Sumiu!!! Bah, eu queria morrer! O meu artigo, caro Prévidi, foi quem tomou Doril!
Amigo passa para amigo...
Hoje, meu espacinho de terapia na internet foi citado de maneira formal como o blog da Deputada Manuela em um site de um grande jornalista. Apenas reitero o que disse no primeiro post: esse espaço é apenas para o desabafo, para a rotina, para a poesia... Para a minha vida! E, por mais louco que seja, não abro mão de ter uma vida normal. Com direito a blog e tudo! Rá!!! Como diria meu amigo e defensor Emanuel.
Tudo diferente é tudo igual?
Obama começou a nomear seu Ministério. Os nomes são duros como os de Bush. Muitos são os mesmos. Será que Obama já tomará posse brindando com petróleo e sangue? É justo que jovens sigam morrendo e morrendo nas guerras promovidas para alimentar a economia dos EUA? O povo não elegeu Obama para isso. PAZ!
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Pés, bem firmes, no chão
Tudo bem. Está tocando na novela. Mas hoje fiz uso da expressão "pés no chão", na política. Depois, por outro motivo, ouvi essa música (tudo bem, estava vendo a novela das 8, algum problema?). Aí busquei a tradução para pensar que é bom ter os pés no chão no trabalho. Mas também é bom vê-los voar, às vezes.
Fidelity - Regina Spektor
Check...???
Entre as manhãs, tardes, noites, sábados, domingos, segundas de trabalho resolvi fazer um "check up". Se até os carros com pouca quilometragem fazem revisão, por que eu não faria com 27 anos, dez de política e estresse nas costas? Dentistas (isso mesmo! No plural!), exames, sangue etc.
Hoje, às 9 horas, quando saía de uns exames pensei que poderia chamar minha vida de "Vida em check". Por que? Porque percebi que vivo fazendo check in de aviões de Brasília para Porto Alegre, Porto Alegre para Brasília, às vezes passo por São Paulo... Depois, faço check in e check out em hotéis, porque não tenho casa nesses lugares, nem no interior do estado. Por exemplo, fiz check in na pousada em São Lourenço do Sul, sábado. Hoje também para entrar no avião.
E agora? Me submeto a um check up.
Pela primeira vez na minha vida quero muito que chegue janeiro. Preciso de uns dias de descanso de tantos checks. Preciso fazer um check out de dez dias da minha rotina.
Visitem
Tenho a sorte de fazer grandes amigos nos processos políticos. Mesmo nos eleitorais. Um deles é o Emanuel. Brilhante jornalista. Grande alma. Só coração. Visitem o blog dele, que está de cara nova: www.emanuelmattos.com.br
Certamente gostarão.
Certamente gostarão.
Assinar:
Postagens (Atom)