Quando essa época chega, muitos ficam aflitos. Sempre fiquei. É uma confusão de esperança (com o que virá) e impotência (com o que deixamos de fazer). É como se nos poucos dias que nos sobram no ano pudéssemos listar tudo o que não fizemos e organizar uma nova lista com tudo o que queremos concretizar. Acho que todos me entendem.
Pois bem, esse ano, para mim, chegou ao fim naturalmente. Não que eu não esteja fazendo planos para 2010. Estou sim! E são muitos! Mas posso ver, talvez pela primeira vez, que não fui atropelada por 2009. Tive um ótimo ano!
Os mais atentos podem me perguntar: ótimo? Nós sabemos que aconteceu isso, aquilo e aquilo outro. É verdade. Mas quase tudo me ensinou algo de bom. O ano começou pesado como talvez nenhum outro. Suas toneladas (com a doença de alguém muito querido) me abalaram, sensibilizaram, fizeram quase perder o rumo. Em alguns dias eu pensava: o que vai ser desse ano meu Deus! Se mal entrou e já fez tanto estrago... Mas no pior momento dele (sem parecer livro de auto-ajuda, gente...) redescobri o que de melhor tenho em minha volta. Descobri amigos por todos os cantos, descobri solidariedade em pessoas que estavam distantes, descobri carinho em quem mal me conhecia. Redescobri a alegria de ter com quem compartilhar momentos pesados, tristes. É realmente complexo explicar como os maus momentos nos tornam fortes na fragilidade. Quando eu estava frágil como uma folhinha seca, vieram amigos para me nutrir com esperança na vida. 2009 foi, nesse sentido, um ano ímpar. Por que reencontrei pessoas e talvez, em certo sentido, tenha reencontrado muito de mim nessas pessoas.
Foi também um ótimo ano em nosso mandato. Uma equipe redondinha, que tem um nível de amizade supreendente mas uma capacidade de trabalho ainda maior. Conseguimos girar o estado, organizar nossos debates, ajudar a construir soluções para problemas em Brasília e terminamos o ano com o trabalho dessa equipe reconhecido: ganhamos o prêmio de parlamentar que melhor representa a população na Câmara, pelo Congresso em foco. E estou destacando pessoalmente aqui. Politicamente fizemos a prestação de contas de três anos de trabalho (está no site http://www.manuela.org.br/). Mas enquanto ser humano posso garantir que a rotina do nosso trabalho é exaustiva. Para todos da equipe. Viajar dentro do estado e fora dele (não apenas as viagens semanais para Brasília. mas fomos para outros estados debater estágios, estatuto da juventude), ficar no plenário até duas da manhã, distribuir prestação de contas no final de semana... Tudo isso cansa. E só foi possível intensificar o trabalho, o rendimento porque temos um time que joga junto.
Por essas razões já teria motivos de sobra para afirmar que tive um ótimo 2009. Se ele foi todo bom? Evidente que não. Ele foi péssimo em muitos momentos. Mas foi um ano de descobertas e reecontros. Mas isso ainda é pouco perto de tudo o que vivi nesse ano. Tenho uma família cheia de defeitos e que é maravilhosa (agora com uma de minhas irmãs grávida e tudo...), tenho amigas e amigos sempre dispostos (para conversar, ajudar, brigar, me ouvir chorar, me fazer rir, para comer na Cidade Baixa....), ou seja, tenho amigos ótimos, temos uma equipe de trabalho leal e amiga, tenho um namorado que me aguenta (e eu aguento ele, vocês acham que é fácil namorar um deputado? hehehe) e que eu amo, milito em um partido cada vez mais forte e com uma militância convicta, estamos todos com saúde... Reclamar? Do que? Eu só posso agradecer às pessoas de carne e osso que estiveram ao meu lado esse ano. Só me resta dizer: obrigada.
Que venha 2010! Com eleições e tudo! Minha única promessa pessoal de virada de ano é que vou lutar para ser feliz como fui em 2009! E para ficar bem perto de todas as pessoas que amo.